sábado, 18 de maio de 2024

Dia Internacional de Luta

Nesta sexta-feira, 17 de maio, é celebrado o Dia Internacional de Luta contra Homofobia,Transfobia e Bifobia, que tem como objetivo chamar atenção para o enfrentamento a essas formas de discriminação e violência. 

No dia, são realizadas atividades e manifestações com diversas temáticas em torno da comunidade LGBTQIAPN+ que possibilitam maior diálogo com a sociedade civil e o poder público.

A data remete a um acontecimento histórico, há 34 anos, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade (que antes era chamada de "homossexualismo" porque o sufixo -ismo refere-se à doença na medicina) da lista de enfermidades.

A medida se tornou um marco significativo, uma vez que a maior organização de saúde do mundo reforçava que ser LGBTQIAPN+ não era uma doença e que não precisava de cura.

Como conceito, a data surgiu em 2004 e começou a ser celebrada um ano depois por meio de uma campanha liderada por organizações LGBTQIAPN+, como a Associação Internacional de Gays e Lésbicas (ILGA), a Comissão Internacional de Direitos Humanos de Gays e Lésbicas (IGLHRC), o Congresso Mundial de Judeus LGBT e a Coalizão de Lésbicas Africanas.

Essas entidades assinaram a criação da iniciativa IDAHO (Dia Internacional contra a Homofobia, em português). A partir dali, diversos países começaram a celebrar a data no dia 17 de maio em referência à ação da OMS.

Em 2009, a transfobia foi incluída no nome da data. Naquele ano, as ações da iniciativa ficaram concentradas na luta contra a discriminação e violência contra a população trans. Um manifesto foi lançado pelas organizações LGBTQIAPN+ e apoiado por mais de 300 ONGs de 75 países. Na véspera da data, a França se tornou o primeiro país a retirar a transexualidade da lista de doenças mentais.

Já em 2015, a bifobia foi adicionada ao nome da campanha.

No Brasil, a data foi instituída oficialmente no dia 4 de junho de 2010 pelo presidente Lula.

Atualmente, mais de 60 países ainda criminalizam a população LGBTQIAPN+. Dentre eles, 11 punem com pena de morte.a relação entre pessoas do mesmo sexo, de acordo com organizações de direitos humanos.

Um relatório da ACNUR de novembro de 2018 mostrou que 89% dos estrangeiros que pediram refúgio no Brasil tiveram como razão a perseguição e violência por serem LGBTQIAPN+.

Apesar do Brasil não criminalizar legalmente pessoas LGBTQIAPN+ e ter políticas públicas voltadas à proteção e promoção de direitos dessa população, há um movimento liderado pela extrema direita e avançando pelo Legislativo que propõe uma série de violações contra os direitos da comunidade.

Uma delas, por exemplo, é a proibição do casamento homoafetivo, que é assegurado pela própria Constituição Federal desde 2011, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união homoafetiva. No entanto, parlamentares LGBTfóbicos aprovaram, na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados, um projeto que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A data, então, é um momento em que se celebra os avanços da comunidade LGBTQIAPN+ mas também se reforça que ainda há muito o que se fazer para que os direitos dessa população sejam realmente assegurados, sem espaço para que sejam questionados e atacados.

Fonte: https://revistaforum.com.br/lgbt/2024/5/17/17-de-maio-dia-internacional-de-luta-contra-homofobia-transfobia-bifobia-entenda-origem-158945.html

Questão de direito

A Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados debateu, nesta quarta-feira (15), a situação das políticas públicas voltadas à comunidade LGBTQIAPN+.

Presidida pela deputada Erika Kokay (PT-DF), a audiência pública contou com diversos representantes do poder Legislativo e de organizações da sociedade civil. O debate foi voltado às políticas públicas conquistadas pela comunidade LGBTQIAPN+ nos âmbitos estadual e federal, mas também aos antigos desafios que ainda não foram ultrapassados e aos novos colocados pela forte presença da extrema direita na Casa Lesgislativa.

Cláudio Nascimento e Rogério Sganzerla, ambos da Aliança Nacional LGBTI, apresentaram os resultados da última pesquisa do Programa Atena sobre a estrutura das políticas voltadas à comunidade LGBTQIAPN+ nos estados.

Os dados evidenciam que, apesar dos avanços, o chamado "tripé da cidadania", que engloba os órgãos gestores, conselhos e planos/programas, ainda se encontra muito longe de uma verdadeira efetivação. Sganzerla reforça que apesar de, às vezes, as políticas públicas existirem, elas não são colocadas em prática. Além disso, há uma falta de órgãos que supram a especificamente a questão LGBTQIAPN+.

