A decisão da câmara disciplinar do Conselho Regional de Medicina, datada de 16 de janeiro, estabelece uma sanção de seis meses de suspensão, sendo cinco meses com suspensão condicional, que entrará em vigor em março. O médico ainda pode recorrer da decisão.
Em agosto de 2023, a paciente, que estava em um processo de transição há três anos, procurou o consultório do ginecologista após marcar uma consulta online, relatando dores no peito. O médico então se recusou a atendê-la.
No dia seguinte, o companheiro da paciente deixou um comentário negativo na página do Google do médico, que respondeu dizendo que atendia "mulheres de verdade" e que não tinha "competência" para atender "homens, mesmo que se barbeiem e venham dizer à minha secretária que se tornaram mulheres". "Vocês têm serviços especializados e muito competentes para atender homens como vocês. Agradeço por informar às pessoas trans de não virem jamais me consultar", disse o ginecologista.
Associações de luta contra a discriminação expressaram indignação com a resposta, o que levou o médico a se desculpar com a comunidade, "ofendida por palavras que eu provavelmente não deveria ter dito".
Discriminação
O Conselho Regional de Medicina, entretanto, sancionou o médico, lembrando que, de acordo com o Código de Saúde Pública, "nenhuma pessoa pode ser alvo de discriminação no acesso à prevenção ou aos cuidados de saúde", e considerou que suas palavras não eram "simples falhas", mas apresentavam "um caráter discriminatório em relação às pessoas em transição de gênero".
Uma investigação criminal foi aberta após o registro de duas queixas pelas associações francesas SOS Homofobia e SOS Transfobia, e foi concluída, conforme informou nesta quinta-feira o Ministério Público de Pau, que agora deve "decidir sobre as possíveis consequências penais" para o médico.
Para Edouard Martial, advogado da paciente que teve atendimento recusado, a sanção "corresponde exatamente ao que esperávamos, nem mais, nem menos. Nós pedimos uma sanção, e sua importância é irrelevante, desde que seja reconhecido que ele cometeu uma infração disciplinar", afirmou o advogado.
Fonte: https://www.rfi.fr/br/fran%C3%A7a/20250130-ginecologista-%C3%A9-sancionado-na-fran%C3%A7a-por-se-recusar-a-atender-paciente-trans
Nota: eu tenho que consultar o doutor House. Ou saber a opinião do Azarão. O ginecologista trabalha em Pau. Recusou atender uma mulher trans. Piada ou notícia do Sensacionalista? No lugar dele, eu correria o risco de ser denunciado por assédio sexual. 🤭😏
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