Pouco mais de uma semana depois de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comparar professores a traficantes durante evento de armamentistas na Esplanada dos Ministérios, em São Paulo, o governo Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) divulgou uma portaria que dá início ao processo de perseguição ao que a ultradireita fascista classifica como "professores doutrinadores".
Divulgada na última sexta-feira (31) no Diário Oficial, a portaria determina que diretores das escolas estaduais assistam ao menos duas aulas de cada professor por semana e produzam um relatório para ser enviado à diretoria regional de ensino, que reportará ao governo do Estado as "práticas pedagógicas".
A Secretaria de Educação de São Paulo é comandada por Renato Federer, que chegou a ser cotado para substituir Abraham Weintraub no Ministério da Educação do governo Bolsonaro.
Ex-secretário de Ratinho Jr. no Paraná, onde colocou fim às aulas de sociologia, filosofia e artes, Feder é sócio da empresa de tecnologia Multilaser e já foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo e do Rio de Janeiro por sonegação de R$ 22 milhões em impostos.
Nesta semana, Feder e Tarcísio revelaram que a partir de 2024 a rede paulista terá apenas conteúdo didático digital e não mais livro impresso, isso a partir do 6º ano do fundamental. Após repercussão negativa, o secretário disse que poderá "imprimir o material digital" a pedido dos alunos.
Outro passo para a doutrinação nas escolas paulistas anunciado pelo governo Tarcísio foi a decisão de não participar do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), por meio do qual os livros didáticos são comprados com verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDC) do Ministério da Educação (MEC).
Ao jornal Folha de S. Paulo, a Secretaria de Educação de São Paulo, representada por Renato Feder, irá produzir conteúdo próprio para "manter coerência pedagógica".
Na portaria que institui a perseguição a professores, o governo Tarcísio anunciou que vai distribuir uma ficha que os diretores deverão preencher com "pontos positivos", "pontos de melhoria" e "combinados e próximos passos" de cada aula assistida.
O documento determina que a "quantidade de observações em sala de aula, seguidas de relatório, devem ser de ao menos duas por semana". Além disso, os diretores devem "cobrir o maior número de professores possível ao longo do bimestre letivo".
Fonte: https://revistaforum.com.br/politica/2023/8/2/tarcisio-inicia-perseguio-professores-diretores-tero-que-assistir-aulas-enviar-relatorios-141523.html
3 comentários:
E 90% dos professores que conhheço, merecem essa perseguição. Esquerdistas de merda, postulantes de que todo trabalho é exploração, sempre usaram da liberdade dada em sala de aula para escolherem seus currículos e didáticas, sempre usaram a liberdade de cátedra para não fazerem nada, para não darem o mínimo do conteúdo necessário, usaram desse, digamos, assim, voto de confiança, para transformar suas salas de aula em celeiros de semianalfabetos doutrinados na nefanda ideologia esquerdista. E, do abuso, claro, tem que advir a repressão. Eu não a mereço, lhe garanto. Sempre cumpri à risca meu conteúdo, o que, nessa sociedade de analfabetos, muita energia física e psíquica me custou. Eu e alguns outros poucos não merecemos, mas a maioria, sim.
Torço para que escolas cívico-militares sejam cada vez mais implementadas por aqui em SP, serei o primeiro a candidatar-me a uma cadeira nelas.
O que Tarcísio está fazendo (não votei nele, anulei meu voto) é certo? Pode ser que não, mas é necessário. E urgente.
Mas, não se exaspere, nada voltará ao lugar devido, nenhuma disciplina virá disso. A prática disso é inviável. No começo, algumas aulas serão assistidas, mas depois... Nem diretores nem coordenadores nem supervisores têm tempo ou querem ter o trabalho de vigiar nada. Tudo ficará por isso mesmo.
Como eu sei?
Simples? 26 anos de resoluções não levadas adiante.
Evidente que eu discordo, senão não haveriam indivíduos de mentalidade tacanha, militarista e de direita. Mas o Azarão tem seu direito de ser reacionário.
Mas dá para escrever uma tese partindo desse trecho de seu comentário:
"postulantes de que todo trabalho é exploração".
Qual a sua postulação? Que trabalho não é exploração? Pergunta a ser respondida.
Postar um comentário