sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Delenda Zambelli

Conversa com o Gemini

Baseado no texto do link:

https://www.brasil247.com/brasil/em-video-zambelli-afirma-que-se-entregou-e-ataca-alexandre-de-moraes

Escreva um texto de comédia, de sátira, sobre a capacidade dos bolsonaristas de reescrever os fatos.

Carla Zambelli não se entregou, foi presa.

Resposta do Gemini:

Mostrar raciocínio

Ah, a arte bolsonarista de reescrever a história, um espetáculo à parte no grande circo da política! É como se cada fato fosse apenas uma sugestão, um rascunho a ser aprimorado pela caneta dourada da narrativa conveniente.

Peguemos o caso de Carla Zambelli, nossa heroína do "auto-rendimento". Enquanto os jornais, meros veículos de uma realidade chata e factual, insistiam em noticiar uma tal de "prisão" em Roma, a deputada, com a dignidade de quem escolhe seu próprio destino (e o horário do almoço), simplesmente "se entregou".

É uma questão de semântica, vejam bem. Para o cidadão comum, ser abordado por autoridades, levado sob custódia, e ter a liberdade restrita, soa bastante como "ser preso". Mas para a mente bolsonarista, onde a realidade é maleável como massa de modelar nas mãos de uma criança criativa, isso é um "ato voluntário de comparecimento".

"Eu não fui presa, eu me entreguei!" é o grito de guerra daquele que domina a ginástica mental. É a versão política do "não caí, o chão me abraçou". Afinal, quem precisa de algemas quando se tem a liberdade poética de transformar uma detenção em um grandioso gesto de "resistência"?

Em breve, talvez descubramos que as urnas eletrônicas não foram fraudadas, mas "convencidas" a mudar de lado. Que o 8 de janeiro não foi um ataque, mas uma "visita turística com performance artística". E que a gasolina não subiu de preço, mas "atingiu seu potencial máximo de valorização".

No fim das contas, a verdade é apenas um detalhe inconveniente que se ajusta à narrativa, como um sapato que de repente "entra" perfeitamente no pé, mesmo que antes parecesse um número a menos. E se a realidade insiste em ser teimosa, paciência, a reescrevemos com caneta de ouro e purpurina. Porque, no teatro bolsonarista, o show deve continuar, e o roteiro é sempre uma obra em progresso.

Criado com Gemini, do Google.

E se não fosse por engano?

A polícia dos Estados Unidos concluiu que a pizzaria Famous Yeti’s, no estado de Wisconsin, intoxicou mais de 80 pessoas com THC por engano. Segundo o relatório do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), o dono do restaurante usou um óleo encontrado na cozinha compartilhada com outras empresas, acreditando ser óleo de canola. Na verdade, tratava-se de um óleo comestível com tetrahidrocanabinol, a substância psicoativa da maconha.

Entre os dias 22 e 24 de outubro de 2024, ao menos 85 pessoas que comeram na pizzaria relataram sintomas como tontura, ansiedade, náusea, sonolência e taquicardia. Sete delas deram entrada em hospitais no mesmo período, e três precisaram ser internadas. Testes confirmaram a presença de THC, inclusive em clientes que disseram não ter consumido nenhum produto com a substância, apenas alimentos comuns como pizza e pão de alho.

O CDC classificou a contaminação como acidental e nenhuma acusação foi feita. O restaurante ficou fechado por alguns dias e reabriu em 26 de outubro. Em nota, o Famous Yeti’s pediu desculpas e afirmou que reforçou seus protocolos. O CDC recomendou mais rigor na separação e identificação de ingredientes em cozinhas compartilhadas. “Profissionais de saúde devem estar atentos à possibilidade de intoxicações alimentares por THC”, alertou o órgão.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/mais-de-80-pessoas-sao-intoxicadas-com-thc-por-engano-em-pizzaria-nos-eua/

Nota: o THC já é usado em remédios. Por que não usar em óleos comestíveis? As pizzas (entre outras comidas) ficariam bem melhor. 😉

Snackville

Era um tanto estranho, mas ao soltar outro miado hesitante e perceber a sonoridade suave e familiar, Quill sentiu um contentamento inesperado. "Até que... eu sempre gostei de gatos", pensou, balançando a cauda levemente enquanto se aproximava da porta de sua casa de biscoito.

A maçaneta era uma pastilha elástica gigante, e ao puxá-la, a porta rangeu com um som açucarado. Lá fora, Snackville se revelava em toda a sua glória açucarada. As casas pareciam esculturas comestíveis: uma em forma de maçã caramelizada, outra como um bolo de morango com chantilly escorrendo pelas "paredes". Árvores de pirulito balançavam suavemente, e o chão parecia feito de migalhas de biscoito compactadas.

Quill caminhou pela rua, suas patinhas deixando pequenas pegadas na superfície crocante. Ele observou os habitantes locais: criaturas feitas de geleia acenavam com braços pegajosos, um ser de marshmallow saltitava pela rua, e um grupo de gnomos de gengibre parecia discutir animadamente perto de uma fonte de chocolate.

Um aroma doce e enjoativo pairava no ar, uma mistura de tutti-frutti e caramelo queimado. Para Quill, acostumado ao ar poluído de São Paulo, era uma overdose sensorial, mas também fascinante. Ele anotou mentalmente cada detalhe: a textura das casas, o som dos passos dos habitantes, as cores vibrantes e irreais. "Definitivamente material para um livro", pensou, um sorriso felino começando a surgir em seu rosto.

Ao passar por uma casa em forma de rosquinha gigante, uma figura pequena e rosada com granulado colorido no cabelo acenou. "Olá, vizinho novo! Seja bem-vindo a Snackville!"

Quill miou em resposta, um pouco sem jeito, e acenou de volta com uma pata. A criatura pareceu entender, pois sorriu ainda mais. "Espero que goste daqui! Temos ótimos eventos na praça de pudim todas as tardes!"

"Praça de pudim?", Quill pensou, intrigado. Aquele lugar era mais estranho e maravilhoso do que ele poderia ter imaginado. A ideia de ser um escritor em um mundo tão bizarro e cheio de possibilidades repentinamente pareceu muito promissora. Ele tinha muito a observar, aprender e, com certeza, criticar com seu novo olhar felino e sua mente ainda humana (e agora, aparentemente, felinamente expressiva). Sua primeira exploração de Snackville foi apenas o começo de uma grande aventura (e talvez de uma grande dor de barriga, se tudo ali fosse realmente comestível).

Criado com Gemini, do Google.

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Apito de cachorro

Conversa com o Gemini

Considerando os textos nos links:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/video-irmao-de-zeze-di-camargo-diz-que-morte-de-preta-gil-foi-castigo-divino/

E

https://www.purepeople.com.br/noticia/sequestro-de-wellington-camargo-relembre-crime-com-o-irmao-de-zeze-di-camargo-e-luciano_a409874/1

Escreva uma crítica e uma sátira contra esse fenômeno chamado de bolsonarismo que demonstra ter a habilidade de expressar o pior em uma pessoa.

Resposta do Gemini:

A saga de Welington Camargo, irmão da famosa dupla sertaneja, desvela um paradoxo cruel que, infelizmente, ecoa a face mais sombria do fenômeno do bolsonarismo. De um lado, temos a história de um homem que, após o horror de um sequestro com mutilação e 96 dias de cativeiro, emerge com a capacidade de perdoar seus algozes, afirmando que "só Deus pode condenar alguém". Uma demonstração de resiliência e compaixão que transcende a dor e a vingança.

Crítica:

Contudo, é o Welington Camargo de hoje que nos choca, revelando o que o bolsonarismo parece ter de mais perverso: a capacidade de distorcer a fé e a moralidade para justificar a intolerância e a crueldade. Ao atribuir a morte de Preta Gil, vítima de câncer, a um "castigo divino" por supostas declarações que nunca existiram, Camargo não só demonstra uma falta abissal de empatia, mas também endossa a cultura da desinformação e do ódio que prolifera nesse espectro político. É um salto hediondo do "só Deus pode condenar" para uma condenação divina expedida em rede social, com requintes de crueldade e baseada em mentiras desmascaradas. Aquele que perdoou seus torturadores agora se torna um inquisidor implacável, destilando veneno e julgamento contra uma mulher em seu leito de morte, amparado por "notícias" falsas que servem apenas para reforçar preconceitos. Isso demonstra a corrosão da humanidade que o bolsonarismo é capaz de infligir, transformando a dor alheia em espetáculo moralista e a fé em ferramenta de condenação. É o pior da pessoa emergindo: a hipocrisia, a insensibilidade e a prontidão para o julgamento sumário, disfarçados de virtude.

Sátira:

Em um futuro não tão distante, onde a lógica bolsonarista atingiu seu ápice sublime, o "Tribunal Divino Online" se tornou a mais nova coqueluche. Nele, cidadãos devotos, armados com seus smartphones e uma fé inabalável em "notícias" de WhatsApp, podiam sentenciar a "punição divina" para qualquer um que ousasse desviar-se do "caminho reto".

Welington "O Profeta" Camargo, recém-nomeado Presidente Honorário do Tribunal, abria a sessão com um sermão inspirador: "Irmãos e irmãs em Cristo e no Zap, não mais nos preocuparemos com leis humanas! O destino de cada um será selado por likes e compartilhamentos! Câncer? É castigo! Problema financeiro? Pecado! Choveu no seu churrasco? Definitivamente, alguma piada com colostomia você fez!"

A plateia, formada por influenciadores digitais e tias do pavê, aplaudia freneticamente, enquanto a "roda da virtude" girava, conectando automaticamente a doença de um desafeto à "punição divina" por alguma suposta afronta moral. "Fulano teve uma dor de cabeça!", gritava uma senhora. "Ah, mas é que ele curtiu um post do PT em 2018!", respondia Welington, enquanto um algoritmo gerava instantaneamente a sentença: "Culpado! Condenado a uma semana de 'Enquanto isso na Venezuela' ininterrupto!"

A ironia era que, nos corredores do Tribunal, os mais fervorosos inquisidores pareciam esquecer de suas próprias "provas de fogo" passadas. Um deles, que teve a orelha enviada pelo correio em um sequestro, resmungava: "Ainda bem que, na minha época, a internet não existia para me julgar! Se não, diriam que eu mereci por ouvir música sertaneja que não glorificava a Deus!"

E assim, o "Tribunal Divino Online" prosperava, garantindo que o pior de cada um florescesse em um jardim de julgamentos virtuosos, onde a empatia era um vírus a ser erradicado e a verdade, um mero detalhe, facilmente sobrepujado por uma boa teoria da conspiração. A humanidade, afinal, havia encontrado sua redenção... na condenação alheia.

Criado com Gemini, do Google.

Vamos empreender?

247 - Celebrado em 31 de julho, o Dia Internacional do Orgasmo vai além da simbologia do prazer: ele também representa uma janela de oportunidades para quem deseja empreender no mercado do bem-estar sexual. Segundo matéria divulgada pelo portal do Sebrae, esse segmento vem crescendo no país ao integrar saúde, autocuidado, inovação e experiências. A atuação dos pequenos negócios tem ganhado destaque com a oferta de produtos, serviços e eventos voltados à realização e ao conforto íntimo.

“O setor tem alto potencial para pequenos empreendimentos”, avalia Flávio Petry, analista de Competitividade do Sebrae. Ele explica que há espaço para diversos modelos de negócio, desde lojas físicas e sex shops on-line até terapias, eventos e fabricação de cosméticos íntimos com ingredientes naturais, como o jambu, planta amazônica que provoca sensações na pele.

