quarta-feira, 2 de julho de 2025

Orgulhoso em Budapeste

247 - Mesmo sob forte repressão legal e política, dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas da capital húngara neste fim de semana para participar da Parada do Orgulho LGBTQ+ em Budapeste. Segundo estimativa dos organizadores, o evento pode ter reunido um número recorde de 200 mil participantes — um gesto de resistência em um país que endureceu as leis contra a comunidade LGBTQ+ nos últimos anos. As informações são da BBC News.

O governo do primeiro-ministro Viktor Orbán, conhecido por sua postura nacionalista conservadora, proibiu oficialmente a realização do evento com base em uma controversa lei de “proteção à infância”, que veta reuniões consideradas como “promoção da homossexualidade”. Ainda assim, a marcha ocorreu com ampla adesão popular e o apoio de figuras políticas nacionais e internacionais.

“Claro que a polícia poderia dissolver esses eventos, porque tem autoridade para isso, mas a Hungria é um país civilizado, uma sociedade cívica. Nós não nos machucamos uns aos outros”, afirmou Orbán à rádio estatal na sexta-feira. “Vai haver consequências legais, mas não pode chegar ao nível de violência física.”

A legislação prevê multas de até €500 (cerca de R$3 mil) para os participantes, que podem ser identificados por tecnologia de reconhecimento facial. Já os organizadores enfrentam a possibilidade de até um ano de prisão.

Entre os manifestantes, Luca, 34 anos, participou ao lado da mãe, Enikö, em protesto contra as restrições às liberdades civis. “Temos uma lei que proíbe pessoas diferentes das outras de se reunirem. É por isso que estamos aqui. Porque isso fere nossos direitos. Foi por isso que viemos”, disse à BBC. Ela também revelou temer pelo futuro da filha de quatro anos “em um país onde ela não pode amar quem quiser”.

Barnabás, 22 anos, também marchou, mesmo não pertencendo à comunidade LGBTQ+. Vindo do interior da Hungria, onde, segundo ele, “as pessoas tendem mais a ser xenofóbicas e homofóbicas”, justificou sua presença: “Sei como é não ser visto e ser tratado como um excluído, o que obviamente não se aplica a ninguém aqui”.

A marcha contou ainda com o apoio de autoridades europeias. A comissária de Igualdade da União Europeia, Hadja Lahbib, esteve presente em Budapeste e publicou uma imagem ao lado do prefeito da cidade, Gergely Karácsony, diante de uma bandeira do arco-íris. Para ela, a parada “será um símbolo poderoso da força da sociedade civil”.

Li Andersson, deputada europeia da Finlândia, também marcou presença no evento. “É importante enfatizar que o motivo de estarmos aqui não é apenas o Orgulho – trata-se dos direitos fundamentais de todos nós”, afirmou. Ela criticou o uso político de valores familiares por parte do governo húngaro: “[É] uma marcha que é fundamentalmente sobre igualdade e sobre direitos iguais para todos – para qualquer pessoa, sobre o direito de amar e viver com quem se escolher. E acho que esse é um valor central que qualquer sociedade livre e democrática deveria respeitar.”

O prefeito Karácsony, opositor de Orbán, afirmou que, por ter sido coorganizada pela prefeitura, a marcha tem caráter municipal e, portanto, não necessita de autorização policial. A realização do evento também recebeu o apoio da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que pediu ao governo húngaro que não bloqueasse a manifestação.

Em resposta, Orbán manteve sua postura firme e declarou: “Peço que se abstenha de interferir nos assuntos de segurança pública dos países-membros da UE”.

Fonte: https://www.brasil247.com/mundo/parada-lgbt-em-budapeste-desafia-proibicao-e-reune-200-mil-pessoas

Nota: só uma sugestão. O povo do terreiro começar a fazer manifestações públicas para exigir o respeito e o respaldo da lei contra o preconceito estrutural e o racismo religioso.
Não dá mais para aceitar padre e pastor discriminando essa crença.

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