A formação dos reinos bárbaros na Europa se deu com o processo das invasões dos povos germânicos.
Na primeira fase chegaram os bárbaros, associados do império romano, que estabeleceram tipos de estados relativamente frágeis e efêmeros.
Na segunda fase, os reinos bárbaros deram origem a instituições mais duradouras, bases para as monarquias feudais.
A primeira fase de invasão dos barbaros começou em 406, quando uma confederação de povos vândalos, suecos e álamos cruzou o rio Reno e iniciou a penetração efetiva no império romano. Quando os bárbaros iniciaram essa marcha através dos territórios romanos, a unidade do império já estava desfeita. Os bárbaros não conseguiam substituir a antiga autoridade romana por uma autoridade bárbara, pois as tribos ainda tinham herança primitiva na organização de suas sociedades, não conheciam o Estado, ignoravam a escrita e tinham suas velhas religiões pagãs.
Outra característica importante desta primeira fase das invasões bárbaras é que esses povos se distanciavam muito de suas terras de origem. Os vândalos, por exemplo, viajaram desde regiões próximas da atual Polônia até o norte da África, passando pela Gália e pela Espanha.
Os primeiros Estados bárbaros que se formaram tiveram de se apoiar nas instituições romanas existentes nas regiões onde se fixaram. As características econômicas destes primeiros Estados bárbaros se apoiaram na antiga relação entre romanos e bárbaros, 2/3 das terras ficaram com os germânicos, juntamente com escravos e trabalhadores; o restante ficou com a antiga nobreza provincial romana.
O que havia era uma espécie de associação entre a nobreza barbara e a nobreza romana das províncias e os pequenos proprietários e camponeses tornaram-se dependentes dos dois. Pouco a pouco, a autoridade desta nobreza barbara foi aumentando. Suas propriedades tornaram-se maiores e eram trabalhadas pelos soldados bárbaros, pelos escravos romanos e pelos camponeses dependentes.
A partir daí o Estado bárbaro foi tomando corpo em monarquias rudimentares, onde os reis mantinham sua autoridade, apoiados por grupos de nobres armados e fiéis ao seu chefe. No nível religioso, estes bárbaros forma gradativamente convertendo-se ao cristianismo, o que ajudava a consolidar a aristocracia bárbara no poder, na medida em que as velhas religiões comunitárias desapareciam.
Outra característica dos Estados bárbaros desta primeira fase era a preservação do escravismo e do colonato, formas de trabalho herdadas do império romano.
A segunda fase das invasões barbaras germânicas marcou a conquista da Gália pelos francos, o domínio da Inglaterra pelos anglo-saxões e a conquista da Itália pelos lombardos. Os povos que chegaram nesta segunda vaga tinham sua pátria de origem bem mais próxima que os povos anteriores. Este fato facilitou o envio de reforços de contingentes para consolidar a conquista. Ao mesmo tempo, os francos, anglo-saxões e lombardos chegaram lentamente, o que proporcionou um povoamento mais seguro e concentrado.
Uma outra diferença foi o fato de que tanto os lombardos como os francos simplesmente confiscaram as terras dos romanos e as distribuíram entre suas escoltas nobres. Esta segunda etapa das invasões germânicas produziu uma solida aristocracia territorial, ao mesmo tempo que reforçou as aldeias comunitárias de camponeses, ambas características do futuro sistema feudal. Outra importante característica desta segunda fase das invasões é que as leis romanas deixaram de prevalecer. Começou a ser utilizado um sistema de leis baseado em códigos de antigos costumes bárbaros.
Fonte: Pedro, Antônio. História Antiga e Medieval - pg. 261 a 265.
Nenhum comentário:
Postar um comentário