A menos de 70 dias das eleições, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal que opera a TV Brasil e oito rádios oficiais, debate tema politicamente delicado: o destino de programas religiosos em suas grades. O conselho curador da empresa, que estabelece sua linha editorial, aprovou, com modificações, proposta do conselheiro Daniel Aarão Reis Filho de substituir a atual programação religiosa por programas de discussão do tema, sem "proselitismo" e produzidos mediante concurso.
Um edital de consulta pública sobre o assunto sairá em agosto, no processo de discussão que poderá ter uma audiência aberta e com previsão de terminar até dezembro. Mantido, o cronograma levará ao fim os atuais programas católicos e evangélicos. Na TV Brasil, são duas horas de programação católica aos domingos e 45 minutos de programa evangélicos aos sábados. A Rádio Nacional AM do DF transmite uma missa aos domingos.
"É um debate muito delicado", reconheceu a presidente do conselho curador, Ima Célia Guimarães Vieira. "Acho que vai haver resistência (à mudança). A EBC herdou os atuais programas religiosos da antiga TV Educativa e da Radiobrás." As duas instituições foram fundidas em 2007 para originar a nova estatal. Desde então, a programação passou por modificações. "Isso não representa um ataque à religião em geral, nem a nenhuma religião especifica."
Fonte: Estadão
Nota da casa: Eu acompanhei durante minha juventude a campanha que as rádios faziam em nome da "liberdade de expressão", contra a obrigação de transmitir "A Voz do Brasil", um entulho autoritário que foi inaugurado durante o governo de Getúlio Vargas. Agora, as rádios podem optar em qual horário irão transmitir o programa. Da época, fica a saudade das rádios "rock", a 89 FM e a Brasil 2000, que sucumbiram diante das exigências comerciais. Na época em que eu estava estudando Comunicação Social, os programas "religiosos" [a maioria evangélicos] eram mais comuns nas transmissões das rádios AM [modulação em aplitude]. Hoje, os programas "religiosos" [a maioria evangélicos] estão presentes nas rádios FM [frequência modulada] e tendem a aumentar seu espaço de divulgação. Bem que as rádios poderiam iniciar uma campanha em nome da liberdade religiosa.
domingo, 8 de agosto de 2010
Deuses invocados na posse do presidente colombiano
BOGOTÁ (Reuters) - O novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, tomou posse simbólica no cargo neste sábado, em cerimônia de reconhecimento por parte de quatro tribos indígenas, que invocaram seus deuses pedindo-lhe proteção especial e sabedoria nas decisões como governante.
A cerimônia foi realizada em Seyzhua, lugar sagrado de Sierra Nevada de Santa Marta, a formação montanhosa litorânea mais alta do mundo, que se eleva bruscamente desde a costa caribenha até chegar a altura de 5.775 metros, no norte da Colômbia.
Durante o encontro espiritual com os líderes dos povos kogui, wiwas, kamkuano e arhuaco, que vestiam trajes tradicionais, o presidente recebeu um bastão de mando para que tenha autoridade em suas decisões.
O novo governante reconheceu a riqueza cultural e ambiental de Sierra Nevada de Santa Marta e dos indígenas que ali vivem.
Os indígenas pediram que Santos se comprometa com a defesa do meio ambiente e as condições de vida de seus povos.
"Esperamos que seja o presidente que menos destrua o meio ambiente", afirmou Daniel Villafañe, dirigente arhuaco.
Fonte: G1
A cerimônia foi realizada em Seyzhua, lugar sagrado de Sierra Nevada de Santa Marta, a formação montanhosa litorânea mais alta do mundo, que se eleva bruscamente desde a costa caribenha até chegar a altura de 5.775 metros, no norte da Colômbia.
Durante o encontro espiritual com os líderes dos povos kogui, wiwas, kamkuano e arhuaco, que vestiam trajes tradicionais, o presidente recebeu um bastão de mando para que tenha autoridade em suas decisões.
O novo governante reconheceu a riqueza cultural e ambiental de Sierra Nevada de Santa Marta e dos indígenas que ali vivem.
Os indígenas pediram que Santos se comprometa com a defesa do meio ambiente e as condições de vida de seus povos.
"Esperamos que seja o presidente que menos destrua o meio ambiente", afirmou Daniel Villafañe, dirigente arhuaco.
Fonte: G1
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sexta-feira, 6 de agosto de 2010
O mito da fidelidade da mulher
Mulheres traem pelo mesmo motivo que homens: por desejo, por vontade. A diferença é que elas costumam culpar o marido ou o namorado. “Ele não me dava mais atenção”, dizem. “Não era mais romântico, não me elogiava, nem sexo queria.” O livro mais recente da antropóloga Mirian Goldenberg desfaz o mito de que o homem trai por sexo e a mulher trai por amor ou desamor. Se assim fosse, o homem seria sempre culpado: quando trai e quando é traído. Não é justo com eles.
Homens e mulheres gostam de acreditar que o marido é safado por natureza, e a mulher casada é santa por dedicação. Esses rótulos podem parecer convenientes, mas contaminam as relações amorosas. Trabalhando há 22 anos com dilemas de casais, Mirian diz, em seu livro Por que homens e mulheres traem?, que a maior diferença entre eles e elas não é o comportamento, mas o discurso.
“Em vez de assumirem o desejo, as mulheres preferem se fazer de vítimas. Sentimentalizam o caso extraconjugal e botam a culpa no marido. Os homens assumem ter sido infiéis porque quiseram. Raramente culpam a própria mulher.” Cada vez mais, porém, a infidelidade feminina segue os mesmos padrões da infidelidade masculina. No livro da antropóloga, “Mônica” é uma mulher dos novos tempos. “Ela está muito bem em seu casamento e ama o marido. Mas surge um desejo sexual louco e novo em sua vida e ela se joga nele. Rompe a calmaria porque decide viver seu próprio prazer.”
O desejo de se sentir desejada conduz a pequenas e grandes infidelidades femininas. As mulheres escutaram, quando crianças, que seu maior objetivo na vida seria casar e ter filhos. No futuro, elas teriam um único homem para chamar de seu. E seriam únicas para um homem só. A idealização da monogamia romântica não mudou muito, mas a realidade a longo prazo é bem outra.
Mulheres são um pouco Leila Diniz no exercício da sedução, mas não necessariamente na transgressão. As obrigações sociais jogam sua libido num lugar invisível e inatingível. Várias sublimam o prazer ao assumir o papel de mãe. Isso não significa que abram mão de suas fantasias. Conheci mulheres absolutamente certinhas, monogâmicas, que casaram virgens e têm sonhos delirantemente libertários.
Algumas não se contentam em fantasiar. Catherine Deneuve, em A bela da tarde, de Buñuel, é uma das personagens mais enigmáticas do cinema. Bem casada, rica, belíssima, ela se entrega a desconhecidos após o almoço como prostituta de luxo. É um exemplo extremo de desvio. Mas, se a infidelidade feminina fosse apenas um fetiche, Nélson Rodrigues não teria tocado com tanta propriedade a alma da classe média brasileira. Novelas como a atual Passione soariam falsas. Ali, as protagonistas traem compulsivamente, das cinquentonas às ninfetas. Traem por desejo, por sexo, por diversão.
