segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Crime e tragédia

Letícia Maryon, uma jovem travesti de 22 anos, tirou a própria vida após ser vítima de um processo de "destransição" conduzido por um pastor que se diz "ex-travesti" e prega a "cura gay". A informação foi divulgada por movimentos LGBTQIAPN+ e pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).

Nos últimos dias, Letícia havia participado de um culto do pastor Flávio Amaral para falar sobre o seu processo. No evento, ela afirmou que estava há dias passando por uma "guerra espiritual entre a carne e o espírito".

O pastor que conduziu Letícia, que se diz "ex-travesti", é conhecido por aplicar "terapias de conversão" em jovens LGBTQIAPN+. Em suas redes sociais, ele prega que é possível "deixar a homossexualidade" através da religião, e compartilha diversos relatos, como o de Letícia. O pastor também participa de programas de TV e podcasts.

Em postagem na rede social, a deputada Erika Hilton (PSOL-S) lamentou o ocorrido e afirmou que a sociedade não pode continuar aceitando que religiosos torturem pessoas da comunidade LGTBQIAPN+ até a morte.

"Não há outro nome pra 'cura gay' e 'cura trans' se não TORTURA. Forçar uma pessoa a negar a si mesma, em processos degradantes, para que deixe de ser quem é, é tortura e crueldade. E é também uma incitação pra que a pessoa deixe de ser em si, em sua integridade. Uma incitação ao su*cidio", destacou a deputada.

Ela ainda acrescentou que "infelizmente, há brechas para que líderes religiosos continuem convencendo pessoas LGBTQIA+ que sua própria existência é errada, e chamem sua tortura de "cura". 

Erika Hilton também falou sobre seu Projeto de Lei 5034, apresentado na Câmara dos Deputados, que visa classificar a "cura gay" como um método de tortura. "É um Projeto que enfrenta uma resistência gigantesca, justamente de fundamentalistas que não aceitam o nosso direito de ser. Mas jamais desistirei do PL e do fim dessa prática", completou a deputada.

Por fim, a parlamentar ainda fez um alerta, afirmando que "muitas Prefeituras financiam, com dinheiro público, Comunidades Terapêuticas ligadas a Igrejas que propagam essa prática. E que dizem que vão acolher pessoas em vulnerabilidade ou em dependência química, e utilizam o dinheiro público para propagar seus ideais fundamentalistas".

Fonte, citado parcialmente: https://revistaforum.com.br/lgbt/2024/10/1/travesti-de-22-anos-tira-propria-vida-apos-destransio-conduzida-por-pastor-que-prega-cura-gay-166574.html

Nota: eu vejo a necessidade de tornar crime a prática ou o incentivo dessa "cura gay".

Nenhum comentário: