terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

As férias das Proetides no Brasil

Citando:

Um conto é contado na mitologia grega sobre o destino das Proitides.
 
Quando atingiram a idade, as três filhas do rei Proetus foram acometidas pela loucura; a loucura trazida sobre eles possivelmente por Hera, quando as Proitides alegaram que eram mais bonitas que a deusa, ou então a loucura foi enviada por Dionísio quando as princesas se recusaram a participar de seus rituais.
 
A loucura das Proitides fez Ifianassa, Ifinoe e Lisipe tirarem suas roupas e depois vagarem pelo reino de Proetus mugindo como vacas.

Fonte (citado parcialmente): https://www.greeklegendsandmyths.com/proetus.html
Traduzido com Google Tradutor.

Cansadas de serem tratadas como bichos, Ifianassa, Ifinoe e Lisipe resolveram tirar férias. Com o fim da Copa do Mundo e a flexibilização das restrições advindas da pandemia, a mais velha deu a ideia:

-Vamos para o Brasil!

Claro, fazia sentido, elas torceram pelo Brasil e queriam ver de perto esse país "abençoado por Deus", embora nunca souberam por qual.
Chegaram no Aeroporto Internacional do Galeão (ou Guarulhos, para evitar briga com os bairristas) e ficaram surpresas, maravilhadas e deslumbradas. Boquiabertas, observavam os "nativos" de camiseta da seleção e cobertos com a bandeira do país.

-Nossa! Quanto patriotismo!
-Quem dera fosse assim na Grécia!
-Mas o que gritam?
-O Google Tradutor (eu não estou ganhando um centavo com isso) diz que falam "mito".
-Isso eu entendi. Nós viemos do país dos mitos, então, de qual estão falando?
-Senhor? Nós acabamos de chegar. Nós somos gregas. Que mito é esse que sua gente fala?
-Do único e verdadeiro. O Messias que vai salvar o Brasil do comunismo.
-Messias? O Cristo?
-Esse também. Nós falamos de Jair Bolsonaro. O capitão. O Brasil pertence ao Senhor Jesus, nossa bandeira jamais será vermelha.
-Perdoe minha ignorância, mas Cristo não é o enviado por Jeová para o Povo de Israel?
-Nós somos a Nação Escolhida por Deus.
-Qual Deus? Nós conhecemos muitos.
-Só há Um Deus Verdadeiro. Está na Bíblia.
-Quem deixa claro que o Deus ali descrito é o Senhor do Povo de Israel. Vocês são descendentes de Abraão, Isaque e Jacó? Vocês são descendentes de uma das Doze Tribos de Israel?
-Jesus veio e nos ensinou que Deus escolheria outra nação. Nós somos a Nação Escolhida.
-Mas não está escrito na Bíblia que Jeová prometeu que teria apenas o Povo de Israel como o Povo Eleito?
-A eleição foi fraudada!
-Vocês são atéias?
-Devem ser comunistas!

Sentindo que a circunstância estava ficando perigosa, as irmãs saíram correndo.

-E na Grécia nos tratavam como vacas.
-Pois nossos conterrâneos deveriam ver como se comportam os brasileiros.
-Qual Deus amaldiçoou esse povo?
-Nenhum dos nossos.
Nota: qualquer coincidência com fatos ou pessoas NÃO será mera coincidência 😏. 

Tristes trópicos

FERVE reiro acabou e três notícias mostram o quanto o brasileiro retrocedeu em educação e cultura.

Enquanto as chuvas que anunciam o fim do verão - cada vez mais intensas - causam muitas mortes - que poderiam ser evitadas se o governo cumprisse com sua obrigação - os evanjegues estão mais preocupados com as fantasias usadas no Carnaval.

Em seu formato original, o Carnaval era uma festa popular, profana e sagrada. Não tinha escola de samba, que praticamente funcionam como forma do crime organizado lavar dinheiro.
Mas os evanjegues tem uma obsessão, neurose, histeria e paranóia com o Diabo. Claro, o Cristianismo depende dessa figura tragicômica para ser bem sucedido. Não tem olhos para verem que a maldade verdadeira está dentro de nós.

Eu devo ter escrito em algum lugar sobre a estupidez de facilitar e liberar a posse e porte de arma. Mas o brasileiro teve a capacidade de eleger o fascista genocida fujão e a consequência foi o massacre em Sinop.

Então só defende essa adoção do American Way sobre a posse e porte de arma:

1-o débil mental reacionário
2-o fascista/nazista/supremacista branco
3-o dono de loja/indústria de armas

Esse é o resultado da política da bancada do Boi, Bala e Bíblia.

Como disseram os Sex Pistols:
There's no future.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

O plano divino

Lendo artigos no OnlySky, eu vi este em que James Haugh declara:

"Não há plano divino - e nenhum criador divino."

Considerando que o lema do ateu é que algo só existe se tiver evidência, qual evidência James tem para afirmar que não há um plano divino?

Eu devo ter escrito em algum lugar sobre a prova do negativo, bem como a capacidade do ateu em analisar de forma superficial, reduzida e generalizada a questão do que seja o "divino".

A conclusão dada por James é precedida por uma listagem de coisas que acontecem na natureza. Eu devo ter escrito em algum lugar sobre essa visão antropocêntrica. O Homem não é o centro do Mundo, nós somos uma parte da Natureza que é, para nós, pagãos modernos, uma manifestação do divino. O Homem acreditou ser o soberano e nós assistimos a reação da Natureza contra a presunção humana.

Por assim dizer, os processos da Natureza são orgânicos e vão seguir um padrão (regra) de forma indiferente aos seres que nela habita. Nós somos, provavelmente, a única espécie que fica reclamando e choramingando. As coisas não acontecem nem existem unicamente para nossa satisfação.

O Homem, no entanto, tem a capacidade de projetar e construir coisas conforme sua conveniência.

A língua, por exemplo. Conforme a cultura, época e etnia, a língua tem diversos conjuntos de sinais e regras para construir uma mensagem. Não fica estranho alguém afirmar que não existe ortografia ou gramática porque não gosta dos sinais ou das regras de uma determinada língua?

A máquina também. Feita conforme as regras da engenharia, da tecnologia e da ciência, a máquina é feita exclusivamente para atender às necessidades humanas e, mesmo assim, quebra, falha e estraga. Então faz sentido dizer que não existe projeto na construção de uma máquina?

Sinceramente, para pessoas que alegam serem mais inteligentes, os ateus estão devendo e muito. Mas tudo bem. Afinal, somos humanos.

Cultura armamentista foi importada

“Armamentistas querem importar ao Brasil o amor que setores da população dos EUA têm pelas armas”, é a frase que abre o documentário “Armamentistas do Brasil são inspirados pela NRA (National Rifle Association)”, dirigido pela jornalista Leah Varjacques e lançado neste mês pela revista VICE no YouTube.

A 'insubordinação civil' traz o mote para a revista dos EUA: as semelhantes entre o terror bolsonarista de 8 de janeiro com a Invasão do Capitólio de Washington, em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Donald Trump tentaram mantê-lo na Casa Branca à força. Além disso, é importante lembrar que tanto Jair como The Donald são investigados como mentores dos atos de seus seguidores.

Mardqueu Silvio França Filho, famoso influenciador digital armamentista conhecido como ‘Samurai Caçador’. Ele dá algumas pistas sobre como os armamentistas veem os EUA dentro do âmbito da questão.

“Nós brasileiros temos nos EUA uma referência de liberdade. Sou um cara, como qualquer outro brasileiro, que se filiou ao Proarmas e viu ali uma maneira de se organizar para buscar direitos. Ter a possibilidade de eleger representantes armamentistas no poder faz com que a gente possa, lá na frente, garantir através de leis uma segurança jurídica que possa ser passada para as gerações futuras,” explicou.

No entanto, como no Brasil não havia o direito ao porte de armas por civis previsto na constituição, Bolsonaro deu um ‘jeitinho’ logo que assumiu em 2019 e, com uma série de decretos, flexibilizou as regras de porte de armas. Hoje em dia, basta ter dinheiro suficiente para conseguir adquirir os mais variados armamentos no país. E um pouco de paciência, é verdade, pois o trâmite exige alguma burocracia, como inscrever-se em um clube de tiro, tomar aulas de manuseio de armas e, enfim, tirar uma licença de CAC (caçador, atirador esportivo ou colecionador).

Na contagem geral, somando armas registradas por civis, forças de segurança e estimativas de armas ilegais, Brasil tem aproximadamente 4 milhões de armas contra 393 milhões dos EUA. Com as políticas do último período é possível notar – e o documentário chama atenção para isso – que o potencial desse mercado é enorme no país.

Até 2005 o movimento armamentista era praticamente inexistente no Brasil. À época, no primeiro mandato de Lula, o governo federal convocou os eleitores para votar em um plebiscito que buscava proibir a venda de armas no país e desarmar a população. A medida tinha amplo apoio quando foi lançada.

De acordo com depoimentos coletados à época pela imprensa nacional e reproduzidos no documentário, pessoas comuns apoiavam o desarmamento por duas razões. Em primeiro lugar por claramente dar condições para conter a violência urbana e, em segundo lugar, para que a sociedade não vivesse um caos social no qual todos estariam armados e resolvendo seus problemas à bala, como em um filme de bangue-bangue.

“A NRA notou essa dificuldade e passou a ajudar o lobby armamentista brasileiro com estratégias para lutar contra o desarmamento [em 2005]. Entre essas estratégias, na própria campanha do plebiscito, começou a introjetar a ideia de que portar armas teria relação com a liberdade individual dos cidadãos e com o combate à violência urbana”, explica a VICE. A campanha deu resultado, inverteu as previsões, fazendo com que o “não”, defendido pelos armamentistas, vencesse com pouco menos de 60 milhões de votos (64%), contra 33 milhões do “sim” (36%).

