sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Prego na cabeça

Os povos pré-históricos na Espanha cortavam as cabeças dos mortos e cravaram pregos gigantes nos seus crânios por diferentes razões. Os motivos mais prováveis, segundo uma equipe de pesquisadores de Barcelona, eram de que esses grupos ancestrais faziam isso para celebrar antepassados e para intimidar seus inimigos.

Em um novo estudo, cientistas examinaram sete crânios decepados de dois sítios arqueológicos na costa sudeste da Península Ibérica. O objetivo é identificar a origem das pessoas decapitadas.

“Nossa premissa ao abordar o estudo foi que se fossem troféus de guerra não viriam dos locais analisados, enquanto se fossem indivíduos venerados, provavelmente seriam locais”, disse Rubén de la Fuente-Seoane, arqueólogo da Universidade Autônoma de Barcelona e primeiro autor do estudo, em comunicado.

Na pesquisa, publicada no Journal of Archeological Science: Reports, o grupo usou um método chamado análise de isótopos de estrôncio. A técnica permitiu identificar quais das sete pessoas eram locais e quais indivíduos vinham de outros lugares.

Esse processo ajuda a revelar a origem dos sujeitos porque o elemento estrôncio penetra nos ossos e dentes durante o crescimento e desenvolvimento. A partir da análise do material, é possível ver a geografia da dieta de uma pessoa.

Após esse exame dos fósseis, os pesquisadores descobriram que três em cada quatro cabeças decepadas no sítio de Puig Castellar vieram de pessoas não locais. Enquanto isso, apenas um dos três crânios no sítio Ullastret veio de uma pessoa não local.

Os dois locais, separados por cerca de cem quilômetros, já abrigam cidades antigas. Os povos abandoaram essas áreas logo após a Segunda Guerra Púnica e a chegada dos romanos por volta do final do século III a.C.

“Este resultado sugere que a prática das cabeças decepadas foi aplicada de forma diferente em cada local”, disse de la Fuente-Seoane. “A seleção de indivíduos para o ritual das cabeças decepadas foi mais complexa do que se pensava inicialmente”.

A equipe também examinou os locais onde os crânios estavam. Em Puig Castellar, todas as cabeças de não locais foram encontradas em muros externos ou perto deles, o que sugere que foram pregados para pessoas verem. Isso pode significar que o seu objetivo era demonstrar poder sobre os grupos de fora da comunidade.

Em Ullastret, por outro lado, os pesquisadores encontraram os crânios locais em residências. Isso sugere que os membros do grupo colocaram em exposição essas partes de cadáver dentro ou fora das casas para homenagear pessoas importantes do povo, segundo propõem os pesquisadores.

As descobertas estão alinhadas com os relatos históricos dos gregos e romanos. Autores antigos desses povos escreveram que os gauleses do sul da França deceparam as cabeças dos inimigos e os mercenários ibéricos carregavam as cabeças inimigas empaladas nas suas lanças.

Porém, os cientistas alertam que essa pesquisa não é a palavra final sobre o ritual da cabeça pregada. Embora a tradição pareça ter sido praticada de diferentes maneiras nos sítios ibéricos da Idade do Ferro, são necessárias mais pesquisas para ter certeza, explica de la Fuente-Seoane.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/25/ciencia-e-espaco/ritual-da-cabeca-pregada-pratica-da-idade-do-ferro-era-mais-complexa-do-que-se-pensava/

Todo escritor é um médium


O sol batia fraco na minha cara, um sol pálido que mal conseguia furar a névoa alcoólica ainda pairando sobre meu cérebro. Meus dedos estavam dormentes, cravados em uma pilha de papéis amassados, rabiscados com uma caligrafia frenética, ilegível em sua maioria. Escrita automática. Isso era o que eu chamava, para tentar dar algum sentido àquela bagunça. Uma bagunça que, no fundo, eu suspeitava ser mais real do que a própria realidade.

Uma voz, baixa e rouca como pedras rolando em um rio seco, me chamou. Não ouvi com os ouvidos, mas senti a vibração em meu peito, uma pressão no nariz, como se algo estivesse tentando forçar passagem. Abri os olhos lentamente, a visão embaçada se clareando aos poucos. E então eu a vi.

Riley.

Uma hiena antropomórfica. Não era o tipo de hiena magra e faminta dos desenhos animados. Riley era atlética, com músculos definidos, coxas grossas que prometiam uma força devastadora e seios médios, desafiando qualquer expectativa de gênero. Gênero, aliás, era um conceito que parecia tão fluído em sua presença quanto o uísque que eu tinha engolido na noite anterior. Intersexual, pansexual. A camiseta com a Lola Bunny, um pouco desbotada, e a bermuda jeans, minúscula demais para o corpo espetacular, só conseguiam realçar sua beleza selvagem.

Esfreguei os olhos. Delirium tremens? Alucinação por excesso de alguma substância desconhecida? Eu tinha bebido, comido, cheirado e provavelmente injetado coisas suficientes na noite passada para povoar um museu da loucura.

Mas Riley estava ali, sólida, real demais para ser mera invenção de um cérebro intoxicado. Ela sentou na beira da cama, as pernas longas e musculosas cruzadas com uma desenvoltura felina.

“Acho que você entendeu a mensagem,” disse ela, a voz ainda carregada de um timbre rouco, mas agora com um tom de divertida superioridade. "A linha entre realidade e ficção… bem, ela é bem mais tênue do que você imagina.”

Ela explicou. Explicou a relação inextricavelmente complexa entre escritor e personagem, a forma como eu havia me tornado um canal para sua voz, uma porta para seu mundo. Falou da frustração, da raiva que sentia por anos, presa em papéis limitados dos estúdios de animação, sempre reduzida a estereótipos bidimensionais de vilã. A indignação ao ser enfiada em caixas de gênero pré-fabricadas, enjaulada em papéis que não refletiam a sua complexidade.

“E então,” ela continuou, um brilho travesso em seus olhos castanhos, “eu te achei. Você, com sua loucura gloriosa e sua liberdade sem limites. O lugar perfeito para me expressar, sem filtros, sem restrições, sem… censura.”

Ela se aproximou, se colocando sobre mim, uma mistura de dominadora e brincalhona. Seus dedos longos e ágeis deslizaram pelo meu corpo, uma carícia que me arrepiou da cabeça aos pés.

“De qual parte você gosta mais?” ela perguntou, a voz um sussurro contra minha orelha. “Da masculina? Da feminina?”

Agarrei-a com força, sentindo a firmeza de seus músculos sob a fina tela da camiseta. “De você inteira,” eu sussurrei de volta, a voz rouca pela emoção, pela bebida, pela pura, inebriante realidade de ter uma hiena antropomórfica, pansexual e intersexual sobre mim. E naquele momento, a linha entre realidade e ficção se desfez completamente, deixando apenas o calor, o desejo, e a loucura deliciosa de um amor além das convenções, além das páginas, além da própria realidade.

Criado com Toolbaz.
Arte gerada por IA.
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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

A metamorfose

Por Fernando Castilho.

Em 7 de setembro de 2021, Bolsonaro fez um discurso tão inflamado que parecia ter engolido um raio. Não poupou xingamentos ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, chamando-o de canalha e jurando que não respeitaria mais nenhuma decisão do tribunal. A turba, em êxtase, gritava “Mito!” como se estivessem em uma reunião de fãs de um astro do rock, e não em uma falcatrua política. Porém, no dia seguinte, seus fiéis seguidores, como sempre, engoliram a cartinha humilhante do capitão pedindo desculpas ao ministro, sem nem dar uma reclamação.

Há dois anos, os seguidores do capitão estavam com planos para destruir a democracia, como se fosse um projeto de vida. E agora, vejam só, ele está aí, defendendo a democracia como se fosse um paladino da liberdade.

Há um ano, os bolsonaristas queriam censura, aquele gostinho amargo da ditadura. Mas agora, quem diria, a liberdade de expressão virou “absoluta”. Eles até compraram a ideia, de um dia para o outro.

Meses atrás, os bolsonaristas estavam com a garganta entalada de tanto gritar que direitos humanos eram para “humanos direitos” – mas, claro, isso era só para quem fosse alinhado com o regime. Agora, olha que reviravolta: pedem direitos humanos para golpistas! Será que acharam que o conceito de “direitos” era tão elástico quanto suas crenças?

Sempre chamaram Lula de “ladrão” sem provas, como se o gritar fosse uma prova legítima de qualquer coisa. E agora, com a cara de pau que só os verdadeiros heróis da moralidade sabem ter, aceitam de boa que seu querido Jair tenha admitido que roubou e vendeu as joias sauditas. Ah, a coerência…

Eles sempre exaltaram o torturador Ustra, e Bolsonaro não economizou elogios, até se mostrando a favor da tortura. Agora, claro, a mudança de discurso: denunciam a “tortura” que Mauro Cid teria sofrido nas mãos de Alexandre de Moraes. O que dizer sobre isso? Ironia? Ou apenas uma comédia trágica?

Bolsonaristas sempre defenderam a ditadura, aquela “coisa” boa e velha. Mas, na semana passada, Carluxo – com cara de quem tinha saído de uma novela – denunciou que estamos vivendo numa ditadura. Agora, a oposição à ditadura virou um grito coletivo. Como se já não tivesse dado para perceber a incoerência.

E o melhor de todos: os bolsonaristas que antes acusaram os golpistas do 8 de janeiro de serem petistas infiltrados, agora pedem anistia para eles. Não falta mais nada, né? Bem-vindos ao circo, onde tudo é possível!

A luta contra a corrupção sempre foi um mantra. E Bolsonaro? Ah, ele nunca teve nada a ver com corrupção. Mas, agora, eles não se importam nem um pouco com a revogação da Lei da Ficha Limpa, proposta pelo “mito” para se salvar de suas próprias falcatruas. Que beleza de moral, não?

E o patriotismo? Antes, era só peito estufado e palavras de ordem. Agora, estão tão ansiosos para que Donald Trump imponha sanções ao Brasil, que nem disfarçam mais. Inclusive, o senador Marcos do Val, em uma live com a sinceridade de quem pediu a conta, exigiu até que os EUA invadissem o Brasil. Um patriota, sem dúvidas.

Por fim, ao contrário de Gregor Samsa, o personagem de A Metamorfose de Franz Kafka, que se transformou em barata, os bolsonaristas não tiveram esse trabalho todo. Afinal, as baratas sempre foram sua própria essência.

Fonte: https://jornalggn.com.br/cidadania/a-metamorfose-por-fernando-castilho/

Quem achou quem?


A fumaça do meu charuto barato pairava no ar, turvando a já nebulosa visão da minha escrivaninha entulhada. Mais um dia sem inspiração, mais um copo de uísque quase vazio. A deadline se aproximava como um predador faminto, e eu, escritor frustrado e alcoolizado, estava pronto para ser devorado. Preciso de uma nova personagem, algo visceral, algo… diferente. A tela do meu computador piscava, um eco da minha própria agonia criativa.

Foi então que a vi. Não literalmente, é claro. Ela surgiu da névoa do meu cérebro embriagado, uma explosão de laranja e músculos. Riley. Uma hiena antropomórfica, absurdamente alta, com uma musculatura que faria um levantador de peso profissional chorar. Cabelos encaracolados, a cor de um pôr do sol ardente, emolduravam um rosto que transpirava confiança – e uma pitada de deboche. Só que não era só isso. Riley era… complexa.