O especialista destaca ainda que as datas comemorativas funcionam como estratégia para impulsionar vendas e atrair novos públicos. “O Natal do setor é, sem dúvida, o Dia dos Namorados, mas cada vez mais datas como o Dia Internacional do Orgasmo são utilizadas como estratégias de marketing das empresas”, comenta Petry.

Inovação, experiências e público diversificado

Desde 2015, Susi Guedes está à frente da Íntimi Expo, realizada anualmente em São Paulo. A feira se consolidou como referência no setor ao reunir cerca de 80 expositores e mais de 300 marcas nacionais e internacionais. O evento atrai revendedores, lojistas, organizadores de eventos femininos e profissionais interessados em se capacitar.

“O segmento é muito amplo e tem várias peculiaridades. Há vendedores on-line, atacadistas, lojas de bairro, redes sofisticadas e um número expressivo de revendedoras porta a porta, que são fundamentais para a divulgação e as vendas”, explica Susi.

Frequentadora de feiras internacionais e estudiosa da área, Susi afirma que o mercado vem evoluindo e se expandindo para além da função sexual. “Os produtos focados no bem-estar estão cativando um público cada vez maior. São aromas, funções, texturas e embalagens que ampliam o uso, indo além da intimidade e oferecendo experiências sensoriais completas”, relata.

Uma nova visão sobre sexualidade e maturidade

Aos 65 anos, a microempreendedora individual Miriam Rossi é um exemplo de como o setor pode ser espaço de reinvenção e protagonismo feminino. Ela começou no ramo há 13 anos, como revendedora porta a porta, após visitar a Íntimi Expo a convite de uma amiga. Desde então, buscou formação e se tornou sexóloga e educadora sexual.

“Eu não queria que fosse apenas uma relação de compra e venda. Foi então que busquei uma formação na área e me tornei sexóloga e educadora sexual”, conta. Ela também destaca o apoio da família como ponto essencial para se manter firme diante dos preconceitos ainda existentes.

“O tabu ainda existe e, para mim, foi muito importante ter uma formação no assunto porque é preciso tratar do tema com suavidade, respeito e discrição. É importante ter uma postura profissional. Com isso, crio uma relação de confiança com meus clientes e consigo fidelizá-los”, afirma Miriam.

Hoje, ela realiza vendas on-line, organiza chás de lingerie, palestras e eventos voltados especialmente à sexualidade da geração 60+. Recentemente, tornou-se coautora do livro “Quais de mim você procura? Mulheres do bem-estar sexual”, organizado por Fabi Navas, voltado à valorização da mulher madura no setor.

“Nos eventos, encontro mulheres da minha geração que querem empreender. Elas me veem articulada, falando de sexualidade e compartilham comigo que querem fazer alguma coisa que não seja apenas artesanato”, diz.

Quer empreender nesse setor?

O Sebrae disponibiliza gratuitamente, em seu portal, conteúdos voltados a quem deseja iniciar um negócio no mercado do bem-estar sexual. Na seção “Ideias de Negócios”, é possível acessar orientações detalhadas sobre como montar um sex shop, desde os primeiros passos até cuidados na contratação de colaboradores.

Com crescimento constante e diversificação de público e produtos, o setor se firma como um campo fértil para inovação, inclusão e quebra de tabus — tudo com uma boa dose de profissionalismo e sensibilidade.

Fonte: https://www.brasil247.com/empreender/mercado-do-bem-estar-sexual-atrai-empreendedores-e-rompe-tabus-com-inovacao-e-profissionalismo

Nota: esse é um tipo de empreendedorismo que eu apóio. Só precisamos sair do século XVIII, sair do conservadorismo, superar o fundamentalismo cristão...😏🤭

Quill


Conversa com o Gemini

Quill piscou os olhos enormes, ainda embaçados pelo sono, e a primeira coisa que notou foi que o teto não era o reboco familiar de seu apartamento em São Paulo. Em vez disso, havia uma textura fofa, que parecia... algodão doce? O cheiro no ar não era de café passado e trânsito, mas de algo doce e um tanto artificial.

Ele se sentou na cama, sentindo um peso diferente. Ao olhar para as "mãos" que agora eram patas, e para a cauda que balançava timidamente atrás dele, a ficha caiu. Não só não era humano, como a cama que parecia um biscoito gigante não era nem de longe seu colchão velho.

"Mas o quê...?" Ele sussurrou, e a voz que saiu foi um miado suave, mas confuso.

Ele se levantou, cambaleante. O quarto era pequeno, mas aconchegante, com paredes em tons pastel e móveis que pareciam ter saído de um desenho animado, feitos de materiais que brilhavam e pareciam comestíveis. Havia uma escrivaninha de madeira polida (a única coisa minimamente "normal") com um caderninho e uma caneta de pena, já esperando.

Ele caminhou até uma janela redonda. Lá fora, o sol parecia mais brilhante, quase purpurina no ar. As árvores tinham folhas de cores que ele nunca vira, e as casas vizinhas eram tão peculiares quanto a sua, com formas de frutas e doces gigantes.

Quill está em Snackville, um mundo onde a lógica de desenho animado impera. Ele está completamente solteiro e, para a sua surpresa, a pequena casa onde acabou de acordar é... sua. Parece que ele é o novo proprietário de um lar feito de sonhos (ou talvez de açúcar mascavo e marshmallows).

A pergunta agora não era onde ele estava, mas por que ele estava lá, e o que faria a seguir. E como diabos ele ia pagar o IPTU de uma casa de biscoito?

Criado com Gemini, do Google.

Baseado na imagem abaixo.


Baixado do Spicy Chat.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Nas ondas do rádio

Dispositivos de áudio com mensagens religiosas estão sendo usados por missionários para tentar evangelizar o povo indígena Korubo, isolados no Vale do Javari, Amazônia, segundo investigação conjunta dos jornais The Guardian e O Globo.

Alimentados por energia solar, aparelhos de mensagem são programados para tocar mensagens bíblicas, violando diretrizes do governo brasileiro sobre o contato com estes povos isolados.

Segundo os relatos, o primeiro modelo identificado foi o “Messenger”, aparelho do tamanho de um celular alimentado por energia solar, distribuído por uma organização religiosa chamada In Touch Ministries.

O dispositivo é doado a grupos considerados “não alcançados” ao redor do mundo, em mais de 100 idiomas. No entanto, a própria organização admite que o aparelho não deveria estar no Vale do Javari.

“Não vamos a lugar nenhum onde não sejamos autorizados”, disse Seth Grey, diretor de operações do In Touch Ministries, em entrevista ao Guardian. Ainda assim, pelo menos sete desses dispositivos foram denunciados por estarem em posse dos Korubo.

No Brasil, é proibido o proselitismo religioso em territórios indígenas isolados desde 1987, permitindo apenas o contato iniciado pelas próprias comunidades.

A investigação revelou que missionários, ligados a organizações como a “Missão Novas Tribos do Brasil” e “Asas de Socorro”, já haviam tentado contato com os Korubo antes da pandemia.

Recentemente, “drones misteriosos” foram avistados sobrevoando a base do posto de proteção do governo no Vale do Javari. O sargento da Polícia Militar, Cardovan da Silva Soeiro, relatou a presença constante desses aparelhos ao comando. Ele recebeu ordens para abatê-los, mas não obteve sucesso.

O procurador federal Daniel Luís Dalberto, que acompanha os direitos dos povos isolados, falou sobre a nova estratégia. “É uma conversão furtiva, discreta. O método se tornou sofisticado e difícil, quase impossível de combater”.

Fonte: https://ndmais.com.br/religiao/dispositivos-de-audio-indigenas-isolados/

Não é piada

247 - O Movimento Brasil Livre (MBL) anunciou mais uma tentativa de se institucionalizar como partido político, agora com a criação da legenda batizada de Missão, que pretende disputar cargos majoritários nas eleições de 2026. Segundo reportagem publicada pelo Valor Econômico nesta quinta-feira (25), o grupo articula candidaturas ao governo de São Paulo, com o deputado Kim Kataguiri, e à Presidência da República, cogitando o nome do apresentador Danilo Gentili.

Com origem nas manifestações que culminaram no golpe de Estado contra a presidente Dilma Rousseff, em 2016, o MBL busca reposicionar-se como força política independente, apesar de seu histórico marcado por alianças oportunistas e uma trajetória permeada por controvérsias, radicalização retórica e desgaste público. A legenda, que aguarda registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), diz ter coletado mais de 575 mil assinaturas validadas, acima do mínimo exigido de 547 mil.

Tentativa de se desvincular de Bolsonaro e do Centrão

De acordo com o coordenador nacional do MBL, Renan Santos — que deve presidir o novo partido —, o Missão se propõe como uma alternativa à direita tradicional e à esquerda governista. “Não é sobre ser conservador ou liberal, mas sobre senso de urgência”, afirma. Ele defende uma “profunda reforma constitucional” e atribui os problemas do Brasil a um “pacto patrimonialista” que, segundo ele, domina o Estado.

Santos ataca tanto o bolsonarismo quanto o Centrão — que classifica como “a verdadeira ideologia do Brasil” — e se apresenta como representante de uma “direita anti-Bolsonaro”. O discurso, no entanto, tenta se equilibrar entre o populismo digital e referências internacionais como Javier Milei, presidente da Argentina, e Nayib Bukele, de El Salvador, com propostas que vão do ultraliberalismo ao autoritarismo.

Gentili desconversa, mas elogia iniciativa
Entre os possíveis nomes à Presidência pelo Missão, aparece o próprio Renan Santos e, principalmente, o apresentador Danilo Gentili, figura com influência digital e simpatizante do MBL. Questionado pelo Valor, Gentili evitou se comprometer com a candidatura, mas reconheceu a importância do projeto. “A Presidência da República é algo sério. Não é algo pra ser feito por vaidade ou por interesse próprio”, afirmou.

Ainda assim, Gentili elogiou o grupo: “Nem Bolsonaro conseguiu criar um partido, [mas] eles sim”. Para ele, a legenda permitirá que o MBL se afaste de “caciques com agendas e interesses próprios” e estabeleça suas “próprias diretrizes”. A ambiguidade de sua declaração evidencia o caráter midiático e improvisado das articulações do grupo, que mais uma vez parece apostar na celebridade para suprir a ausência de enraizamento político real.

Estratégia eleitoral e desafios concretos
Além da candidatura à Presidência, o MBL discute lançar Kim Kataguiri ao governo de São Paulo, além de nomes em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Pretende ainda disputar cadeiras na Câmara com vereadores do grupo em cidades como Salvador, Natal e Joinville. A fórmula se repete: candidatos jovens, polêmicos e com forte presença nas redes.

No entanto, o MBL enfrenta obstáculos significativos. Além de precisar registrar formalmente o partido até abril de 2026, terá de enfrentar o ceticismo de analistas e da própria classe política. “Eles têm um teto de votos”, afirmou um ex-deputado de centro-direita, sob anonimato. A dificuldade do grupo em manter alianças duradouras e sua tendência ao isolamento político são apontadas como entraves para a consolidação da legenda.
Influência digital sem lastro eleitoral.

Embora tenha se notabilizado por dominar o debate nas redes sociais, o MBL tem encontrado dificuldades para converter capital simbólico em votos. O presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, observa que o grupo “sempre andou sozinho” e se ofereceu para filiar seus membros caso o partido não seja aprovado. “Transformar influência digital em capital eleitoral real é um desafio”, diz.