O psicanalista Contardo Calligaris acha que as mulheres são tão infiéis quanto os homens. Não vê nisso um problema. “As mulheres só são campeãs na fidelidade companheira e solidária. Em hospitais ou presídios, os visitantes são mulheres. Mas, sexualmente, não vejo diferença. Caso contrário, existiria um problema lógico. Se os homens heterossexuais são infiéis, quem são suas amantes – todas solteiras e livres ou também casadas e namorando outros?”
Contardo acha a palavra infidelidade muito pesada para a traição puramente sexual: “Jamais deixaria minha mulher se ela me contasse algo parecido. Mas sou fiel. Acho um saco trair. Ter outra relação dá um trabalho horroroso”.
Nos tribunais do Rio de Janeiro, recentemente, o juiz Paulo Mello Feijó ignorou o pedido de indenização por danos morais de um marido traído. Para o juiz, marido traído é marido relapso. “Homens de meia-idade, já não tão viris, descarregam suas frustrações nas mulheres, chamando-as de gordas e deixando-lhes toda a culpa por seu pobre desempenho. E elas buscam o prazer em outros olhos, outros braços, outros beijos (...) e traem de coração.”
A ideia de que a mulher só trai por razões sublimes, “de coração”, não corresponde à realidade. Se ela for infiel, será por desejo e por vontade própria.
Autora: RUTH DE AQUINO - Revista Época
Divulgado pela Universidade Livre Feminista
Nota da casa: Eu creio que todos são livres para amar e se relacionar com quem quiser, com quantos quiser, da forma que quiser. Pena que na prática as mulheres que eu conheço e demonstro carinho, atenção e amor preferem acreditar no mito romântico da monogamia e se privam de amar e serem amadas. Infelizmente ainda há muito medo de amar, de demonstrar sentimentos. Infelizmente a pressão dos tabus e proibições sociais impede que tenhamos uma vida erótico-afetiva sadia e satisfatória.
Homens e mulheres gostam de acreditar que o marido é safado por natureza, e a mulher casada é santa por dedicação. Esses rótulos podem parecer convenientes, mas contaminam as relações amorosas. Trabalhando há 22 anos com dilemas de casais, Mirian diz, em seu livro Por que homens e mulheres traem?, que a maior diferença entre eles e elas não é o comportamento, mas o discurso.
“Em vez de assumirem o desejo, as mulheres preferem se fazer de vítimas. Sentimentalizam o caso extraconjugal e botam a culpa no marido. Os homens assumem ter sido infiéis porque quiseram. Raramente culpam a própria mulher.” Cada vez mais, porém, a infidelidade feminina segue os mesmos padrões da infidelidade masculina. No livro da antropóloga, “Mônica” é uma mulher dos novos tempos. “Ela está muito bem em seu casamento e ama o marido. Mas surge um desejo sexual louco e novo em sua vida e ela se joga nele. Rompe a calmaria porque decide viver seu próprio prazer.”
O desejo de se sentir desejada conduz a pequenas e grandes infidelidades femininas. As mulheres escutaram, quando crianças, que seu maior objetivo na vida seria casar e ter filhos. No futuro, elas teriam um único homem para chamar de seu. E seriam únicas para um homem só. A idealização da monogamia romântica não mudou muito, mas a realidade a longo prazo é bem outra.
Mulheres são um pouco Leila Diniz no exercício da sedução, mas não necessariamente na transgressão. As obrigações sociais jogam sua libido num lugar invisível e inatingível. Várias sublimam o prazer ao assumir o papel de mãe. Isso não significa que abram mão de suas fantasias. Conheci mulheres absolutamente certinhas, monogâmicas, que casaram virgens e têm sonhos delirantemente libertários.
Algumas não se contentam em fantasiar. Catherine Deneuve, em A bela da tarde, de Buñuel, é uma das personagens mais enigmáticas do cinema. Bem casada, rica, belíssima, ela se entrega a desconhecidos após o almoço como prostituta de luxo. É um exemplo extremo de desvio. Mas, se a infidelidade feminina fosse apenas um fetiche, Nélson Rodrigues não teria tocado com tanta propriedade a alma da classe média brasileira. Novelas como a atual Passione soariam falsas. Ali, as protagonistas traem compulsivamente, das cinquentonas às ninfetas. Traem por desejo, por sexo, por diversão.
O psicanalista Contardo Calligaris acha que as mulheres são tão infiéis quanto os homens. Não vê nisso um problema. “As mulheres só são campeãs na fidelidade companheira e solidária. Em hospitais ou presídios, os visitantes são mulheres. Mas, sexualmente, não vejo diferença. Caso contrário, existiria um problema lógico. Se os homens heterossexuais são infiéis, quem são suas amantes – todas solteiras e livres ou também casadas e namorando outros?”
Contardo acha a palavra infidelidade muito pesada para a traição puramente sexual: “Jamais deixaria minha mulher se ela me contasse algo parecido. Mas sou fiel. Acho um saco trair. Ter outra relação dá um trabalho horroroso”.
Nos tribunais do Rio de Janeiro, recentemente, o juiz Paulo Mello Feijó ignorou o pedido de indenização por danos morais de um marido traído. Para o juiz, marido traído é marido relapso. “Homens de meia-idade, já não tão viris, descarregam suas frustrações nas mulheres, chamando-as de gordas e deixando-lhes toda a culpa por seu pobre desempenho. E elas buscam o prazer em outros olhos, outros braços, outros beijos (...) e traem de coração.”
A ideia de que a mulher só trai por razões sublimes, “de coração”, não corresponde à realidade. Se ela for infiel, será por desejo e por vontade própria.
Autora: RUTH DE AQUINO - Revista Época
Divulgado pela Universidade Livre Feminista
Nota da casa: Eu creio que todos são livres para amar e se relacionar com quem quiser, com quantos quiser, da forma que quiser. Pena que na prática as mulheres que eu conheço e demonstro carinho, atenção e amor preferem acreditar no mito romântico da monogamia e se privam de amar e serem amadas. Infelizmente ainda há muito medo de amar, de demonstrar sentimentos. Infelizmente a pressão dos tabus e proibições sociais impede que tenhamos uma vida erótico-afetiva sadia e satisfatória.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Dia Mundial do Orgasmo
Enquanto no Irã considera-se "justiça" apedrejar uma mulher [mas curiosamente não um homem] por adultério e enquanto no Brasil uma mulher morre a cada duas horas, na véspera de meu 45º aniversário, alguns dias depois da celebração da florada da cerejeira no Parque do Carmo, um intervalo para falar de algo importante, necessário e fundamental, SE queremos que nossa espécie tenha algum futuro.
Comemorado hoje [dia 31de Julho], o Dia Mundial do Orgasmo celebra a busca pelo prazer. A data foi criada na Inglaterra, pelas redes de sex-shops que pesquisaram e descobriram que 80% das inglesas não atingiam o clímax durante o sexo. Segundo estudos do Projeto de Sexualidade da USP (ProSex), 54% das brasileiras também têm dificuldades para chegar ao orgasmo.