"Apesar de avanços em algumas políticas nos estados, ainda estamos muito aquém do que é necessário para o enfrentamento da LGBTfobia e a promoção dos direitos", afirmou Sganzerla, que ressaltou que os os dados se colocam como ferramentas para as comunidades pressionarem por políticas públicas.

Nesse sentido, o procurador da República e coordenador do GT População LGBTQIA+ e Proteção de Direitos, Lucas Costa, chamou atenção para o avanço do fascimo e da extrema direita principalmente no espaço da Câmara dos Deputados, e como isso representa uma série de ataques e retrocessos aos direitos da população LGBTQIAPN+. Ele destacou a aprovação - inconstitucional - da proibição do casamento LGBT pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família em outubro do ano passado.

Por outro lado, Costa defendeu que também é preciso focar não somente na violência, mas justamente em políticas públicas que a combatam. Para ele, os dados do Programa Atena são uma "luz no fim do túnel" que podem fortalecer ações que tirem a comunidade LGBTQIAPN+ da invisibilidade.

Em relação a essa questão, o procurador sugeriu que o Brasil deveria seguir o exemplo de alguns países, como a Austrália, que fizeram um pedido oficial de desculpa à população LGBTQIAPN+ através do Congresso e das polícias. efeito simbólico; a população não vive só às margens, mas também está dentro desses espaços.

Ivan Ferreira, representante da Defensoria Pública da União, levou para o debate a questão da População LGBTQIAPN+ encarcerada, que necessita de programas específicos para garantir seus direitos. Muitas vezes, direitos básicos como acesso à saúde e higiene pessoal são privados. 

Nessa questão, a secretária estadual da Diversidade do Ceará, Mitchelle Meira, citou o exemplo do estado que possui sete unidades prisionais que recebem a população LGBTQIAPN+ e realizam ações para promoção de direitos dessas pessoas. Uma dessas unidades é a Unidade Prisional Irmã Imelda, referência nesse tema.

O deputado distrital Fábio Félix (PSOL) afirmou que, hoje, a população LGBTQIAPN+ representa um impasse dentro do Congresso Nacional e precisa enfrentar uma saga de ataques da extrema direita. "Somos um impasse porque hoje a população LGBTIAPN+ está no espaço púbico e está fora do armário no espaço público", afirmou. "Então eles estão num impasse porque não têm mais como negar a nossa cidadania, a não ser de forma descarada e violenta como muitas vezes fazem", acrescentou o deputado.

Para ele, a população LGBTQIAPN+ deve aproveitar o momento para avançar e não retroagir."Tudo que conquistamos é importante e agora nós queremos mais", declarou. "Queremos entrar no orçamento público com prioridade".

O professor e doutorando Victor Hugo Leite trouxe essa questão dos ataques da extrema direita para o contexto dos colégios. "O chão da escola tem crianças e adolescentes tendo seus direitos violados a todo o tempo e o resultado dessa LGBTfobia institucionalizada é a morte", declarou. "Hoje, nós trabalhamos com medo de exaltar a diversidade e de proclamar a isonomia de crianças LGBT+".

Leite reforçou que é preciso que os Três Poderes trabalhem na defesa dessas crianças para que casos de violência sejam tratados na base e não precisem virar caso do Supremo Tribunal Federal (STF).

A advogada e presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Nacional, Amanda Souto Baliza, destacou que a Aliança Nacional vem realizando um trabalho para processar os projetos LGBTfóbicos que tramitam no Congresso Nacional. Nesta terça-feira (14), a organização entrou com ações contra todas as leis que proíbem a linguagem neutra nos lugares educacionais.

Amanda também citou os projetos que proíbem pessoas trans de usarem banheiro no país. Hoje, há pelos menos 20 ações sobre esse tema.

"É um sofrimento você não ter acesso ao banheiro dentro da escola", disse a deputada Erika Kokay, que afirmou que as crianças trans estão adoecendo por terem o banheiro negado. "As crianças e adolescentes não bebem água e não se sentem no conforto para ir ao banheiro, o que é um direito absolutamente fundamental e básico que está sendo negado", declarou.

Ao final, os representantes reforçaram a importância de espaços como a audiência pública para debater estratégias para avançar nas políticas públicas da população LGBTQIAPN+. "É importante que avançemos em ações afirmativas para ter concretude para estabelecer patamares e fortalecer toda a luta contra a discriminação", finalizou a deputada Erika Kokay.

