quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Excertos da história I

Lendo o Livro I - Clio, de Heródoto, eu fiquei intrigado com esse trecho:

"Enquanto Creso se ocupava das núpcias do
jovem príncipe, chegou a Sardes um infeliz, cujas mãos estavam impuras. Tratava-se de um frígio, em cujas veias corria sangue real. Dirigindo-se ao palácio, pediu a Creso para purificá-lo, no que foi atendido."

O personagem se apresenta como Adrasto, filho de Górdio, filho de Midas. O termo usado por Heródoto é kátarsis, que provavelmente deu origem ao termo catarse usado na psicologia.

Eu encontrei a seguinte explicação:

"Na cultura grega antiga havia diversas “impurezas”, cuja conceituação remonta certamente a tempos muito antigos. As mulheres eram, por exemplo, consideradas impuras durante um certo tempo após o parto; todos os que entravam em contato com a morte de alguém, principalmente os homicidas, eram impuros.

O assassinato, mesmo involuntário, tornava o assassino impuro. Nos mitos gregos, ninguém podia tocar o assassino (pois o toque contamina...), ou sentar-se com ele à mesa para uma refeição, ou beber em sua companhia, até que fosse submetido a um ritual de purificação.

A finalidade do ritual de purificação era, portanto, restabelecer o estado anterior de pureza, para que o impuro pudesse novamente participar das atividades da comunidade."

Fonte: https://greciantiga.org/arquivo.asp?num=1123

Enquanto que o termo, na psicologia, dê a entender que se trata de algo passivo, na Grécia Antiga a purificação era um ato consciente e voluntário do indivíduo.

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