Erasmo Dias, representante e ícone do regime militar no país (1964-1985), ficou conhecido como o secretário de Segurança Pública de São Paulo que promoveu a invasão na Pontifícia Universidade Católica (PUC), em 1977, que resultou na detenção de 854 estudantes. Desses, 42 foram processados com base na Lei de Segurança Nacional, acusados de subversão. Na data da operação, 22 de setembro de 1977, os estudantes faziam um movimento e ato público pela reorganização da União Nacional dos Estudantes (UNE).
A reitora da PUC-SP na época era Nadir Kfouri, primeira mulher no mundo a ser reitora de uma universidade católica. Na defesa da instituição e de seus alunos, ela desafiou o secretário de Segurança Pública, negou-lhe um aperto de mão, virou-lhe as costas e disse: “Nāo dou a māo a assassinos”. Ela morreu em 13 de setembro de 2011, aos 97 anos.
Dias também prendeu sindicalistas (petroleiros, portuários e estivadores), aprisionando-os no navio-prisão Raul Soares em 1964, quando era comandante do Forte Itaipú, na Baixada Santista.
No final de maio de 2023, nove centrais sindicais e a UNE pediram a Tarcísio de Freitas que vetasse a homenagem, aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo. As entidades classificaram a iniciativa como “inadmissível”, e destacaram que Erasmo Dias era uma pessoa “reconhecidamente autoritária, violenta e antidemocrática”.
Erasmo Dias foi deputado federal nos períodos entre 1979 e 1983. De 1987 a 1999 foi deputado estadual. Ele morreu em 2010 aos 85 anos.
Fonte, citado parcialmente: https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/tarcisio-promulga-lei-em-homenagem-a-erasmo-dias-icone-da-ditadura
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