Fonte: https://revistaforum.com.br/lgbt/2024/5/16/comisso-discute-avanos-desafios-das-politicas-publicas-para-populao-lgbt-158940.html

Vivendo em Squaredom

Duas notícias mostram que não estamos preparados para a transição planetária.

Citando:

Em um mundo cada vez mais conectado, as fronteiras entre as nações se conectam no ciberespaço, possibilitando interações inusitadas. Recentemente, um episódio incomum mostrou essa realidade.

A norte-americana Ava Louise, que conta com mais de 400 mil seguidores no Instagram, mostrou seus seios para os irlandeses e forçou os organizadores a desligar o portal que une em tempo real as cidades de Nova York (EUA) e Dublin (Irlanda), inaugurado há uma semana.

A musa mostrou a imagem em que aparece levantando a blusa em frente ao portal na Big Apple, por meio de um vídeo publicado nas redes sociais. "Achei que o povo de Dublin merecia ver duas batatas cultivadas localmente em Nova York", disse Ava Louise.

No entanto, os organizadores da Portals Organization, empresa sediada na Lituânia que configurou a instalação, dizem que uma "falha técnica" interrompeu a transmissão. Em comunicado, se comprometeram a investigar e garantir operações tranquilas e consistentes, a fim de chegar o mais próximo possível de uma transmissão ao vivo ativa 24 horas por dia, 7 dias por semana.

(https://dol.com.br/entretenimento/fama/859674/musa-do-olyfans-desliga-portal-apos-ato-obsceno)

Cadê os boçais que gritaram pela liberdade de expressão?

Nós ainda estamos vivendo debaixo de um sistema repleto de repressão e opressão sexual. Efeito colateral do predomínio da doutrina cristã.
Nem parece que tivemos Freud e Kinsey.
Simplesmente nos recusamos a encarar nossas libidos e pulsões. O que serve de gancho para outra notícia.
Citando:

Bruna Gabriella, influenciadora da produtora Love Funk House, revelou na segunda-feira (13) que seu relacionamento com Ruan de Farias, de 20 anos, era “uma obra de ficção” para arrecadar dinheiro para o Rio Grande do Sul. Na semana passada, a adolescente de 12 chocou a web ao anunciar que havia se casado com o rapaz.

“Iremos contar a nossa realidade e o que está por trás do [assunto] que chocou o Brasil inteiro. Todos esses conteúdos foram roteirizados e gravados para a gente entregar o melhor conteúdo pra vocês, de uma obra de ficção”, disse a dupla em um vídeo publicado no Instagram.

“O porquê disso foi para algo maior, para você, que veio parar no meu perfil, ajudar a quem realmente precisa”, afirmou Bruna. “Afinal de contas, é nós por nós. Todo o dinheiro arrecado com publicidades [engajamento por causa da polêmica do casamento] vai ser doado”, completou Ruan.

(https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/influencer-de-12-anos-diz-que-casou-se-por-causa-das-chuvas-no-rs-entenda/)

Cadê os paladinos da justiça? Brincadeira? A influencer fez apologia de algo considerado crime, mas é aceitável porque teve um propósito maior?
Ou vamos começar a discutir sério sobre essa visão romântica que idealiza a criança e o adolescente como um indivíduo inocente, ingênuo e assexuado?

Peru transtornado

A comunidade LGBTQIA+ no Peru criticou um decreto do Ministério da Saúde do país sul-americano que qualifica a transexualidade e outras categorias de identidade de gênero como “pessoas com problema de saúde mental”.

O governo peruano emitiu um decreto na sexta-feira (10) que atualiza o Plano Essencial de Saúde (PEAS). Este plano, assinado pela presidente Dina Boluarte, que representa o plano de benefícios mínimos que uma pessoa recebe ao aderir a um seguro de saúde público, privado ou misto.

No PEAS, são especificados os procedimentos médicos básicos que uma pessoa pode acessar.

A atualização inclui o que o governo chama de “transexualismo, travestismo de duplo papel, transtorno de identidade de gênero infantil, transtorno de identidade de gênero sem outra especificação, travestismo fetichista e orientação sexual egodistônica” em “pessoas com problemas de saúde mental” no PEAS.

No domingo (12), o Ministério da Saúde pontuou em comunicado que a diversidade de gênero e sexual “não são doenças” ou “distúrbios”.

“Expressamos o nosso respeito pelas identidades de gênero, assim como a nossa rejeição à estigmatização da diversidade sexual no país”, diz o comunicado.

