Primeiramente eu tenho que ressaltar que, assim como os demais padrões morais de nossa sociedade, a "idade do consentimento sexual" mostra variações. Conforme o país, o povo, a cultura, a religião, a época, a idade de consentimento sexual varia entre 12 e 18 anos [Age of Consent][link indisponível], considerando apenas as relações heterossexuais.
Segundamente eu tenho que ressaltar que nós todos somos/possuímos uma sexualidade desde o nascimento, conforme a psicologia reichiana descreve:
As fases do desenvolvimento afetivo-sexual são cinco: a fase visual, a fase oral, a fase anal, a fase genital infantil e a fase do controle do diafragma. Estas fases se estruturam primordial mente em torno de zonas erógenas, que por sua vez são zonas corporais. Dizem respeito a vivências corporais erógenas e a modalidades de relacionamento afetivo. As zonas erógenas se diferenciam das outras partes do corpo, pois se constituem também como organizadores psíquicos.[Arthur Scarpatto][link morto]
Entretanto a sexualidade da sociedade ocidental "civilizada" recebeu enorme influência da doutrina cristã e toda a rejeição ao corpo, ao prazer, ao desejo, ao tesão, ao sexo, intrínsecos da opressão/repressão sexual imposta pela Igreja. Apenas muito recentemente a civilização ocidental iniciou seu processo para superar/curar essa doença, com a Revolução Cultural da década de 60 (século XX), mas o sistema absorveu e transformou os ideais em mais uma mercadoria, em mais uma ferramenta para assegurar nossa falta de formação/maturidade sexual.
Estamos em um momento em que por um lado há mais liberdade de acesso à informação e por outro há pouca formação/educação da responsabilidade/consciência quanto à forma de usar essa informação. Nós não podemos nem temos o direito de querer frear um processo que nós começamos; não podemos nem temos o direito de censurar, de proibir, de oprimir, de reprimir essa busca pela sexualidade da atual geração; não podemos nem temos o direito de os alienar de seus corpos, de seus desejos, de suas sexualidades.
O que podemos e devemos fazer é iniciar um longo e difícil processo de cura dessa doença, começando pela postura da sociedade diante do sexo e da sexualidade, passando aos "adultos" que não tem uma vida sexual saudável e concluindo pela educação/formação/orientação sexual saudável da atual geração.
Isso poderá provocar a falência da indústria da pornografia, o fim das alpinistas sociais, o fim da mulher-objeto, o fim do machismo na propaganda, o fim da violência doméstica contra as mulheres, o fim da violência física e sexual contra crianças e adolescentes, o fim da repressão/opressão sexual religiosa do Cristianismo e talvez o inicio de uma época onde os ideais da Revolução Sexual, do Paganismo Moderno e do Humanismo sejam uma realidade:
Todos os intercursos afetivo-sexuais são legítimos desde que haja reconhecido consentimento dos participantes. Assim, desde que as pessoas envolvidas estejam em pleno uso de sua faculdade de consentir (maduras e sanas o bastante) e de fato consintam com a relação durante todo o seu desenrolar, não importa que sejam do mesmo sexo ou da mesma família.
Como é preciso maturidade para consentir, é preciso que as partes não sejam muito jovens [ou com pouca diferença de idade, ou ausência de dominação entre os indivíduos-NB]. Dependerá da educação dada, dos costumes do grupo e fatores correlatos determinar uma idade padrão para início da vida afetivo-sexual (ritos de iniciação na comunidade podem marcar essa data) ou analisar caso a caso. Também é preciso que as partes envolvidas estejam em pleno uso de suas faculdades físicas e mentais. Não importa nada como homossexualidade, heterossexualidade, bissexualidade, panssexualidade ou assexualidade... Importa o real desejo, o real consentimento. Se alguém amar, a princípio, pessoas do mesmo gênero, e depois uma de outro gênero, e depois três de gêneros variados, e todas consentirem, não se deve reprová-la como devassa, pervertida, confusa.[Diego Calazans]
Um comentário:
Olá. Cheguei a seu blog fuçando no google à procura de citações minhas. Fiquei muito feliz de ler seu texto sobre liberdade sexual. E seu acréscimo em meu texto foi muito feliz e reflete exatamente o que penso. Gostaria de trocar ideias sobre liberdade, humanismo e paganismo. Abraços.
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