Ela era intersexual. A própria personificação da ambiguidade. A estrutura corporal, ombros largos, peitoral definido, a gritavam macho. Mas a curva dos quadris, os seios firmes sob a pele bronzeada e as coxas poderosas, a entregavam como fêmea. Uma mistura explosiva e desafiadora da natureza, um organismo que batia de frente com as categorias binárias tão convenientes para a sociedade.

E, para completar o quebra-cabeça, Riley se identificava como gênero fluido e pansexual. Sua sexualidade era uma tela em branco, um caleidoscópio de desejos e experiências livres de rótulos e expectativas. Essa liberdade, essa ausência de filtros, foi o que me cativou imediatamente.

A interação começou de forma desconcertante, como um diálogo interior – e, talvez, um pouco delirante. Eu a observava, escrevendo compulsivamente enquanto ela se movia na minha mente, a fumaça do charuto parecendo se transformar em imagens nítidas e vibrantes. A cada frase, a cada cena que eu descrevia, ela ganhava mais vida da minha própria imaginação.

Primeiro, foram descrições físicas: a textura áspera de sua pele, o brilho intenso de seus olhos âmbar, a força bruta que emanava de cada movimento. Então, surgiram seus pensamentos, seus desejos, suas frustrações. Riley não era uma personagem passiva. Ela me respondia. Ela contestava minhas escolhas narrativas, me interrompia com comentários sarcásticos e até me dava ordens.

“Escreve com mais paixão, seu verme!”, ela bramia em minha mente, a voz rouca e profunda, contrastando com a sutileza e a sensualidade que ela exibia em outros momentos.

Nós discutíamos a trama. Eu imaginava um romance clichê, ela propunha um apocalipse zumbi com muita ação e sexo. Eu queria explorá-la como uma anti-heroína que busca redenção; ela preferia ser uma força da natureza indomável, sem arrependimentos e sem julgamentos.

Às vezes, nossa interação se transformava em cenas de pura transgressão. Ela me descrevia suas experiências íntimas com detalhes cruéis e apaixonados, sem filtro, sem restrição, exatamente como ela havia pedido. Eu, por minha vez, não me sentia julgado, mas sim desafiado a ir além das fronteiras da normalidade, a explorar a sensualidade em sua forma mais autêntica e selvagem.

O processo criativo se tornou uma dança perigosa. Uma batalha entre a minha visão estereotipada de narrativa e a força implacável da personalidade de Riley. Eu ia ao meu limite psicológico e físico, perdendo horas de sono lutando contra a vontade dela. Ao mesmo tempo, me encontrava maravilhado com a autenticidade que ela trazia.

A linha entre realidade e ficção tornou-se cada vez mais tênue. O uísque fluía livremente, e as noites se transformavam em frenéticas sessões de escrita onde a realidade e a ficção em minhas obras se confundiam. Riley se tornou mais do que uma personagem; ela se tornou parte de mim, uma extensão da minha própria criatividade desregrada.

E isso, eu deduzo agora, é o preço da inspiração genuína. A entrega completa à complexidade de uma personagem, mesmo se essa complexidade significar mergulhar fundo em um território incerto e profundamente pessoal. Riley me ensinou que a verdadeira escrita não é apenas sobre criar histórias, mas também sobre se confrontar com as suas próprias verdades, com todas as suas sombras e todas as suas luzes. E, no final das contas, isso foi o que salvou a minha história, e talvez, a minha sanidade.

Criado com Toolbaz.
Arte gerada por IA.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

A lucidez de Lúcio

Era uma vez, em um reino distante chamado Arcolândia, onde as nuvens eram feitas de algodão doce e os rios corriam com suco de frutas, um dragão chamado Lúcio. Lúcio não era um dragão qualquer. Enquanto os outros dragões eram conhecidos por suas escamas reluzentes em tons de verde, vermelho ou dourado, Lúcio exibia um esplendor singular: suas escamas brilhavam em todas as cores do arco-íris, mudando de tom a cada movimento que fazia. Isso não era apenas impressionante; era também uma grande preocupação para os habitantes do reino.

No reino de Arcolândia, havia um padrão bem definido de gêneros. Os príncipes eram valentes e destemidos, enquanto as princesas eram delicadas e graciosas. Lúcio, por outro lado, não se encaixava em nenhum desses padrões. Com seu jeito flamboyant e suas escamas multicoloridas, ele frequentemente se perguntava por que o mundo insistia em dividir tudo em duas cores: azul e rosa.

Certa tarde, enquanto voava sobre as florestas de algodão doce, Lúcio decidiu que já estava na hora de desabafar. Ele pousou em um campo de flores dançantes, onde encontrou sua amiga Cíntia, uma jovem fada com cabelos de pétalas de rosa e um sorriso que iluminava todo o campo.

“Cíntia!” chamou Lúcio, sua voz soando como um eco alegre. “Você não acha que o mundo é um pouco... chato? Sempre me dizem que sou um dragão ‘diferente’ e que preciso escolher um lado. Azul ou rosa, macho ou fêmea. E eu só quero ser Lúcio, o dragão arco-íris!”

Cíntia sorriu, suas asas cintilando sob a luz do sol. “Ah, Lúcio! Você é maravilhoso do jeito que é. Mas por que você se preocupa tanto com isso? As pessoas sempre precisam de rótulos. Para elas, é mais fácil entender o mundo assim. Mas a verdade é que cada um brilha à sua própria maneira.”

“Eu sei!” Lúcio exclamou, seus olhos brilhando de indignação. “Mas a última vez que tentei explicar isso, acabei sendo chamado de ‘aquele dragão que não sabe se é dragão ou dragonesa’! Eu até brinquei e disse que ‘talvez eu fosse um dragão queer’, mas isso só resultou em um novo rótulo! E quem inventou essa palavra, afinal?”

“Bem,” Cíntia começou, segurando um riso. “Talvez as pessoas só estejam tentando encontrar uma palavra que abranja todos os matizes que você representa. Você é um ser único e belo, Lúcio! E essa é uma razão para celebrá-lo.”

“Certo, mas e os outros que não se encaixam? Já conheci criaturas intersexuais e transgêneros que sofrem tanto! Ninguém parece entender que gênero não é uma camisa que você veste, mas uma dança que você cria! Às vezes, sinto que somos todos personagens de uma peça teatral mal escrita, onde as diretrizes de gênero vêm em um roteiro muito rígido.”

Cíntia assentiu, compreendendo a dor e a frustração de seu amigo. “Eu sei que é difícil, mas há aqueles que aceitam você, assim como eu. O importante é que você continue a brilhar, mesmo que não se encaixe nos padrões da sociedade.”

“Você tem razão, minha amiga!” Lúcio disse, sua confiança começando a retornar. “E se eu fizesse algo especial? Se eu organizasse uma grande festa em Arcolândia, uma celebração da diversidade? Poderíamos convidar todos, independentemente de como se identificam. Afinal, se há algo que eu aprendi é que, mesmo com todas as diferenças, podemos nos unir e dançar como nunca!”

E assim, Lúcio começou a planejar a maior festa que Arcolândia já havia visto. Ele convidou todos os seres do reino: dragões, fadas, duendes, unicórnios e até mesmo as nuvens de algodão doce. A cada convite enviado, Lúcio falava sobre a importância de abraçar as diferenças e celebrar a singularidade de cada um.

No dia da festa, o campo de flores dançantes estava repleto de luzes coloridas, música alegre e risadas contagiosas. Os dragões dançavam, as fadas voavam em círculos, e até mesmo as nuvens de algodão doce se misturavam com a alegria do momento. Lúcio, em seu esplendor arco-íris, voava pelo céu, espalhando magia e amor.

Durante a festa, Lúcio subiu em um palco feito de flores e, com um sorriso largo, disse: “Queridos amigos, hoje celebramos não apenas a beleza da diversidade, mas a alegria de sermos quem realmente somos! Que possamos sempre lembrar que não importa como nos identificamos, o que realmente importa é o amor e a aceitação que compartilhamos uns com os outros.”

A multidão aplaudiu com entusiasmo, e muitos começaram a compartilhar suas próprias histórias de luta e autoaceitação. Rindo e dançando, todos perceberam que, assim como Lúcio, eram únicos, especiais e dignos de amor.

E assim, em Arcolândia, a festa se tornou uma tradição, um símbolo da celebração da diversidade e da inclusão. Lúcio, o dragão arco-íris, voou alto e feliz, sabendo que seu coração estava sempre envolto pelo amor incondicional de seus amigos, independentemente de rótulos.

E desde então, o reino não foi mais visto como um lugar de padrões rígidos, mas como um espaço onde cada cor brilhava intensamente, como um belo arco-íris.

E todos viveram felizes para sempre, dançando ao som de suas próprias músicas e amando quem realmente eram.

Baseado no desenho Peepoodo.
Criado com Toolbaz.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Censura é blasfêmia


Uma página direcionada aos evanjegues publicou esta notícia:

Uma exposição de arte no México está sendo acusada de blasfêmia e sofrendo boicote por cristãos do país. Inaugurada no início de fevereiro, a exposição, chamada A Vinda do Senhor (La Venida del Señor, no original), de Fabian Chairez, mistura arte sacra com erotismo.

Grupos católicos foram até a Universidade Nacional Autônoma do México, onde acontece a exposição, para protestar contra ela. O pintor Fabian debochou das manifestações, dizendo que elas contribuem para a experiência das pinturas.

– As manifestações que vi em vídeos e nas redes sociais me parecem fantásticas e bonitas. Acho ótimo fazer uma ação de protesto como essa. Até mesmo as pessoas que rezam contribuem para a experiência das pinturas e da galeria, ouvindo essas orações – disse Fabián ao El Universal, na última quarta-feira (19).

Ao portal UOL, o artista disse que adoraria trazer a exposição para o Brasil.

– Ainda não [tem previsão de chegar no Brasil], mas adoraria – disse.

Os quadros polêmicos apresentam figuras como anjos, freiras e sacerdotes tendo interações de cunho sexual. Em seu Instagram, Fabian fez um post dizendo que “a cristofobia não existe.

Nota: evidente que eu não vou indicar qual é a fonte. Isso é dito pelos mesmos que vociferam pela "liberdade de expressão". Os mesmos que não vê blasfêmia quando degradam as religiões de matriz africana.
Hipócritas.

Desfazendo estereótipos

Era uma vez, em um reino não tão distante, um jovem chamado Lúcio. Lúcio era um rapaz de cabelos cacheados, castanho-escuros, que caíam de maneira rebelde sobre a testa. Seus olhos verdes brilhavam como esmeraldas à luz do sol, e ele possuía uma beleza exótica que desafiava os estereótipos mais convencionais. Seu corpo era atlético, mas não musculoso, e Lúcio preferia usar roupas confortáveis e práticas, misturando estilos que iam do casual ao elegante, sem se preocupar com o que as outras pessoas pensavam.