O orgasmo é mais que um breve prazer, já que traz ganhos para a saúde, melhora o aspecto da pele, proporciona mais qualidade ao sono e diminui o estresse, dizem estudiosos sobre o assunto. Para as mulheres, ainda é capaz de aliviar as cólicas e outros sintomas da tensão pré-menstrual (TPM). Segundo o sexólogo Ronaldo Félix de Freitas, o sexo é um indicador de qualidade de vida. “Se estivermos bem no amor e no trabalho, estamos bem. A vida sexual é uma das dimensões importantes para a pessoa ser feliz”, relata, mas também orienta: “Para termos uma vida sexual equilibrada, não devemos exagerar no sexo, nem nos privar dele. Se usarmos muita energia para o sexo, pode faltar para outras coisas, ou vice-versa”.[Tribuna do Brasil]
Mesmo que o assunto esteja na boca do povo, pesquisas revelam que milhares de mulheres ainda não sentem orgasmo durante a relação com seus parceiros. “Existe uma porcentagem de mulheres que nunca tiveram um orgasmo, cerca de 40%. Dessas, 70% sentem o orgasmo através do clitóris, que pode ser pelas mãos, por instrumentos ou mesmo numa relação.
O sexólogo alerta que não ter orgasmos ou desejo sexual não são situações normais. Isso acontece por uma questão psicológica, mas o organismo continua produzindo o hormônio que causa a sensação de prazer. “É preciso se abrir para a sexualidade como algo natural. Conversar com o parceiro e dividir o que lhe causa prazer é um bom começo”, recomenda.[D24]
Na sociedade brasileira, aonde a liberdade de identidade, opção e orientação sexual ainda é cheia de controvérsias, polêmicas, discriminações e preconceitos; aonde ainda a nudez feminina seja equiparada à prostituição; aonde a sexualidade é vivida de forma virtual, platônica; aonde as pessoas ainda sustentam os tabus e as proibições sociais e religiosas; aonde a violência física e sexual serve apenas para vender notícia; aonde ainda se limita a discussão dos direitos reprodutivos da mulher; aonde a agressividade continua sendo mais elogiada que o carinho, nada mais oportuno que convidar aos brasileiros que deixem de lado seus recalques, suas frustrações, seus traumas, as opressões, as repressões e as alienações para que se permitam amar e serem amados.
Digam, "seja meu o êxtase e alegria na terra".
Lembrai-vos que todos os atos de amor e prazer são meus rituais.
Comemorado hoje [dia 31de Julho], o Dia Mundial do Orgasmo celebra a busca pelo prazer. A data foi criada na Inglaterra, pelas redes de sex-shops que pesquisaram e descobriram que 80% das inglesas não atingiam o clímax durante o sexo. Segundo estudos do Projeto de Sexualidade da USP (ProSex), 54% das brasileiras também têm dificuldades para chegar ao orgasmo.
O orgasmo é mais que um breve prazer, já que traz ganhos para a saúde, melhora o aspecto da pele, proporciona mais qualidade ao sono e diminui o estresse, dizem estudiosos sobre o assunto. Para as mulheres, ainda é capaz de aliviar as cólicas e outros sintomas da tensão pré-menstrual (TPM). Segundo o sexólogo Ronaldo Félix de Freitas, o sexo é um indicador de qualidade de vida. “Se estivermos bem no amor e no trabalho, estamos bem. A vida sexual é uma das dimensões importantes para a pessoa ser feliz”, relata, mas também orienta: “Para termos uma vida sexual equilibrada, não devemos exagerar no sexo, nem nos privar dele. Se usarmos muita energia para o sexo, pode faltar para outras coisas, ou vice-versa”.[Tribuna do Brasil]
Mesmo que o assunto esteja na boca do povo, pesquisas revelam que milhares de mulheres ainda não sentem orgasmo durante a relação com seus parceiros. “Existe uma porcentagem de mulheres que nunca tiveram um orgasmo, cerca de 40%. Dessas, 70% sentem o orgasmo através do clitóris, que pode ser pelas mãos, por instrumentos ou mesmo numa relação.
O sexólogo alerta que não ter orgasmos ou desejo sexual não são situações normais. Isso acontece por uma questão psicológica, mas o organismo continua produzindo o hormônio que causa a sensação de prazer. “É preciso se abrir para a sexualidade como algo natural. Conversar com o parceiro e dividir o que lhe causa prazer é um bom começo”, recomenda.[D24]
Na sociedade brasileira, aonde a liberdade de identidade, opção e orientação sexual ainda é cheia de controvérsias, polêmicas, discriminações e preconceitos; aonde ainda a nudez feminina seja equiparada à prostituição; aonde a sexualidade é vivida de forma virtual, platônica; aonde as pessoas ainda sustentam os tabus e as proibições sociais e religiosas; aonde a violência física e sexual serve apenas para vender notícia; aonde ainda se limita a discussão dos direitos reprodutivos da mulher; aonde a agressividade continua sendo mais elogiada que o carinho, nada mais oportuno que convidar aos brasileiros que deixem de lado seus recalques, suas frustrações, seus traumas, as opressões, as repressões e as alienações para que se permitam amar e serem amados.
Digam, "seja meu o êxtase e alegria na terra".
Lembrai-vos que todos os atos de amor e prazer são meus rituais.
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segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Atualizada, bruxaria está na moda
Quem viveu os anos 1990 certamente se lembra do modismo dos anjos e gnomos que aconteceu no início da década. Na época, a loja esotérica Alemdalenda fazia o maior sucesso com o comércio de imagens, baralhos, livros de oráculos e até adesivos – o mais conhecido era um que trazia a frase “Consulte sempre uma bruxa”. Pois o esoterismo continua em alta. Desta vez, porém, o que está em voga é a bruxaria. Para se ter uma ideia, nos dias 13, 14 e 15 de agosto a cidade de Paranapiacaba (SP) sedia a 7ª edição da Convenção de Bruxas e Magos, evento que tem por objetivo divulgar conhecimentos diversos sobre bruxaria, magia, terapias holísticas, ocultismo, umbanda, mitologia, xamanismo, reiki, numerologia e astrologia, entre outros temas semelhantes, com peças teatrais, shows musicais, palestras e consultas. Em outubro, nos dias 9 e 10, a unidade Anália Franco da Universidade Cruzeiro do Sul, na capital paulista, será cenário da primeira edição brasileira da Mystic Fair. A feira é inspirada na Magic International que acontece anualmente em Barcelona, Espanha, há mais de 25 anos, com a proposta de divulgar conhecimentos espirituais alternativos ao grande público.
Mas quem são as pessoas que, atualmente, não só se interessam por temas místicos como se autointitulam bruxos? E quais são as razões que as motivam a buscar conhecimentos sobre magia? Uma das razões possíveis é a disseminação na Wicca, sistema religioso pagão de culto à Grande Deusa (sim, uma crença a uma figura feminina), divulgado pelo britânico Gerald Garnder (1884-1964), a partir da década de 1930. O tema tem ganhado força desde o fim dos anos 1990. Tanto que, em 1998, foi fundada a Associação Brasileira da Arte e Filosofia da Religião Wicca (Abrawicca), presidida pela bruxa e sacerdotisa Márcia Maria Bianchi Prates, cujo nome pagão é Mavesper Cy Ceridwen (a tradição prega que seus seguidores escolham um).
Bruxas modernas
Esqueça a tradicional imagem de uma velhinha com verruga no nariz, chapéu e vassoura voadora preparando poções mágicas em seu caldeirão para prejudicar alguém. Márcia explica que os preceitos principais das bruxas modernas são preservar e amar a natureza, abominar todo e qualquer tipo de discriminação e se colocarem como irmãs de todos os seres viventes e de toda matéria. “Além disso, nós vivemos cada momento do dia buscando o equilíbrio, seja pessoal, seja social, seja do meio ambiente, seja coletivo”, conta Mavesper, que mora com sua família desde 2006 na Chácara Templo da Deusa, em Brasília (DF). “Além de sediar a Abrawicca atualmente, o espaço foi concebido para ser um centro de treinamento e vivências sacerdotais. É um lugar de retiro, busca de contato com os deuses antigos que cultuamos e um local de culto aberto. Já tivemos mais de 30 bruxos residentes por períodos diversos para treinamento, e fazemos três ou quatro eventos anuais que reúnem entre 50 e 200 pessoas em fins de semana. Também realizamos atendimentos de tarô e cura xamânica, entre outros; uma média de 100, por mês”, afirma.
