sábado, 11 de novembro de 2023

O sorteio do rei

Depois da guerra contra o Reino Soclose, o reino Faraway tenta se reconstruir. Felizmente, os terrenos férteis produziam abundantemente e os sobreviventes faziam artesanalmente as ferramentas necessárias. Mas algo faltava. Gente. Seria preciso aumentar o número de súditos.

Pensando nisso, o rei reuniu todos os ministros. Vieram sábios de diversas partes do mundo. A solução é aumentar a taxa de natalidade.

Um édito do rei no qual seria sorteado uma mulher e um homem. A missão - gerar bebês.
Sim, claro, a ideia era agradável para a audiência, feita na maioria de homens. Cada um tinha um sonho. Os homens sonharam com alguma mulher que habitava seus sonhos molhados. Mas depois pensaram - e se fosse sua mulher, sua irmã ou sua filha?

As poucas mulheres presentes, incluindo a rainha, declararam:
-Nós aceitamos. Isso é pelo bem do reino. Mas que seja incluindo no édito que nenhum homem pode recusar. Nenhum homem pode rejeitar. Nenhum homem pode contestar. Nenhum homem pode agir por ciúme, agredir com violência, os participantes do sorteio.

Entre muitas comemorações e protestos, o sorteio foi anunciado e efetuado. Foi um pouco constrangedor quando o mensageiro real anunciou que a rainha tinha sido sorteada.

-E com quem eu fui sorteada? Perguntou a rainha.
-Sir Frederic de Montagne.

A rainha teve um arrepio na espinha. Frederic é um prisioneiro de guerra. O povo o chamava de Cavaleiro Negro. Mas era pelo bem do reino e ela tinha prometido que seguiria o édito. A rainha assinalou para sua aia.

-Traga sir Frederic de Montagne aos meus aposentos privados.

Algumas horas depois, fortemente escoltado e preso com pesadas cadeias e correntes, Frederic foi deixado no quarto privativo da rainha.

-Sir Frederic, ainda que seja nosso prisioneiro, ainda é nobre e cavaleiro. Nós podemos contar com sua colaboração? Caso contrário, nós podemos providenciar a abreviação de sua existência.

O prisioneiro apenas balançou a cabeça, de tão restrito ele estava de movimentos. A rainha liberou Frederic das restrições. Então ordenou:

-Tire a roupa. Pelo édito do rei, você e eu fomos sorteados. Nós temos que ter relações para gerar bebês. Mas não ouse contar vantagem nem contar aos presos o que aconteceu aqui.

-Não se preocupe majestade. Talvez não se lembre, mas nos conhecemos na juventude. Foi a vontade do destino que ganhaste a coroa do reino que por capricho dos Deuses tornou-se inimigo do meu. Eu te amarei como eu enquanto jovem a amei.

Frederic tirou os trapos do uniforme de prisão que o cobria. A rainha observou, espantada e surpresa, com a quantidade de músculos e cicatrizes. Ela ficou com a atenção retida entre as pernas de Frederic. Isso… existe? Vai… caber?

-Mil perdões pelo meu estado, majestade. Mas faz muitos anos que eu não vejo uma mulher. E cá estou eu diante de vós, que um dia eu conheci e pude sentir amor. Mas nada tema, eu não desejo vosso mal nem vos machucar.

A rainha sentiu um pouco de vergonha, de recato, de insegurança. Muitos anos pesavam em seus ombros e os monges do culto do medo constante lembravam do perigo do pecado. Mas nos braços de Frederic tudo isso foi sumindo. Uma outra imagem, vinda das histórias das anciãs, sobre antigos rituais, da Deusa da Lua e do Deus dos Bosques. Ela se viu como uma dessas antigas sacerdotisas e Frederic como um daqueles antigos sacerdotes.

Envolvida em uma enorme onda de êxtase, agarrou com braços e pernas Frederic e não o soltou enquanto não teve seu ventre preenchido com o creme de nozes.

Em alguns anos, o reino de Faraway recuperou a população. A casa real recebeu novos herdeiros e Frederic ganhou sua liberdade. Bônus extra - o reino de Faraway baniu os monges do culto do medo e voltou a celebrar as suas crenças originais.

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