No entanto, havia algo que incomodava profundamente Lúcio. A constante cobrança de que todos os gays deveriam se encaixar em um padrão. Desde a infância, ele ouvia as pessoas dizerem que todos os homossexuais eram afeminados e que odiavam mulheres. Lúcio sentia que essas afirmações eram tão absurdas quanto dizer que todos os dragões eram amigos das fadas. Em sua vida, conhecera homens que eram tão masculinos quanto o próprio rei do reino e mulheres que, em sua aparência, poderiam passar por guerreiros. Ele, por sua vez, sempre amou pessoas, independentemente de gênero, e nunca entendeu por que as pessoas insistiam em rotulá-lo.

Certa manhã, após mais uma conversa desagradável em uma festa de amigos, onde alguém o havia questionado sobre seu gosto musical e insinuado que ele deveria "tocar uma música de drag queen", Lúcio decidiu que era hora de expressar sua frustração. Reuniu seus amigos em um café encantador, chamado “O Ponto do Aconchego”, um lugar onde as risadas eram mais altas que os sussurros e a criatividade fluía como um bom vinho.

“Meus amigos,” começou Lúcio, erguendo uma xícara de chá de hibisco. “Estou cansado! Cansado de ser colocado em uma caixa, como se eu fosse um produto de prateleira. A ideia de que todos os gays são afeminados e que todos odeiam mulheres é uma besteira. E eu sou a prova viva disso.”

A mesa encheu-se de murmúrios de apoio, mas também de algumas risadas nervosas. Afinal, todos os seus amigos conheciam a tendência das pessoas em rotulá-lo. Lúcio prosseguiu:

“Por que a aparência define nossa identidade? Olhem ao nosso redor! Conheço muitas mulheres que têm uma estética mais masculina do que a minha, e não por isso deixaram de ser femininas. E quanto a mim, eu amo as mulheres. Tenho amigas incríveis que me inspiram e que, aliás, nem sempre são o que a sociedade espera delas.”

Uma de suas amigas, Clara, que tinha cabelo curto e usava uma jaqueta de couro, comentou: “E você, Lúcio, também tem seus crushes em homens e mulheres! O que tem de errado com isso?”

“Exatamente!” Lúcio exclamou, agora mais animado. “Acho que as pessoas precisam entender que não existem papéis fixos. Apenas pessoas amando pessoas. A vida não é uma peça de teatro onde temos que atuar um papel. É um palco aberto, e todos devem se sentir livres para serem quem são!”

Os amigos começaram a aplaudir, e Lúcio sentiu uma onda de felicidade. Mas ele ainda tinha mais a dizer.

“Na verdade, eu queria que as pessoas percebessem que somos todos feitos de camadas. Às vezes sou um pouco afeminado, às vezes um pouco masculino, e em alguns dias, sou só um cara que gosta de tomar sorvete no parque. E tudo bem! Não sou definido pela minha sexualidade, assim como uma mulher não é definida por sua aparência. Amor é amor, e ponto final!”

Um silêncio respeitoso tomou conta da mesa, enquanto todos refletiam sobre suas palavras. Então, surgiu uma ideia em Lúcio. Ele levantou-se, puxou uma folha de papel do bolso e começou a desenhar.

“Vou criar um manifesto, uma lista de coisas que quero que as pessoas saibam sobre nós, os que amam livremente, sem preconceitos! Vamos chamar de ‘O Manifesto dos Amores Livres’! Nela, vou colocar que não existem estereótipos, apenas possibilidades!”

Seus amigos, agora inspirados, começaram a adicionar sugestões. “Precisamos falar sobre como os relacionamentos não são um jogo de tabuleiro, onde você tem que seguir regras! Devemos celebrar a diversidade!” disse Clara.

“E que ser afeminado ou masculino não é uma questão de valoração, mas uma questão de expressão! Uma mulher pode ser forte sem perder sua feminilidade,” acrescentou Marco, um amigo que sempre foi um grande defensor da liberdade de expressão.

Lúcio olhou para a folha, agora repleta de ideias e frases inspiradoras, e sorriu. “Estamos criando algo incrível! Vamos espalhar isso pelo reino. Se as pessoas não podem ver além dos estereótipos, então vamos mostrar a elas que somos muito mais do que isso!”

E assim, Lúcio e seus amigos passaram as semanas seguintes criando cartazes, fazendo vídeos e organizando eventos onde a diversidade e a liberdade de expressão eram celebradas em grande estilo. E para a surpresa deles, o reino começou a mudar. As pessoas começaram a abrir suas mentes e seus corações, percebendo que todos merecem amar e ser amados, independentemente de como se parecem ou de quem escolhem amar.

E no final das contas, o que realmente importava era a liberdade de ser quem se é. Lúcio sorriu ao perceber que, assim como ele, muitas pessoas encontraram coragem para se libertar das amarras dos estereótipos, tornando-se não apenas quem realmente eram, mas também príncipes e princesas de suas próprias histórias.

E assim, o reino viveu mais feliz, livre dos papéis fixos, e Lúcio se tornou uma lenda não por sua aparência, mas por seu coração aberto e sua determinação em transformar o mundo à sua volta. E, como toda boa história de contos de fadas, a mensagem se espalhou e floresceu, criando um legado que permaneceria por gerações. Afinal, na grande tapeçaria da vida, o que realmente conta são as cores que escolhemos para tecer nossas histórias.

Baseado no desenho Peepoodo.
Criado com Toolbaz.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Um livro que assusta Trump


A atriz Julianne Moore escreveu que está "realmente triste" após descobrir que "Freckleface Strawberry", livro infantil de sua autoria, foi banido de escolas nos EUA. A medida do governo Trump visa a "revisão" da biblioteca de escolas administradas pelo Departamento de Defesa.

"'Freckleface Strawberry' é uma história semiautobiográfica sobre uma menina de sete anos que não gosta de suas sardas, mas eventualmente aprende a viver com elas quando percebe que é diferente 'como todo mundo'. É um livro que escrevi para meus filhos e para outras crianças para lembrá-los de que todos nós lutamos, mas somos unidos por nossa humanidade e nossa comunidade", escreveu a atriz.

"Não posso deixar de me perguntar o que é tão controverso sobre este livro ilustrado que fez com que ele fosse proibido pelo governo dos EUA. Estou realmente triste e nunca pensei que veria isso em um país onde a liberdade de expressão é um direito constitucional".
Segundo o jornal "The Guardian", um memorando emitido pelo Departamento de Defesa circulou nas escolas do Pentágono, onde estudam filhos de militares. Todo o acesso aos livros da biblioteca teria sido suspenso por uma semana enquanto as autoridades conduziram uma "revisão de conformidade".

De acordo com o memorando, seriam retiradas obras "potencialmente relacionadas à ideologia de gênero ou tópicos discriminatórios da ideologia da equidade". Um "pequeno número de itens" teria sido identificado e estava sendo mantido para "revisão posterior".

Não se sabe se a obra de Moore foi selecionada para revisão posterior ou para retirada. Para a atriz, a notícia é "particularmente chocante", porque é uma "orgulhosa graduada" da Frankfurt American High School, operada pelo Departamento de Defesa. Além disso, o pai da atriz é um veterano do Vietnã e passou sua carreira no exército dos EUA.

Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2025/02/18/livro-infantil-de-julianne-moore-e-banido-de-escolas-por-trump-me-pergunto-o-que-e-tao-controverso.ghtml

Nota: isso na chamada "Terra da Liberdade". Uma imagem só para lembrar da obsessão do Inominável.

A Revolta da Princesa

Era uma vez, em um reino não muito distante, uma jovem chamada Irina. Com longos cabelos castanho-escuros que brilhavam sob a luz do sol e olhos verdes como as folhas de uma floresta encantada, Irina não era uma princesa qualquer. Seu estilo de vestir misturava o moderno com o clássico, criando uma aura de originalidade e autenticidade que a tornava única. Vestia sempre roupas que a faziam sentir-se confortável, e não se deixava levar pelos padrões que a sociedade tentava impor. Com uma camisa oversized e uma calça de alfaiataria, ela caminhava pelas ruas de sua cidade, um sorriso confiante no rosto.

Mas a vida de Irina não era tão fácil quanto seu sorriso fazia parecer. O reino em que vivia era repleto de estereótipos, especialmente quando se tratava de amor. “Ah, você é lésbica? Então você deve ser mais masculina, certo? E odeia homens!”, diziam alguns dos cidadãos, como se houvesse um livro de regras que todos seguissem. E, embora houvesse um bom número de mulheres que se encaixavam nesses estereótipos, Irina estava farta de ser cobrada para se conformar.

Em uma tarde ensolarada, enquanto tomava um café em sua cafeteria favorita — “O Elixir do Amor”, uma pequena joia que servia os melhores cappuccinos do reino —, Irina decidiu que já era hora de se desabafar. A cafeteria estava decorada com quadros de casais famosos, todos com sorrisos largos e olhares apaixonados. Era o ambiente perfeito para um momento de reflexão. Ela pediu um café e, ao olhar pela janela, pensou nas vezes em que tinha sido rotulada.

“Porque essa ideia absurda de que todas as lésbicas precisam se encaixar em um molde?”, ela pensava. “Eu não sou masculina! Sou apenas eu, e eu amo quem eu amo! E não, não odeio homens. Conheço homens incríveis, assim como conheço mulheres maravilhosas.”

Com a caneca quente entre as mãos, Irina sentiu que estava pronta para expressar tudo o que a incomodava. Então, ela começou a escrever em um guardanapo:

“Querido mundo,

Estou cansada! Cansada de ser definida por rótulos que não me representam. A ideia de que todas as lésbicas têm que ser masculinas e que, por algum motivo, temos que odiar homens, é tão antiquada quanto uma história de conto de fadas onde o príncipe é sempre a solução.

Você sabia que eu conheço várias mulheres que amam homens e que são perfeitamente felizes com isso? E, sinceramente, a diversidade de amor que existe neste mundo é muito mais rica do que a caricatura que você tenta me impor! A beleza do amor não está em se encaixar em um molde, mas em ser livre para amar. Eu mesma já tive relacionamentos maravilhosos com homens. Isso me faz menos lésbica? Não, me faz mais humana.

Eu conheço homens que têm um jeito mais feminino do que muitos dos meus amigos. E isso é incrível! Eles quebram estereótipos e mostram que não precisamos viver em caixas apertadas. Assim como eu, que não sou uma princesa clássica, mas sou a heroína da minha própria história, com todas as nuances que isso implica.

Eu sou a Irina, a mulher que ama quem ama, sem se preocupar com o que você pensa. Eu me recuso a fossilizar meu amor em definições e rótulos. Afinal, existem pessoas, e essas pessoas se amam — independentemente de gênero, aparência ou qualquer outra coisa.

Então, da próxima vez que você sentir vontade de me colocar em uma caixa, lembre-se: eu não sou uma etiqueta! Sou um caleidoscópio de experiências, e minha vida é muito mais interessante do que qualquer padrão que você queira que eu siga.”

Assim que terminou de escrever, Irina sorriu para o guardanapo. Aquele desabafo era um passo em direção à liberdade que tanto almejava. Naquele momento, ela percebeu que, ao compartilhar suas experiências e sentimentos, poderia inspirar outros a fazer o mesmo.

Determinada, Irina decidiu que não ia guardar esse desabafo apenas para si. Com o guardanapo em mãos, foi até a mesa de um grupo de amigos que estavam conversando animadamente sobre relacionamentos. Com uma voz clara, começou a compartilhar suas ideias sobre a liberdade do amor e da identidade.