“A ideia de que civis devem ter direito a se armar é totalmente importada no Brasil”, explicou Robert Muggah, cientista político canadense que estuda o controle de armas no Brasil. Para ele a cultura armamentista brasileira é 100% influenciada pelos armamentistas dos EUA.

“A cultura armamentista brasileira foi inventada e importada pelos defensores de armas dos EUA. A NRA veio ao Brasil apoiar as campanhas pró-armas, trazendo um discurso que ninguém nunca tinha visto no país. A razão é que a NRA entende a importância das regras internacionais, que podem afetar os seus interesses domésticos. E isso não se trata apenas de liberar armas, mas de aumentar sua influência política. A família Bolsonaro entende que esse é um grande grupo de eleitores, do qual pode se aproveitar em eleições futuras, e tem atuado de maneira bem sucedida nesse sentido”, declarou o pesquisador.

Ao contrário do que pensam os mais otimistas, o bolsonarismo – e em especial a sua vertente armada – não desaparecerão com o fim do governo de Jair Bolsonaro ou com sua eventual prisão. Aparentemente o objetivo da NRA de fomentar uma versão brasileira da cultura armamentista dos EUA obteve sucesso e teremos longos anos para reverter o problema por aqui.

“O Brasil já era um dos países com mais homicídios no mundo. Ao introduzir tanto armamento na sociedade, seja legal ou ilegal, foi criado um problema para o Brasil que pode durar gerações. Com ou sem Bolsonaro devemos ver o movimento armamentista continuamente aumentando sua influência política, muito além da presidência”, concluiu Muggah.

Fonte (citado parcialmente): https://revistaforum.com.br/brasil/2023/2/22/documentario-mostra-que-cultura-armamentista-brasileira-foi-totalmente-importada-dos-eua-131780.html

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Davos sexual

A elite global que se reúne para o Fórum Econômico Mundial em Davos a fim de discutir os maiores problemas do planeta — de aquecimento global à desigualdade de gênero — também aquece na fria cidade da Suíça um setor da economia informal: a prostituição.

A demanda por trabalho sexual dispara a cada ano na reunião de líderes mundiais e magnatas dos negócios que vêm de todo o mundo para discutir temas variados.

Acompanhantes se hospedam nos mesmos hotéis que chefes poderosos e seus funcionários durante a cúpula de cinco dias, que começou na segunda-feira (16/1).

Uma trabalhadora do sexo chamada Liana disse que se veste com trajes de negócios para não se destacar entre os executivos, apesar da prostituição ser legal na Suíça, contou ela ao jornal alemão "Bild".

Liana acrescentou que vê regularmente um americano que visita a Suíça várias vezes ao ano e está entre os 2.700 participantes da conferência.

Liana cobra cerca de €700 (R$ 3.850) por uma hora de serviço e € 2.300 (R$ 12,6 mil) pela noite inteira, mais despesas de viagem.

A gerente de um serviço de acompanhantes em Aargau (Suíça), a 160 quilômetros do local da reunião de cúpula, diz que já recebeu 11 reservas e 25 consultas por programas sexuais e espera que muitas outras cheguem esta semana.

"Alguns também reservam acompanhantes para eles e seus funcionários para festejar na suíte do hotel", contou ela ao jornal "20 Minuten".

Salome Balthus, garota de programa e escritora, postou no Twitter:

"Encontro na Suíça durante o Fórum significa olhar para os canos das armas dos seguranças no corredor do hotel às 2 da manhã. E depois dividir com eles os chocolates do restaurante e fofocar sobre os ricos."

O mulher de 36 anos está hospedada em um hotel perto de Davos durante a cúpula, mas se recusou a revelar quem são os clientes influentes.

"Acredite em mim, você não quer entrar em litígio com eles", advertiu ela.

'Exibicionismo atrás de views': vídeos 'sexualizados' de ioga bombam na web e geram críticas de praticantes tradicionais

Em 2020, uma investigação do jornal "The Times" encontrou pelo menos 100 prostitutas viajando para Davos para a cúpula, de acordo com um policial suíço. Um motorista oficial do fórum disse que pegou em um hotel uma prostituta que alegou ter sido forçada pelo seu chefe a dormir com um cliente mais velho que estava participando da cúpula.

Fonte: https://m.extra.globo.com/noticias/page-not-found/prostitutas-tambem-se-reunem-em-davos-forum-economico-mundial-aquece-procura-por-servicos-sexuais-25645587.html

Internet for trust

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou, na manhã desta quarta-feira (22), uma carta que foi lida na abertura da conferência “Internet for trust”, evento da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Culura) que tem como objetivo combater a desinformação e o discurso de ódio na internet. Na mensagem, o presidente defendeu a regulação das empresas de plataformas digitais como pauta urgente e citou os ataques golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro. Lula afirmou, também, que o mundo não pode permitir que decisões de poucos coloquem em risco nossas democracias.

“À Sua Excelência a Senhora
Audrey Azoulay
Diretora-Geral da UNESCO

Senhora Diretora-Geral,

Gostaria de agradecê-la pelo convite para participar da Conferência Global da UNESCO que será realizada em Paris entre os dias 22 e 23 de fevereiro de 2023.

