Coincidentemente ou não, os números no chamado índice GHI pioraram no Brasil após os desdobramentos causados pela operação Lava Jato e pelo impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), abrindo espaço para as políticas neoliberais adotadas pelos governos de Michel Temer (MDB), entre 2016 e 2018, e de extrema-direita de Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022.
Entre os anos de 2000 e 2002, cerca de 10,4% da população brasileira estava subnutrida. No entanto, com a implementação de políticas sociais voltadas para a redução da pobreza e promoção da segurança alimentar, como o Bolsa Família e o Fome Zero, esse percentual começou a cair.
O relatório destaca que, entre 2007 e 2009, o índice de subnutrição havia caído para 4,9%, e, em 2017, o Brasil alcançou a marca de menos de 2,5% da população nessa condição.
No chamado índice GHI, a pontuação que avalia uma média nos parâmetros de fome e saúde infantil, mostra que a involução do Brasil. Com “score” de 11.7 em 2000, a avaliação a cada oito anos apresenta a queda para 6.7 durante o governo Lula, 5.5 com Dilma e o crescimento para 6.6 após as gestões de direita. Vale lembrar que a pontuação mais alta representa maior índice de fome, mortalidade infantil e desnutrição.
O Bolsa Família, amplamente elogiado pelo GHI, foi citado como o maior programa de transferência de renda condicional do mundo. O foco principal do programa, que beneficiava diretamente milhões de mulheres de baixa renda, trouxe não apenas melhorias na saúde e na educação das famílias, mas também promoveu o empoderamento feminino em diversas comunidades. A iniciativa foi uma das principais responsáveis pela significativa redução da pobreza extrema e da fome no país.
No entanto, após 2016,que desestruturou diversas cadeias produtivas e gerou desemprego em massa, o Brasil começou a enfrentar uma reversão preocupante nos avanços conquistados.
O GHI destaca que, em 2023, o índice de subnutrição no Brasil voltou a subir, atingindo 3,9% da população. Esse aumento, segundo o relatório, é reflexo direto das crises políticas e econômicas dos últimos anos, que desestabilizaram as políticas de combate à fome.
Além do aumento na subnutrição, o relatório também aponta que o Brasil registrou retrocessos em outros indicadores relacionados à saúde infantil. O índice de desnutrição infantil (3,9% da população), mortalidade infantil (1,4%) e o atraso do crescimento infantil (7,2%) apresentaram pioras, refletindo os efeitos das crises sobre a população mais vulnerável.
A posição do Brasil no ranking do GHI também evidencia os desafios que o país enfrenta atualmente no combate à fome. O país ocupa a 33ª colocação, atrás de outras nações latino-americanas, como Chile, Costa Rica, Uruguai, Colômbia, Paraguai, México e Argentina.
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/ranking-internacional-mostra-como-governos-temer-e-bolsonaro-aumentaram-a-fome-no-brasil/
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