“A questão não é ser masculina ou feminina, mas sim ser autêntico. Precisamos quebrar essas ideias antiquadas que só nos limitam e nos fazem esquecer que o amor é vasto e belo em sua diversidade. O que importa é a conexão que sentimos, e isso não se mede por aparência, mas por afinidade”, disse ela, com paixão.

Os amigos ouviram atentamente, e logo começaram a contribuir com suas próprias histórias. Um deles, Ricardo, comentou: “Sabe, Irina, eu também já me senti preso a estereótipos. As pessoas muitas vezes esquecem que cada um de nós tem uma história única, e isso é o que realmente importa.”

E assim, naquela cafeteria iluminada, Irina começou uma pequena revolução de aceitação e amor, onde as risadas ecoavam entre as mesas, e a autenticidade era celebrada.

E assim, o reino aprendeu uma lição valiosa: não há um padrão fixo para o amor. Afinal, na grande tapeçaria da vida, cada um é um fio único que, entrelaçado, cria um quadro magnífico de diversidade e beleza.

E viveram todos felizes, sem estereótipos, sem rótulos, apenas pessoas amando pessoas, como deveria ser.

Baseado no desenho Peepoodo.
Criado com Toolbaz.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

O "trumpeço" da Pepsi

A PepsiCo é a mais recente empresa a reduzir seus programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI, na sigla em inglês), à medida que a iniciativa do presidente Donald Trump para eliminar o DEI se espalha no mundo corporativo dos Estados Unidos.

A empresa abandonará as metas de representação da força de trabalho, não terá mais um diretor de DEI dedicado e expandirá seu programa de diversidade de fornecedores para incluir todas as pequenas empresas, entre outras mudanças, de acordo com um memorando do CEO Ramon Laguarta.

O conteúdo do memorando, publicado nas redes sociais na quinta-feira pelo ativista anti-DEI Robby Starbuck, foi confirmado por um porta-voz da PepsiCo.

Empresas como Amazon.com e Walmart anunciaram mudanças em seus programas de DEI nos últimos meses, à medida que ativistas intensificaram a pressão contra iniciativas de diversidade. Essa tendência se acelerou sob Trump, cuja administração ameaçou iniciar investigações criminais contra empresas com programas de DEI considerados “ilegais”.

O governo dos EUA está cortando milhares de cargos à medida que reduz funcionários relacionados à DEI e pressiona os contratados do governo a fazer mudanças semelhantes.

Laguarta afirmou que a empresa tem refinado sua abordagem ao longo do último ano “para garantir que esteja alinhada com nossa estratégia de negócios de longo prazo, seja responsiva aos mercados locais e focada nos princípios que impulsionam um crescimento sustentável.”

Fonte: https://oglobo.globo.com/google/amp/economia/noticia/2025/02/20/pepsi-e-mais-uma-empresa-americana-a-reduzir-programas-de-diversidade.ghtml

O desabafo do príncipe

Era uma vez, em um reino não muito distante, um príncipe chamado Gustavo. Ele tinha um cabelo castanho bagunçado, olhos verdes que pareciam janelas para a sua alma inquieta e um corpo atlético, moldado pelos anos de treinamento em espada e arco. No entanto, por trás de sua aparência robusta, Gustavo escondia um coração cansado. A cada dia que passava, ele se sentia mais aprisionado pelas expectativas que a sociedade tinha para um príncipe.

Desde pequeno, Gustavo foi ensinado a ser forte, a não chorar, a não demonstrar fraqueza. O machismo e o patriarcado estavam enraizados nas paredes do castelo, como teias de aranha nos cantos mais escuros. O rei, seu pai, era um homem que exalava masculinidade tóxica, e Gustavo frequentemente ouvia frases como “Um príncipe nunca deve mostrar sentimentos” ou “Os homens não devem cozinhar”. A pressão para se encaixar nesse estereótipo era imensa, e a cada dia que se passava, Gustavo se sentia mais e mais sufocado.

Certa manhã ensolarada, enquanto caminhava pelos jardins do castelo, Gustavo decidiu que já era hora de desabafar. Ele se sentou em um banco de madeira sob uma árvore frondosa e, com um suspiro profundo, começou a falar consigo mesmo.

“Por que eu não posso ser diferente?”, disse ele em voz alta, como se o vento pudesse ouvir suas queixas. “Por que eu não posso ser sensível, gostar de dançar e até mesmo chorar quando assisto a um filme triste? A sociedade diz que eu sou um príncipe, mas a verdade é que me sinto mais como um prisioneiro.”

Ele lembrou-se das vezes em que tentou se abrir com seus amigos, apenas para ser interrompido por risadas e brincadeiras. “Ah, Gustavo! Você é o cara forte, o príncipe! Não pode ficar se lamentando! O que vão pensar de você?” E assim, ele aprendeu a guardar suas emoções para si, sufocando seus sentimentos sob uma máscara de bravura.

Mas havia algo que Gustavo adorava: a cozinha. Ele passava horas experimentando novas receitas, cortando legumes e misturando temperos. Era ali, entre panelas e aromas, que ele se sentia livre. Porém, em casa, sempre ouvia: “Príncipes não cozinham. Isso é coisa de donzelas!” Ele se perguntava por que o que ele amava não podia ser parte do que significava ser um príncipe.

Enquanto o sol se punha, pintando o céu de laranja e rosa, Gustavo decidiu que era hora de mudar as coisas. Ele se levantou e foi até a grande sala do castelo, onde seu pai e os nobres estavam reunidos. Com um olhar determinado, ele se dirigiu a todos.

“Escutem!” gritou Gustavo, fazendo todos pararem para prestar atenção. “Estou cansado dessa masculinidade tóxica que permeia nosso reino! Por que eu não posso ser quem eu realmente sou? Por que eu não posso cozinhar, chorar ou amar outros homens sem ser julgado? Chega de pressões e estereótipos! Eu quero um reino onde todos possam ser livres!”

O rei olhou para ele, confuso e um tanto surpreso. Os nobres se entreolharam, alguns com olhares de reprovação, outros com expressões de dúvida. Mas havia também um brilho nos olhos de algumas donzelas, que admiravam a coragem do príncipe.

Um dos nobres, Sir Thaddeus, que sempre havia sido um pouco mais aberto, levantou-se e disse: “Príncipe Gustavo, você fala de forma corajosa, mas como podemos mudar séculos de tradições?”

Gustavo sorriu. “Nós podemos começar pelo exemplo. Se eu puder ser autêntico, talvez outros homens se sintam livres para ser quem são também. Vamos realizar um grande banquete e eu serei o chef! Todos na corte devem experimentar a verdadeira cozinha do príncipe!”

O rei hesitou, mas ao ver a determinação no rosto do filho, concordou. E assim, o dia do banquete foi marcado. Todos os nobres e donzelas do reino foram convidados, e Gustavo passou dias se preparando.

Quando o grande dia chegou, o salão estava decorado com flores coloridas e luzes cintilantes. Gustavo entrou na cozinha, seu lugar sagrado, e começou a cozinhar. Ele preparou pratos com ingredientes frescos, misturando sabores e texturas, deixando seu coração falar através de cada receita.

O banquete foi um sucesso! Os nobres, inicialmente céticos, se viram deliciados com as criações do príncipe. Ao provarem seus pratos, muitos começaram a se abrir e compartilhar suas próprias histórias, seus próprios anseios e frustrações. A mesa, que antes era um campo de batalha de egos, tornou-se um espaço de diálogo e aceitação.

E assim, naquele reino, o príncipe Gustavo começou a desconstruir as barreiras do machismo e do patriarcado, um prato de cada vez. Ele descobriu que ser um homem não significava se prender a estereótipos, mas sim abraçar sua essência e inspirar outros a fazer o mesmo. O reino prosperou, não apenas em gastronomia, mas em compreensão e empatia.

E desde então, todos aprenderam que um príncipe pode ser forte e sensível, valente e gentil, e que, no fim das contas, o que realmente importa é ser verdadeiro consigo mesmo. E assim, Gustavo viveu feliz, não apenas como um príncipe, mas como um homem livre.

E se você perguntar ao reino hoje, eles dirão que o verdadeiro poder reside na autenticidade, e que a masculinidade é tão flexível quanto um macarrão al dente. E eles riram, felizes, enquanto saboreavam as delícias que Gustavo continuava a preparar.

Criado com Toolbaz.

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Canoa furada

Representantes da Associação das Escolas de Samba de Canoas (AESC) afirmam que o secretário de Cultura da cidade, Pinheiro Neto, disse em reunião que só liberaria local para os desfiles de carnaval se não houvesse "enredos sobre temas de religiões de matriz africana, negros e comunidade LGBTQIA+".

A determinação, segundo o vice-presidente da AESC, ocorreu durante reunião ainda em janeiro, dias após a posse do prefeito bolsonarista Airton Souza (PL).

A prefeitura de Canoas, por sua vez, soltou nota afirmando que "se colocou à disposição para apoiar a realização das festividades com a cedência do Parque Esportivo Eduardo Gomes" e que "preza pela liberdade, o que inclui a livre manifestação artística, cultural e religiosa no Carnaval" (Veja a nota completa abaixo).

O vice-presidente e diretor de Carnaval da AESC, Daniel Scott, afirmou que a reunião era inicialmente para tratar sobre o financiamento dos desfiles.

"Foi quando ele fez essa exigência, de que ia ficar muito difícil aceitar enredos que fossem relacionados a religiões afro, orixás, povo negro, movimento LGBTQIA+", disse Scott.

A entidade, por sua vez, seguiu buscando maneiras alternativas de financiar os desfiles após a reunião.

O secretário de Cultura da cidade deu entrevista na última terça-feira (18), afirmando que Canoas não terá desfiles de Carnaval em 2025.

Scott afirma que voltou a procurar a prefeitura para solicitar espaço para o desfile mesmo sem financiamento da prefeitura. Uma reunião entre AESC e Secretaria de Cultura foi marcada para sexta-feira (21) para tratar sobre o assunto.

A Federação Nacional das Escolas de Samba tratou o caso como "preconceito e intolerância religiosa" e se colocou à disposição para "formalizar uma denúncia no Ministério Público".

Nota da prefeitura de Canoas

"A Prefeitura de Canoas informa que, embora não seja possível destinar recursos públicos ao Carnaval em 2025, devido às necessidades urgentes de investimentos na área da Saúde, a Administração Municipal se colocou à disposição para apoiar a realização das festividades com a cedência do Parque Esportivo Eduardo Gomes. O prefeito Airton Souza ressalta ainda que a atual gestão da Prefeitura é comprometida em governar para todos os canoenses e preza pela liberdade, o que inclui a livre manifestação artística, cultural e religiosa no Carnaval."

Nota da Federação Nacional das Escolas de Samba

"Preconceito e intolerância religiosa com as escolas de samba de Canoas é um crime inaceitável.

A Federação Nacional das Escolas de Samba – FENASAMBA manifesta seu mais veemente repúdio à atitude do Secretário Municipal de Cultura e Turismo de Canoas, Pinheiro Neto, que em reunião com a Associação das Escolas de Samba de Canoas disse que a Prefeitura da cidade cederia o Parque Eduardo Gomes para a realização dos desfiles, em abril, sem recursos públicos, mas que as entidades carnavalescas não poderiam apresentar enredos sobre temas de religiões de matriz africana, negros e comunidade LGBTQIA+.