Em São Paulo, na região do Grande ABC, faz sucesso a Universidade Livre Holística Casa de Bruxa, em Santo André. Idealizado pela bruxa e teóloga Tânia Gori, o local oferece cursos sobre bruxaria natural, realiza atendimentos e conta com uma loja e uma biblioteca. “Gosto de dizer que a Casa de Bruxa é uma escola que ensina, sobretudo, como a energia do universo atua em cada ser humano”, salienta Tânia Gori, que é fundadora da filosofia da bruxaria natural no Brasil e membro da federação de Celtic Reiki, na Irlanda. “A iniciativa de fundar a Casa da Bruxa surgiu da necessidade de passar esses conhecimentos para as pessoas. Hoje formamos turmas de terapeutas holísticos com 25 alunos em média e atualmente oferecemos programações – cursos rápidos, palestras – sobre cerca de 150 temas relacionados à área. E temos por mês a visitação de 5 mil pessoas, sendo que desse perfil 90% são mulheres”, destaca.
Motivos
O sexto sentido, a vontade de se conhecer melhor e o altruísmo são alguns dos motivos de as mulheres constituírem o maior contingente de pessoas entre os novos admiradores da magia e do ocultismo. Um bom exemplo é a auxiliar contábil Raquel Morello, 32 anos, de São Paulo. “Desde a minha infância tenho crenças um pouco diferentes dos demais. Minha família é católica, então fiz primeira comunhão e crisma, tudo que uma boa católica deve fazer. Mas nem assim meu interesse pela igreja, então aos poucos fui parando de freqüenta-la. A ideia de ser uma bruxa sempre me fascinou, e quando descobri que ser bruxa era acreditar em tudo em que eu ja acreditava, além de ver as coisas do mesmo modo em que eu já via, é que me fez ter certeza que este é o meu caminho”, explica. Para Raquel, ser bruxa é ter alma e o coração bondosos, ser honesta e sensível e fazer magia para o bem, ou seja, para purificar energias. Ela procura trocar conhecimentos sobre magia pela internet – mais precisamente pelo Orkut, onde existem inúmeras comunidades dedicadas à Wicca e temas afins. Usar a rede para trocar experiências, aliás, é outra característica dos bruxos modernos.
Apesar de as mulheres serem maioria, os homens também têm aderido ao tema. É o caso do publicitário Newton Souza, 30 anos, de São Paulo, que se formou em terapia holística pela Casa de Bruxa. “Hoje em dia sou um psicoterapeuta holístico e pesquisador das antigas tradições e os efeitos psicológicos que a religião exerce sobre as pessoas em seu dia a dia, pesquisador de Celtic Reiki (variação do Reiki tradicional Usui Tibetano), massoterapeuta, palestrante, consultor de runas e tarô e professor de assuntos holísticos”, diz. “Comecei a me interessar por este assunto quando eu tinha por volta de 10 a 11 anos de idade por meio dos cristais. Na bruxaria natural me encontrei por se tratar de uma filosofia e não uma religião, pois é aberto ao questionamento e você tira as provas por si só”, ressalta. Newton afirma que as práticas diárias de harmonização com os quatro elementos (fogo, ar, terra e água), por exemplo, lhe trouxeram muito mais equilíbrio, tranquilidade em perceber a vida e não apenas deixá-la passar despercebida, evitando “descontroles emocionais tão comuns nos dias de hoje”.
Banalização
Para Márcia Frazão, bruxa “das antigas” e autora de vários livros, a denominação “bruxa” ultimamente a tem incomodado. “De repente a palavra se tornou tão banalizada que acabou perdendo o seu real significado. Para mim (e para muitas mulheres mundo afora) ser bruxa significa estar em pleno equilíbrio com a sua condição feminina e com a natureza, coisa que nem sempre é fácil. Afinal, estar em equilíbrio com o feminino, liberta das milhões de exigências que são feitas para a mulher, é um caminho que envolve renúncia, ativismo, posicionamento sócio-político etc. E estar em equilíbrio com a natureza também envolve as mesmas coisas, como renunciar ao uso de microondas, celulares”, acredita. “Não tenho nada a ver com a Wicca e desde pequena fui criada, e me criei, para ser uma bruxa, ou seja, uma mulher em busca do equilíbrio com o seu feminino. Digo ‘em busca’ porque o equilíbrio não é estático, ele está sempre em movimento”, diz.
A grande procura por Wicca por parte dos adolescentes, segundo Márcia Frazão, se deve ao que chama “efeito Harry Potter”. Entre os praticantes de bruxaria há muita controvérsia – uns dizem seguir os preceitos antigos, antes de Gerald Gardner e sua Wicca; outros dizem que há banalização do assunto e que existem pessoas que acendem uma vela e fazem uma simpatia e já se dizem feiticeiras. Outros, no entanto, preferem se manter à margem de polêmicas e brigas, como Tânia Gori. “Acho que todos que trabalham com energia deveriam ser mais unidos. Cada um tem sua verdade e nenhuma verdade é totalmente verdade. Acredito que todas as formas de amor são válidas, assim com somos pessoas diferentes em nossas semelhanças, nossa fé, crença, política, religião e filosofia devem ser respeitadas. Não existe nenhum lugar com a verdade total, pois nem sabemos se a verdade total existe. Por isso sempre gosto de citar Sócrates: a cada dia, sei que nada sei”, conclui.
Fonte: UOL Estilo
Nota da casa: Nós, pagãos, bruxos e wiccanos detestamos essa tendência da Imprensa local em confundir e generalizar a Bruxaria como se fosse esoterismo ou qualquer outra bobagem comercializada.
Mas quem são as pessoas que, atualmente, não só se interessam por temas místicos como se autointitulam bruxos? E quais são as razões que as motivam a buscar conhecimentos sobre magia? Uma das razões possíveis é a disseminação na Wicca, sistema religioso pagão de culto à Grande Deusa (sim, uma crença a uma figura feminina), divulgado pelo britânico Gerald Garnder (1884-1964), a partir da década de 1930. O tema tem ganhado força desde o fim dos anos 1990. Tanto que, em 1998, foi fundada a Associação Brasileira da Arte e Filosofia da Religião Wicca (Abrawicca), presidida pela bruxa e sacerdotisa Márcia Maria Bianchi Prates, cujo nome pagão é Mavesper Cy Ceridwen (a tradição prega que seus seguidores escolham um).
