Crônicas de Furland.
Nota: todos os personagens são fictícios, maiores de idade e zoomórficos.
Uma vez ao ano toda família se reunia na fazendo a Vó Saint.
Essa era uma tradição que vem bem de antes de Saint ser avó.
Então, independente de onde estavam, todos vinham.
Todos os anos a indefectível foto era tirada.
Saint olhava com saudade a foto em que ela era muito pequena.
Então chegou Ruben.
- Boa tarde, Saint.
- Oh, olá, Ruben. Fez boa viagem?
- A viagem foi boa, mas eu estou cansado. Eu vou tirar uma soneca.
- Fique à vontade. Eu vou avisar aos demais.
Saint pegou uma caçarola e bateu com a colher de pau. Avisou bem séria.
- Rubem acabou de chegar de viagem e está cansado. Deixem ele tirar uma soneca.
Os convivas ergueram os copos em sinal de entendimento.
Em um cenário ideal, Rubem teria seu descanso.
Mas quem segura a juventude?
Lorena era a líder da juventude e o terror da família Robinson.
Uma das poucas que não tinha a menor discrição. Ora se identificava como homem, ora se identificava como mulher, ora como heterossexual, ora como homossexual.
A família Robinson teve que se mudar de Squaredom quando resolveu assumir publicamente que tinham pessoas intersexuais e transgênero.
A liberdadde de Lorena foi conquistada com a luta de gerações dos Robinson.
Então quando Lorena cheogu, o alarde era esperado.
- Vó Saint, boa tarde!
- Chiu! Seu tio Ruben está cansado e dormindo!
- Ruben chegou? Maravilha! Eeeei! Ruuubeeen!
Saint estava irritada e zangada, mas Lorena não estava mais na cozinha. Estava perambulando pela casa, chamando por Ruben e espreitando por todo lado.
Com a casa cheia, Saint não foi atrás de Lorena. Ela que lide com a zanga de Ruben.
Lorena foi entrando nos quartos e vasculhando as camas. Batia as portas ao sair. Mas mesmo com tanto barulho, Ruben não aparecia.
Desanimada, sem saber muito o motivo, Lorena entrou na biblioteca da família. Vários corredores, com várias prateleiras, repletas de livros.
Estranho chamar de prateleira se tem livros, ela cogita. Um barulho e movimento chama a atenção dela.
Enroscado em um lençol bordado, em cima de um colchonete, no chão, tinha alguém.
Curiosa, Lorena cuidadosamente examina o dorminhoco, levantando uma ponta do lençol.
Fazendo uma expressão fechada, murmourando algo, o dorminhoco se vira para o outro lado. Lorena expressa um largo sorriso. O dorminhoco é Ruben.
- Eeeei! Ruuubeeen! Esqueceu de mim?
Rubem murmura algo, reclamando e vira novamente. Descuidado, dormindo, nem percebe que deixou algo de si exposto.
Lorena tinha ouvido falar sobre isso. Ereção durante o sono. O que quer que Ruben esteja sonhando, deve ser muito bom.
Delicada e cuidadosamente, Lorena remove a pouca cobertura e olha admirada a peça de carne.
- Itadaquimassu!
Lorena não é de desperdiçar. O pobre Ruben (pobre?) fica avermelhado e a respiração ofegante, mas não acorda.
Ruben se contrai. Lorena sorri satisfeita. Algo quente e cremoso jorra abundantemente. Ruben passa de dorminhoco a nocauteado.
Esperta, Lorena se limpa em um dos muitos lavabos e volta para onde a família está reunida. Bebendo, comendo e sussurrando. Tudo para não acordar Ruben.
- Vem cá, mocinha!
- Opa, e aí, vó Saint?
- Francamente! Ruben está dormindo. Por favor, faça silêncio.
- Não se preocupe vó Saint. Ruben está fora da órbita.
Intrigada, Saint sai pela casa e procura por Ruben. O encontra no colchonete, na biblioteca, com um enorme sorriso e completamente inconsciente.
Investigando mais um pouco, nota algo escorrendo e acumulando em uma poça.
- Ah, essa Lorena!
Mas ela não condena sua neta. Ela mesma fez o mesmo. Muitos anos atrás.
Idéias, sugestões e críticas? Eu estou ouvindo. Ou lendo. Você entendeu.
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