Já o consultor eleitoral Wilson Pedroso destaca os pontos fortes do grupo: base jovem, presença digital e capacidade de pautar discussões. Mas reconhece que o principal objetivo do MBL é “renovar a direita fora do bolsonarismo” — uma meta que ainda carece de coerência programática e base social consistente.

O MBL tenta mais uma vez formalizar um projeto de poder próprio, mas seu passado recente — de alianças rompidas, disputas internas, discursos contraditórios e uma postura mais performática do que institucional — levanta dúvidas sobre sua capacidade de se firmar como alternativa política real. Enquanto tenta ocupar o vácuo deixado pelo bolsonarismo, o grupo ainda não conseguiu provar que consegue ir além da retórica ruidosa e das redes sociais.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/mbl-quer-lancar-gentili-a-presidencia-e-kim-ao-governo-de-sao-paulo

Nota: faltou a reportagem dizer que as assinaturas para a criação do partido estão sendo questionadas e sendo postas em dúvida.

Leiam esta notícia:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/exclusivo-advogados-tentam-impugnar-novo-partido-do-mbl-por-irregularidades/

Deus exige adoração?

Conversa com Gemini.

Se Deus é real, Ele deveria ser superior a mim em muitos aspectos. Ele deveria usar Suas habilidades e poder para melhorar tudo no mundo. Se Deus possui todas essas capacidades que poderiam me ajudar, Ele/Ela/Eles deveriam me ajudar sem exigir ou desejar minha "adoração" em troca de ser melhor.

Escreva um texto na opinião de um pagão moderno.

Deus Exige Adoração? Uma Perspectiva Pagã Moderna

A questão de saber se Deus exige adoração é uma das mais antigas e persistentes indagações humanas, e a perspectiva de um pagão moderno oferece uma abordagem particularmente interessante e divergente das visões monoteístas tradicionais.

Para muitos pagãos modernos, a ideia de um "Deus" único e onipotente que "exige" adoração é, no mínimo, estranha, se não intrinsecamente problemática. O paganismo, em suas diversas formas, geralmente abraça uma visão politeísta ou panteísta do divino. Isso significa que a divindade pode ser vista como multifacetada, manifestada em muitos deuses e deusas, ou intrínseca à própria natureza e ao cosmos.

Dito isso, vamos analisar a sua colocação sob a ótica de um pagão moderno:

"Se Deus é real, Ele deveria ser superior a mim em muitos aspectos. Ele deveria usar Suas habilidades e poder para melhorar tudo no mundo."

Um pagão moderno provavelmente concordaria que o divino, seja ele manifestado em uma multiplicidade de deuses e deusas ou como uma força imanente, possui uma magnitude e poder superiores à compreensão humana. No entanto, a expectativa de que o divino deva "melhorar tudo no mundo" de forma proativa e sem intervenção humana é onde a divergência começa.

Para muitos pagãos, os deuses e deusas representam forças da natureza, arquétipos psicológicos, ou aspectos do universo que são inerentes e nem sempre benevolentes no sentido humano. A natureza, em sua essência, não é "boa" nem "má"; ela simplesmente é. Há terremotos, tsunamis, doenças e morte, tanto quanto há vida, beleza e abundância. Os deuses são vistos como manifestações dessas forças, e não como seres que intervirão para "consertar" o mundo de acordo com a nossa agenda humana. A responsabilidade de "melhorar" o mundo é vista, em grande parte, como humana. São nossas ações, nossas escolhas e nossa ética que determinam o curso da sociedade e do ambiente.

"Se Deus possui todas essas capacidades que poderiam me ajudar, Ele/Ela/Eles deveriam me ajudar sem exigir ou desejar minha 'adoração' em troca de ser melhor."

Essa é a grande questão para o pagão moderno. A noção de um Deus que "exige" adoração como uma condição para conceder ajuda é, muitas vezes, rejeitada. A relação com o divino no paganismo é tipicamente mais recíproca e menos hierárquica do que em muitas religiões monoteístas.

Honra e Respeito, Não Adoração Submissa: Em vez de "adoração" no sentido de submissão e louvor incondicional, o que se busca é honra, respeito e reconhecimento do divino. Isso pode se manifestar em rituais, ofertas, orações e um estilo de vida que esteja em harmonia com os ciclos naturais e os princípios dos deuses e deusas. Essa honra não é um pagamento por um serviço, mas sim uma expressão de gratidão e conexão.

Cooperação, Não Exigência: Muitos pagãos veem a relação com o divino como uma cooperação. Busca-se a sabedoria, a inspiração e a força dos deuses para navegar pelos desafios da vida, mas não como uma transação comercial. Se um deus ou deusa tem a capacidade de ajudar, essa ajuda pode ser vista como parte de sua natureza ou como uma resposta a uma conexão genuína, não a uma "exigência" de adoração.

Divindade Interna e Empoderamento: Um aspecto central de muitas tradições pagãs é a crença na divindade inerente ao ser humano. A busca por autoaperfeiçoamento e o reconhecimento da própria força e capacidade são fundamentais. Nesse sentido, depender de uma entidade externa que "exige" algo em troca de "ser melhor" pode ser visto como desempoderador. A melhoria vem de dentro, muitas vezes com a inspiração e o apoio dos deuses, mas não como uma troca forçada.

Pluralidade e Perspectiva: Com muitos deuses e deusas, cada um com seus domínios e características, a ideia de uma única divindade com uma exigência universal de adoração perde força. Um pagão pode honrar Deméter pela colheita, Ártemis pela natureza selvagem, ou Hécate pela sabedoria noturna, sem que nenhum deles "exija" uma adoração exclusiva ou condicional.

Em suma, para um pagão moderno, a "adoração" no sentido de uma exigência divina é uma anomalia. A relação com o sagrado é construída sobre reverência, conexão, gratidão e um reconhecimento da interconexão de todas as coisas, sem a necessidade de uma barganha divina por benevolência ou autoaperfeiçoamento. O divino não é um capataz, mas sim uma tapeçaria rica de forças e energias que podem ser compreendidas, respeitadas e, por vezes, co-criadas.

Criado com Gemini, do Google.

terça-feira, 29 de julho de 2025

Bandidos e entrevistas

Conversa com o Gemini

Baseado no texto:

"Lembro de Fernandinho Beira-Mar dando entrevistas, lembro de Marcinho VP dando entrevistas, lembro do Bandido da Luz Vermelha dando entrevistas, lembro até de Lula, quando estava engaiolado, dando entrevistas. Todos devidamente condenados.

As medidas contra Bolsonaro não foram tomadas com base em fatos, provas ou mesmo evidências concretas. Nada há de palpável a respeito das alegações de Moraes. Há apenas uma narrativa. A narrativa da esquerdalha."

Escreva uma análise crítica.

Resposta do Gemini:

Esta análise se baseia no trecho fornecido e explora a argumentação apresentada, destacando seus pontos fortes e fracos.

Análise Crítica do Argumento sobre Entrevistas e Acusações

O texto em questão traça um paralelo entre entrevistas concedidas por figuras públicas condenadas (como Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP, Bandido da Luz Vermelha e Lula) e a situação de Jair Bolsonaro, sugerindo que as "medidas" contra ele seriam baseadas em uma "narrativa da esquerdalha" e não em "fatos, provas ou mesmo evidências concretas".

Pontos Fortes (do argumento apresentado no texto)

O argumento busca criar uma distinção entre situações que ele considera legítimas (condenados dando entrevistas) e uma que considera ilegítima (Bolsonaro enfrentando medidas sem "provas"). Ao mencionar figuras notoriamente conhecidas, o autor tenta apelar para o senso comum do leitor, estabelecendo uma familiaridade com as situações mencionadas. A repetição da ideia de que há "apenas uma narrativa" visa reforçar a tese de perseguição, tentando descreditar as acusações ao classificá-las como ideologicamente motivadas.

Pontos Fracos (do argumento apresentado no texto)

Falsa Equivalência: O ponto mais fraco do argumento é a falsa equivalência entre as situações. O fato de pessoas condenadas terem concedido entrevistas não tem qualquer relação lógica com a legitimidade das acusações ou medidas tomadas contra outra pessoa. A liberdade de expressão (ou a permissão para conceder entrevistas) de indivíduos em custódia é uma questão distinta das bases legais para acusações ou investigações.

Generalização Não Substanciada: A afirmação de que "Nada há de palpável a respeito das alegações de Moraes" e que as medidas "não foram tomadas com base em fatos, provas ou mesmo evidências concretas" é uma generalização sem qualquer embasamento dentro do próprio texto. O autor não apresenta contrapontos específicos às alegações nem detalha quais seriam as "medidas" às quais se refere. A crítica se mantém no campo da negação pura, sem argumentação que a sustente.

Linguagem Pejorativa e Polarizadora: O uso do termo "esquerdalha" é um exemplo de linguagem pejorativa e polarizadora. Essa escolha de palavras revela uma intenção de desqualificar opositores políticos e instigar a divisão ideológica, em vez de focar na análise objetiva dos fatos. Isso compromete a credibilidade do argumento, transformando-o mais em um panfleto ideológico do que em uma análise crítica.

Ausência de Contexto Jurídico: O texto ignora completamente o contexto jurídico em que as "medidas" contra Bolsonaro poderiam estar inseridas. Investigações e processos judiciais seguem ritos próprios, com apresentação de evidências, direito à defesa e decisões baseadas em um corpo de provas que não são necessariamente de conhecimento público em todas as fases. A mera ausência de detalhamento dessas provas no texto não significa que elas não existam no âmbito jurídico.

Em suma, o trecho busca deslegitimar as ações contra Jair Bolsonaro através de uma comparação falaciosa e da desqualificação dos oponentes, sem apresentar argumentos sólidos ou evidências que sustentem suas afirmações sobre a ausência de provas. A retórica utilizada é mais voltada para a persuasão ideológica do que para a análise factual.

Criado com Gemini, do Google.

Nota pessoal: eu costumo comparar a Imprensa local com um abutre. Sempre rodeando a carniça. Porque vive da desgraça alheia. E da exploração do escândalo.
Não obstante, os bandidos citados não usaram a entrevista para fazer apologia do Crime Organizado.
E existem evidências contra o Inominável.

Restrições suspensas

247 - A Justiça Federal no Acre suspendeu, na sexta-feira (25), a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que impunha novas restrições ao atendimento médico de pessoas trans, especialmente crianças e adolescentes.

De acordo com o comunicado do Ministério Público Federal (MPF), a decisão destaca que a resolução foi elaborada exclusivamente pelo CFM, diferentemente de uma anterior, que foi resultado de um amplo debate com diversos representantes da sociedade civil e pesquisadores. A falta de participação das diversas especialidades médicas e não médicas (psicologia, serviço social, antropologia, sociologia, etc.), que o próprio CFM reconheceu em outra oportunidade como necessárias para a regulamentação do tema, configura um “vício procedimental”.

A liminar atende ao pedido feito pelo Ministério Público Federal e considera três aspectos principais na discussão:

• o direito à saúde, o direito à liberdade de fazer o que se compreende como melhor para si e a autodeterminação que, asseguram aos indivíduos o direito de decidirem por si mesmos o tratamento para suas necessidades, sem que o Estado se intrometa;
• as reiteradas manifestações do STF proclamando que o Estado e seus órgãos devem se pautar pela medicina baseada em evidências, e
• o princípio da razoabilidade, que exige que as pessoas somente possam ter sua autonomia, liberdade e bens limitados mediante o devido processo legal substantivo, e esse processo pressupõe a exposição de um fim público e medidas adequadas e necessárias.