No comunicado do Ministério da Saúde, a pasta afirma que os regulamentos foram atualizados para “garantir que a cobertura dos cuidados de saúde mental seja completa”.

A nota não esclarece se haverá modificação na norma já publicada no jornal oficial, destacando apenas que, para o ministério, “gênero e diversidade sexual não são doenças”.

Ainda assim, sustenta que a atualização da norma se baseia na CID-10, regulamentação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estabeleceu o “transexualismo” como um “transtorno de identidade sexual” e que não é válido desde 2022.

O que diz a norma?

Segundo o decreto, esta incorporação é feita com base na CID-10, regulamento da OMS que inclui uma Classificação Internacional de Doenças composta por códigos utilizados em todo o mundo.

A instituição explica, no comunicado, que a CID-10 permanece “em vigor no nosso país” enquanto se inicia a implementação progressiva da CID-11, assim como em outros países da região.

A Organização Mundial da Saúde publicou a CID-11 como uma nova Classificação Internacional de Doenças que entrou em vigor em 2022, que elimina categorias de identidade de gênero do capítulo das doenças.

Possíveis protestos

A comunidade LGBQIA+ no Peru não excluiu a realização de um protesto pacífico, destacando que a decisão do governo os coloca “em grave perigo”.

A CNN conversou com Jorge Apolaya, porta-voz do coletivo Marcha do Orgulho LGBTI, que disse que é “um sério perigo e um retrocesso aplicar a CID-10 em todo o aparato estatal”.

Apolaya explica que os novos regulamentos da OMS, ou seja, a CID-11, deixam de “considerar a orientação sexual, a identidade de gênero e a expressão de gênero como uma doença”.

“Ou seja, um funcionário que cuida de uma pessoa LGBTI poderá confiar com tranquilidade na CID-10 para poder dizer ‘na verdade, o que você tem é uma doença, porque somos regidos pela CID-10, portanto, é uma porta aberta para a patologização [da transsexualidade]”, avaliou.

“É também uma porta aberta para o perigo que isso significa, porque a terapia de conversão tenta converter pessoas, supostamente, em heterossexuais”, adicionou.

No comunicado de domingo, o Ministério da Saúde afirmou que a orientação sexual e identidade de gênero de uma pessoa “não constitui por si só um distúrbio de saúde física e mental” e que, portanto, “não deve ser submetida a tratamento, cuidados médicos ou às chamadas terapias de conversão”.

As organizações LGBTQIA+ “têm se reunido numa plataforma e provavelmente hoje em dia seremos capazes de concordar em sair num protesto ou marcha pacífica”, disse o porta-voz do grupo.

Por sua vez, a organização Más Igualdad Perú apresentou na segunda-feira (13) uma carta dirigida ao Ministério da Saúde do Peru em protesto contra a inclusão da CID-10 no decreto.

A carta é assinada por 414 profissionais de saúde mental e conta com o apoio de 176 organizações de direitos humanos, observou o grupo.

A CNN entrou em contato com o Ministério da Saúde do Peru, mas não obteve retorno.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/grupos-lgbt-do-peru-criticam-decreto-que-classifica-transexualidade-como-doenca/

Bendita inteligência artificial

Até 2019, Gina Stewart tinha uma vida pacata em Gold Coast (Austrália). Até que nesse ano ela decidiu entrar num concurso de modelo sexy para angariar fundos para um amigo que havia sofrido um derrame.

A vitória no concurso deu uma guinada de 180 graus na vida da australiana de 53 anos, que passou a ser conhecida como "a avó mais gostosa do mundo". Gina virou modelo e passou a faturar alto con conteúdo erótico.

Agora, a australiana deu um passo adiante: ela criou uma versão sua com ajuda de inteligência artificial (IA). A versão "clonada" de Gina tem curvas acentuadas, pele "perfeita" e o detalhe que chama mais atenção: tem 28 anos.

O túnel do tempo está rendendo muitos dividendos à modelo: apenas a sua versão por IA, que estreou cinco meses atrás, rende a ela o equivalente a R$ 50 mil por mês.

Gina disse ao "Daily Star" que a maior parte das fotos dos seu ensaios de IA é ideia dela mesma.

"Vejo cada foto como uma obra de arte e às vezes passo horas aperfeiçoando", declarou.