As plataformas digitais, em suas diferentes modalidades, são parte fundamental de nosso dia-a-dia. Elas definem a maneira como nos comunicamos, como nos relacionamos e como consumimos produtos e serviços. O desenvolvimento da internet trouxe resultados extraordinários para a economia global e para nossas sociedades. As plataformas ajudam a promover e difundir o conhecimento. Facilitam o comércio. Aumentam a produtividade. Ampliam a oferta de serviços e a circulação de informações.

Esses benefícios, no entanto, estão distribuídos de maneira desproporcional entre as pessoas de diferentes níveis de renda, ampliando a desigualdade social. O ambiente digital acarretou a concentração de mercado e de poder nas mãos de poucas empresas e países. Trouxe, também, riscos à democracia. Riscos à convivência civilizada entre as pessoas. Riscos à saúde pública. A disseminação de desinformação durante a pandemia contribuiu para milhares de mortes. Os discursos de ódio fazem vítimas todos os dias. E os mais atingidos são os setores mais vulneráveis de nossas sociedades.

O mundo todo testemunhou o ataque de extremistas às sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Brasil no último 8 de janeiro. Ao fim do dia, a democracia brasileira venceu e saiu ainda mais forte. Mas nunca deixaremos de nos indignar com as cenas de barbárie daquele domingo.

O que ocorreu naquele dia foi o ápice de uma campanha, iniciada muito antes, que usava, como munição, a mentira e a desinformação. E tinha, como alvos, a democracia e a credibilidade das instituições brasileiras. Em grande medida, essa campanha foi gestada, organizada e difundida por meio das diversas plataformas digitais e aplicativos de mensagens. Repetiu o mesmo método que já tinha gerado atos de violência em outros lugares do mundo. Isso tem que parar.

A comunidade internacional precisa, desde já, trabalhar para dar respostas efetivas a essa questão desafiadora de nosso tempo. Precisamos de equilíbrio. De um lado, é necessário garantir o exercício da liberdade de expressão individual, que é um direito humano fundamental. De outro lado, precisamos assegurar um direito coletivo: o direito de a sociedade receber informações confiáveis, e não a mentira e a desinformação.

Também não podemos permitir que a integridade de nossas democracias seja afetada pelas decisões de alguns poucos atores que hoje controlam as plataformas. A regulação deverá garantir o exercício de direitos individuais e coletivos. Deverá corrigir as distorções de um modelo de negócios que gera lucros explorando os dados pessoais dos usuários. Para ser eficiente, a regulação das plataformas deve ser elaborada com transparência e muita participação social. E no plano internacional deve ser coordenada multilateralmente. O processo lançado na UNESCO, tenho certeza, servirá para construção de um diálogo plural e transparente. Um processo que envolva governos, especialistas e sociedade civil.

Ao mesmo tempo, devemos trabalhar para reduzir o fosso digital e promover a autonomia dos países em desenvolvimento nessa área. Precisamos garantir o acesso à internet para todos, fomentar a educação e as habilidades necessárias para uma inserção ativa e consciente de nossos cidadãos no mundo digital. Países em desenvolvimento devem ser capazes de atuar de forma soberana na moderna economia de dados, como agentes e não apenas como exportadores de dados ou consumidores passivos dos conteúdos.

Esta conferência na UNESCO é o início de nosso debate, e não seu ponto final. Estou certo de que o Brasil poderá contribuir de forma significativa para a construção de um ambiente digital mais justo e equilibrado, baseado em estruturas de governança transparentes e democráticas.

Fontes: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/lula-propoe-na-onu-acao-internacional-contra-fake-news-nas-redes-leia-integra-da-carta/
https://www.moneytimes.com.br/lula-defende-regulamentar-redes-sociais-leia-integra-da-carta-a-unesco/

sábado, 25 de fevereiro de 2023

O ferreiro Wayland

Se você acha perturbador um rei casar com uma Deusa serpente (ou cavalo 😏) a lenda de Wayland não é para você.
Citando:

Wayland era bem conhecido do povo da Inglaterra como o ferreiro supremo dos deuses.
Seu pai era um gigante do mar reconhecido pelas tribos costeiras do Mar do Norte e do Báltico. A história diz que o avô de Wayland era um rei finlandês chamado Villcinus, que foi seduzido por uma bela jovem Wachilde um dia enquanto caminhava por uma floresta. Mais tarde, ela se levantou do mar e parou seu navio. Quando ela lhe disse que teria um filho dele, ele a levou a bordo. Após o nascimento da criança, ela desapareceu de volta ao mar. A criança se chamava Wade e cresceu para ser um gigante com afinidade e poder sobre o oceano. Ele também era possuidor de grande força.