Tal atitude, além de revelar um inaceitável preconceito e intolerância religiosa, é crime, tipificado no artigo 208, do Código Penal Brasileiro – “estabelece que é crime “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.

A FENASAMBA se coloca à disposição da Associação das Escolas de Samba de Canoas para formalizar uma denúncia no Ministério Público contra essa atitude criminosa e preconceituosa do Secretário Municipal de Cultura e Turismo e do Prefeito da cidade.

O Carnaval, a maior manifestação cultural do povo brasileiro, é uma festa preta, de resistência, de preservação de nossa ancestralidade, democrática e inclusiva.

Não iremos permitir que atitudes como essas calem nossa voz e silenciem nossos tambores.

Brasília, 18 de fevereiro de 2025

Kaxitu Ricardo Campos - Presidente Federação Nacional das Escolas de Samba"

Fonte: https://revistaforum.com.br/politica/2025/2/20/canoas-no-aceita-desfile-com-referncias-religies-de-matriz-africana-lgbtqia-174482.html

Uma Aventura Transversal

Era uma vez, em um reino não tão distante chamado Cidade dos Aventureiros, um grupo de amigos que se reunia toda quinta-feira para jogar jogos de tabuleiro e discutir as desventuras da vida. Entre eles estavam Pedro, o eterno otimista com cabelo desgrenhado que parecia ter sido arrumado por um furacão; Mariana, uma artista com uma pilha de anéis e pulseiras que pareciam ter vida própria; Lúcio, o nerd do grupo, que sempre usava camisetas de super-heróis e tinha um conhecimento enciclopédico sobre tudo; e Clara, uma mulher com um sorriso contagiante e cabelos roxos, que era a alma do grupo.

Certa noite, enquanto tentavam desvendar um mistério de quem tinha comido todas as batatinhas, Clara se levantou e disse: “Pessoal, preciso contar uma coisa! Estou passando por uma transição de gênero!” O silêncio na sala foi tão profundo que até as batatinhas pareceram parar de crocitar.

Pedro, com seu otimismo característico, foi o primeiro a quebrar o gelo: “Uau, Clara! Que legal! Você vai se tornar uma super-heroína agora, como a Batgirl?” Mariana o cutucou, e ele continuou: “Desculpa, foi a emoção!”

Lúcio, sempre o mais nerd do grupo, ajustou os óculos e declarou: “A transição de gênero é como a metamorfose de uma borboleta. Uma nova identidade, um novo eu. Mas, tipo, o que você precisa da gente?” Ele tinha um jeito peculiar de unir os conceitos.

Mariana, por sua vez, foi mais direta: “Clara, você sabe que estamos aqui por você, certo? Vamos fazer isso juntos!”

Clara sorriu. “Sim, e só para esclarecer, estou começando a usar pronomes femininos e me chamando de Clara. Espero que vocês consigam me acompanhar nessa jornada.”

E assim, a jornada começou. O grupo decidiu que, para apoiar Clara, precisavam entender melhor o que significava ser transgênero. Cada um ficou responsável por pesquisar e aprender sobre diferentes aspectos da identidade de gênero.

Pedro decidiu que o melhor jeito de aprender era por meio de documentários e filmes. Mas, em vez de algo educativo, ele começou a maratonar comédias românticas onde o tema era mais sobre amor do que sobre identidade. “Acho que o amor é o que realmente importa, né?”, disse ele, com um olhar sonhador. Mariana não pôde deixar de rir: “Pedro, não estamos falando de encontrar um par romântico, mas de entender a vida da Clara!”

Mariana, por sua vez, decidiu que a arte poderia ser um veículo poderoso de aprendizado. Ela começou a fazer cartazes que celebravam a diversidade e, claro, ilustrava Clara como a rainha da Cidade dos Aventureiros. “Olha, você é a estrela desse reino agora!”, exclamou, segurando um cartaz colorido que retratava Clara em um vestido esvoaçante e uma coroa brilhante.

Lúcio, por outro lado, mergulhou na leitura de livros e artigos sobre identidade de gênero. No entanto, seus resumos eram mais confusos do que úteis. “Então, se eu entendi corretamente, você pode ser uma mulher e ainda assim gostar de usar camisetas de super-heróis, certo?”, ele perguntou em uma reunião. Clara sorriu, “Exatamente, Lúcio! Você captou a essência!”

As semanas passaram, e o grupo se aproximou ainda mais. Eles começaram a organizar encontros para discutir como poderiam ser aliados de verdade. Clara ficou emocionada com o apoio, mas também divertida com as tentativas hilárias de seus amigos de se adaptarem.

Certa noite, durante um jogo de tabuleiro, Pedro decidiu que era hora de levar o apoio a um novo nível. “Galera, vamos fazer uma festa de 'transição' para a Clara! Como um baile, mas mais divertido e com menos formalidade. Com danças, jogos e, claro, muito sorvete!” Todos concordaram, e logo a ideia ganhou forma.

Mariana se encarregou das decorações e criou um tema de arco-íris, enquanto Lúcio se ocupou de planejar os jogos. Pedro ficou responsável pela comida, que incluía um sorvete de tutti-frutti que, segundo ele, representava todos os sabores da vida.

O grande dia chegou, e a festa estava linda. Amigos de Clara, familiares e até alguns desconhecidos se uniram para celebrar sua jornada. Clara estava radiante, usando um vestido colorido e um sorriso que iluminava a sala. Quando chegou a hora de dançar, todos se reuniram em um círculo, fazendo uma dança improvisada que misturava passos de dança contemporânea com movimentos que poderiam ser facilmente confundidos com uma tentativa de imitar animais.

Enquanto a música tocava, Clara olhou ao redor e se sentiu grata. Ela percebeu que o amor e o apoio de seus amigos eram as verdadeiras joias daquela noite. Em um momento de inspiração, levantou o copo de sorvete e brindou: “A amizade é a verdadeira magia que nos une!”

Todos brindaram juntos, e a noite se transformou em uma celebração de amizade, amor e aceitação. Entre risadas e passos de dança desajeitados, o grupo de amigos se fortaleceu, provando que a verdadeira essência da vida está nas conexões que fazemos.

E assim, em um reino onde a diversidade era celebrada e a amizade imperava, a jornada de Clara se tornou uma linda fábula que todos iriam recordar. Afinal, o que seria da vida sem um pouco de humor, amor e sorvete de tutti-frutti? E a resposta a essa pergunta era: nada.

Criado com Toolbaz.
Baseado no desenho Peepoodo.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Mais justo do que os filhos dos homens

Deus não é homem para que minta,
nem filho de homem
para que se arrependa.
Acaso ele fala e deixa de agir?
Acaso promete e deixa de cumprir?
Números 23:19.

SEJA ESTE dia 16 de fevereiro do ano de Nosso Senhor de 1654 que um certo SVEIN HARDIN de Malmö na Paróquia de Skåne testemunhou

ITEM a saber, que no dia 3 de junho do Ano da Graça de 1643, sendo aquele dia uma quinta-feira, enquanto ele coletava diversos cogumelos na floresta, ele encontrou na dita floresta um skögsrå, um homem da floresta que estava vestido todo de VERDE da cabeça aos pés e que

ITEM sendo ele mais justo que os filhos dos homens, ele teve relações carnais com o dito skögsrå e, além disso, permitiu que ele o conhecesse por ano, o que as leis de Deus e do homem proíbem claramente, e que ele o chamou de seu GREEN HANS e que este o chamou de seu querido rapaz e ainda que

ITEM por 10 anos depois disso ele se encontrou em cada lua cheia com o dito skögsrå e seus companheiros nas ditas florestas para dançar e fazer o sabá das bruxas e relações carnais com eles e que

ITEM disse que Skögsrå lhe ensinou todas as ervas e raízes e todos os tipos de LEECHCRAFT com os quais ele curou muitas e muitas vidas salvas ao longo destes dez anos ou assim ele afirma

e por esses crimes nós o CONDENAMOS, pois este não é um skögsrå, mas um demônio do inferno, com quem nenhum bem pode vir, por mais bela que pareça.

que no dia 23 de fevereiro deste Ano da Graça de 1654 por estes atos infernais ele, o supracitado SVEIN HARDIN de Malmö na supracitada paróquia será QUEIMADO em pleno testemunho público na Praça Malmö da supracitada paróquia

Ao qual nós, os abaixo assinados, assinamos e testemunhamos

e que Deus tenha misericórdia de sua alma

Fonte: https://witchesandpagans.com/pagan-culture-blogs/paganistan/fairer-than-the-sons-of-men.html

Amores que Florescem

Era uma vez, em um reino muito, muito próximo, onde o sol brilhava com um toque de glitter e as flores cantavam melodias alegres, dois jovens únicos que se destacavam entre a multidão. A primeira, Lúcia, uma jovem cisgênero com cabelo roxo e olhos azuis brilhantes, era conhecida por seu humor afiado e por fazer os melhores cupcakes da região. O segundo, Leo, um jovem transgênero com cabelo cacheado e uma beleza radiante, tinha uma paixão pela pintura e um sorriso que iluminava até os dias mais nublados.

Lúcia

Lúcia era a rainha das festas. Sempre que havia uma celebração, ela estava lá, com suas receitas de cupcakes e seu jeito cativante. Ela amava a ideia de se apaixonar, mas tinha medo de se abrir para o amor verdadeiro. "E se a pessoa não entender meu amor pela cobertura de chocolate?", pensava enquanto misturava farinha e açúcar em sua cozinha mágica.

Leo

Leo, por outro lado, passava horas na frente do espelho, ajustando a franja e praticando suas poses para o Instagram. Ele adorava arte e frequentemente organizava exposições em sua galeria improvisada no porão de casa. Seu coração batia mais forte quando pensava em amor, mas ele temia que as pessoas não o aceitassem como era. "E se a pessoa não gostar de mim só porque meu nome não está em um cartão de identificação tradicional?", questionava, enquanto esboçava um autorretrato que capturava sua essência vibrante.

O Encontro

Certo dia, enquanto Lúcia organizava uma feira de cupcakes e Leo estava lá para expor suas pinturas, seus caminhos se cruzaram de uma forma espetacular. Lúcia, com seu vestido amarelo brilhante, estava tentando alcançar a prateleira de cima, enquanto Leo estava tão absorto em seus pensamentos que não percebeu que ela estava prestes a cair. Ele correu em sua direção e, num gesto heroico digno de um conto de fadas, a segurou.

— Você poderia me ajudar a pegar o meu cupcake de framboesa? — perguntou Lúcia, piscando com um sorriso travesso. Leo riu e, nesse momento, um amor instantâneo brotou entre eles, como flores em um jardim bem cuidado.

O Desafio

Entretanto, nem tudo era um conto de fadas. Assim que começaram a se ver mais, eles se depararam com desafios inesperados. Os amigos de Lúcia não conseguiam entender por que ela estava saindo com um "garoto" que, na visão deles, não era "normal". Por outro lado, a família de Leo não aceitava sua transição, e ele tinha medo de apresentar Lúcia a eles.

— Você já viu a nova pintura que fiz? — Leo perguntou, tentando mudar de assunto, enquanto os dois caminhavam por um parque florido.