Bruxas modernas
Esqueça a tradicional imagem de uma velhinha com verruga no nariz, chapéu e vassoura voadora preparando poções mágicas em seu caldeirão para prejudicar alguém. Márcia explica que os preceitos principais das bruxas modernas são preservar e amar a natureza, abominar todo e qualquer tipo de discriminação e se colocarem como irmãs de todos os seres viventes e de toda matéria. “Além disso, nós vivemos cada momento do dia buscando o equilíbrio, seja pessoal, seja social, seja do meio ambiente, seja coletivo”, conta Mavesper, que mora com sua família desde 2006 na Chácara Templo da Deusa, em Brasília (DF). “Além de sediar a Abrawicca atualmente, o espaço foi concebido para ser um centro de treinamento e vivências sacerdotais. É um lugar de retiro, busca de contato com os deuses antigos que cultuamos e um local de culto aberto. Já tivemos mais de 30 bruxos residentes por períodos diversos para treinamento, e fazemos três ou quatro eventos anuais que reúnem entre 50 e 200 pessoas em fins de semana. Também realizamos atendimentos de tarô e cura xamânica, entre outros; uma média de 100, por mês”, afirma.
Em São Paulo, na região do Grande ABC, faz sucesso a Universidade Livre Holística Casa de Bruxa, em Santo André. Idealizado pela bruxa e teóloga Tânia Gori, o local oferece cursos sobre bruxaria natural, realiza atendimentos e conta com uma loja e uma biblioteca. “Gosto de dizer que a Casa de Bruxa é uma escola que ensina, sobretudo, como a energia do universo atua em cada ser humano”, salienta Tânia Gori, que é fundadora da filosofia da bruxaria natural no Brasil e membro da federação de Celtic Reiki, na Irlanda. “A iniciativa de fundar a Casa da Bruxa surgiu da necessidade de passar esses conhecimentos para as pessoas. Hoje formamos turmas de terapeutas holísticos com 25 alunos em média e atualmente oferecemos programações – cursos rápidos, palestras – sobre cerca de 150 temas relacionados à área. E temos por mês a visitação de 5 mil pessoas, sendo que desse perfil 90% são mulheres”, destaca.
Motivos
O sexto sentido, a vontade de se conhecer melhor e o altruísmo são alguns dos motivos de as mulheres constituírem o maior contingente de pessoas entre os novos admiradores da magia e do ocultismo. Um bom exemplo é a auxiliar contábil Raquel Morello, 32 anos, de São Paulo. “Desde a minha infância tenho crenças um pouco diferentes dos demais. Minha família é católica, então fiz primeira comunhão e crisma, tudo que uma boa católica deve fazer. Mas nem assim meu interesse pela igreja, então aos poucos fui parando de freqüenta-la. A ideia de ser uma bruxa sempre me fascinou, e quando descobri que ser bruxa era acreditar em tudo em que eu ja acreditava, além de ver as coisas do mesmo modo em que eu já via, é que me fez ter certeza que este é o meu caminho”, explica. Para Raquel, ser bruxa é ter alma e o coração bondosos, ser honesta e sensível e fazer magia para o bem, ou seja, para purificar energias. Ela procura trocar conhecimentos sobre magia pela internet – mais precisamente pelo Orkut, onde existem inúmeras comunidades dedicadas à Wicca e temas afins. Usar a rede para trocar experiências, aliás, é outra característica dos bruxos modernos.
Apesar de as mulheres serem maioria, os homens também têm aderido ao tema. É o caso do publicitário Newton Souza, 30 anos, de São Paulo, que se formou em terapia holística pela Casa de Bruxa. “Hoje em dia sou um psicoterapeuta holístico e pesquisador das antigas tradições e os efeitos psicológicos que a religião exerce sobre as pessoas em seu dia a dia, pesquisador de Celtic Reiki (variação do Reiki tradicional Usui Tibetano), massoterapeuta, palestrante, consultor de runas e tarô e professor de assuntos holísticos”, diz. “Comecei a me interessar por este assunto quando eu tinha por volta de 10 a 11 anos de idade por meio dos cristais. Na bruxaria natural me encontrei por se tratar de uma filosofia e não uma religião, pois é aberto ao questionamento e você tira as provas por si só”, ressalta. Newton afirma que as práticas diárias de harmonização com os quatro elementos (fogo, ar, terra e água), por exemplo, lhe trouxeram muito mais equilíbrio, tranquilidade em perceber a vida e não apenas deixá-la passar despercebida, evitando “descontroles emocionais tão comuns nos dias de hoje”.
Banalização
Para Márcia Frazão, bruxa “das antigas” e autora de vários livros, a denominação “bruxa” ultimamente a tem incomodado. “De repente a palavra se tornou tão banalizada que acabou perdendo o seu real significado. Para mim (e para muitas mulheres mundo afora) ser bruxa significa estar em pleno equilíbrio com a sua condição feminina e com a natureza, coisa que nem sempre é fácil. Afinal, estar em equilíbrio com o feminino, liberta das milhões de exigências que são feitas para a mulher, é um caminho que envolve renúncia, ativismo, posicionamento sócio-político etc. E estar em equilíbrio com a natureza também envolve as mesmas coisas, como renunciar ao uso de microondas, celulares”, acredita. “Não tenho nada a ver com a Wicca e desde pequena fui criada, e me criei, para ser uma bruxa, ou seja, uma mulher em busca do equilíbrio com o seu feminino. Digo ‘em busca’ porque o equilíbrio não é estático, ele está sempre em movimento”, diz.
A grande procura por Wicca por parte dos adolescentes, segundo Márcia Frazão, se deve ao que chama “efeito Harry Potter”. Entre os praticantes de bruxaria há muita controvérsia – uns dizem seguir os preceitos antigos, antes de Gerald Gardner e sua Wicca; outros dizem que há banalização do assunto e que existem pessoas que acendem uma vela e fazem uma simpatia e já se dizem feiticeiras. Outros, no entanto, preferem se manter à margem de polêmicas e brigas, como Tânia Gori. “Acho que todos que trabalham com energia deveriam ser mais unidos. Cada um tem sua verdade e nenhuma verdade é totalmente verdade. Acredito que todas as formas de amor são válidas, assim com somos pessoas diferentes em nossas semelhanças, nossa fé, crença, política, religião e filosofia devem ser respeitadas. Não existe nenhum lugar com a verdade total, pois nem sabemos se a verdade total existe. Por isso sempre gosto de citar Sócrates: a cada dia, sei que nada sei”, conclui.
Fonte: UOL Estilo
Nota da casa: Nós, pagãos, bruxos e wiccanos detestamos essa tendência da Imprensa local em confundir e generalizar a Bruxaria como se fosse esoterismo ou qualquer outra bobagem comercializada.
domingo, 1 de agosto de 2010
Lugnasad!
Tanto Romanos como Celtas, os dois principais elementos da ancestralidade desta faixa ocidental ibérica, celebravam neste dia festividades ligadas à fertilidade do trigo.
Em Roma, começava hoje o mês consagrado a Ceres, Deusa dos Cereais e do Crescimento, Cujo nome pode estar ligado à raiz indo-europeia Kerri, com o significado de «Crescimento».
Os Romanos também realizavam no primeiro de Agosto cerimónias em honra de Spes (Esperança), de Victoria, de Mars Ultor (Marte Vingador) e dos Lares Compitales ou espíritos protectores das encruzilhadas.
Na arcaica tradição dos egrégios Celtas, esses antigos Latinos que contribuíram, primordialmente, para a nossa ancestralidade, o dia de hoje é marcado pela celebração da Lugnasad, festividade a um tempo real(monárquica) e agrícola, realizada em honra de Lug, Deus mestre de todas as artes, Senhor da Luz e rei dos Deuses.