Wade mais tarde teve um filho; Wayland.
Na Saga de Thidrek é contado como Wade vadeou o profundo canal de Groenasund entre duas ilhas dinamarquesas com seu filhinho nos ombros. Mais tarde, Wade levou seu filho para aprender o ofício de ferreiro com o gigante Mimir e mais tarde com dois anões. Weland parece se confundir com seu pai nas sagas: ele também disse ter "caminhado na água nove metros de profundidade" com sua filha Widia nos ombros. Widia se tornou uma heroína. Weland deu a ele a espada Mimming (forjada por Mimir ou pelo próprio Weland) para lutar contra o herói germânico Dietrich.

A maioria dos detalhes, no entanto, vem da Balada de Völundr na Edda Poética. Aqui, a história é contada como teria sido na Inglaterra:

Três donzelas cisnes voaram do sul sobre Mirkwood para Wolfdales para cumprir seu destino. Eles pousaram na margem de um lago e, descartando sua plumagem de cisne, começaram a se divertir na água. Seus nomes eram Allwhite (Ealhwit), Swanwhite (Swanhwit) e Olrun e eram filhas de reis.
Três irmãos, Ægil*, Slagfid e Wayland, os encontraram lá e, vendo sua beleza, prenderam seus mantos de cisne. Assim constrangidas, as três donzelas foram presas à terra e se tornaram as esposas dos homens: Ægil tomou Olrun, Slagfid tomou Swanwhite enquanto Allwhite 'lançava seus braços ao redor do pescoço branco de Weland'.

Por sete anos eles viveram juntos no amor; mas, durante o oitavo, as donzelas foram perturbadas pelo desejo de retornar à Floresta das Trevas e no nono ano elas de alguma forma encontraram o lugar onde os irmãos haviam escondido seus mantos de cisne. Assim que os colocaram, o feitiço foi quebrado e eles efetuaram a fuga.

Os três príncipes ficaram muito chateados quando voltaram da caça para descobrir que seus amores haviam fugido do ninho e dois dos irmãos decidiram sair e procurá-los. Ægil foi para o leste em busca de Olrun, Slagfid foi para o oeste em busca de Swanwhite, mas Weland esperou sozinho em Wolfdales, onde ocupou seu tempo contemplando um anel de ouro que Allwhite lhe dera como um símbolo de amor. Ele se entregava à esperança constante de que ela voltaria para ele. Como ele era um ferreiro muito talentoso, ele empregou seu lazer na fabricação de 700 anéis de joias exatamente iguais ao que sua esposa lhe dera. Estes, quando terminados, ele amarrou juntos em uma corda bastão.

Agora Niðad, rei dos Niars, tendo sido informado de que Weland estava sozinho em Wolfdales, viu sua oportunidade. Sob o manto da escuridão, ele enviou um grupo de homens armados, cujos corseletes cravejados e escudos de metal brilhavam ao luar minguante. Wayland havia saído para caçar, então o salão estava deserto e os cavaleiros puderam roubar um dos anéis habilmente feitos pelo ferreiro para mostrar ao rei. Quando o caçador voltou, ele acendeu o fogo com galhos e galhos de abeto e se banqueteou com bifes de urso assados. Ele então se sentou em um tapete de pele de urso e contou seus anéis. O Príncipe dos Elfos descobriu que faltava um e acreditou alegremente que seu amante Allwhite havia retornado para ele. Ele ficou sentado lá por tanto tempo que caiu em um sono profundo apenas para ser rudemente acordado quando sentiu seus pulsos serem amarrados e as pernas acorrentadas.

Ele foi arrastado perante o rei Nithhad, que o acusou de roubar o ouro, mas Weland retrucou que o ouro não era propriedade de Nithhad nem parte de um tesouro lendário, mas seu por direito. Nithhad o ignorou e deu a Beaudohild, sua filha, o anel de amor de ouro puro do Reno que ele havia tirado de Weland. Ele mesmo pegou a valiosa espada mágica que Weland possuía. No entanto, a rainha maliciosa de Nithhad desconfiava desse ferreiro lupino da selva e deu conselho ao rei.

 “Veja, ó rei, como ele mostra os dentes em desejo quando vê aquela espada. Ele reconhece aquele anel que você deu a Beaudohild também! Seus olhos são os de uma serpente! Que os tendões de sua perna sejam cortados e coloque-o na ilha de Sævarstod”.

Nithhad fez como sua esposa ordenou, e então Weland foi cruelmente paralisado e abandonado em uma pequena ilha perto da costa do continente e começou a forjar e modelar todos os tipos de trabalhos de joalheria. Ninguém, exceto o rei, tinha permissão para visitá-lo. Ele sempre ansiava por sua lâmina astuciosamente temperada que agora pendia no cinto de Nithhad e ansiava pelo anel de ouro de seu amante agora adornando o dedo de Beaudohild. Ele não dormiu, mas dobrou seu martelo, produzindo rapidamente tesouro após tesouro para Nithhad, mas planejando vingança.