Vício formal e material – Além do vício formal, o juízo identificou vícios materiais. A resolução cria um “cadastro” de pacientes trans, o que é considerado incompatível com o direito à privacidade, intimidade e dignidade humana. “O objetivo de que pessoas sejam monitoradas pelo Estado atrita com a ideia de dignidade humana e traz consigo a presunção de quem assim propõe não é bem-intencionado, não possui honestidade intelectual e por isso não deve ser levado a sério”, afirma o juiz federal Jair Araújo Facundes.

Em relação às terapias hormonais, o CFM defendeu a vedação de bloqueadores hormonais para crianças e adolescentes com base na falta de pesquisas durante a vigência da Resolução no 2.265/19 e em estudos europeus como o “Cass Review”, elaborado no Reino Unido.

A decisão liminar registra que o Poder Judiciário não possui expertise para intervir diretamente em debates científicos, de modo que a atuação do Judiciário se faz necessária para examinar a coerência das justificativas apresentadas em atos administrativos que impactam tratamentos de saúde.

Por isso, se uma entidade como o Conselho Federal de Medicina baseia suas decisões em estudos científicos, é imperativo que a deliberação esteja alinhada com as conclusões desse estudo. No entanto, o próprio estudo mencionado não legitima a vedação de bloqueadores hormonais, mas sim recomenda sua adoção sob protocolo de pesquisa científica, como já era previsto na resolução do CFM de 2019. "A Administração está vinculada às razões que enuncia", afirmou o juiz, reforçando que as justificativas apresentadas devem ser consistentes com as evidências alegadas.

Segundo o procurador regional dos Direitos do Cidadão no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, responsável pela ação, a resolução é um retrocesso social e jurídico que desconsidera evidências científicas consolidadas e agrava a vulnerabilidade de uma das populações mais marginalizadas do País. As limitações impostas pela resolução contrariam também tratados internacionais e o princípio constitucional da proteção integral à criança e ao adolescente.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/justica-atende-pedido-do-mpf-e-suspende-norma-do-cfm-que-restringia-atendimento-medico-a-pessoas-trans

Nota: só na justiça os direitos das pessoas trans estão sendo garantidos.

Vândalos misóginos

Conversa com o Gemini

Baseado no texto do link:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/atriz-porno-que-engravidou-em-cena-tem-carro-vandalizado-no-rj-foto-nua-nao-e-trabalho/

Escreva uma análise crítica (com sarcasmo) aos vândalos que, provavelmente, usam e acessam o OnlyFans e pornografia na internet.

Nota pessoal:

(Onde está a liberdade de expressão e da livre iniciativa? Onde está a Revolução Sexual? Esse moralismo é apenas uma faceta da misoginia estrutural)

Resposta do Gemini:

Com um cinismo que faria até a mais gárgula do moralismo chorar de inveja, observamos o virtuoso ato de vandalismo contra o carro de uma atriz de filmes adultos no Rio de Janeiro. A pichação "foto nua não é trabalho" não é apenas uma demonstração de ignorância, mas um monumento à hipocrisia erguido por aqueles que, com toda certeza, são os primeiros a acessar o OnlyFans e a pornografia na calada da noite.

É de se perguntar: onde foi parar a tão aclamada "liberdade de expressão" e a "livre iniciativa" que tanto defendem quando lhes convém? Aparentemente, essas bandeiras só valem para quem se encaixa nos seus estreitos e antiquados padrões. E a "Revolução Sexual"? Pelo visto, para alguns, ela só existe nos bastidores da internet, bem longe dos olhos curiosos da vizinhança.

Esse moralismo seletivo, que ataca uma mulher por sua profissão e tenta envergonhá-la, é apenas mais uma faceta da misoginia estrutural que insiste em reprimir o feminino e ditar o que é "trabalho digno" ou não. É a voz da frustração e do preconceito, que tenta silenciar o que não compreende, enquanto secretamente se beneficia do que condena. A única coisa nua aqui é a falta de coerência e a pobreza de espírito dos vândalos.

Criado com Gemini, do Google.

Prefira sempre o original

Conversa com o Gemini

Baseado no texto:

"você já se perguntou como seria uma história alternativa se a religião de Jesus nunca tivesse se abrigado em ambientes fechados? Como o mundo seria diferente hoje? E o que, se é que podemos fazer alguma coisa, podemos fazer para remediar nossa desconexão com a natureza?

Se o cristianismo tivesse permanecido de fora, teria mantido suas doutrinas essenciais sem experimentar uma desconexão com o mundo natural.

Se a Igreja tivesse crescido fora da terra, os seguidores de Jesus, centrados na terra, teriam desenvolvido uma espiritualidade mais ligada à criação como um processo.

Se o cristianismo tivesse se formado como uma religião ao ar livre, não teria se afastado dos povos e nações que encontrou ao se expandir pelo globo. Em vez de se posicionar em oposição aos pagãos, o cristianismo teria acolhido os moradores das charnecas. O cristianismo pagão, por sua vez, teria praticado a paz em vez de empunhar a espada do império. Teria feito amigos em vez de inimigos."

Escreva uma análise crítica, levando em consideração:

1.a teologia cristã é baseada na superioridade do homem, acima da natureza e de outras espécies.

2.a teologia cristã é centrada no culto de um único Deus, não permitindo ou não autorizando perceber o divino na natureza ou a existência de outros Deuses ou entidades.

3.a teologia cristã é baseada na negação do mundo, da natureza, do corpo, do prazer e do sexo.

4.a teologia cristã é baseada na leitura e interpretação (muitas vezes literal) da Bíblia, não permitindo o uso de outras leituras ou abordagens para a espiritualidade.

Resposta do Gemini:

O texto propõe uma intrigante reflexão sobre um cenário alternativo para o cristianismo, imaginando como o mundo seria diferente se a religião de Jesus não tivesse se institucionalizado e, em vez disso, mantivesse uma conexão intrínseca com a natureza. A premissa central é que, se o cristianismo tivesse permanecido "ao ar livre", teria evitado uma desconexão com o mundo natural, desenvolvido uma espiritualidade mais ligada à criação e praticado a paz em vez da dominação.

No entanto, ao analisar essa hipótese sob a luz das características intrínsecas da teologia cristã, conforme solicitado, surgem algumas considerações críticas que desafiam a viabilidade de tal cenário utópico.

A Teologia Cristã e a Natureza: Uma Análise Crítica

1. Superioridade Humana sobre a Natureza

A teologia cristã tradicional, desde suas raízes no Gênesis, frequentemente interpreta a passagem que confere ao homem o "domínio" sobre a criação (Gênesis 1:28) como uma permissão para exercer controle e superioridade sobre a natureza e outras espécies. Essa interpretação contribuiu para uma visão antropocêntrica, onde a natureza é vista como um recurso a ser explorado para benefício humano, em vez de um ser com valor intrínseco ou um reflexo do divino.

Se o cristianismo, mesmo "ao ar livre", mantivesse essa premissa teológica, a mera ausência de ambientes fechados não necessariamente alteraria a percepção de superioridade humana. A desconexão com a natureza, nesse sentido, não seria apenas física, mas conceitual e hierárquica, dificultando o desenvolvimento de uma espiritualidade que reconhecesse a interconexão e a igualdade intrínseca de todas as formas de vida.

2. Monoteísmo Exclusivo e a Percepção do Divino

A teologia cristã é fundamentalmente monoteísta, centrada no culto a um único Deus transcendente. Essa exclusividade tende a não permitir ou, em muitos casos, condenar a percepção do divino na natureza ou a existência de outras divindades ou entidades. Enquanto muitas tradições pagãs e indígenas veem o sagrado manifestado em rios, árvores, montanhas e nos ciclos da vida, o cristianismo direciona a adoração para um Deus que está "acima" e "fora" da criação, embora a tenha criado.

Se o cristianismo tivesse se formado "ao ar livre", a mera localização não mudaria a doutrina do monoteísmo. A ideia de "acolher os moradores das charnecas" e evitar a oposição aos pagãos seria um desafio monumental, pois implicaria uma revisão profunda de sua própria identidade teológica em relação à pluralidade divina e à imanência do sagrado na natureza, algo que historicamente tem sido anátema para o cristianismo ortodoxo.

3. Negação do Mundo, do Corpo e do Prazer

Uma corrente significativa na teologia cristã, particularmente influenciada por vertentes ascéticas e pelo neoplatonismo, historicamente promoveu a negação do mundo material, do corpo, do prazer e do sexo em favor da busca pela salvação espiritual e pela vida eterna. O corpo é frequentemente visto como uma fonte de tentação e o mundo como um lugar transitório de sofrimento.

Mesmo um cristianismo "ao ar livre" teria que confrontar essa teologia. A vivência na natureza poderia, paradoxalmente, intensificar a dualidade entre o "pecaminoso" mundo físico e o "puro" espírito, caso a doutrina subjacente permanecesse. Para que houvesse uma verdadeira conexão com a natureza e o corpo, seria necessário um paradigma teológico que valorizasse a criação em todas as suas manifestações, incluindo o prazer e a sexualidade como dons divinos, o que contraria as tendências históricas dominantes do cristianismo.

4. Leitura e Interpretação da Bíblia

A teologia cristã é fortemente baseada na leitura e interpretação, muitas vezes literal, da Bíblia como a palavra revelada de Deus. Essa centralidade da escritura muitas vezes limita ou desencoraja o uso de outras leituras ou abordagens para a espiritualidade, como a experiência direta com a natureza, a intuição ou as tradições orais de outros povos.

Um cristianismo "ao ar livre" que ainda se baseasse rigidamente na Bíblia poderia encontrar dificuldades em integrar as sabedorias e espiritualidades de povos mais conectados à terra. A Bíblia, embora contenha passagens que celebram a criação, também apresenta narrativas de domínio e separação que, interpretadas literalmente, poderiam perpetuar a desconexão. Para uma espiritualidade verdadeiramente integrada com a natureza, seria necessário um hermenêutica mais expansiva e contextualizada, que valorizasse outras fontes de revelação e conhecimento espiritual.

Conclusão

A visão de um cristianismo "ao ar livre" é sedutora e aponta para uma lacuna real na relação entre a religião e o meio ambiente. No entanto, a análise crítica sugere que as características teológicas intrínsecas do cristianismo – o antropocentrismo, o monoteísmo exclusivo, a negação do material e a centralidade da interpretação bíblica literal – representam obstáculos significativos para a realização dessa utopia.

Para que o cristianismo pudesse, de fato, ter se tornado uma "religião pagã" que praticasse a paz e acolhesse a natureza, seria necessário muito mais do que a ausência de edifícios. Seria preciso uma profunda revolução teológica, uma reinterpretação radical de seus próprios fundamentos, que abraçasse a interconexão de toda a vida, a pluralidade do divino manifestado na criação e a valorização plena da experiência humana no mundo material. Sem essa transformação interna, a desconexão com a natureza, infelizmente, persistiria, independentemente do ambiente físico em que a fé fosse praticada.

Você acredita que alguma dessas características teológicas poderia ter sido superada se o cristianismo tivesse se desenvolvido de forma diferente?