Lug instituiu a festa da Lugnasad (palavra traduzida por alguns como «Assembleia de Lug», por outros como «Funeral de Lug») em honra da Sua mãe, Tailtiu (filha dum rei hispânico), que morrera de exaustão após ter levado a cabo a monumental tarefa de preparar os campos da Irlanda para o trabalho agrícola.[Gladius]
Na maioria dos livros, encontramos Lugh classificado como um deus solar, mas ele é muito mais complexo do que isso. Provavelmente, tais associações suas ao Sol devem ter vindo dos povos gregos e romanos, ao entrarem em contato com a cultura celta. Na Gália e na Grã-Bretanha, existem muitos exemplos de cultos ao deus Lugh.
O nome Lugh vem do irlandês antigo e significa “brilho” ou “luz”. Seu nome, aliás, aparece no nome de muitos lugares da Europa: Lugo (na Galícia), Leiden (na Holanda), Luguvalium (na Inglaterra), Lughbhadh (na Irlanda), Lugdunum (hoje Lyons, na França).
Há um grande número de imagens de Lugh nas terras célticas, o que comprova a sua importância. De acordo com Cláudio Crow Quintino, autor de ‘O Livro da Mitologia Celta’, “na Gália foram encontrados diversos vestígios dos cultos a esta deidade, que se manifesta – de acordo com o padrão celta – de forma tríplice”. E continua: “A representação iconográfica de Lugos, seu nome gaulês, por vezes o mostra com três rostos e três falos”. Isso confirma a sua natureza tríplice.[Bruxaria Net]
Lugh é um Deus Celta, representado em muitas Lendas Irlandesas como sendo o triunfo da Luz sobre a Escuridão. Ele é o Guardião legítimo da Lança Mágica de Glorias e era particularmente associado ao uso da funda (arma feita de pele de animal com a qual se lançam pedras ), com a qual matou o seu terrível adversário, Balor.
Lugh é um Deus que está presente em todos os Panteões Celtas. Em Gaulês antigo tinha o nome de Lugos, e ao longo do resto da Ilha Britânica, é conhecido como Lug. As Histórias e mitos sobre ele diferem em cada região onde é reverenciado de inúmeras formas e através de diferentes ritos.
Principalmente conhecido como Deus do Sol, Lugh também é um Deus Guerreiro, da Medicina, Druida, Bardo, Ferreiro, Cervejeiro, entre outras coisas.
As suas funções identificam-no como um Deus da Guerra e das Artes Mágicas, mas os poetas e todos os artistas também são por ele beneficiados, juntamente com os guerreiros e os magos. As suas armas sagradas em todas as tradições são a funda e a lança. No folclore Irlandês ele é o Pai do grande Herói Cuchulain.
Lugh é um Deus do céu e está fortemente ligado com o fogo, com o Sol e com o tempo. Em várias representações suas, Ele aparece com um Torc ( (peça de joalharia Celta ), e uma lança brilhante, que por vezes aparece como sendo um raio.
Ele é o Deus de todas as habilidades, artes e da excelência em tdo o empenho imaginável. Ele é visto como o Protetor e Guia do seu Povo. Animais que lhe são especialmente sagrados são, as águias e os corvos que mantêm vigia sobre tudo aquilo que acontece na Terra.[Clã Guardiões da Luz]
Lughnasadh é também conhecido como Lammas (Lê-se "lamas") ou Festival da Primeira Colheita. Dia sagrado no paganismo, tendo origem principalmente Celta. Celebrado no dia 2 de Fevereiro no hemisfério Sul e no dia 1º de Agosto no hemisfério Norte.
É importante lembrar que os Sabás não são originários da Wicca. São comemorações muitos mais antigas do que essa religião que apareceu por meados da década de 50, que agregou essas e outras características à sua doutrina.
Esse sabá, que ocorre entre o Solstício de Verão (Litha) e o Equinócio de Outono (Mabon), festa da primeira colheita, uma época de agradecimento aos Deuses por tudo o que colhemos.
O nome Lughnasadh veio duma festa agrícola típica dos Céltico. Uma festa da colheita em honra ao deus céltico do Sol: Lugh (o maior guerreiro dentre os celtas, pois derrotou os gigantes que exigiam sacrifícios humanos).
Já o nome Lammas significa "Missão do Pão (loaf Mass)", que representa o alimento (geralmente pão ou bolo ou qualquer outra massa) feito com os grãos, que representam a colheita, e repartido (como alimento sagrado) entre os membros do coven ou da família ou mesmo entre amigos. Este nome vem do costume medieval de levar os primeiros pães (bolos, etc) para uma celebração.[wikipedia]
Aos pagãos brasileiros que estão celebrando "de ponta cabeça" o Imbolc, Feliz Lugnasad!
Em Roma, começava hoje o mês consagrado a Ceres, Deusa dos Cereais e do Crescimento, Cujo nome pode estar ligado à raiz indo-europeia Kerri, com o significado de «Crescimento».
Os Romanos também realizavam no primeiro de Agosto cerimónias em honra de Spes (Esperança), de Victoria, de Mars Ultor (Marte Vingador) e dos Lares Compitales ou espíritos protectores das encruzilhadas.
Na arcaica tradição dos egrégios Celtas, esses antigos Latinos que contribuíram, primordialmente, para a nossa ancestralidade, o dia de hoje é marcado pela celebração da Lugnasad, festividade a um tempo real(monárquica) e agrícola, realizada em honra de Lug, Deus mestre de todas as artes, Senhor da Luz e rei dos Deuses.
Lug instituiu a festa da Lugnasad (palavra traduzida por alguns como «Assembleia de Lug», por outros como «Funeral de Lug») em honra da Sua mãe, Tailtiu (filha dum rei hispânico), que morrera de exaustão após ter levado a cabo a monumental tarefa de preparar os campos da Irlanda para o trabalho agrícola.[Gladius]
Na maioria dos livros, encontramos Lugh classificado como um deus solar, mas ele é muito mais complexo do que isso. Provavelmente, tais associações suas ao Sol devem ter vindo dos povos gregos e romanos, ao entrarem em contato com a cultura celta. Na Gália e na Grã-Bretanha, existem muitos exemplos de cultos ao deus Lugh.
O nome Lugh vem do irlandês antigo e significa “brilho” ou “luz”. Seu nome, aliás, aparece no nome de muitos lugares da Europa: Lugo (na Galícia), Leiden (na Holanda), Luguvalium (na Inglaterra), Lughbhadh (na Irlanda), Lugdunum (hoje Lyons, na França).
Há um grande número de imagens de Lugh nas terras célticas, o que comprova a sua importância. De acordo com Cláudio Crow Quintino, autor de ‘O Livro da Mitologia Celta’, “na Gália foram encontrados diversos vestígios dos cultos a esta deidade, que se manifesta – de acordo com o padrão celta – de forma tríplice”. E continua: “A representação iconográfica de Lugos, seu nome gaulês, por vezes o mostra com três rostos e três falos”. Isso confirma a sua natureza tríplice.[Bruxaria Net]
Lugh é um Deus Celta, representado em muitas Lendas Irlandesas como sendo o triunfo da Luz sobre a Escuridão. Ele é o Guardião legítimo da Lança Mágica de Glorias e era particularmente associado ao uso da funda (arma feita de pele de animal com a qual se lançam pedras ), com a qual matou o seu terrível adversário, Balor.
Lugh é um Deus que está presente em todos os Panteões Celtas. Em Gaulês antigo tinha o nome de Lugos, e ao longo do resto da Ilha Britânica, é conhecido como Lug. As Histórias e mitos sobre ele diferem em cada região onde é reverenciado de inúmeras formas e através de diferentes ritos.