— Não, mas vi o jeito que você olhou para mim! Você é um artista em várias camadas! — Lúcia brincou, fazendo uma pose exagerada. Leo riu, mas a preocupação ainda pairava em sua mente.

Conversas Honestas

Uma noite, enquanto se sentavam sob uma árvore de cerejeira, eles decidiram ter uma conversa honesta.

— Lúcia, eu tenho medo de te apresentar para minha família. Eles não aceitam minha identidade e... — começou Leo, hesitante.

— Eu entendo, Leo. Mas você é lindo do jeito que é, e eu gosto de você por ser autêntico. Vamos enfrentar isso juntos! — respondeu Lúcia, com um brilho nos olhos. Leo sorriu, sentindo-se mais confiante.

A Grande Revelação

Decidiram, então, que o melhor jeito de apresentar seu amor era com uma grande festa, onde todos os amigos e familiares seriam convidados. Lúcia se encarregou de fazer os cupcakes mais incríveis que já criou, enquanto Leo preparou uma apresentação de arte que mostraria sua jornada.

No dia da festa, a tensão estava no ar. Os amigos de Lúcia chegaram com olhares curiosos e os familiares de Leo chegaram com sorrisos nervosos. Assim que Lúcia subiu ao palco para falar, o microfone começou a estalar.

— Bom, eu sei que todos vocês estão aqui para os cupcakes, mas também estamos aqui para celebrar o amor! — anunciou, enquanto um dos cupcakes explodia em confetes. Todos riram, quebrando o gelo.

Leo, nervoso, pegou o microfone e disse:

— Eu pintei esta tela para mostrar que a vida é feita de cores. E cada cor representa uma identidade. Lúcia e eu somos um arco-íris, e queremos que todos vejam a beleza de quem somos! — E com isso, ele revelou uma pintura magnífica que capturava o amor e a aceitação.

O Final Feliz

Os amigos e familiares ficaram em silêncio por um momento, mas logo começaram a aplaudir. Algumas lágrimas foram secas, mas eram de alegria. As flores ao redor da festa pareciam florescer ainda mais intensamente, como se também celebrassem.

Com o tempo, os amigos de Lúcia e a família de Leo aprenderam a aceitar o amor deles. Afinal, quem pode resistir a um bom cupcake e a uma explosão de cores?

E assim, Lúcia e Leo dançaram sob as estrelas, celebrando não apenas o amor, mas a compreensão e a aceitação. E, em um mundo onde o amor realmente venceu os preconceitos, a única coisa que importava era o que florescia em seus corações.

Criado com Toolbaz.
Baseado no desenho Peepoodo.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Blade Runner

A evolução tecnológica avança a passos largos e, com isso, novos dispositivos e inovações transformam o cotidiano humano. Um exemplo recente dessa transformação é Aria, um robô humanoide que se destaca tanto por suas capacidades interativas quanto por sua função dentro de um novo mercado de experiências pessoais aprimoradas. Com valores que variam entre R$ 52.000 e R$ 910.000, Aria desperta discussões complexas sobre ética, a natureza dos relacionamentos e o impacto da inteligência artificial (IA) nas estruturas sociais.

Aria não é apenas um produto de tecnologia avançada; ela simboliza uma possível reconfiguração nas interações humanas. Desenhada para aprender conforme interage com seus usuários, Aria promete uma personalização sem precedentes, principalmente para aqueles que enfrentam desafios no desenvolvimento de relações pessoais. No entanto, essa inovação levanta preocupações significativas sobre a potencial substituição das conexões humanas por interações robóticas.

À medida que a tecnologia avança, o lançamento de Aria no mercado representa um marco significativo na personalização e interatividade dos robôs humanoides. Disponível em três versões, cada uma ajustada a diferentes perfis de consumidores, Aria promete uma experiência adaptativa. Sua capacidade de aprender e evoluir com base nas interações se traduz em uma relação progressivamente mais envolvente e natural com os seus usuários.

O conceito de robôs destinados a oferecer experiências íntimas não é novo, mas a Aria leva essa ideia a um novo patamar, incorporando elementos de aprendizagem de máquina para aprimorar a experiência. Grande parte do apelo desse robô humanoide está na sua habilidade de simular uma conexão emocional, algo que muitos veem como uma resposta à solidão moderna e à dificuldade de estabelecer relações interpessoais.

No entanto, a introdução de Aria no mercado acende debates sobre a ética e as implicações sociais de sua utilização. Uma das principais preocupações recai sobre a possibilidade de que tais robôs possam substituir interações humanas autênticas por simulações fabricadas, o que pode impactar profundamente as dinâmicas sociais ao longo do tempo.

Assim, críticos também destacam questões relacionadas à objetificação e aos limites da inteligência artificial em aspectos tão íntimos da vida humana. Nações como Japão e Coreia do Sul, que já têm experimentado tecnologias semelhantes, servem de exemplo dos possíveis efeitos colaterais, observando-se uma diminuição no interesse por relações interpessoais tradicionais.

A Aria não é apenas um produto de inovação; ela é um vislumbre do futuro em que robôs com inteligência artificial interagem de forma cada vez mais sofisticada com os seres humanos. As grandes corporações já estão direcionando esforços consideráveis no desenvolvimento de assistentes robóticos que respondam de forma natural e eficiente aos anseios dos usuários.

Mesmo que o impacto completo dessa inovação ainda precise ser plenamente compreendido, é evidente que a relação entre humanos e máquinas está em rápida evolução. A Aria, portanto, pode ser o primeiro passo em direção a uma revolução na maneira como a tecnologia é integrada à vida pessoal e social, possivelmente redefinindo os limites da interação humano-máquina.

Fonte: https://terrabrasilnoticias.com/2025/02/nova-robo-ultrarrealista-promete-substituir-esposas-e-satisfazer-todos-os-desejos-veja/

Nota: no que adianta o desenvolvimento tecnológico em uma sociedade medieval?

Deixem as professoras em paz!


O deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) apresentou na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) um projeto de lei que visa proibir professores de escolas públicas e particulares de lecionarem com vestimentas consideradas incompatíveis com a “liturgia do cargo” ou que enfatizem sua orientação sexual.

O PL 3.324/2025 foi apresentado após a professora trans Emy Mateus Santos, de 25 anos, se fantasiar de Barbie na abertura do ano letivo. A docente leciona Artes Cênicas, Teatro e Dança em uma escola em Campo Grande (MS).

Segundo Caporezzo, o caso “demonstra como alguns professores utilizam a posição de destaque enquanto docentes para tentar transmitir para as crianças uma postura de autoafirmação das suas preferências sexuais”.

O bolsonarista afirmou à rádio Itatiaia que, embora respeite a liberdade individual de cada um, considera que “o ambiente escolar é um ambiente para ensinar as disciplinas inerentes ao período de aprendizagem, do conteúdo programático, português, matemática, ciências e, enfim, as demais matérias”.

O deputado ainda enfatizou que “a vestimenta do professor deve ser neutra e estar de acordo com a liturgia do cargo, não devendo ser utilizada para transmitir referências privadas do professor”.

Caporezzo afirmou que o objetivo do projeto de lei é “dar um basta à militância LGBT em sala de aula”.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/deputado-bolsonarista-propoe-lei-em-mg-para-punir-professores-por-suas-roupas-entenda/

Nota: só podia ser bolsonarista. Eu sou completamente a favor que a professora escolha sua roupa. Se quiser usar alguma. 😏🤭
Imagem gerada por IA.

O Encontro de Gêneros

Era uma vez, em uma cidade que mais parecia um grande arco-íris, um grupo de amigos que decidiu que era hora de falar sobre algo que, embora muito sério, poderia ser abordado com um bom humor. O nome do grupo? "Os Desconstruídos". Liderados por Letícia, uma mulher cisgênero de cabelos curtos e multicoloridos, eles se reuniam na sala de estar do apartamento dela, que estava repleta de almofadas de todos os formatos e cores, e mais cartazes do que paredes.

Letícia: Com seu estilo de roupas oversized e sempre pronta para um bom meme, Letícia tinha o talento de transformar qualquer situação embaraçosa em uma risada. Ela acreditava que o riso era a melhor ponte para a compreensão.

Tiago, um homem cisgênero de barba bem cuidada e sorriso fácil, sempre se sentia um pouco inseguro ao tocar no tema. Mas sua vontade de aprender e apoiar os amigos era maior do que seus receios. Ele era o tipo de pessoa que trazia biscoitos para as reuniões, uma tentativa de fazer todos se sentirem bem, mesmo que, às vezes, os biscoitos fossem uma tentativa falha.

Juliana, uma mulher trans que arrasava em qualquer look que escolhesse, com um estilo glamouroso e um talento incrível para as redes sociais, tinha um senso de humor mordaz e um olhar penetrante que fazia qualquer um sentir que estava sendo examinado por um juiz. Ela sempre brincava que suas selfies eram o seu melhor trabalho de arte.

Marcos, um homem cisgênero que adorava a cultura geek, com camisetas de super-heróis e uma coleção invejável de action figures, entrou na sala com um olhar preocupado. Ele estava ali para aprender, mas sempre tinha medo de fazer alguma pergunta que fosse "politicamente incorreta". Ele era o tipo que riu das piadas de Letícia, mas só depois de se certificar de que era seguro.

Por último, havia Alex, o amigo não-binário do grupo. Com um cabelo desgrenhado e vestindo uma camiseta que dizia "não é sobre o gênero, é sobre a vibe", Alex era o verdadeiro enigma do grupo. Eles estavam sempre prontos para jogar um pouco de confusão no ar, especialmente quando se tratava de gênero.

Naquela noite, o grupo decidiu que era hora de um workshop sobre gênero e sexualidade. O ambiente estava leve, os biscoitos de Tiago estavam sendo devorados e as almofadas eram usadas como se fossem assentos em um conselho real.

Letícia: "Bom, gente, acho que devemos começar. Alex, que tal você iniciar?"

Alex respirou fundo, sentando-se ereto como se fossem fazer uma apresentação em um TED Talk.

Alex: "Então, gente, como vocês sabem, eu me identifico como não-binário. Isso significa que eu não me encaixo apenas nos gêneros masculino ou feminino. É como estar em uma festa onde todas as músicas são boas, mas você pode escolher não dançar com ninguém."

Juliana, com um sorriso maroto, interveio: "Então você é o DJ da festa?"

Alex: "Exatamente! E, por favor, nada de 'mas você não parece não-binário'. Não é sobre aparência, é sobre o que eu sinto. E, a propósito, meu cabelo desgrenhado é uma escolha artística!"

O grupo riu. As perguntas começaram a surgir.

Tiago: "Mas, tipo, como você se apresenta? É tudo sobre a roupa ou existe algo mais?"

Alex: "Ah, a roupa é apenas uma parte da história. Às vezes, eu uso saias, outras vezes, só me visto com roupas que me fazem sentir confortável. No fundo, é tudo uma questão de se sentir bem na própria pele."

Marcos, que estava tentando absorver tudo, levantou a mão como se estivesse na escola.

Marcos: "E se alguém perguntar o seu pronome? Como você responde?"

Alex sorriu. "Ótima pergunta! Eu geralmente digo que meus pronomes são 'eles/deles', mas o mais importante é que eu me sinta respeitado. Se alguém disser o que quiser, só vou corrigir educadamente."

Letícia: "Então, você é como um super-herói? Onde o poder está na escolha?"