Criado com Gemini, do Google.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Fogo amigo

Andressa Urach voltou a criticar a Igreja Universal do Reino de Deus durante sua participação no “De Frente com Blogueirinha”. A ex-vice Miss Bumbum e atual criadora de conteúdo adulto revelou estar lutando para reaver cerca de R$ 2 milhões que, segundo ela, foram doados à instituição religiosa. “Para mim, deveria existir uma lei. Algum deputado precisa criar uma legislação para proteger essas pessoas. Eu considero isso um estelionato da fé”, declarou.

Ela relatou sua indignação com a maneira como a igreja aborda fiéis emocionalmente fragilizados. “Imagina você com a vida destruída, saúde abalada, e busca uma igreja como refúgio. Aí te dizem de uma forma bonita: ‘faz isso para Deus’. Isso, pra mim, é enganar as pessoas”, afirmou. Andressa disse ainda que se sentiu enganada: “Você tira algo de alguém que já está fragilizado. Me enganaram!”

Durante o tempo em que esteve ligada à Universal, Urach participou de ações voluntárias e chegou a publicar uma autobiografia de sucesso. Hoje, ela se mostra crítica às práticas da instituição e defende mudanças legais para impedir o que chama de exploração da fé.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/video-andressa-urach-denuncia-universal-e-pede-lei-contra-estelionato-da-fe/

O emprego das ninfas

Você conseguiria se sentir verdadeiramente sozinho nas florestas da Grécia ou Roma antigas? Segundo o mito, o mundo antigo era repleto de animais selvagens, monstros aterrorizantes e divindades travessas. Entre elas, estavam as ninfas: figuras femininas semidivinas que personificavam elementos do mundo natural.

Mas as ninfas nos oferecem mais do que apenas histórias de espíritos sensuais da natureza.

Eles podem revelar como os povos antigos pensavam sobre o mundo e se conectavam com suas paisagens por meio da mitologia.

Personificando elementos da natureza

Ninfa era uma categoria ampla na mitologia. Abrangeu quase todas as mulheres e meninas semidivinas da mitologia, incluindo diversas deusas. A deusa do mar Tétis e o rio Estige, do submundo, eram ninfas do mar, além de deusas.

As ninfas eram tipicamente retratadas como mulheres jovens e excepcionalmente belas na arte e na literatura. A palavra "ninfa" no grego antigo podia até mesmo significar "jovem" ou "mulher solteira" quando aplicada a mulheres mortais.

Apesar dessa conexão etimológica, muitas ninfas eram casadas, mães ou deusas. Anfitrite era esposa de Poseidon , e sua irmã Métis, a personificação da sabedoria, foi a primeira esposa de Zeus , segundo a Teogonia de Hesíodo . Maia era mãe de Hermes, o deus mensageiro.

O que unia todas as ninfas era sua conexão com o mundo natural. As ninfas geralmente personificavam elementos da natureza, como corpos d'água, montanhas, florestas, o clima ou plantas específicas.

A Ninfa Dafne

Uma das ninfas mais quintessenciais era Dafne (ou Laurel, em latim). Segundo o poeta romano Ovídio, em seu poema " Metamorfoses" , Dafne era uma ninfa de beleza estonteante que vivia na floresta.

Dafne havia escolhido seguir os passos de Ártemis (Diana), a deusa da caça, tornando-se caçadora e abstendo-se de sexo e casamento. Mas sua beleza seria sua ruína.

Um dia, o deus Apolo viu Dafne e imediatamente tentou persegui-la. Dafne não sentiu o mesmo e fugiu pela floresta. Apolo a perseguiu e quase a alcançou.

Mas o pai de Dafne, Peneu, um deus do rio, salvou sua filha transformando-a em um loureiro.

Como muitas ninfas, o mito de Dafne era uma história de origem para sua árvore homônima e seu significado para o deus Apolo.

Mas sua história também seguiu um dos tropos mais comuns nos mitos das ninfas: o tropo que uma ninfa transformou em sua homônima após fugir de uma divindade masculina.

Diferentes ninfas para árvores, água, montanhas, estrelas

Havia até nomes especiais para diferentes tipos de ninfas.

Dafne era uma dríade, ou ninfa das árvores. As oréades (ninfas das montanhas) são mencionadas na Ilíada de Homero . Havia três tipos diferentes de ninfas aquáticas: as oceânides e as nereidas de água salgada, e as náiades de água doce.

As ninfas viviam em áreas selvagens. Esses lugares indomáveis podiam ser perigosos, mas também continham recursos naturais preciosos que as ninfas personificavam, como árvores e fontes especiais.

As ninfas da primavera personificavam um dos recursos mais preciosos de todos: água doce.

Era difícil encontrar água doce no mundo antigo, especialmente em lugares sem infraestrutura humana. As cidades eram frequentemente construídas ao redor de nascentes.

A ninfa Aretusa era a personificação da fonte Aretusa na Sicília. Hoje, você pode visitar a Fonte de Aretusa na atual Siracusa.

Não importava onde você olhasse na paisagem antiga, havia ninfas — até mesmo no céu.

As Plêiades e as Híades eram dois pares de filhas do deus Atlas que acabaram se transformando em estrelas.

Seus mitos deram origem a dois conjuntos de constelações que eram usadas para navegação e adivinhação.

As constelações das Plêiades e Híades eram visíveis a olho nu e ainda podem ser vistas hoje.

A presença divina na natureza

Embora os mitos possam parecer histórias fictícias contadas para crianças, os mitos das ninfas mostram que o mito antigo é inseparável da paisagem e dos povos antigos.

O mundo natural estava imbuído de uma presença divina vinda dos deuses que o criaram fisicamente – Gaia (Terra) era literalmente o solo sob os pés. As ninfas faziam parte dessa presença divina.

Essa presença divina trouxe consigo uma dádiva muito especial: o dom da inspiração.

Alguns escritores (como Platão) referiram-se a esse tipo de inspiração natural como sendo “apreendida pelas ninfas” (νυμφόληπτος ou nympholeptus).

Estar presente na natureza e em lugares com ninfas pode trazer inspiração divina para filósofos, poetas e artistas.

Então, se você se encontrar sozinho em uma floresta grega, poderá se sentir inspirado e em boa companhia, desde que permaneça respeitoso.

Fonte: https://www.ancient-origins.net/myths-legends-europe/greek-roman-nymphs-0022273

domingo, 27 de julho de 2025

Isso deveria ser lei

A 1ª turma Cível do TJ/DF manteve, por unanimidade, sentença que determinou a uma moradora de Águas Claras/DF que se abstenha de realizar cultos religiosos em sua residência, situada em condomínio estritamente residencial. 

O colegiado entendeu que os encontros violam o estatuto da associação de moradores, desvirtuam a finalidade do imóvel, geram perturbação coletiva do sossego e extrapolam os limites legais de emissão sonora.

Nesse sentido, destacou que, embora a liberdade religiosa seja um direito constitucionalmente garantido, ela deve ser exercida em harmonia com os direitos à tranquilidade, à segurança e à função social da propriedade. 

Em caso de descumprimento da moradora, foi fixado multa de R$ 5 mil.

O autor da ação narrou que desde 2019 enfrenta perturbações de sossego em razão de cultos religiosos realizados pela vizinha. As celebrações ocorriam aos sábados e em outros dias não fixos, com uso de instrumentos musicais e grande movimentação de pessoas estranhas ao condomínio. Segundo ele, a conduta da moradora afrontava diretamente a convenção da associação, que proíbe uso diverso do residencial.

Apesar de notificações e de acordo firmado com a associação de moradores, a ré continuou utilizando a residência como templo, inclusive com registro de CNPJ no endereço. Com base nesses fatos, o autor ajuizou ação de obrigação de não fazer.

A ré defendeu a legalidade dos encontros, afirmando que ocorriam quinzenalmente, entre 18h e 21h, sem perturbação significativa. Sustentou que não havia prova de fluxo elevado de pessoas e impugnou a validade do abaixo-assinado juntado aos autos. Também alegou que a medição de ruído apresentada pela parte autora carecia de valor técnico e pediu a prevalência do seu direito constitucional à liberdade religiosa.

O relator, desembargador Carlos Pires Soares Neto, considerou que o conjunto probatório, abaixo-assinado, ocorrências registradas no livro da associação, vídeos dos cultos e atas de assembleias, demonstrou não se tratar de incômodo isolado, mas de perturbação generalizada da vizinhança:

“Tais elementos, em conjunto, constituem um arcabouço probatório robusto que indica a extrapolação dos limites da boa convivência e a generalização da perturbação, não se tratando de um mero incômodo individual.”

A medição de ruído realizada pelo autor, com equipamento calibrado, apontou picos de 76 decibéis e média de 68 decibéis, quando o limite legal para áreas estritamente residenciais é de 40 decibéis durante o dia e 35 decibéis à noite, conforme a lei distrital 4.092/08 e o decreto 33.868/12.

“A própria ré apresenta medição que, apesar de não ter sido realizada com aparelho certificado, supera os limites previstos para o local, já que sua própria medição apresenta média de 76 dB e máximo de 110 dB", pontuou o relator.

Ao julgar o conflito entre o direito à liberdade religiosa e o direito de vizinhança, o desembargador reiterou que nenhum desses é absoluto.

“O exercício do direito fundamental à liberdade religiosa não é absoluto e deve harmonizar-se com o direito de vizinhança e a função social da propriedade, de modo a não prejudicar o sossego, a segurança e a salubridade da coletividade.”

O relator ainda reforçou que o uso da unidade como templo religioso, inclusive com registro formal de CNPJ, violava frontalmente o Estatuto Social da associação de moradores, que veda o funcionamento de igrejas em unidades residenciais.

“Sendo assim, a regra é a de que o exercício do direito de usar e fruir da propriedade devem ser condicionados às normas de boa vizinhança, a fim de que a sua utilização não cause incômodos ou prejuízos aos demais moradores.”

Diante desse cenário, o relator concluiu que “a conduta da apelante, ao promover os cultos com ruídos que extrapolam os limites legais e ao desvirtuar a finalidade residencial do imóvel, configura inequivocamente comportamento antissocial, justificando a intervenção judicial".

Com base nesses fundamentos, a turma Cível manteve integralmente a sentença da 3ª vara Cível de Águas Claras/DF e majorou os honorários advocatícios para 12% do valor da causa, com exigibilidade suspensa em razão da gratuidade de justiça concedida à ré.

Fonte: https://www.migalhas.com.br/amp/quentes/435278/tj-df-proibe-moradora-de-usar-casa-em-condominio-para-culto-religioso

Nota: imagine o sossego? Chega de ser incomodado no meio do trânsito, nos ônibus, nos trens, no metrô...

Calando o olavismo

Marco fundador da ideologia de Adolf Hitler (1889-1945), o livro Mein Kampf (Minha Luta) foi publicado pela primeira vez há 100 anos, em 18 de julho de 1925. Era apenas o primeiro volume da posterior versão consolidada — o segundo ficaria pronto no ano seguinte.

Um século depois, a controversa obra repleta de discursos de ódio traz respostas sobre um questionamento cada vez mais comum, fomentado principalmente por políticos e influenciadores de direita: seria o nazismo um movimento de direita ou de esquerda?

"No clima político atual, em que movimentos de extrema-direita tentam distorcer suas raízes intelectuais culpando a esquerda, torna-se ainda mais essencial ler Mein Kampf de forma crítica. Não porque o livro ofereça algum insight político, mas porque revela, por meio de sua linguagem febril e odiosa, o verdadeiro núcleo do fascismo. E nos lembra aonde tais distorções podem nos levar", diz à BBC News Brasil o cientista político Eirikur Bergmann, professor na Universidade Bifröst, na Islândia.