Fonte: https://extra.globo.com/blogs/page-not-found/post/2024/04/australiana-de-53-anos-fatura-r-50-mil-por-mes-com-a-sua-versao-feita-por-ia-e-que-tem-28-anos.ghtml

Nota: e se o "filtro" fosse mais intenso? E se rejuvenecesse 40 anos? Não pode? Seria crime? Mas não é a mesma pessoa? 😏🤭

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Os reis lendários de Alba Longa

Alba Longa, uma antiga cidade localizada na região do Lácio, na Itália, ocupa um lugar de destaque no reino dos mitos e lendas. Segundo a tradição, as origens desta lendária cidade remontam ao rescaldo da queda de Tróia, atribuída ao lendário herói Enéias. Dentro dos limites de Alba Longa, a dinastia Silviana, descendentes de Eneias, governou sucessivas gerações, moldando uma narrativa mítica que mais tarde se entrelaçaria com os mitos fundadores de Roma - especialmente o dos famosos Rómulo e Remo. Ou pelo menos é isso que os antigos historiadores romanos querem que acreditemos. Quando se trata de Alba Longa é quase impossível separar os factos da ficção.

Na mitologia romana, a fundação de Alba Longa remonta à queda de Tróia que, segundo o antigo cronologista grego Eratóstenes de Cirene, aconteceu em 1184 aC. Após a queda de Tróia, o herói troiano Enéias levou os poucos troianos sobreviventes através do Mar Mediterrâneo, primeiro para a Sicília, depois para Cartago e, por fim, para a Península Itálica.

Ao chegar, Enéias e seus seguidores foram recebidos por Latino, rei dos latinos e, segundo alguns, filho de Hércules. Dependendo da versão da lenda, ou eclodiu uma batalha na qual os troianos venceram, ou Latino ficou tão impressionado com o heroísmo e a honra de Enéias que os recebeu calorosamente. De qualquer forma, para cimentar uma aliança entre os dois povos, Enéias casou-se com a filha do rei, Lavinia, e logo depois a honrou fundando a cidade de Lavinium em seu nome. 

Mais tarde, quando Latinus caiu em batalha, seu novo genro foi feito rei dos latinos. Eram tempos perigosos e Enéias foi rei apenas por alguns anos antes de morrer em batalha. Seu filho, Ascanius, o substituiu e se tornou o novo rei dos latinos. Segundo a lenda romana, foi ele quem construiu Alba Longa nas encostas do Monte Alba, cerca de 20 km (12,42 milhas) a sudeste da Roma moderna. A cidade era uma colônia de Lavinium, e Ascanius enviou cerca de 600 famílias para morar lá por volta de 1151 AC.

Dionísio afirmou que Ascânio governou por trinta e oito anos até morrer e ser sucedido por um novo rei, Sílvio. A maioria dos historiadores antigos registrou que Sílvio era simplesmente filho de Ascânio, embora outros, como Dionísio, acreditassem que ele fosse meio-irmão de Ascânio. Nesta versão dos acontecimentos, ele foi mantido escondido porque sua mãe temia que Ascanius o matasse. Ele só surgiu quando ficou claro que o rei estava doente para reivindicar o trono sobre o filho de Ascânio, Lulus.

Seja qual for a verdade, Silvius supostamente fundou várias colônias que ficaram conhecidas como Prisci Latini, ou "Velhos Latinos". Sílvio governou por vinte e nove anos e acabou sendo substituído por seu filho, Enéias. O novo rei decidiu adotar o sobrenome de seu pai e a partir desse momento todos os reis de sua linhagem adotaram o nome Silvius, bem como seus nomes de nascimento. Assim nasceram oficialmente a Dinastia Silviana e a Liga Latina.

Enéias Sílvio também desfrutou de um reinado relativamente longo, de cerca de trinta e um anos, e foi seguido por Lácio Sílvio, que serviu por cinquenta e um. Depois veio Alba com trinta e nove e Atys com vinte e seis. Atys, por sua vez, foi sucedido por Capys (vinte anos) e Capetus (treze anos). Nada mais foi registrado além de quanto tempo esses reis governaram, mas parece provável que durante esse período a liga latina continuou a se expandir à medida que engolia mais tribos e aldeias.

O reinado do sucessor de Capeto, Tiberino, é, contudo, mais interessante. Supostamente ele se afogou ao cruzar o rio Albula. Em homenagem à sua morte, foi renomeado e tornou-se o famoso rio Tibre. Na versão dos acontecimentos de Dionísio, Tiberino morreu em batalha e seu corpo foi carregado rio abaixo. Diz-se que ele reinou por apenas oito anos.

