quarta-feira, 9 de outubro de 2024

A escolha de Sofia

Crônicas de Furland.

Nota: todos os personagens são fictícios, maiores de idade e zoomórficos.

Era quase uma manhã comum na casa dos Smith. Quase. Se não fosse pela comemoração pela Sofia. Ela vai ter sua festa de maioridade.

Sofia estava muito séria. Ela pediu uma pausa a seus pais que batiam palmas e ofereciam para o desjejum as comidas preferidas de Sofia.

-Pai, mãe, nós temos que conversar sério.
-Claro, Pudinzinho, pode falar.
(Respirando fundo)-Primeira coisa. Meu nome é Sofia. Esse negócio de me chamar de Pudinzinho era engraçado quando eu tinha cinco anos.
-Claro Pu… digo, Sofia.
-Segunda coisa. Eu não sou criança. Faz tempo que deixei de ser.
-Perdão se te deixamos envergonhada, Sofia.
-Terceira coisa… melhor se sentarem… eu escolhi o que eu quero ser.

Os pais de Sofia ficaram com os olhos brilhando. O pai sonhava com a Sofia como advogada. A mãe sonhava com ela sendo médica.

(Respirando fundo)-Pai, mãe, eu quero ser puta.
-Co… como assim Pu… digo, Sofia?
-Meu amor… isso não pode estar certo…

(Olhando com desprezo)-Por que não? Esse é um trabalho digno quanto qualquer outro.

-Mas… meu anjo… você sabe o que uma puta faz?

-Eu sei que vocês nasceram e cresceram em Squaredom e estão com essa mentalidade que vê tudo que diz a respeito do corpo, do desejo, do prazer e do sexo como algo ruim, sujo e pecaminoso. Mas nós estamos em Yffiburg. Então tentem conviver com o fato que uma puta faz um serviço de utilidade pública.

-Utilidade pública? Minha filha, os homens vão olhar com desejo e luxúria para seu corpo!

-E o que tem de mau nisso? Eu estou ciente de meu corpo, de minha sexualidade e sensualidade. Eu vejo há tempos os olhares de homens e mulheres na minha direção.

-Meu amor, com tantas opções e trabalhos… escolheu justo o de puta?

-Todo trabalhador aluga seu corpo. Eu apenas estou tornando menos hipócrita a relação de trabalho.

(O pai, com expressão pesada e séria)-Querida, acha que consegue? Acha que tem os predicados necessários?

-Sim, eu posso, eu consigo e tenho os predicados necessários.

Com um gesto teatral e dramático, Sofia remove o roupão, ficando apenas com a roupa íntima, revelando um corpão. O coitado (?) do pai não conseguiu segurar nem disfarçar a ereção. A mãe, irritada, tacou uma cadeira nele.

-Muito bem, veremos se está decidida. Eu vou trazer um homem aqui e você vai fazer um programa.

-Ótima ideia, mãe. Quanto eu cobro?

(Atrapalhada)-Eeeehh… eu não sei… cem reais?

-Mãe! Eu sou sua filha! Intocada! Acha justo cem reais para meu primeiro cliente? Quanto vale minha virgindade?

(O pai, acorda)- Quinhentos reais!

A expressão estranha do pai provoca um arrepio na Sofia.

-Credo, pai! Que nojento!

-Mas essa é a realidade, meu anjo. Ser puta significa fazer sexo com qualquer homem, inclusive seu pai. E agora?

-Papai pode ficar na fila. Eu quero escolher o meu primeiro cliente.

(A mãe, incrédula)-Ah, é? E quem vai ser?

Sofia pensou nos possíveis candidatos. Amigos, vizinhos, colegas de classe, professores. Ela entregaria sua virgindade. Tem que ser um homem especial. Então ela decidiu.

Jack Black estava saindo da casa dos Red, onde constantemente sua presença era solicitada pelas mulheres da família.
O telefone toca. O número indica “família Smith”. Não é um número de seus contatos.
Apesar da desconfiança, ele estava curioso e intrigado. Depois de uma ligação truncada, com três pessoas, tudo ficou esclarecido.

Dizem os boatos que Sofia gostou tanto que a mãe resolveu experimentar.
Apenas mais um dia normal em Yffiburg.

Idéias, sugestões e críticas? Eu estou ouvindo. Ou lendo. Você entendeu.

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