A proposta é um marco na valorização da memória afro-brasileira, LGBTQIA+ e periférica, reconhecendo Madame Satã como símbolo da resistência de corpos dissidentes no Brasil. De ex-escravizado a artista, de transformista a capoeirista temido, Madame Satã desafiou os padrões da moral e da ordem ao longo do século XX com irreverência, força e coragem. Seu falecimento na Vila do Abraão em 1976 marcou o fim de uma trajetória potente — e é justamente este túmulo, hoje ameaçado pelo esquecimento, que a proposta busca preservar.
Tombar o túmulo é garantir que esse espaço se torne lugar de memória, de visitação, de reconhecimento histórico e cultural. A iniciativa conta com apoio de movimentos sociais como o Grupo Arco-íris, artistas, pesquisadores e instituições culturais, e pretende ainda integrar o local a roteiros turísticos voltados à valorização da história negra e LGBTQIA+, como o projeto “Madame Satã Para Sempre”, que está sendo construído na região.
O tombamento é mais do que um gesto simbólico: é um ato de reparação histórica. É dizer que as vidas como a de Madame Satã importam, e que sua memória merece ser protegida, celebrada e contada pelas próximas gerações.
Fonte: https://extra.globo.com/blogs/agito/post/2025/05/onde-descansa-a-lenda-iphan-recebe-pedido-de-tombamento-do-tumulo-de-madame-sata.ghtml
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