Bergmann dirige o Centro de Estudos Europeus e é autor de, entre outros livros, Neo-Nationalism: The Rise of Nativist Populism (Neo-Nacionalismo: O Crescimento do Populismo Nativista, em tradução livre).

A confusão semântica se apoia no nome completo do partido fundado por Hitler e conhecido simplesmente como partido nazista: o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP, na sigla em alemão).

Mas as páginas do próprio Mein Kampf são claras sobre como Hitler vislumbrava, com sua ideologia, um projeto radicalmente antissocialista, anticomunista e antimarxista.

Na análise de pesquisadores contemporâneos, uma das propostas-chave que aparecem em Mein Kampf é um nacional-socialismo erguido a partir da luta racial — em vez da bandeira da luta de classes empunhada pelos militantes de esquerda para conquistar a massa dos trabalhadores alemães.

"A afirmação de que o nazismo era de esquerda é uma bobagem", afirma à BBC News Brasil o cientista político Simon Munzert, professor na Escola Hertie, universidade em Berlim, na Alemanha. "Hitler expressa forte rejeição tanto ao socialismo quanto ao comunismo ao longo do livro, e o Partido Comunista era o principal adversário do partido nazista durante a República de Weimar [nome oficial do Reich Alemão]."

O nome do partido nazista é frequentemente usado, fora de contexto, como prova de que o nazismo teria alguma relação com a esquerda. O problema, segundo os especialistas, é que essa leitura ignora a estrutura, o conteúdo do programa político do partido e, sobretudo, as intenções claras expressas por seu maior líder.

A denominação socialista funcionava muito mais como propaganda, como tentativa de atrair setores populares, especialmente aqueles trabalhadores que já estavam desiludidos com as plataformas da esquerda, diz Bergmann. Os nazistas esvaziaram o conceito: entre suas propostas não havia a ideia de redistribuição de riqueza ou de justiça social.

Bergmann diz que o nome "nacional-socialista", no caso dos nazistas, era "uma designação enganosa".

"O uso do termo 'socialista' no nome do partido foi pura propaganda, uma tentativa de atrair o apoio da classe trabalhadora, afastando-a da esquerda", ressalta. "Em essência, o nazismo foi um movimento reacionário: antiliberal, anti-igualitário, antidemocrático e ferozmente contrário aos princípios centrais da ideologia de esquerda."

"Ao atrair trabalhadores com promessas falsas, ela [a narrativa] se assemelha ao apelo populista contemporâneo ao 'povo' por parte de uma elite oligárquica que não se importa minimamente com a situação real dos cidadãos comuns. O objetivo nunca é empoderar essas pessoas, mas sim controlá-las e, no caso do fascismo, aterrorizá-las."

"O termo nacional-socialista fazia parte de uma estratégia de propaganda mais ampla", comenta Munzert. "Mas, ideologicamente, o nazismo era veemente antimarxista e antissocialista. O regime também perseguiu violentamente socialistas e comunistas após assumir o poder."

Para o cientista político alemão, "a equiparação do nazismo ao socialismo é uma distorção deliberada, muitas vezes usada atualmente para deslegitimar posições políticas de esquerda, associando-as aos horrores do regime nazista."

Autor da trilogia O Terceiro Reich e professor aposentado na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, o historiador Richard J. Evans situa o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães em uma "longa tradição de partidos de direita antissemitas" alemães que objetivavam "conquistar a classe trabalhadora" afastando-a da social-democracia e atraindo-a para "uma política direitista, racista e ultranacionalista".

"A visão de socialismo de Hitler, que ele expôs muitas vezes, consistia simplesmente na crença de que a comunidade vinha antes do indivíduo", explica o historiador à BBC News Brasil. "Isso nada tinha a ver com o socialismo verdadeiro. Hitler, por exemplo, manteve a economia capitalista, enquanto os socialistas queriam nacionalizá-la."

Evans lembra que em Minha Luta, o líder nazista retrata o socialismo e o comunismo como "ideologias coletivistas e subversivas".

Especialista em Holocausto, o cineasta, escritor e palestrante Marcio Pitliuk, autor de, entre outros livros, O Homem Que Venceu Hitler, lembra que tanto o regime de Hitler quanto o socialismo de Josef Stalin (1878-1954) na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) perseguiram minorias.

Mas ele explica que, mais do que o termo nacional-socialismo, o que realmente deu essa ideia de que o nazismo seria de esquerda foi o fato de que era um partido, segundo o nome, de "trabalhadores alemães". "Começou como um partido de esquerda e depois passou a atacar os comunistas como estratégia de crescimento", argumenta Pitliuk.

Marxismo: o inimigo

"Mein Kampf é uma porta de entrada para a mente de Hitler e seu sistema de crenças, sendo, portanto, essencial para compreender tanto ele quanto a era nazista da história alemã e os horrores da Segunda Guerra Mundial que ele desencadeou", define à BBC News Brasil o historiador Christopher Browning, professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e autor de, entre outros, The Path to Genocide: Essays on Launching the Final Solution (O caminho para o Genocídio: Ensaios sobre o Lançamento da Solução Final, em tradução livre).

"Uma vez despido de sua aura histórica, Mein Kampf é, em muitos aspectos, um livro profundamente ridículo", diz Bergmann.

"É um discurso repetitivo e errático, cheio de contradições, paranoia conspiratória e grandiosidade adolescente. Sua argumentação é desajeitada, sua lógica é infantil e sua prosa, muitas vezes, dolorosamente entediante."

O professor islandês afirma que o livro "revela a lamentável superficialidade do pensamento de Hitler".

"E isso também é instrutivo. Lembra-nos de que ideologias catastróficas não exigem brilhantismo filosófico, apenas as condições certas, um demagogo e um número suficiente de pessoas dispostas a olhar para o outro lado", reflete.

Ele acredita que, no centenário do texto, o documento precisa ser tratado "não como uma relíquia a ser temida ou uma escritura a ser sussurrada", mas como "um estudo de caso em patologia política".

"Em uma era em que o nacionalismo autoritário e a culpabilização populista voltam a se infiltrar no discurso dominante, Mein Kampf serve, de fato, como um espelho sombrio, mas útil. Não porque a história se repita exatamente, mas porque ela rima. E seria prudente ouvirmos atentamente esses ecos", alerta o cientista político.

A estrutura ideológica do nazismo se apoia em três pilares: nacionalismo extremo, racismo biológico — sobretudo o antissemitismo — e anticomunismo. Esses fundamentos foram claramente delineados por Hitler em seu livro.

Professor na Universidade Stetson, nos Estados Unidos, e autor do livro Os Monstros de Hitler: Uma História Sobrenatural do Terceiro Reich, o historiador Eric Kurlander explica à BBC News Brasil que o fascismo em geral, "e o nacional-socialismo em particular", bebeu em elementos das três grandes correntes políticas do século 19: o liberalismo, o conservadorismo e o socialismo.

E aí criou "um movimento popular que buscava transcender as divisões socioeconômicas ou de classe tradicionais e formar um verdadeiro Volksbewegung (movimento popular nacional)".

"Por essa razão, o fascismo apresentava um programa disparatado e contraditório em relação à economia política: aliava-se ao complexo militar-industrial, incluindo a indústria pesada, elites financeiras, militares e aristocracia fundiária, desmontava sindicatos e proibia partidos socialistas e comunistas para promover uma forma de capitalismo estatal e organizado", detalha.

"Ao mesmo tempo, prometia, e às vezes cumpria, programas generosos de assistência social e ajuda estatal a trabalhadores, camponeses e famílias dispostas a gerar mais filhos."

Kurlander diz que Minha Luta, assim, é emblemático acerca das contradições desse processo, ao "vilificar o socialismo marxista e o comunismo, exaltando ao mesmo tempo as virtudes do camponês alemão e dos empreendedores do Mittelstand [pequenas e médias empresas]", "atacar o capitalismo financeiro judaico internacional" e "prometer expropriar e redistribuir as terras e recursos da aristocracia feudal".

"No entanto, se seguimos o rastro do dinheiro, ao início da Segunda Guerra Mundial já estava bastante claro que o Terceiro Reich era, econômica, social e politicamente, muito mais conciliador com as elites capitalistas do que com trabalhadores ou camponeses", destaca ele.

Hitler escreveu que "converter o comunista é a tarefa do movimento nacional-socialista", disse ter "repulsa" crescente pelo marxismo e chamou os seus militantes de "inimigos de todas as religiões". Para o líder nazista, a "doutrina marxista" era o "aborto de um cérebro".

"Mais do que qualquer outro grupo, os marxistas, ludibriadores da nação, deveriam odiar um movimento cujo escopo declarado era conquistar as massas que até então tinham estado a serviço dos partidos marxistas dos judeus internacionais", argumentou Hitler. "Só o título Partido dos Trabalhadores Alemães já era capaz de irritá-los."

Para o líder nazista, os adeptos do socialismo marxista eram "uma multidão de vagabundos, pulhas partidários e literatos judeus" e os interessados "pela universal peste marxística e seus defensores" precisavam ser "banidos com as fórmulas de exorcismo do parlamentarismo ocidental".

Evans diz que o livro de Hitler "é um texto prolixo e incoerente, que poucos leram integralmente". "Sua influência se espalhou por meio de citações e trechos", frisa.

Moltke afirma que "uma rápida leitura" do livro de Hitler mostra não apenas o seu "total desprezo por qualquer posição associada à esquerda política" como ataques "a todo momento", associando-os "aos judeus e ao internacionalismo". "É aí que surgem teorias da conspiração", ressalta.

"Na visão etnonacionalista do nazismo, socialistas, comunistas e judeus se fundem em um único inimigo a ser desumanizado e perseguido. Embora os nazistas tenham se apropriado de símbolos da esquerda, como a cor vermelha em sua bandeira ou a celebração do 1º de maio como o Dia do Trabalhador, é absolutamente absurdo sugerir que o Nacional-Socialismo tenha tido alguma dimensão de esquerda, a menos que se pretenda traçar paralelos com outras formas de totalitarismo, como o stalinismo", prossegue o especialista.

"Comunistas e socialistas foram os primeiros a serem presos e internados em campos de concentração quando os nazistas chegaram ao poder, em 1933."

Para Bergmann, a ideia de que o nazismo teria sido "de esquerda" é uma "distorção politicamente motivada e uma inversão da história que não resiste nem mesmo ao escrutínio mais superficial".

"Em Mein Kampf, o desprezo de Hitler pelo socialismo, especialmente pelo marxismo, é veemente e inequívoco. Sua obsessão em esmagar o comunismo e destruir a solidariedade baseada na classe percorre o texto como uma veia envenenada. Ele via o marxismo como uma conspiração judaica destinada a enfraquecer a unidade nacional e o culpava pela humilhação da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial", argumenta o professor.

"Para entender onde o nazismo se posiciona no espectro ideológico, é preciso ir além dos rótulos e examinar o conteúdo de sua visão de mundo", continua ele.

"Ideologicamente, o nazismo está profundamente enraizado na extrema direita, especialmente no eixo cultural. Promove hierarquia racial, ultranacionalismo, militarismo, tradicionalismo patriarcal e uma reverência quase mística ao 'sangue' e ao 'solo'. Essas ideias certamente não são de esquerda em nenhum sentido. Elas formam a base da ideologia autoritária de direita."

Pesquisadores como o historiador americano Timothy Snyder, professor na Universidade Yale, nos Estados Unidos, e autor de, entre outros livros, Terras de Sangue: a Europa entre Hitler e Stalin, classificam o líder nazista como um anti-iluminista que via a política como uma luta racial, e não uma luta de classes.

