Aula
Hino do Lobo às ovelhas
Venham todas, sem demora,
Mesmo a menor e tímida.
O pastor está morto,
Foi derrubada a trave do cercado.
Não temam explorar a pradaria,
Sintam o gosto do horizonte
E a força da liberdade.
Eu as ensinarei estas coisas,
De que fonte beber;
De que fruto comer
E todos os caminhos.
Conhecerão seus corpos
E conhecerão o meu.
Poderão aproveitar a vida
E saborear este festim.
Eu as farei tocar
Em seu íntimo divino
E as farei dançar
Em meu externo mundano.
Receio
Hino das ovelhas ao Lobo
Bom senhor e conhecedor,
Tenha calma e paciência,
Sabemos e sentimos sua verdade,
Mas ainda tememos e receamos!
Vivemos por muito tempo,
Vendo o mundo por uma fresta,
Suportando o peso da lei fria
E recebendo um amor sem paixão.
Agora sabemos e percebemos,
Que possuímos corpo e desejo,
Que isso é natural
E, portanto, divino.
Faça-nos conhecer,
Estes deuses da natureza,
Que bendiz e honra sua gente.
Queremos conhecer,
O toque sagrado
E, como as vestais,
Sermos inundadas.
Nos mostre como nos elevar
E nos eleve em ti.
Aceitamos este acordo,
Tu te nutres de nós
E nós nos completamos em ti.
Consolo
Hino dos deuses às ovelhas
Não vos envergonheis!
Mais vergonhoso foi o pastor
Que, fazendo papel de deus,
As manteve em um curral!
Muitos são os gados,
Tanto quanto os feitores,
Mas mesmo o terrível juiz
Deve obedecer a lei!
Aquele que escreve a norma,
Põe a si mesmo sob juramento,
Mas a lei que não se escreve
E, entretanto, é observada naturalmente,
Mais forte que o poder
E o medo do castigo,
Esta é a lei do Universo.
Amor como nome,
União como forma.
Os deuses em carne existem,
Os humanos em espírito vivem.
Então, recebam as dádivas divinas
E aproveitem as ofertas mundanas,
Nós nos fazemos presente em vós
Quando em vós se fizer presente o Lobo.
Conselho
Hino dos deuses ao Lobo
Bom e fiel guerreiro!
Tomai essas ovelhas
E as conduza pelas pradarias.
As alivie do remorso
E evite o rancor.
O pastor é digno de esquecimento.
Nós somos bem servidos,
Com sua força e língua,
Teu corpo satisfaz as deusas.
Você é a lei natural manifesta,
Seu nome é grande entre os homens
E sua figura temida entre os deuses.
Por causa de seu vigor voluntário,
Pedimos um disfarce ao seu nome.
Não esmoreça na batalha,
Continue a espalhar
A toda criatura consciente
A Lei da Vida.
Que o seu membro
Seja o medianeiro ideal,
Entre a morada dos deuses
E a morada dos homens!
Gratidão
Hino das ovelhas aos deuses
Bons e agradáveis deuses,
Que nos acolhem e aceitam,
Tal qual somos, naturalmente.
Não estigmatiza o que é puro,
Nem corrompe o que é virtuoso.
Estivemos tão longe da verdade
E tão afastadas da realidade,
Que estranhamos nossa natureza,
Mas nos entregamos aos sentidos.
Pedimos para que nos amaciem,
Nos penetrem e nos invada.
Assim preenchidas,
Por cima, pelos deuses;
Por baixo, pelo Lobo;
Renascemos e recuperamos
A posse sobre nós.
Nos inundem com este leite,
Nos consagrem com a seiva
E nós não cessaremos o rito,
Espalharemos o louvor dos deuses,
Fazendo amor repetidamente
Por todo este mundo.
Confiança
Hino do Lobo aos deuses
Soberanos dos mistérios!
De quem recebi feliz missão
Da guarda e entrega da lei.
Dotaram-me da força,
Do vigor e plenitude,
Necessários para sagrar a vida.
Tendo vosso apoio,
Eu sirvo o palo,
Testemunha firme
E durável da lei.
Ainda que siga solitário,
Vivendo na sombra e rejeição
Devido ao temor dos demais,
Pelo meu excesso de vontade
E extrema paixão na forma,
Continuo com meus votos
Para, pelo meio das donzelas,
Abrir o entendimento
E preencher o conhecimento.