“O setor tem alto potencial para pequenos empreendimentos”, avalia Flávio Petry, analista de Competitividade do Sebrae. Ele explica que há espaço para diversos modelos de negócio, desde lojas físicas e sex shops on-line até terapias, eventos e fabricação de cosméticos íntimos com ingredientes naturais, como o jambu, planta amazônica que provoca sensações na pele.
O especialista destaca ainda que as datas comemorativas funcionam como estratégia para impulsionar vendas e atrair novos públicos. “O Natal do setor é, sem dúvida, o Dia dos Namorados, mas cada vez mais datas como o Dia Internacional do Orgasmo são utilizadas como estratégias de marketing das empresas”, comenta Petry.
Inovação, experiências e público diversificado
Desde 2015, Susi Guedes está à frente da Íntimi Expo, realizada anualmente em São Paulo. A feira se consolidou como referência no setor ao reunir cerca de 80 expositores e mais de 300 marcas nacionais e internacionais. O evento atrai revendedores, lojistas, organizadores de eventos femininos e profissionais interessados em se capacitar.
“O segmento é muito amplo e tem várias peculiaridades. Há vendedores on-line, atacadistas, lojas de bairro, redes sofisticadas e um número expressivo de revendedoras porta a porta, que são fundamentais para a divulgação e as vendas”, explica Susi.
Frequentadora de feiras internacionais e estudiosa da área, Susi afirma que o mercado vem evoluindo e se expandindo para além da função sexual. “Os produtos focados no bem-estar estão cativando um público cada vez maior. São aromas, funções, texturas e embalagens que ampliam o uso, indo além da intimidade e oferecendo experiências sensoriais completas”, relata.
Uma nova visão sobre sexualidade e maturidade
Aos 65 anos, a microempreendedora individual Miriam Rossi é um exemplo de como o setor pode ser espaço de reinvenção e protagonismo feminino. Ela começou no ramo há 13 anos, como revendedora porta a porta, após visitar a Íntimi Expo a convite de uma amiga. Desde então, buscou formação e se tornou sexóloga e educadora sexual.
“Eu não queria que fosse apenas uma relação de compra e venda. Foi então que busquei uma formação na área e me tornei sexóloga e educadora sexual”, conta. Ela também destaca o apoio da família como ponto essencial para se manter firme diante dos preconceitos ainda existentes.
“O tabu ainda existe e, para mim, foi muito importante ter uma formação no assunto porque é preciso tratar do tema com suavidade, respeito e discrição. É importante ter uma postura profissional. Com isso, crio uma relação de confiança com meus clientes e consigo fidelizá-los”, afirma Miriam.
Hoje, ela realiza vendas on-line, organiza chás de lingerie, palestras e eventos voltados especialmente à sexualidade da geração 60+. Recentemente, tornou-se coautora do livro “Quais de mim você procura? Mulheres do bem-estar sexual”, organizado por Fabi Navas, voltado à valorização da mulher madura no setor.
“Nos eventos, encontro mulheres da minha geração que querem empreender. Elas me veem articulada, falando de sexualidade e compartilham comigo que querem fazer alguma coisa que não seja apenas artesanato”, diz.
Quer empreender nesse setor?
O Sebrae disponibiliza gratuitamente, em seu portal, conteúdos voltados a quem deseja iniciar um negócio no mercado do bem-estar sexual. Na seção “Ideias de Negócios”, é possível acessar orientações detalhadas sobre como montar um sex shop, desde os primeiros passos até cuidados na contratação de colaboradores.
Com crescimento constante e diversificação de público e produtos, o setor se firma como um campo fértil para inovação, inclusão e quebra de tabus — tudo com uma boa dose de profissionalismo e sensibilidade.
Fonte: https://www.brasil247.com/empreender/mercado-do-bem-estar-sexual-atrai-empreendedores-e-rompe-tabus-com-inovacao-e-profissionalismo
Nota: esse é um tipo de empreendedorismo que eu apóio. Só precisamos sair do século XVIII, sair do conservadorismo, superar o fundamentalismo cristão...😏🤭
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