Ele foi seguido por Agripa (quarenta e um anos), cujo filho, Romulus Silvius, pelo historiador Tito Lívio desprezava particularmente. Tito Lívio escreveu que Rômulo era um tirano cruel e arrogante que desrespeitou os deuses. Ele imitaria trovões e relâmpagos na frente de seu povo, alegando ser um deus em forma humana. Em retaliação, os deuses destruíram a casa de sua família com trovões e relâmpagos e causaram a inundação do lago próximo. 

Antes de sua morte nas mãos dos deuses, Rômulo Sílvio entregou o trono a Aventino, que reinou por trinta e sete anos. Após sua morte, Proca (avô de Rômulo e Remo, fundadores de Roma) governou durante vinte e três anos. Durante este tempo, ele gerou dois filhos, Numitor e Amulius. Proca desejava que o mais velho dos dois, Numitor, o sucedesse. Em vez disso, Amulius levou seu irmão mais velho ao exílio e assumiu o trono para si.

Um verdadeiro idiota, após assumir o trono ordenou que os filhos de Numitor fossem mortos e fez de sua filha, Rhea Silvia, uma Virgem Vestal . Ele alegou que fez isso para honrá-la, mas na verdade ele estava apenas garantindo que ela permaneceria virgem, efetivamente matando a linhagem paterna. Ou assim ele pensou.

Seu plano saiu pela culatra tragicamente quando Rhea foi estuprada e gerou dois filhos - Romulus e Remus. Segundo Rhea, ela foi estuprada por Marte, o deus romano da guerra. Ao ouvir isso, o malvado Amulius a prendeu e ordenou que os dois bebês fossem jogados no Tibre.

Felizmente, o grande rio encheu e os dois bebês ficaram presos na base de uma figueira. Segundo a lenda romana, uma loba os encontrou e os amamentou até que o pastor Faustulus os descobriu e os criou. Os dois meninos ficaram com o pastor e sua esposa, Acca Larentia, até se tornarem jovens. Os irmãos então decidiram viajar de volta para Alba Longa e matar seu tio traidor.

Segundo Dionísio, os dois irmãos mataram Amúlio no quadragésimo segundo ano de seu reinado e colocaram no trono seu avô exilado, Numitor. Um ano depois, eles decidiram comprar sua colônia albanesa – que mais tarde se tornaria Roma. Quando Numitor morreu, não sobrou ninguém para assumir o trono e a linhagem Silviana morreu com ele.

Dionísio fez as contas e descobriu que Rômulo e Remo fundaram o que se tornaria Roma 432 anos após a queda de Tróia, ou seja, por volta de 751 aC. Ele calculou que Numitor morreu pouco depois e depois disso, a história de Alba Longa tornou-se muito turva durante os cem anos seguintes. 

A próxima menção a Alba Longa não foi feita até o reinado do rei romano Tullus Hostilius, no século VII aC. A tradição romana afirma que ele governou de 673 a 642 aC e não se dava bem com seus vizinhos.

Aparentemente, Tullus raramente precisava de uma desculpa para ir à guerra. Durante o seu reinado, houve uma série de ataques de gado entre o território romano e albanês que levaram a uma grande disputa. O inteligente Tullus usou isso como uma oportunidade para entrar em guerra com o antigo estado.

O rei albanês da época, Gaius Cluilius (ninguém sabe como ele se conectou à antiga linhagem Silvii) enviou emissários a Roma para exigir reparações e Tullus fez o mesmo. O inteligente Tullus acolheu tão calorosamente os dignitários albaneses que eles adiaram fazer suas exigências. Os dignitários romanos enviados a Albano fizeram o contrário e fizeram as suas exigências assim que chegaram.

O rei albanês respondeu recusando as suas exigências. Como os Albanos recusaram suas tentativas de paz, Tulo teve justificativa para declarar guerra. O que ele fez imediatamente.

Cluilius formou um exército e marchou sobre Roma. Seus militares cavaram uma enorme trincheira que circundava a cidade. Antes que os dois slides pudessem entrar em conflito, porém, o rei albanês morreu e seu povo nomeou um de seus generais, Mettius Fufetius, ditador.

Fufécio era mais sábio do que seu falecido rei e, em vez disso, procurou realizar uma conferência com Tulo. Ele disse ao rei romano que estava preocupado que os etruscos vissem os dois exércitos em confronto e atacassem os dois enquanto estavam enfraquecidos. Em vez de uma batalha massiva, Fufetius sugeriu que decidissem o vencedor da guerra através de uma disputa de campeões.