Algum tempo depois, o irmão de Wayland, Ægil, o Arqueiro, também se tornou cativo de Nithhad. Ele foi colocado para trabalhar ajudando Wayland. Depois que seu irmão o informou de seu plano, Ægil atirou rapidamente em vários cisnes e, fazendo uso dessas penas, Wayland inventou um par de asas mágicas, semelhantes às que sua esposa havia usado como Wælcyrie. Ele pretendia usá-los assim que sua vingança fosse realizada. Ele e Ægil também planejaram essa fuga em detalhes.
Um dia Nithhad veio visitar seu cativo trazendo consigo a espada roubada para ser consertada. Isso ele conseguiu, mas habilmente substituiu outra arma inferior tão exatamente como a espada mágica que o rei foi completamente enganado quando veio recuperá-la.

Agora, os dois filhos pequenos de Nithhad eram gananciosos e abriram caminho furtivamente para a ilha e para a forja de Wayland lá. Eles exigiram as chaves de seu cofre e para ver todos os seus tesouros, joias e pedras preciosas. Quando eles viram a multidão de colares de ouro vermelho e outros tesouros, a avareza brotou em seus corações. Wayland, no entanto, astutamente prometeu a eles que se eles não contassem a ninguém sobre sua visita e viessem vê-lo no dia seguinte, ele daria todo o tesouro para eles ficarem. Na manhã seguinte, a dupla crédula estava batendo na porta do ferreiro, mas em vez de ouro eles encontraram a morte, pois Wayland rapidamente cortou suas cabeças e enterrou os corpos sob a pilha de esterco fora do ferreiro. Quando eles não voltaram naquela noite, presumiu-se que haviam se afogado e Nithhad sofreu, mas não suspeitou de nada. Wayland manteve as cabeças dos meninos, esvaziou-os e montou os crânios em prata para fazer vasos exóticos para beber, que ele apresentou a Nithhad e recebeu muitos elogios. Por suas artes, ele transformou os olhos dos meninos em pedras preciosas exóticas que enviou para a mãe dos meninos e de seus dentes fez habilmente dois enfeites de peito para Beaudohild.

Beaudohild ficou intrigado e curioso para ver o ferreiro; então ela quebrou o anel que seu pai havia roubado de Wayland, fazendo disso uma desculpa para visitá-lo em segredo. Ela começou elogiando o anel e implorou que ele o consertasse secretamente:

Não ouso contar a ninguém, exceto a você!” ela confessou.

Wayland prometeu consertar a ruptura no ringue para que ficasse como novo. Então, vendo sua chance, trouxe para os dois chifres de cerveja forte. Beaudohild não estava acostumado a uma bebida tão potente e ficou sonolento. Ela não gritou quando ele fez o que queria com ela e os dois ficaram juntos alguns dias. Certa manhã, o ferreiro, por suas artes, soube que a moça estava grávida. Realizado seu último ato de vingança, ele se preparou para partir. Deixando a garota dormindo, Weland vestiu as engenhosas asas que havia feito e, pegando sua espada e anel, ergueu-se lentamente no ar. Ele voou para o salão do rei e pousou no telhado, fora de alcance e chamou a rainha de Nithhad para buscar seu marido. Ela correu para o salão escuro, onde o rei estava sentado em uma cadeira.
 
“Você está acordado, Nithhad, Senhor dos Niars?” ela gritou. “Wayland escapou e exige conversar com você”.
 
“Você bem sabe que durmo pouco, privado de toda alegria, desde a morte de meus filhos, mulher!” disse o rei; “mas falarei com Weland.”

O rei deixou seu salão e chamou o ferreiro empoleirado no topo do telhado.
 
“Diga-me Wayland, Príncipe dos Elfos”, ele gritou, “o que aconteceu com meus saudáveis ​​filhotes?”

Antes de responder, Weland primeiro fez Nithhad jurar que não faria mal à namorada grávida e, quando isso foi feito, disse a Nithhad para procurar os corpos no monte de esterco fora de sua forja. Ele também contou a ele sobre a origem dos vasos e ornamentos incomuns para beber.

“E Beaudohild, sua única filha, agora está grávida de mim! ele se vangloriou.

Nithhad, fora de si de raiva e incapaz de atingir o atrevido Wayland sentado no telhado do salão, convocou Ægil, o irmão de Wayland que ele mantinha como escravo, e ordenou-lhe que usasse sua maravilhosa habilidade com um arco para derrubar o atrevido pássaro. . Em um sinal pré-combinado de Weland, Ægil apontou para um inchaço sob a asa de seu irmão e disparou uma flecha mortal. A flecha infalível atingiu e gotas de sangue esguicharam. Com um grito alto, Weland saltou no ar e voou. O sangue, no entanto, não era de Weland, mas veio de uma bexiga escondida que ele encheu com sangue dos príncipes mortos contra tal evento. Ele voou triunfante, sem ferimentos, sabendo que seu irmão estava a salvo da ira de Nithhad.
Enquanto isso, a chorosa Beaudohild havia deixado a ilha de Weland, sofrendo pela perda de seu amante e aterrorizada com a fúria de seu pai. Ela foi trazida perante Nithhad e desabou a seus pés.
 
“É verdade, Beaudohild, o que o ferreiro me disse?” rosnou o Rei. “Você e Weland estavam juntos naquela ilha?”.
Beaudohild ergueu o rosto do chão e chorou.
  