Alex balançou a cabeça com entusiasmo. "Exatamente! Cada um de nós tem superpoderes diferentes em relação à identidade."

Juliana: "Ei, falando em superpoderes, eu definitivamente preciso do meu próprio filme. Tipo, 'Juliana: A Rainha das Redes Sociais'."

O grupo riu mais uma vez, e a conversa fluiu para mais experiências pessoais.

Tiago: "Eu cresci ouvindo que tinha que ser macho, forte, sabe? Mas, honestamente, eu só queria dançar e usar glitter. Agora que estou aprendendo mais, estou tentando ser mais eu mesmo."

Marcos: "Isso me faz pensar... Eu sempre me senti meio deslocado em relação ao que esperam de mim. É como se eu estivesse tentando ser o Batman, mas na verdade, sou mais o Alfred."

Letícia: "E se você é o Alfred, isso é incrível! Ele é um dos melhores personagens! E agora, quem vai ser o Robin?"

A sala estava cheia de risadas e apoio mútuo.

Juliana: "Às vezes, só precisamos deixar de lado as expectativas e apenas ser. O importante é encontrar a nossa própria verdade, com ou sem glitter."

Ao final do encontro, todos estavam mais leves, mais felizes e, mais importante, mais informados. E enquanto se despediam, Alex fez uma última observação:

Alex: "Lembrem-se: todos nós somos como confetes em uma festa – brilhantes e únicos! E o mundo precisa de mais festa!"

E assim, com risadas ecoando pela casa de Letícia, o grupo "Os Desconstruídos" aprendeu que, independentemente da identidade, o importante era se aceitar e, claro, se divertir. Afinal, a vida é uma grande festa, e cada um pode dançar ao seu próprio ritmo.

Criado com Toolbaz.
Baseado no desenho Peepoodo.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Trump vandaliza monumento

A política transgênero do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou com um decreto editado no primeiro dia de governo deslegitimando a identidade de gênero. Agora avançou sobre um marco visível, com a exclusão da palavra "transgênero" do website para o Monumento Nacional Stonewall do Serviço de Parques Nacionais.    O monumento celebra o Stonewall Inn, um bar gay de Nova York onde a resistência a uma operação da polícia em 1969 resultou no movimento de direitos civis em defesa dos direitos LGBTQ.

Embora outras medidas de Trump tenham implicações concretas para os americanos trans das forças armadas, para os que precisam de assistência médica ou praticam esportes, a medida simbólica de remover a palavra foi especialmente dolorosa para essa comunidade, sendo percebida como uma tentativa de apagamento.    O website do monumento foi inicialmente alterado na quinta-feira, para se referir a pessoas "lésbicas, gays, bissexuais ou Queer (LGBQ+)", deletando a letra "T" da abreviação. Depois, o Q e o + também foram retirados, deixando apenas o LGB na abreviação, uso que era mais comum antes de 1990, uma época bem menos inclusiva.

"Isso é literalmente vir até a nossa casa e tentar apagar as pessoas trans", disse Stacy Lentz, co-proprietária do Stonewall Inn.    Em 2016, o ex-presidente Barack Obama aprovou a criação do Stonewall National Monument para proteger a área ao redor do bar, incluindo o Christopher Park, onde fotos históricas foram penduradas. Um centro de visitantes foi inaugurado em 2024.   
A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido da Reuters para comentar o tema, nem o Serviço Nacional de Parques.

Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/mundo/deletaco-de-referencias-trans-pelo-governo-trump-atinge-ate-website-do-monumento-stonewall,a9e33be57fab2c7935df9ede1c1e53adflqcyj6v.html

Corpos no Tâmisa

Ao longo dos últimos dois séculos, centenas de restos humanos foram desenterrados do fundo do rio Tâmisa, o principal rio que passa por Londres, na Inglaterra. E um novo estudo sugere que a maioria destes esqueletos é bastante antigo, remontando às idades do Bronze e do Ferro.

Para o novo estudo, publicado no periódico Antiquity, pesquisadores realizaram análises de datas de radiocarbono de 30 esqueletos encontrados no Tâmisa, a fim de investigar quando eles foram parar no rio e, eventualmente, até determinar o porquê de isso ter acontecido.

"A maioria das pessoas — incluindo os londrinos! — fica bastante surpresa ao ouvir que centenas de ossos humanos vieram do Rio Tâmisa", disse Nichola Arthur, curadora do Museu de História Natural de Londres e principal autora do estudo, ao Live Science. Esses esqueletos "foram encontrados com bastante regularidade em lugares aquáticos do noroeste da Europa [...], mas os ossos humanos do Tâmisa representam um conjunto excepcionalmente grande".

Desde o início das investigações acerca da origem dos esqueletos do Tâmisa, ainda no século 19, surgiram diversas teorias que tentavam explicar o mistério. A primeira delas era de que os corpos teriam vindo de uma batalha entre celtas e romanos; já no fim do século 20, outros especialistas sugeriram que a maioria dos corpos teria vindo da erosão de sepultamentos feitos nas margens do rio, ou mesmo de vítimas de afogamento.

Para tentar solucionar ao mistério, os pesquisadores focaram, primeiro, em descobrir a datação por radiocarbono dos esqueletos. Eles então uniram as 30 novas datas descobertas com outras 31 anteriores, e descobriram que os corpos ali encontrados, que foram analisados, são datados desde 4.000 a.C. até por volta de 1.800 d.C., ou seja, de um longo período de quase 5 mil anos.

No entanto, o destaque vai ao fato de que a maioria destes esqueletos corresponde à Idade do Bronze (entre 2.300 a.C. e 800 a.C.) e à Idade do Ferro (entre 800 a.C. e 43 d.C.). "Agora podemos dizer com confiança que estes não parecem ser apenas ossos que se acumularam constantemente no rio ao longo do tempo. Realmente havia algo significativo acontecendo nas Idades do Bronze e do Ferro", pontua Arthur.

Apesar dos avanços nos estudos, o motivo exato para o depósito de corpos no Tâmisa ainda não é claro. Porém, Nichola Arthur suspeita que isso fosse parte de um padrão mais amplo do noroeste da Europa no passado, no qual povos pré-históricos colocavam restos rituais importantes propositalmente em locais aquáticos.

"Esta pesquisa fez avançar os argumentos, mas a origem funerária desses restos mortais ainda não foi completamente estudada e demonstrada", acrescenta Chris Knüsel, bioarqueólogo da Universidade de Bordeaux, na França, que já estudou os restos mortais do Tâmisa, mas não está envolvido no trabalho de Arthur, ao Live Science.

Outro fato que Knüsel chama atenção é que evidências apontam que muitos daqueles restos mortais chegaram ao Tâmisa após altercações violentas que ocorreram ao longo deste importante rio. "A violência é um tema particularmente comum em restos humanos pré-históricos posteriores de lugares aquáticos", incluindo outros achados em pântanos, e "encontramos padrões de trauma esquelético nos ossos dos restos humanos do Tâmisa".

Agora, os pesquisadores em colaboração com Nichola Arthur pretendem realizar análises mais aprofundadas nos ferimentos dos ossos, a fim de "explorar exatamente como os restos humanos do Tâmisa podem se encaixar nessas práticas", afirma a pesquisadora.

Fonte: https://aventurasnahistoria.com.br/amp/noticias/historia-hoje/cadaveres-sao-jogados-no-rio-tamisa-desde-idade-do-bronze-revela-estudo.phtml

O Dia do Orgulho

Era uma vez, em uma cidade colorida e efervescente chamada Arco-Íris, que se preparava para o tão aguardado desfile do Orgulho LGBTQ+. As ruas estavam enfeitadas com bandeiras vibrantes, e o cheiro de algodão-doce e empanadas preenchia o ar. O clima era de festa, e os moradores estavam ansiosos para celebrar a diversidade que tornava sua cidade tão especial.

Perspectiva de Tico, o Cisgênero

Tico era um jovem cisgênero de cabelo bagunçado, olhos verdes e um sorriso sempre no rosto. Ele vestia uma camiseta azul que dizia “Amo quem eu quiser” e shorts que pareciam ter sido roubados de um armário dos anos 90. Para ele, o desfile era a oportunidade perfeita de se misturar com a multidão e fazer novos amigos.

Enquanto caminhava em direção ao parque, onde o desfile começaria, Tico pensou em como sempre havia apoiado seus amigos LGBTQ+. “A diversidade é a pimenta da vida!”, costumava dizer. Ele tinha um grupo heterogêneo de amigos, incluindo a vibrante Clara, uma mulher trans com cabelo azul e uma presença marcante, e Hugo, um jovem intersexual com um estilo único que misturava elementos de ambos os gêneros. Juntos, formavam um trio improvável e inseparável.

Perspectiva de Clara, a Transgênero

Clara, com seu vestido rosa cheio de babados e plataformas que pareciam perigosamente altas, estava mais animada do que nunca. Ela adorava o desfile. Para Clara, cada passo na passarela era uma declaração de quem ela era. “Se eu não posso ser eu mesma, quem eu posso ser?”, ela costumava brincar.

Enquanto se maquiava, Clara refletiu sobre sua jornada. “É incrível como as pessoas pensam que entender a diversidade é como escolher entre pizza e sushi. Querida, não é tão simples!”, ela riu sozinha, lembrando de quantas vezes precisou explicar o que significa ser trans.

Ao sair de casa, Clara avistou Tico. “Tico, você está fabuloso! Que tal um selfie para o Instagram antes do desfile?” E assim, com poses exageradas e sorrisos contagiantes, eles capturaram o momento.

Perspectiva de Hugo, o Intersexual

Hugo, com seu cabelo curto e óculos coloridos, decidiu usar um estilo andrógino que misturava roupas masculinas e femininas, refletindo sua identidade intersexual. “Hoje é o dia perfeito para brilhar, e eu vou fazer isso!”, disse ele enquanto ajustava seu suspensório.

Hugo era conhecido por sua habilidade de contar histórias e fazer todos rirem. Ele tinha um talento especial para abordar tópicos delicados com humor e leveza. Durante o desfile, ele planejava fazer um discurso sobre a intersexualidade, explicando sua experiência e a importância da visibilidade.

“Às vezes, as pessoas acham que eu sou um personagem de fantasia, mas sou mais real do que o Wi-Fi em um café!”, ele costumava dizer, arrancando risadas de quem o escutava.

Perspectiva do Senhor Figueiredo, o Velhinho Desconcertante

Enquanto a cidade vibrava, um senhor de idade, o Senhor Figueiredo, com suas roupas clássicas e um chapéu que parecia ter saído de um filme de comédia, caminhava em direção ao desfile. Ele não entendia muito sobre as novas identidades, mas tinha um coração generoso e uma mente aberta.

“Na minha época, era só o ‘Eu gosto de meninas’ ou ‘Eu gosto de meninos’. Agora é como um buffet de sorvetes, onde você pode escolher o sabor que quiser!”, ele refletia, balançando a cabeça. O Senhor Figueiredo tinha um talento especial para unir as pessoas, mesmo que suas comparações fossem inusitadas.

O Grande Desfile

O desfile começou, e a energia era contagiante. Tico, Clara e Hugo dançavam juntos, enquanto o Senhor Figueiredo, perplexo, tentava acompanhar os jovens. Ele se virou para uma mulher próxima, com cabelos coloridos e uma bandeira na mão, e perguntou: “Quantos sabores de identidade existem, afinal?”