Desta forma, ao contrário da esquerda tradicional, Hitler pregava uma hierarquia racial, com liderança autoritária e culto ao Estado. Neste aspecto, justiça social não estava no escopo, já que a única igualdade aceita por essa lógica era a de raça — no caso, a raça ariana.

"Hitler e o nazismo eram inimigos implacáveis tanto do liberalismo moderado, baseado na igualdade perante a lei, no governo representativo e constitucional e na legitimidade derivada das eleições, quanto de todas as formas de socialismo marxista, baseado na solidariedade internacional da classe trabalhadora e nos direitos trabalhistas, divididas entre os social-democratas moderados e os comunistas revolucionários antidemocráticos", explica Browning.

O professor ressalta que a proposta nazista de "socialismo-nacional" era baseada "na solidariedade racial em vez da solidariedade de classe". E isto era uma tática para "afastar a classe trabalhadora do socialismo internacional, ou seja, o de esquerda".

"Essa tentativa de atrair os trabalhadores continha alguns elementos populistas, mas sempre esteve subordinada à primazia da raça no pensamento de Hitler", diz.

"Nazismo de esquerda"

Desde a segunda metade dos anos 2010, a narrativa de que o nazismo seria de esquerda entrou com força no debate público brasileiro. Isso ganhou especial repercussão em 2019, quando o então chanceler Ernesto Araújo fez declarações oficiais defendendo essa visão — tese posteriormente repudiada por acadêmicos e pelo governo alemão.

A imprensa alemã chegou a classificar o episódio como o dia em que "o absurdo virou discurso oficial".

Na época, a antropóloga Adriana Dias (1970-2023), doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisava o crescimento do neonazismo no Brasil e identificou, em comunidades online, que esse tipo de argumentação era cada vez mais recorrente.

Essa narrativa, contudo, não é difundida apenas no Brasil. Nos Estados Unidos, o jornalista e colunista político conservador Jonah Goldberg referenda ideias semelhantes.

Em seu livro Liberal Fascism: The Secret History of the American Left, from Mussolini to the Politics of Meaning (Fascismo Liberal: A História Secreta da Esquerda Americana, de Mussolini à Política do Significado, em tradução livre), ele argumenta que os movimentos fascistas foram e são produtos da esquerda política.

Acadêmicos, contudo, veem em leituras assim um revisionismo mal-intencionado.

Em entrevista veiculada pelo empresário Elon Musk em sua plataforma X, recentemente, a política Alice Weidel, líder do partido de direita radical alemão Alternative für Deutschland (AfD) também afirmou que o nacional-socialismo era de esquerda e comunista. O professor Johannes von Moltke avalia que com isso, Weidel reivindica, "para seu próprio populismo de direita o manto do 'anticomunismo'."

"Esse tipo de absurdo semântico é característico da nova direita contemporânea, que tornou a redefinição de conceitos políticos e culturais parte de sua plataforma metapolítica", argumenta ele.

Em 2017, o historiador e jornalista Felipe Schadt viralizou nas redes sociais com um post no qual elencava algumas frases de Minha Luta em que Hitler critica a esquerda. Em conversa com a BBC News Brasil, a "confusão" buscada por extremistas de direita ao associar o nazismo ao outro espectro, não passa de "uma tentativa deles de se desvincular da imagem de Hitler que, no consenso geral, é negativa para todo mundo".

"Isso também acontece aqui na Alemanha [ele, que é professor no Centro Universitário de Campo Limpo Paulista e no Centro Universitário Padre Anchieta, estava em Munique quando atendeu à reportagem], onde os membros do AfD tentam se desvincular do que foi Hitler, dizendo que ele havia sido de esquerda", conta. "Mas é só uma narrativa."

Schadt ressalta que, em Minha Luta, Hitler fala "com asco" e "com nojo" da esquerda.

Corrigir tal distorção não é apenas uma questão de precisão acadêmica — é uma tarefa urgente diante da crescente radicalização política e da disseminação de desinformação nas redes.

Para o cientista político Lucas Rezende, professor na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), definir o nazismo como algo de esquerda é "um delírio coletivo".

"Tanto o nazismo quanto o stalinismo são movimentos totalitários. Mas isso não quer dizer que o nazismo seja de esquerda. Uma das pautas comuns de movimentos fascistas era justamente o anticomunismo, porque eles propunham uma reorientação do Estado para os interesses daquele setor da sociedade que se considerava detentor da única legitimidade", justifica ele à BBC News Brasil.

Rezende acrescenta que "manipular narrativas" é um instrumento comum que "une governantes totalitários".

Relembrar os 100 anos da edição de Mein Kampf é também uma oportunidade para reafirmar que o próprio Hitler — com todas as letras — deixou claro quem eram seus inimigos: os marxistas, os socialistas, os comunistas, os liberais e os judeus.

Leitura contemporânea

A antropóloga Adriana Dias observou que em determinados grupos online de discurso supremacista branco, a obra de Hitler vinha sendo citada como "leitura obrigatória".

Desde que caiu em domínio público, em janeiro de 2016, o livro passou a circular com mais facilidade, muitas vezes sem qualquer contextualização crítica.

Há uma preocupação quanto a isso. Com o fim dos direitos autorais sobre o texto, sua reprodução e reedições foram facilitadas.

A circulação do livro, em si, não é proibida nem na Alemanha atualmente — mas, sobretudo lá, na Áustria, e em alguns outros países europeus, existe uma sutileza na legislação para que tal leitura e eventual divulgação não se configurem como apologia ao nazismo.

Assim, as reimpressões precisam tomar o cuidado de contextualizar o conteúdo, com apresentação crítica de especialistas, notas de rodapé e diversos esclarecimentos. Na opinião dos pesquisadores, essa é a melhor solução.

"A proibição de livros é uma faca de dois gumes e muitas vezes tem o efeito contrário, despertando ainda mais interesse. Além disso, a internet já soltou esse 'gênio da garrafa', e seria quase impossível colocá-lo de volta: há muitas versões do livro circulando eletronicamente em vários idiomas. Além disso, Mein Kampf está entre as fontes mais importantes que temos para compreender a história do Nacional-Socialismo", enumera o professor Moltke.

Ele cita a edição alemã mais recente, preparada por historiadores do Instituto de Histórica Contemporânea de Munique, como um "caminho a seguir".

"Quando as leis de direitos autorais expiraram e já não havia mais meios legais para impedir a publicação de Mein Kampf, uma equipe de historiadores decidiu produzir uma edição crítica. Colocando o texto original no centro de um livro de grande formato, eles literalmente o cercaram com materiais críticos e contextuais incluindo informações históricas sobre as pessoas e eventos descritos, contexto histórico, esclarecimento de conceitos-chave, revelação das fontes de Hitler, correções de erros, relatos tendenciosos, desinformação e informações falsas", explica o professor.

"Eles também situam o livro dentro da historiografia e apontam suas consequências históricas."

Browning concorda que o livro "não deve ser proibido", mas sim "publicado com a devida contextualização".

Com a morte de Hitler e o fim da Segunda Guerra, os direitos autorais do livro ficaram com o Estado Livre da Baviera, na Alemanha, até que a obra entrasse em domínio público.

No período, o livro foi de certa forma suprimido — não houve uma proibição, mas o detentor dos direitos simplesmente deixou de autorizar reedições. "Um dos motivos era seu potencial efeito incendiário", diz Munzert.

"Então, Mein Kampf deveria ser proibido hoje? Acredito que não. Isso atribuiria ao livro mais influência do que ele realmente tem. Na verdade, o ato de censurá-lo pode ter o efeito contrário", argumenta ele.

"Acredito, de fato, que a maioria das pessoas que o ler hoje ficará incomodada com o estilo da escrita e com o conteúdo confuso. Atualmente, existem formas de discurso muito mais perigosas e com poder de persuasão muito maior."

"Além disso, medidas de censura devem ser sempre cuidadosamente ponderadas em democracias liberais. Considero compreensível, do ponto de vista histórico, a decisão de impedir sua circulação após 1945", comenta o professor.

"Mas hoje, tal proibição já não se justifica. Nossa sociedade precisa ser capaz de tolerar a disponibilidade de textos como esse. O medo de ideias, por mais extremas que sejam, deve continuar sendo uma marca dos regimes autoritários, não das democracias."

Bergmann também acha que vetar o livro "apenas lhe conferiria uma mística de 'proibido'".

"Mein Kampf é um dos livros mais infames do século 20, um manifesto tóxico que ajudou a lançar as bases ideológicas de um dos regimes mais sombrios da história da humanidade. Mas ele deveria ser proibido? Acredito que devemos enfrentá-lo, não escondê-lo", argumenta, defendendo que a solução é "publicá-lo em edições fortemente anotadas, envoltas em comentários contextuais rigorosos que exponham suas ideias perigosas pelo que realmente são: não apenas moralmente repugnantes, mas intelectualmente vazias".

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cyvjl7mn717o#webview=1

sábado, 26 de julho de 2025

Igreja da Pomba Gira

Bruxo Malagueta, 32, pai de santo do Rio Grande do Sul, fundou a chamada "Igreja da Pombagira", espaço religioso inspirado na quimbanda. Segundo ele, a igreja foi criada com o propósito de acolher mulheres vítimas de diferentes formas de violência, além de promover rituais e práticas ligados à entidade pombagira.

O que é a Igreja da Pomba Gira

Inaugurada em janeiro deste ano, a casa localizada em Porto Alegre ficou conhecida por abrigar uma estátua de pombagira com 9 metros de altura. Ao UOL, o bruxo Malagueta, cujo nome é Wilian Brito, explica que o termo "igreja" foi usado para mostrar que os frequentadores "não cultuam ao diabo" ou a "questões negativas". "As pessoas chamam de 'centro de macumba', e por aí vai. Mas uma casa de religião [em religiões como umbanda e candomblé, é o local em que rituais e cerimônias são realizados] não é um local de adoração ao diabo, e pode ser chamado de igreja porque é um local de acolhimento, onde as pessoas são protegidas e podem ir para colocar sua fé em prática", afirma.

A religião predominante é a quimbanda.

De matriz africana, a quimbanda segue diversos rituais tradicionais, e uma das principais figuras cultuadas é, justamente, a pombagira, que representa a força feminina. "Quando nós falamos em pombagira, nós falamos da ancestralidade feminina, principalmente das mulheres empoderadas, que conquistaram seu espaço em meio à sociedade, mulheres à frente de seu tempo", diz o bruxo.

Referência nacional nas religiões de matriz africana, Porto Alegre abriga cerca de 65 mil terreiros. Apesar de a quimbanda ter semelhanças com a umbanda, há diferenças importantes entre as duas religiões.

Segundo Brito, a Igreja surgiu a partir da junção entre a espiritualidade e o desejo de oferecer um espaço de proteção às mulheres. "A Igreja da Pomba Gira não deixa de ser um terreiro", explica. No entanto, a casa tem uma finalidade mais específica, já que é direcionada ao público feminino.

"Essa ideia [de fundar a Igreja] foi do mundo espiritual. Os espíritos pediram para que essa obra fosse levantada."
- Bruxo Malagueta

Apesar de se dirigir a um nicho particular, o bruxo afirma que não há proibição a homens que queiram frequentar o local. "Não é uma igreja feminista, nem que tenha preconceito com homens, ou com pessoas de qualquer gênero que seja", diz. "A única restrição é o machismo, não pode entrar em hipótese alguma na igreja".