“Sim, é verdade”, exclamou ela, “sozinha e apavorada, fui enfeitiçada por ele e não pude resistir!”

Fonte (citado parcialmente): http://thethegns.blogspot.com/2011/11/wayland-smith.html

Nota: filho de uma Deusa serpente (ou sereia?), Wayland (e amigos) tiveram relações com "damas cisne" e ele engravidou uma princesa. Como certas celebridades do Paganismo Moderno negam a intenção sexual dos ritos ancestrais?🤦

A face desolada

Parentes bolsonaristas causam mais constrangimento do que assombro em famílias de esquerda. Não há como esquecer que muitos deles guardavam bandeira do PT num canto do quarto nos anos 80 e 90.

Esses parentes que seguiram outros rumos participaram depois das caminhadas convocadas pela Globo contra Dilma. E muitos se transformariam mais tarde em pregadores do bolsonarismo e participantes de grupos de tios e tias do zap.

São a face da classe média desolada, desorientada, dispersa, ressentida e mal-amada pelas esquerdas que chegaram ao poder.

As esquerdas que não vinham conseguindo entrar nas casas das periferias, ocupadas pela presença ostensiva de pastores neopentecostais, também não entram há muito tempo nas casas da classe média.

Mas fingem que entram, para preservar como ilusão as suas origens nas áreas habitadas por gente que desfrutava de estabilidade e uma vida confortável.

Meio que se esfumaçaram as origens obreiras de fábricas e do sindicalismo, mas também dos DCEs, dos professores, arquitetos, advogados, engenheiros, pequenos empresários, jornalistas, médicos, servidores públicos.

O PT perdeu pedaços consideráveis desses contingentes muito antes de 2013, quando as dissidências saíram às ruas de braços dados com anarquistas e black blocs, e quando logo depois a Globo e a grande imprensa se apropriaram das manifestações e conseguiram derrubar Dilma, três anos mais tarde.

A classe média levou o PT ao poder com Lula em 2002. O que ainda se define como povo só caminhou atrás e depois ao lado de quem tinha a virtude de abrir as picadas.

Tudo isso está contado em qualquer manual sobre o lulismo. Lula é um fenômeno de massa, que chega ao poder na terceira tentativa, por ser também uma criatura política gerada pelos sentimentos da classe média.

O sindicalismo é sua raiz e seu tronco, mas galhos, folhas, flores, polens e antenas são resultado das vontades da classe média nas mais variadas frentes.

O que acontece a partir de 2013 e que se reafirma depois em 2016 com o golpe contra Dilma e se consolida em 2018 com a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro só existe porque a classe média foi ativa em seu reacionarismo, ou foi omissa ou foi blasé e falou ao espelho: me-deixa-fora-disso.

É disso que será preciso falar no terceiro governo de Lula. A classe média, prensada entre a ascensão dos pobres e as fortalezas intocáveis dos ricos no lulismo, perdeu renda, poder político e sonhos.

A tabela criminosa do Imposto de Renda, os ‘ganhos’ negativos do FGTS, o desprezo das políticas ditas sociais e todas as inações de governo são a parte visível dos danos que empurraram ex-petistas para a desilusão e até para o bolsonarismo.

A velha classe média de esquerda cansou, envelheceu, empobreceu e viu filhos e netos se dispersarem e virarem outra classe média, enquanto o filho da empregada estudava medicina.

O cenário mudou e o PT deixou de ser ou desistiu de continuar sendo a mais poderosa das forças mobilizadoras de projetos individuais e coletivos da classe média progressista pós-ditadura.

Como devolver o sentido de perspectiva a esse pessoal sem descuidar da urgência do socorro a pobres e miseráveis?

É para dar a resposta que Lula foi eleito, porque até Bolsonaro, no desespero, sabia como inventar um Auxílio Brasil. A pronta resposta dos cuidados emergenciais dirigidos aos pobres não tem muita complexidade.

Mas o auxílio para a classe média terá que envolver mais do que resultado financeiro ou econômico imediato, porque nem auxílio é o que a classe média pede.

A classe média que não consegue mais pagar escola e plano de saúde quer conversar de novo, como mostrou na eleição do ano passado. Mesmo que parte significativa tenha debandado e assimilado a índole bolsonarista como irreversível.

A classe média com baixa autoestima não tem, há mais de 10 anos, nem mesmo um centro para se agarrar. Lula terá de se esforçar para que se agarre de novo ao seu projeto para o país.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/e-a-classe-media-companheiro-por-moises-mendes/

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Finlândia reconhece identidade de gênero

A nova lei de reconhecimento da identidade de género na Finlândia é um passo fundamental na proteção dos direitos das pessoas trans. Até esta aprovação, quem pretendesse o reconhecimento legal da sua transição de género, era diagnosticado com um “distúrbio mental” e submetido a intervenções invasivas de esterilização, que constituem claras violações de direitos humanos. Sob a nova lei, estes procedimentos médicos e psiquiátricos são anulados, no que a Amnistia Internacional designa como uma grande vitória para a igualdade. No entanto, apesar deste avanço significativo, a atualização legislativa contempla apenas um sistema legal de reconhecimento da identidade de género para adultos.