Principalmente conhecido como Deus do Sol, Lugh também é um Deus Guerreiro, da Medicina, Druida, Bardo, Ferreiro, Cervejeiro, entre outras coisas.
As suas funções identificam-no como um Deus da Guerra e das Artes Mágicas, mas os poetas e todos os artistas também são por ele beneficiados, juntamente com os guerreiros e os magos. As suas armas sagradas em todas as tradições são a funda e a lança. No folclore Irlandês ele é o Pai do grande Herói Cuchulain.
Lugh é um Deus do céu e está fortemente ligado com o fogo, com o Sol e com o tempo. Em várias representações suas, Ele aparece com um Torc ( (peça de joalharia Celta ), e uma lança brilhante, que por vezes aparece como sendo um raio.
Ele é o Deus de todas as habilidades, artes e da excelência em tdo o empenho imaginável. Ele é visto como o Protetor e Guia do seu Povo. Animais que lhe são especialmente sagrados são, as águias e os corvos que mantêm vigia sobre tudo aquilo que acontece na Terra.[Clã Guardiões da Luz]
Lughnasadh é também conhecido como Lammas (Lê-se "lamas") ou Festival da Primeira Colheita. Dia sagrado no paganismo, tendo origem principalmente Celta. Celebrado no dia 2 de Fevereiro no hemisfério Sul e no dia 1º de Agosto no hemisfério Norte.
É importante lembrar que os Sabás não são originários da Wicca. São comemorações muitos mais antigas do que essa religião que apareceu por meados da década de 50, que agregou essas e outras características à sua doutrina.
Esse sabá, que ocorre entre o Solstício de Verão (Litha) e o Equinócio de Outono (Mabon), festa da primeira colheita, uma época de agradecimento aos Deuses por tudo o que colhemos.
O nome Lughnasadh veio duma festa agrícola típica dos Céltico. Uma festa da colheita em honra ao deus céltico do Sol: Lugh (o maior guerreiro dentre os celtas, pois derrotou os gigantes que exigiam sacrifícios humanos).
Já o nome Lammas significa "Missão do Pão (loaf Mass)", que representa o alimento (geralmente pão ou bolo ou qualquer outra massa) feito com os grãos, que representam a colheita, e repartido (como alimento sagrado) entre os membros do coven ou da família ou mesmo entre amigos. Este nome vem do costume medieval de levar os primeiros pães (bolos, etc) para uma celebração.[wikipedia]
Aos pagãos brasileiros que estão celebrando "de ponta cabeça" o Imbolc, Feliz Lugnasad!
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Procurando cabelo em ovo
Tem gente que se diz pagão, bruxo e wiccano e ainda elogia a Igreja. E tenta achar cabelo em ovo para "provar" que ser bruxo e cristão é possivel. E distorce fatos históricos para sustentar seus delírios.
Um destes insanos alega que "não somente se era Lei manter Culto aos Deuses de Roma, e ao Imperador... como era CRIME manter práticas de Bruxaria e Feitiçaria".
Eu gostaria muito de saber as fontes para tal afirmação, pois em todos os livros de história que falam de Roma Antiga, não há tal cenário, nem poderia ter, visto que aquilo que hoje se define por "bruxaria" era a alma e o corpo das religiões da Roma Antiga, como o dileto leitor/visitante poderá ver nos textos de Fustel de Coulanges, aqui publicados.
Cito este trecho de um artigo da Superinteressante:
No mundo greco-romano, a palavra mageia designava uma espécie de religião não oficial baseada no culto de deuses ligados à noite e à escuridão. Segundo a crença da época, divindades como Plutão, deus dos mortos, e Hécate, deusa das encruzilhadas e da lua nova, podiam tanto causar doenças quanto curá-las. “As leis romanas condenavam a magia com fins maléficos, pois a enfermidade e a morte freqüentemente eram atribuídas a causas mágicas. Mas a magia com fins benéficos na Grécia e em Roma era considerada lícita e mesmo necessária”, diz o historiador Carlos Roberto Figueiredo Nogueira, da USP, em seu livro Bruxaria e História.
Ou seja, apenas o 'malefici' era condenado, não a prática de bruxaria como um todo, categoria na qual a crença e prática de muitos sacerdotes, sacerdotisas e césares podem ser definidos.
Cito este artigo da Klepsidra:
Em relação às leis romanas, o crime de magia foi proibido em toda tradição jurídica latina. Pela Lei das XII Tábuas, escrita em meio a uma sociedade basicamente agrária, o praticante de magia era punido por usar de sortilégios para transportar a colheita de um vizinho para seu próprio campo e usar conjuros para causar danos a alguém. Em ambos os casos a pena era a morte por fustigação. Em 81 a.C. foi instituída por Sila a Lex Cornelia de sicariis et veneficiis que daí em diante pontuou as ações legais contra a magia. Nesta lei temos a punição àqueles que atentarem contra a vida de outrem a mão armada, a confusão se dava devido ao veneno usado para o assassinato receber o mesmo nome que a poção mágica (veneficium).
Com Augusto vemos o agravamento das penalidades contra magos e adivinhos considerados uma criação de poderes paralelos dentro do Império. Em 33 a.C. Agripa, edil e homem de confiança de Augusto, proíbe a permanência de magos e adivinhos no território de Roma.
Acreditamos que se analisarmos que tais fontes foram escritas por homens e não serão lidas por mulheres, mas pelos próprios homens de uma mesma camada social, notamos que estas obras são, dentro das motivações de cada uma, formas de veiculação moral e valores estabelecidos sobre a condição feminina para os próprios homens. Tanto o satírico Horácio, quanto o elegíaco Ovídio, buscam definir um campo de conduta e um domínio de regras válidas para o comportamento do homem romano, colocando a feitiçaria como uma prática essencialmente feminina, indigna do ideal guerreiro do homem romano, cruel, maléfica e que deve ser punida.
No âmbito simbólico estas referências a práticas mágicas como basicamente femininas, aludiriam a uma natureza descontrolada da mulher. Diferente ao homem, elas não medem esforços para conseguir o que querem, se amam usam até mesmo da arte maléfica e punida que é a magia.
Entendemos ainda que tais [...] preocupações com a moral do romano atingida pelas influências estrangeiras, manutenção das tradições e do mos maiorum (costumes dos ancestrais) e reconhecimento de uma identidade do romano, colocando sempre a magia como algo estrangeiro. Assim, a magia estaria como a cobiça, a avareza, o adultério, temas também criticados por Horácio, difundida no período e colocando em risco o patrimônio ético sobre o qual se estrutura a sociedade romana e que se precisava manter.
Devemos considerar, também, a existência de uma crença generalizada no poder feminino em agir de maneira sobrenatural que remonta às sociedades antigas clássicas. Excluída dos cultos oficiais e afastada para um lugar marginal, viam na mulher uma maior probabilidade a aproximar-se de práticas consideradas desviantes. Porém, para o mundo romano, objeto de nosso trabalho, as fontes arqueológicas comprovam uma superioridade masculina no âmbito da magia, através dos defixios. Também as acusações de magia do período remetem a um universo masculino, como por exemplo, as acusações contra o liberto Furio Cresimo (II séc. a.C.) e contra o filósofo Apuleio (II séc. d.C.). Acreditamos que a preponderância do masculino na prática diga respeito às próprias relações de poder no mundo antigo, limitadas à participação feminina, assim os casos mais freqüentes de imprecações mágicas (disputas esportivas, comercias, jurídicas) ficavam restritas aos homens que usavam da magia, considerada como formação de poderes paralelos dentro do Império, temida e perseguida pela autoridade oficial.