“Depende do gosto da pessoa, senhor!”, ela respondeu com um sorriso.

Hugo subiu ao palco e, com um microfone em mãos, começou seu discurso: “Olá, Arco-Íris! Sou Hugo, e hoje, enquanto celebramos a diversidade, lembrem-se de que somos todos feitos de cores diferentes. Ser intersexual é como ser um sorvete de menta com chocolate – uma mistura única que ninguém mais pode replicar!”

A multidão explodiu em risadas e aplausos, e até o Senhor Figueiredo levantou seu chapéu, gritando: “Mais sorvete, por favor!”

Clara aproveitou a deixa e disse: “E não se esqueçam, a verdadeira magia acontece quando respeitamos o sabor do outro!”

A Conclusão da Festa

À medida que o desfile avançava, a cidade de Arco-Íris se encheu de risos, danças e muito amor. Tico, Clara, Hugo e o Senhor Figueiredo se tornaram o centro das atenções, provando que a amizade e o respeito eram os verdadeiros ingredientes para uma vida saborosa.

No final do dia, enquanto o sol se punha, o grupo se reuniu em uma praça cheia de luzes e começou a discutir suas histórias. Cada um, à sua maneira, havia contribuído para a celebração da diversidade.

“Eu sempre digo que a vida é um grande desfile”, disse Tico, “e todos nós temos o direito de escolher como vamos marchar!”

E assim, em Arco-Íris, o Dia do Orgulho não era apenas uma celebração de identidades, mas uma verdadeira festa da vida, onde o amor e a aceitação eram os protagonistas, e cada pessoa, independentemente de sua identidade, tinha seu espaço iluminado sob a luz das cores.

Criado com Toolbaz.
Baseado no desenho Peepoodo.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Pastor defende Estado Laico

247 - Conhecido por sua atuação em defesa dos direitos humanos, da cultura e do Estado laico, o deputado federal Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) anunciou a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Estado Laico, após reunir as 171 assinaturas necessárias. O requerimento será encaminhado à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados para formalização.

Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a frente contará com a participação de parlamentares como Célia Xakriabá (PSOL-MG), Chico Alencar (PSOL-RJ), Benedita da Silva (PT-RJ), Daiana Santos (PCdoB-RS) e Camila Jara (PT-MS).

"Diante do crescimento de discursos e iniciativas que tentam impor visões religiosas na legislação, o nosso compromisso é assegurar que o Estado Laico continue a ser um pilar da democracia brasileira, garantindo direitos iguais para todas as pessoas, independentemente de sua religião ou da não crença religiosa", disse o parlamentar, de acordo com a reportagem.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/pastor-henrique-vieira-viabiliza-criacao-da-frente-parlamentar-em-defesa-do-estado-laico

Nota: “O Brasil não pode dar certo: prostituta se apaixona, gigolô tem ciúmes e traficante se vicia.” TIM MAIA (Pensando Bem).

Descoberta tumba com desenhos

Arqueólogos encontraram uma tumba de 2,5 mil anos em uma antiga necrópole romana. Com pinturas coloridas nas paredes, o local teria pertencido a uma família de metalúrgicos. Ou, ao menos, é isso o que indicam os desenhos com uma variedade de cenas.

Entre as cenas retratadas na pintura estão a ilustração de uma oficina metalúrgica ao lado de homens e mulheres dançando ao som de um flautista.

“A inclusão de uma cena única de ferraria na decoração pintada de uma parede nos permite ter um vislumbre das fontes econômicas da riqueza dessa família, que estava evidentemente envolvida no negócio de gestão de metais”, disse Daniele Maras, oficial arqueológico responsável pela descoberta e diretor do Museu Arqueológico Nacional de Florença, ao site Live Science. O pesquisador destacou que a cena da dança pode retratar o próprio funeral da pessoa que morreu.

O achado foi criado pelos etruscos, civilização fundadora de Roma, e faz parte de uma câmara que já havia sido descoberta no passado. A tumba foi escavada no subsolo da necrópole de Tarquínia, a cerca de 72 quilômetros de Roma. Localizada abaixo de uma tumba existente cuja parede desmoronou, a Tumba 6438 foi achada em 2022, parcialmente preenchida com terra e detritos.

"A escavação arqueológica mostrou que todo o material coletado não pertencia à tumba pintada, que data de meados do século 5 a.C., mas havia caído da tumba superior, mais de um século mais antiga, do final do período orientalizante", disse Maras, em comunicado. Ele aponta que a ausência de restos humanos e objetos de sepultamento são um indicador de que a tumba foi saqueada no passado.

Em Tarquinia, foram identificadas mais de 6 mil tumbas, mas apenas algumas dezenas têm decorações que retratam cenas, como banquetes, mitos, esportes e danças. Por meio de tecnologias de imagem multiespectral, os pesquisadores pretendem determinar quais cores foram perdidas nas pinturas e examinar seu conteúdo.

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/google/amp/ciencia/arqueologia/noticia/2025/02/descoberta-tumba-romana-com-desenhos-de-25-mil-anos.ghtml

Nota: o desenho sugere que o funeral tinha música e dança. Alegria. Quanta diferença!

A Aventura da Descoberta

Era uma vez, em uma cidade que poderia ser qualquer cidade do mundo, dois jovens chamados Lucas e Thais. Lucas, um rapaz de cabelos castanhos desordenados e olhos verdes, era o típico “garoto da vizinhança”. Sempre vestido com sua camiseta de bandas clássicas e jeans desbotados, ele passava seus dias jogando vídeo games e sonhando com uma vida emocionante.

Thais, por outro lado, tinha uma presença que não passava despercebida. Com cabelos longos e coloridos, uma pele que refletia a luz do sol e um sorriso que iluminava qualquer ambiente, ela tinha a habilidade de fazer com que as pessoas se sentissem à vontade imediatamente. Thais era uma mulher transgênero e estava em sua jornada de descoberta e aceitação. Embora estivesse se sentindo mais confiante, ainda havia desafios que a acompanhavam.

O destino dos dois se cruzou em uma cafeteria local chamada “Café do Amor Livre”, onde as paredes eram adornadas com arte colorida e as mesas estavam sempre cheias de conversas animadas. Lucas, em uma manhã comum, entrou no café, com a esperança de encontrar um espaço tranquilo para jogar seu novo jogo de tabuleiro. Quando ele se sentou, notou Thais na mesa ao lado, rindo alto com um grupo de amigos.

Intrigado pela energia vibrante dela, Lucas decidiu puxar conversa.

— Oi! Posso me juntar a vocês? Estou tentando escapar da solidão da minha casa — ele disse, com um sorriso tímido.

Thais olhou para Lucas, avaliou sua presença e, com um brilho divertido nos olhos, respondeu:

— Claro! Venha! Temos espaço para mais um. Estamos só falando sobre as desventuras do amor!

Lucas se sentou e, a partir daí, começou uma nova amizade que mudaria sua vida. Durante o café, eles discutiram relacionamentos, risos e até mesmo histórias embaraçosas. Mas, à medida que a conversa avançava, Lucas se lembrou de algo que sempre quis entender melhor.

— Thais, posso te fazer uma pergunta? — disse ele, hesitando por um momento. — O que é ser uma mulher trans? Como é a sua experiência?

Thais sorriu, um pouco surpresa, mas satisfeita por Lucas ser tão aberto. Ela explicou:

— Para mim, ser uma mulher trans significa que, embora eu tenha nascido em um corpo masculino, minha verdadeira identidade sempre foi feminina. Eu sabia desde pequena, mas foi um longo caminho até eu poder ser eu mesma. A transição envolve muitas coisas, desde a aceitação pessoal até procedimentos médicos.

Lucas escutou atentamente, fazendo perguntas respeitosas e mostrando interesse genuíno. Eles trocaram risadas sobre as situações engraçadas que enfrentaram em suas vidas, e, enquanto Thais falava, Lucas percebeu que as dificuldades que ela enfrentava eram muitas vezes ridículas e, ao mesmo tempo, dignas de um filme de comédia.

— Você não vai acreditar, mas uma vez eu fui a um festival de música e, para entrar, tinha que passar por um detector de metais. Eu estava tão nervosa! — Thais começou a contar. — Eu sabia que a segurança ia perguntar se eu tinha alguma coisa “não permitida” no corpo! Então, quando chegou minha vez, eu disse: “Eu sou uma mulher, só que com um pouco de metal a mais!” E o segurança simplesmente riu e me deixou passar!

Lucas explodiu em risadas, imaginando a cena. Ele ficou surpreso com a capacidade de Thais de ver humor nas situações complicadas da vida. E assim, entre risadas e histórias, eles se tornaram inseparáveis.

Com o passar do tempo, Lucas e Thais decidiram que era hora de se aventurar em um evento local chamado “Festa da Diversidade”. Era um festival que celebrava todas as identidades de gênero e orientações sexuais. Animados, eles começaram a planejar suas fantasias.

— Você vai como uma diva pop, certo? — brincou Lucas, piscando para Thais.

— E você, como o seu eu interior de “rockstar”, Lucas? — ela respondeu, dando risada.

Na festa, a energia era contagiante. As cores vibrantes e os ritmos dançantes enchiam o ar. Lucas se sentia um pouco fora de lugar no início, mas Thais estava lá para guiá-lo, apresentando-o a amigos de diversas identidades e histórias. Ele percebeu que cada pessoa tinha uma jornada única e que, mesmo com as diferenças, todos ali buscavam aceitação e alegria.

No meio da festa, Lucas se deparou com um grupo que falava sobre as dificuldades que pessoas não-binárias enfrentavam. Curioso, ele se aproximou e, com a educação que Thais lhe ensinara, perguntou:

— Como vocês lidam com a falta de reconhecimento em alguns lugares?

Um dos jovens respondeu:

— Ah, é como tentar explicar para um gato que você não tem mais ração! As pessoas simplesmente não entendem, e você tem que ficar insistindo até que elas peçam desculpas e admitam que você é um gato!

Todos riram, e Lucas, em sua inocência, não conseguiu conter a risada. A leveza com que todos lidavam com questões tão complexas era inspiradora. Ele sentiu uma conexão com aquelas pessoas que ia além das palavras.

No final da noite, enquanto caminhavam de volta para casa, Lucas e Thais estavam eufóricos. Lucas olhou para Thais e disse:

— Sabe, nunca pensei que aprender sobre essas coisas poderia ser tão divertido. Obrigado por me apresentar ao seu mundo!

Thais sorriu, seu coração cheio de alegria:

— E eu agradeço por você estar disposto a aprender! A vida é uma aventura de descobertas, e quanto mais exploramos, mais nos conectamos.

E assim, em meio a risadas e aprendizados, Lucas e Thais continuaram sua jornada de amizade, sempre prontos para desbravar novos horizontes juntos, celebrando a diversidade e a aceitação em um mundo que, embora muitas vezes confuso, podia ser incrivelmente divertido.

Criado com Toolbaz.
Baseado no desenho Peepoodo.
Que começou com uma premissa interessante, mas se perdeu, tornando-se mais um desenho de aventura centrado no personagem Peepoodo, sem querer os criadores tenham se dado conta que o desenho ficou falocêntrico.