Atualmente, a casa tem os próprios fiéis. Além das pessoas que participam da organização e da "questão da espiritualidade dentro da Igreja", o bruxo descreve a importância dos apoiadores —ou membros da casa. "[Os membros] acertam uma mensalidade, para que a gente consiga colocar um profissional para tomar conta, para cuidar do espaço", explica Brito.

Segundo o Malagueta, até o momento, o projeto da igreja já ultrapassou os R$ 500 mil. As melhorias seguem em andamento, e Brito afirma que cabanas serão construídas no local para acolher os frequentadores. "Os valores são bem exorbitantes por ser um sítio, e a infraestrutura é mais complicada. Por exemplo, para fazer o fechamento do terreno, tem empresa cobrando R$ 120 mil", diz. "São gastos que a gente não imaginava, mas, quando é feito com amor e carinho, em prol da espiritualidade, a gente faz".

Além da Igreja da Pomba Gira, o bruxo também conduz a Casa da Pomba Gira, que será reinaugurada em Canoas (RS). "Ela já existia, já era nosso terreiro. Porém, na época das enchentes [entre abril e maio de 2024], foi um dos lugares mais devastados [...]. Acabamos perdendo tudo dentro do imóvel. Agora, nós estamos reformando e será mais uma unidade da Igreja da Pomba Gira".

Brito conta que tem a intenção de expandir a ideia para outros locais. "Temos interesse, sim, em abrir o espaço em outros lugares, ou pelo menos colocar essa nomenclatura em outras casas de religião, para que as pessoas possam começar a respeitar as casas de religião como existe o mesmo respeito com a igreja", explica.

Preconceito é presente no cotidiano da igreja

O religioso afirma que seu trabalho enfrenta diferentes formas de repúdio. Brito conta que sofre intolerância religiosa de fiéis de outras religiões e até mesmo de pessoas que seguem a mesma religião que ele. "Infelizmente, isso acontece muito", explica. Os "ataques", segundo ele, não acontecem somente no ambiente digital, e ele conta que já foi abordado pessoalmente.

"Eu estava caminhando na rua e um pastor veio colocar a mão na minha cabeça, orar e, segundo ele, tirar o espírito, o demônio da pombagira de dentro de mim".

O episódio foi publicado nas redes sociais e chegou a quase cinco milhões de visualizações, segundo o bruxo. No entanto, o TikTok baniu a postagem. "Disseram que eu estava praticando intolerância religiosa. Os evangélicos, pessoas de outras religiões, denunciaram o vídeo para que ele caísse".

De acordo com Brito, as reações do público fazem com que suas publicações sejam excluídas com frequência. "Em diversas redes sociais eu acabo perdendo [o perfil] porque as próprias plataformas banem a minha conta", conta.

Igreja oferece atendimento a mulheres, mas não tem procura

Uma das frentes da Igreja da Pomba Gira é acolher mulheres vítimas de agressão. O serviço é voltado para quem sofreu diferentes tipos de abuso, não somente físico. "Principalmente o [abuso] psicológico, que as pessoas acabam entendendo que não é algo grave, mas é", explica.

Segundo o religioso, diversos profissionais procuraram a casa para oferecerem seus serviços, como psicólogos, advogados e assistentes sociais. No entanto, até o momento, não houve procura presencial por atendimento.

"Foi uma questão que me chocou muito. Eu esperava que as pessoas viessem de todos os lados, procurando ajuda, pedindo apoio. Não foi isso que aconteceu. A gente não sabe se é uma questão de preconceito".

A busca por apoio aconteceu somente à distância. "Nós tivemos pessoas de longe, de outros estados, entrando em contato. [Nesses casos] Nós vamos encaminhando dentro do contexto [de cada mulher]. Incentivamos a ir à Delegacia da Mulher, registrar o boletim de ocorrência", relata Brito.

Mesmo sem a demanda, Brito garante que os profissionais estão à disposição de eventuais interessadas. "[A equipe] está em um grupo nas redes sociais, no WhatsApp, justamente para quando nós iniciarmos esse acolhimento físico [presencial] essas pessoas possam atuar dentro das suas áreas", diz.

Fonte: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/07/24/igreja-da-pomba-gira-rs.htm

Quando o virtual é melhor

A intimidade mediada por telas ganhou protagonismo em 2025. Durante o Mês do Orgasmo, uma das plataformas adultas que mais crescem no Brasil lançou uma campanha que coloca o prazer digital no centro do debate, desafiando tabus e abrindo espaço para uma nova forma de conexão erótica. A proposta é mostrar que o orgasmo vivido à distância — por vídeo, mensagem, comando de voz ou dispositivos conectados — é real, transformador e parte da sexualidade contemporânea.

Com o avanço da tecnologia e o fortalecimento das redes sociais como espaços de convivência íntima, a ideia de prazer deixou de ser exclusivamente física. Segundo pesquisa Datafolha/Omens, 44% dos brasileiros já consideram o sexo virtual algo comum. Outro levantamento aponta que 31% das pessoas praticaram sexting durante o isolamento social, e o mercado de brinquedos sexuais conectados a aplicativos cresceu mais de 200% nos últimos anos. Em paralelo, mais de 92% da população brasileira já tem acesso à internet em casa, o que reforça a presença das experiências digitais no cotidiano afetivo.

A campanha convida o público a refletir sobre o que significa ter prazer em tempos de conectividade constante. Como o orgasmo, por muito tempo silenciado, fingido ou reprimido, se transforma quando é vivido por meio das telas? E o que muda quando essa intimidade não precisa mais ser escondida ou disfarçada?

Para fomentar essa conversa, a plataforma convidou criadoras de conteúdo a compartilharem relatos sobre suas experiências afetivas e sensoriais no ambiente digital. Ao longo do mês, o público poderá acompanhar vídeos, entrevistas e peças visuais nas redes sociais da marca. Os conteúdos trazem diferentes percepções sobre o prazer mediado pela tecnologia e os desafios enfrentados por quem cria ou consome esse tipo de conteúdo, como o hábito de fingir prazer ou a dificuldade de comunicação entre parceiros.

De acordo com Alexandre Peccin, o objetivo não é apenas dar visibilidade à campanha, mas recolocar o prazer no centro das relações humanas. Ele afirma que prazer é coisa séria, humana e múltipla. O orgasmo digital precisa ser tratado com respeito e curiosidade. Dar espaço para essas falas é reforçar que a sexualidade, seja física ou virtual, é legítima, saudável e cheia de nuances.

— Queremos mostrar que o prazer não tem fórmula, posição ou lugar certo para acontecer. Ele é uma expressão da liberdade, e a tecnologia pode ser uma aliada poderosa nesse processo de autoconhecimento e conexão — declara.

Fonte: https://oglobo.globo.com/ela/noticia/2025/07/23/prazer-a-distancia-como-a-intimidade-virtual-esta-redefinindo-o-orgasmo.ghtml

Nota: o ser humano é complicado. Se resigna a ficar e manter uma sociedade cheia de opressão e repressão sexual. Vive entre o deslumbre e o pânico com a tecnologia e a inteligência artificial. O fato é que o mundo virtual fornece aquilo que deveria existir no mundo real. Bom... parcialmente... nós ainda vivemos com os mesmos tabus do século XVIII no tocante ao sexo, gênero e preferência sexual...

Saindo do anonimato

O termo intersexo pode parecer recente para muitos brasileiros, mas ele carrega décadas de luta por reconhecimento, dignidade e autonomia corporal. Utilizado para designar pessoas que nascem com características sexuais – genitais, gônadas ou padrões cromossômicos – que não se encaixam nas definições típicas de masculino ou feminino, o conceito se consolidou no país a partir da segunda metade da década de 2010 e vem se fortalecendo como um campo de disputa política e social.

Agora, o Brasil dá um passo significativo nessa trajetória com a criação de um Grupo de Trabalho (GT) Intersexo no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. A iniciativa busca formular políticas públicas específicas e combater práticas históricas de violência, como cirurgias "normalizadoras" realizadas sem o consentimento da pessoa afetada.

“Por muito tempo, o corpo intersexo foi tratado como um erro a ser corrigido. Hoje, lutamos para que ele seja reconhecido como uma variação legítima da experiência humana”, afirma Vidda Guzzo, ativista e integrante da rede Intersexo Brasil.

A urgência do debate - Estudos apontam que a ocorrência de variações intersexo é tão frequente quanto o nascimento de pessoas ruivas. Ainda assim, o tema permanece cercado de silêncio e desinformação. Por décadas, crianças intersexo foram submetidas a intervenções cirúrgicas e hormonais precoces para adequá-las às expectativas binárias de gênero – procedimentos que frequentemente deixaram sequelas físicas e psicológicas profundas.

O médico e psicólogo John Money, conhecido por seus experimentos controversos com crianças intersexo, marcou uma era de práticas invasivas ao afirmar que “é mais fácil cavar um poço que subir um poste” – uma frase que sintetiza a lógica de transformar meninas em meninos na ausência de um pênis funcional. Hoje, a adoção do termo intersexo com “o” final – e não com “a” ou formas neutras – é um gesto político que confronta essa herança de violência e patologização, foi isso que escrevi e vivi na escrita da dissertação de mestrado (York, 2020) e no tecer do livro "Jacob(y), Entre sexos e cardiopatias, o que o fez anjo" publicado pela Editora Scortecci também em 2020.

Políticas públicas e desafios - O GT Intersexo brasileiro tem como meta revisar protocolos médicos, eliminar termos estigmatizantes como “hermafroditismo” e propor linhas de cuidado específicas no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as recomendações estão a criação de comitês intersetoriais, programas de educação permanente para profissionais de saúde e medidas de reparação para vítimas de cirurgias não consentidas.

“Estamos construindo um país onde as pessoas intersexo terão o direito de existir sem que seus corpos sejam normatizados à força e para atender ao mercado”, defende Carolina Iara, co-vereadora em São Paulo e referência nas lutas por diversidade corporal.

Mas o caminho não é livre de obstáculos. Ainda há resistência dentro de setores conservadores, além da necessidade de maior conscientização pública sobre a realidade intersexo. Para Caia Coelho, outra liderança do movimento, “o maior desafio é superar o binarismo profundamente enraizado na forma como a gente organiza nosso pensamento sobre sexo e gênero, natureza e cultura, no ocidente”.

Próximos passos e o papel da mídia - A Intersexo Brasil, organização que reúne ativistas e especialistas, já articula a participação na próxima Conferência Nacional de Direitos Humanos para consolidar essas pautas. O objetivo é inserir a questão intersexo como prioridade estratégica nos planos plurianuais de governo.

A visibilidade do tema, no entanto, depende também da atuação da mídia. É preciso falar mais sobre corpos intersexo de forma ética, responsável e respeitosa – combatendo o estigma e promovendo o conhecimento científico e social.

Um convite à reflexão e ao diálogo - Para aprofundar o debate, a TVBrasil247 exibe nesta terça-feira, às 14h, o programa “Intersexo”, com direção de Sara Wagner York. A produção traz relatos potentes de pessoas intersexo, especialistas e ativistas, abordando tanto a trajetória histórica quanto os desafios contemporâneos.

“Esse programa é um arquivo vivo das nossas lutas e sonhos. Precisamos ocupar o espaço público com nossas vozes”, conclui Amiel Vieira, artista e ativista presente no episódio.

Fonte: https://www.brasil247.com/blog/brasil-avanca-na-protecao-dos-direitos-intersexo