Portanto, a mulher por não ser considerada um perigo iminente a ordem política, não participar diretamente do “jogo de forças”, não representava um perigo maior que o homem quando praticante de magia, o que estava de fato em perigo eram as tradições que deviam ser mantidas, o poderio romano, a identidade construída em um momento de transição política.
Ou seja, havia uma questão de manutenção de privilégio, de poder social e político em jogo e não a proibição da prática de bruxaria como um todo. E mesmo com esta "proibição", havia respeito e reverência na Roma Antiga pela sacerdotisa vestal. Diametralmente oposto ao comportamento do Império, depois da ascenção da Igreja e do Cristianismo como a única religião oficial permitida. Mas enfim, conheçendo esta gente, vão continuar procurando cabelo em ovo para manterem seu conforto e ilusão.
PS: Lei das Doze Tábuas: Tábua VII:
3. Aquele que fizer encantamentos contra a colheita de outrem; ou a colher furtivamente à noite antes de amadurecer ou a cortar depois de madura, será sacrificado a Ceres.
17. Se alguém matar um homem livre e; empregar feitiçaria e veneno, que seja sacrificado com o último suplício.
Um destes insanos alega que "não somente se era Lei manter Culto aos Deuses de Roma, e ao Imperador... como era CRIME manter práticas de Bruxaria e Feitiçaria".
Eu gostaria muito de saber as fontes para tal afirmação, pois em todos os livros de história que falam de Roma Antiga, não há tal cenário, nem poderia ter, visto que aquilo que hoje se define por "bruxaria" era a alma e o corpo das religiões da Roma Antiga, como o dileto leitor/visitante poderá ver nos textos de Fustel de Coulanges, aqui publicados.
Cito este trecho de um artigo da Superinteressante:
No mundo greco-romano, a palavra mageia designava uma espécie de religião não oficial baseada no culto de deuses ligados à noite e à escuridão. Segundo a crença da época, divindades como Plutão, deus dos mortos, e Hécate, deusa das encruzilhadas e da lua nova, podiam tanto causar doenças quanto curá-las. “As leis romanas condenavam a magia com fins maléficos, pois a enfermidade e a morte freqüentemente eram atribuídas a causas mágicas. Mas a magia com fins benéficos na Grécia e em Roma era considerada lícita e mesmo necessária”, diz o historiador Carlos Roberto Figueiredo Nogueira, da USP, em seu livro Bruxaria e História.
Ou seja, apenas o 'malefici' era condenado, não a prática de bruxaria como um todo, categoria na qual a crença e prática de muitos sacerdotes, sacerdotisas e césares podem ser definidos.
Cito este artigo da Klepsidra:
Em relação às leis romanas, o crime de magia foi proibido em toda tradição jurídica latina. Pela Lei das XII Tábuas, escrita em meio a uma sociedade basicamente agrária, o praticante de magia era punido por usar de sortilégios para transportar a colheita de um vizinho para seu próprio campo e usar conjuros para causar danos a alguém. Em ambos os casos a pena era a morte por fustigação. Em 81 a.C. foi instituída por Sila a Lex Cornelia de sicariis et veneficiis que daí em diante pontuou as ações legais contra a magia. Nesta lei temos a punição àqueles que atentarem contra a vida de outrem a mão armada, a confusão se dava devido ao veneno usado para o assassinato receber o mesmo nome que a poção mágica (veneficium).
Com Augusto vemos o agravamento das penalidades contra magos e adivinhos considerados uma criação de poderes paralelos dentro do Império. Em 33 a.C. Agripa, edil e homem de confiança de Augusto, proíbe a permanência de magos e adivinhos no território de Roma.
Acreditamos que se analisarmos que tais fontes foram escritas por homens e não serão lidas por mulheres, mas pelos próprios homens de uma mesma camada social, notamos que estas obras são, dentro das motivações de cada uma, formas de veiculação moral e valores estabelecidos sobre a condição feminina para os próprios homens. Tanto o satírico Horácio, quanto o elegíaco Ovídio, buscam definir um campo de conduta e um domínio de regras válidas para o comportamento do homem romano, colocando a feitiçaria como uma prática essencialmente feminina, indigna do ideal guerreiro do homem romano, cruel, maléfica e que deve ser punida.
No âmbito simbólico estas referências a práticas mágicas como basicamente femininas, aludiriam a uma natureza descontrolada da mulher. Diferente ao homem, elas não medem esforços para conseguir o que querem, se amam usam até mesmo da arte maléfica e punida que é a magia.
Entendemos ainda que tais [...] preocupações com a moral do romano atingida pelas influências estrangeiras, manutenção das tradições e do mos maiorum (costumes dos ancestrais) e reconhecimento de uma identidade do romano, colocando sempre a magia como algo estrangeiro. Assim, a magia estaria como a cobiça, a avareza, o adultério, temas também criticados por Horácio, difundida no período e colocando em risco o patrimônio ético sobre o qual se estrutura a sociedade romana e que se precisava manter.
Devemos considerar, também, a existência de uma crença generalizada no poder feminino em agir de maneira sobrenatural que remonta às sociedades antigas clássicas. Excluída dos cultos oficiais e afastada para um lugar marginal, viam na mulher uma maior probabilidade a aproximar-se de práticas consideradas desviantes. Porém, para o mundo romano, objeto de nosso trabalho, as fontes arqueológicas comprovam uma superioridade masculina no âmbito da magia, através dos defixios. Também as acusações de magia do período remetem a um universo masculino, como por exemplo, as acusações contra o liberto Furio Cresimo (II séc. a.C.) e contra o filósofo Apuleio (II séc. d.C.). Acreditamos que a preponderância do masculino na prática diga respeito às próprias relações de poder no mundo antigo, limitadas à participação feminina, assim os casos mais freqüentes de imprecações mágicas (disputas esportivas, comercias, jurídicas) ficavam restritas aos homens que usavam da magia, considerada como formação de poderes paralelos dentro do Império, temida e perseguida pela autoridade oficial.
Portanto, a mulher por não ser considerada um perigo iminente a ordem política, não participar diretamente do “jogo de forças”, não representava um perigo maior que o homem quando praticante de magia, o que estava de fato em perigo eram as tradições que deviam ser mantidas, o poderio romano, a identidade construída em um momento de transição política.
Ou seja, havia uma questão de manutenção de privilégio, de poder social e político em jogo e não a proibição da prática de bruxaria como um todo. E mesmo com esta "proibição", havia respeito e reverência na Roma Antiga pela sacerdotisa vestal. Diametralmente oposto ao comportamento do Império, depois da ascenção da Igreja e do Cristianismo como a única religião oficial permitida. Mas enfim, conheçendo esta gente, vão continuar procurando cabelo em ovo para manterem seu conforto e ilusão.
PS: Lei das Doze Tábuas: Tábua VII:
3. Aquele que fizer encantamentos contra a colheita de outrem; ou a colher furtivamente à noite antes de amadurecer ou a cortar depois de madura, será sacrificado a Ceres.
17. Se alguém matar um homem livre e; empregar feitiçaria e veneno, que seja sacrificado com o último suplício.
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