A religião pública, no entanto, que se compõe de um complexo ordem de divinidades, festas, ritos e instituições, está controlada pelo Estado e requer a aceitação de todos os cidadãos, ainda que muitos deles não a pratiquem.
A religião romana esteve sempre estreitamente unida à cidade de Roma e seu meio e, ainda que muitos ritos e instituições se exportaram aos territórios conquistados, as religiões nacionais sobreviveram ao domínio romano, de forma que os habitantes do Império combinavam seus devoções locais com o cumprimento do exigido em matéria religiosa pelas autoridades romanas.
O carácter de cidadão está unido a este compromisso, de modo que a religiosidade (pietas) mede-se em Roma em termos de adesão aos deuses do Estado, enquanto a impiedade interpreta-se como um signo de inconformismo e resistência política. O carácter ritualista da religião oficial, no que se insiste tão com frequência, faz que em Roma seja mais importante respeitar aos deuses e cumprir formalmente com a veneração que lhes é devida que crer neles.
Isto se explica pela simbiose que existe em Roma, como em outros estados da Antiguidade, entre religião e política. A religião e os ritos associados a ela estão incrustados nas instituições políticas e sociais, lhes proporcionando legitimidade.
Todas as áreas importantes da vida pública (e também privada) se desenvolvem no marco de um entremeado de regras e cerimónias religiosas, que se retroagem às origens mesmas da cidade. Qualquer ato público acompanha-se de uma consulta ou uma cerimônia religiosa, oficiada por sacerdotes que são os mesmos homens que se encarregam da política. Este último aspecto é bem revelador da interação entre o sagrado e o político. Os cultos religiosos constituem uma parte imprescindível da vida pública ao mesmo tempo que toda atividade política tem uma dimensão religiosa.
Fonte: Odinismo [link morto]
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