sexta-feira, 2 de maio de 2025

Negócio bilionário

A proliferação de conteúdos machistas nas redes sociais e plataformas de vídeo vai muito além da busca por likes e visualizações: tornou-se uma indústria lucrativa. Um levantamento do NetLab (UFRJ), em parceria com o Ministério das Mulheres, analisou 137 canais do YouTube entre 2018 e 2024 e revelou um universo que movimenta milhões de reais, com 3,9 bilhões de visualizações acumuladas.

Do outro lado, as mulheres são vítimas de ataques massivos e sistemáticos.

Muitas, para preservar a saúde mental, acabam fechando mensagens diretas ou abandonando espaços digitais. Enquanto isso, influenciadores, muitas vezes anônimos e sem rosto, operam uma verdadeira “guerra digital”, apoiados por algoritmos que favorecem conteúdos que geram reações intensas e que impulsionam ainda mais essas redes de ódio.

O estudo da Contente.vc mostra que mães solo, mulheres negras e mulheres com mais de 30 anos são os principais alvos. Para especialistas como Luciane Belin e Sil Bahia, essas práticas revelam um novo tipo de colonialismo digital, onde antigos estereótipos são fortalecidos e potencializados. A psicóloga Ediane Ribeiro aponta que a estratégia é baseada no medo: ao convencer homens de que estão sob ataque, criadores misóginos vendem a ilusão de “proteção” e “poder” em cursos, lives e conteúdos pagos.

Apesar da gravidade da situação, as plataformas como Instagram, Facebook e TikTok ainda demonstram pouca ação concreta para conter o problema. Enquanto a Meta e o TikTok evitam comentar o tema, o YouTube diz ter removido mais de 2,4 milhões de vídeos no Brasil em 2024. As informações são de O Globo.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/maquina-do-odio-como-a-misoginia-virou-negocio-bilionario-nas-redes-sociais/

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