Tullus percebeu o bom senso e concordou. Foi decidido que dois grupos de trigêmeos lutariam até a morte - três Horácios lutariam por Roma e três Curiatii por Alba Longa. A luta começou com a morte de dois dos trigêmeos romanos. O irmão restante, Publius Horatius, não desistiu e depois massacrou os três combatentes Albanos.

Ao reivindicar a vitória, Tulo disse ao ditador Albano para voltar para casa. Os Albanos tornaram-se essencialmente um dos primeiros estados vassalos de Roma. Antes de Fufécio partir, ele foi avisado por Tulo para estar preparado para a guerra contra a cidade etrusca de Veii.

Tullus estava certo em estar preparado. Não muito depois, eclodiu a guerra entre os romanos, Veii e os Fidenates (outro vizinho de Roma que procurava destruir Roma). Fufécio e seu exército albano foram instruídos a se juntar a Tulo e aos romanos para que pudessem lutar contra os etruscos nas margens do Tibre. Com certeza, o exército de Albans fez o que lhe foi dito e apareceu.

Pensando que era inteligente, Fufécio esperou o início da luta e então fugiu com suas tropas, apunhalando Túlo pelas costas. Apesar de ter sido deixado sozinho para lutar contra os etruscos, Tulo saiu vitorioso, mas extremamente irritado com Fufécio.

Ele executou o traidor rei Albano e ordenou que seus homens demolissem Alba Longa. Todos os seus edifícios, exceto os templos, foram destruídos e sua população foi transferida à força para Roma. Isto duplicou o número de cidadãos romanos quase da noite para o dia.

Para garantir a paz, Tulo transformou as famílias albanas mais poderosas em patrícios - os Julii, Servilii, Quinctii, Geganii, Curiatii e Cloelli. Para acomodar todas essas novas casas, e o senado ampliado que isso implicava, Tulo teve que construir um novo senado, a Cúria Hostilia.

Com isso completaram-se os cerca de 400 anos de história de Alba Longa. Pode ter caído, mas a sua queda foi um importante trampolim na ascensão de Roma. Será?

É amplamente aceito que grande parte da história de Alba Longa foi inventada por Dionísio e seus contemporâneos. Os historiadores romanos precisavam preencher o intervalo de tempo entre a suposta queda de Tróia e a fundação de Roma e provavelmente o fizeram pegando a história romana real, comparando-a com a história grega e acrescentando figuras míticas e Olimpíadas gregas para tornar as coisas interessantes e explicar. eliminar quaisquer lacunas.

Não é coincidência que muitos dos reis albaneses tenham nomes semelhantes aos de lugares ao redor de Roma - Tiberinus, Aventinus, Alba e Capetus, por exemplo. Outros nomes são claramente baseados em figuras míticas ou são invenções de famílias romanas que buscam ganhar status ligando-se a heróis lendários da antiguidade.

Evidências arqueológicas apoiam a ideia de que grande parte da história de Alban foi inventada. Para começar, os historiadores antigos discordavam exatamente onde Alba Longa deveria estar localizada. Não há nenhuma evidência arqueológica de que uma poderosa cidade-estado tenha operado nas colinas Albanas.

Há apenas evidências de que durante o final da Idade do Bronze e a Idade do Ferro, a região abrigou uma série de aldeias que nunca passaram da fase pré-urbana. Em vez de se tornarem numa poderosa cidade-estado capaz de criar a Liga Latina, estas aldeias nunca se transformaram em cidades antes de serem destruídas por Roma e é muito pouco provável que tenham desempenhado um papel na sua fundação.

Como tantas vezes acontece com fontes antigas, os historiadores romanos confundiram os limites entre fato e ficção ao descrever Alba Longa. Embora seja provável que alguns elementos da história sejam verdadeiros (por exemplo, a existência de alguma forma da Dinastia Silviana), a maior parte do que sabemos sobre o estado foi fabricado. Fazer isso permitiu que os historiadores romanos preenchessem as muitas lacunas em seu conhecimento e permitiu que incontáveis romanos poderosos legitimassem suas posições conectando-se à história lendária.

Alba Longa, rica em mitos e lendas, permanece como um enigma cativante nos anais da história antiga. Quer seja uma cidade tangível ou um produto da imaginação mitológica, o seu legado perdura através dos contos de reis lendários e das suas façanhas míticas. 

Apesar do desafio de separar os factos da ficção, o fascínio de Alba Longa persiste, oferecendo um vislumbre dos mitos fundamentais de Roma e das antigas origens da civilização ocidental. Como um nexo de mito e história, Alba Longa continua a intrigar estudiosos e entusiastas, lembrando-nos do poder duradouro da narrativa para moldar a nossa compreensão do passado.

Fonte: https://www.ancient-origins.net/human-origins-folklore/alba-longa-0020710
Traduzido com Google Tradutor.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

O enigma da senhora de Elche

Em 1897, arqueólogos descobriram um artefacto impressionante numa propriedade privada em L'Alcúdia, em Valência, Espanha. Esta descoberta foi uma estátua – um busto policromado da cabeça de uma mulher. Acredita-se que remonte ao século IV a.C., o busto mostra uma mulher usando um cocar elaborado. Agora visto como um dos ícones mais famosos da Espanha, o busto é conhecido como a Senhora de Elche.

Diz-se que um menino de quatorze anos derrubou uma pedra quando se deparou com o busto. O busto mostra a cabeça, o pescoço e os ombros da mulher e se estende até o peito. No entanto, é possível que o busto fosse originalmente parte de uma estátua maior de corpo inteiro.

O cocar complexo apresenta duas grandes espirais conhecidas como “rodetes” em cada lado da cabeça e do rosto. Pensa-se que se tratava de um cocar cerimonial, e que a mulher pode ser uma sacerdotisa . O cocar atravessa a testa, com um padrão de saliências em forma de mármore. Peças parecidas com borlas ficam penduradas na frente das orelhas e colares elaborados enfeitam seu peito. O rosto da mulher contém um olhar inexpressivo e, quando foi encontrado, continha vestígios de tinta decorativa vermelha, branca e azul. A composição da pedra indica que foi esculpida em L'Alcúdia.

A origem da escultura é intrigante e tornou-se motivo de acalorado debate. Alguns estudiosos sugerem que a escultura é ibérica, e pode estar associada a Tanit , a deusa de Cartago , enquanto outros propuseram que a obra reflete uma Deusa Atlante. As características incomuns da escultura, como a cabeça aparentemente alongada e os carretéis na lateral da cabeça, também levaram à proposta de inúmeras teorias alternativas. Por exemplo, de acordo com alguns pesquisadores independentes, os carretéis não fazem parte de um cocar único, mas são na verdade um tipo de cocar tecnológico que reflete a natureza altamente avançada da suposta civilização da Atlântida.

Há quem defenda que a estátua não merece a atenção que recebe porque é, na verdade, uma falsificação. O historiador de arte John F. Moffitt argumenta que o formato dos olhos e do nariz da senhora são “delicados demais para terem sido esculpidos na Espanha pré-cristã ”. Este argumento foi rejeitado por muitos outros estudiosos, que vêem a apreensão como uma grande conquista do início da civilização ibérica.

Em 1997, o Presidente da Câmara de Elche lutou para que o busto da Senhora de Elche fosse devolvido do Museu Arqueológico Nacional de Espanha, em Madrid, à cidade de Elche, para ser exposto durante as comemorações dos 2.000 anos da cidade. Seria uma exposição especial, mas o pedido de devolução do busto foi negado. A comissão governamental que negou o pedido afirmou que a apreensão era demasiado frágil para sobreviver à viagem de 250 milhas (402,33 km) de Madrid a Elche. No entanto, outros acreditam que esta negação se baseou em motivações políticas. O diretor do museu de arqueologia de Elche, Rafael Ramos, argumentou que era “absurdo” dizer que o estatuto não sobreviveria à viagem, lembrando que peças mais delicadas são transportadas regularmente ao redor do mundo. A sua crença é que os habitantes de Madrid temem que Elche não queira devolver a estátua e que muitas outras relíquias culturais seriam removidas de Madrid se o busto da Senhora de Elche pudesse ser transportado. Isto criou muitos motivos de orgulho tanto a nível local como regional. Para quem está na região, em Elche pertence uma relíquia cultural de Elche.

As disputas e teorias sobre a Senhora de Elche ilustram a importância cultural do busto. Como um famoso ícone antigo da Espanha , o busto representa o passado cultural da Espanha. Cada estudante espanhol aprende sobre o busto e as histórias por trás da sacerdotisa. Embora as disputas e teorias sobre o busto possam continuar indefinidamente, é provável que todos esperem que o busto permaneça preservado com segurança como um símbolo culturalmente significativo da história antiga.

Fonte: https://www.ancient-origins.net/news-history-archaeology/lady-of-elche-002305
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