À luz da atual legislação finlandesa, que viola a Convenção Europeia dos Direitos do Homem, qualquer pessoa deve apresentar provas de infertilidade antes de lhe poder ser concedido o reconhecimento legal da mudança de género. Por outro lado, ao abrigo da nova legislação, o reconhecimento legal da identidade de género estará disponível para adultos mediante pedido escrito e um “período de reflexão” obrigatório de 30 dias. Esta atualização na lei foi aprovada por 113 votos contra 69.

“Com a aprovação desta lei, a Finlândia dá um passo importante no sentido de proteger os direitos das pessoas trans, melhorar as suas vidas e o seu direito à autodeterminação. A votação reflete mais de uma década de campanha de grupos da sociedade civil, sendo uma prova do empenho dos ativistas que há muito esperavam este dia”, salienta Matti Pihlajamaa, conselheiro dos direitos LGBTI da Amnistia Internacional - Finlândia.

“Embora esta atualização tenha um impacto enorme e positivo e se afirme como um importante pilar para a não discriminação, é preciso ir mais longe. Ainda é preciso fazer mais. A exclusão das crianças do reconhecimento legal da identidade de género viola a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança. Continuaremos a apelar ao governo para uma alteração legislativa que esteja em conformidade com a Convenção e que permita o avanço dos direitos das crianças”, conclui Matti Pihlajamaa.

A Amnistia Internacional – Portugal relembra que, em 2017, o defensor de direitos humanos Sakris Kupila, que lutava por mudanças no reconhecimento legal da identidade de género na Finlândia integrou a campanha Maratona de Cartas, a maior campanha de ativismo a nível global. Só em Portugal foram assinadas 58 430 petições pelo seu caso, entregues posteriormente à embaixada da Finlândia em Lisboa. Por todo mundo, o caso de Sakris foi assinado por mais de 347.000 pessoas.

Sakris Kupila esteve ainda em Portugal para um ciclo de debates, a 17 de maio de 2018 na Fundação Calouste Gulbenkian, onde partilhou o seu testemunho e recordou que, ainda na infância, compreendera já bem que sentia ser rapaz, tudo nele lhe dizia que era um rapaz, menos o corpo com que nasceu, cujas caraterísticas biológicas levaram a que lhe fosse atribuído o género feminino.

Fonte: https://www.amnistia.pt/finlandia-nova-lei-de-reconhecimento-da-identidade-de-genero/

Censura na Terra da Liberdade

Livros deveriam abrir a mente dos alunos para novos mundos. Mas, nas bibliotecas de centenas de escolas da Flórida, nos Estados Unidos, milhares de obras permanecem literalmente fora do alcance dos alunos.

Juntos, os condados de Manatee e Duval, na Flórida, somam quase 300 centros educativos. E seus professores precisaram esconder da vista dos alunos os livros das bibliotecas mantidas em salas de aula.

Em alguns casos, os livros foram escondidos com papel e cartolina. Em outros, eles foram guardados em caixas. Mas o objetivo era sempre o mesmo: bloquear o acesso dos estudantes àquele material de leitura.

O motivo desta medida drástica foi a lei HB 1467, aprovada pelo legislativo do Estado da Flórida e sancionada pelo governador Ron DeSantis, do Partido Republicano, em março de 2022.

Segundo seus promotores, o objetivo da legislação é proteger os direitos dos pais de controlar o tipo de material a que seus filhos têm acesso nas escolas.

“Na Flórida, nossos pais têm todo o direito de participar da educação dos seus filhos”, afirmou DeSantis, ao promulgar a norma. “Não permitiremos que os políticos neguem aos pais o direito de saber o que está sendo ensinado nas nossas escolas.”

“Estou orgulhoso de assinar esta legislação que garante a transparência do programa de estudos”, declarou o governador.

Mas seus críticos afirmam que este é um instrumento de censura – uma arma usada pelos conservadores na sua luta contra a chamada cultura woke (“desperta”), um termo adotado nos Estados Unidos para designar pessoas que tomaram para si o dever de enfrentar questões de desigualdade ou discriminação, especialmente por motivo de raça, gênero ou orientação sexual.

DeSantis deixou claro que se opõe frontalmente à cultura woke. Ele afirma que ela está sendo usada para doutrinar as crianças nas escolas.

“Nós refutamos a ideologia woke. Combatemos o woke no legislativo, combatemos o woke nas escolas, combatemos o woke nas empresas”, afirmou o governador em um discurso após sua reeleição, em novembro de 2022.

“Nunca, jamais nos renderemos à multidão woke. É na Flórida que o woke vai morrer”, prosseguiu DeSantis.

Mas como uma lei para permitir que os pais exerçam controle sobre o que seus filhos estudam levou ao fechamento das bibliotecas de salas de aula em centenas de escolas?

A lei HB 1467 entrou em vigor em julho de 2022. Ela exige que as escolas garantam que os livros oferecidos sejam livres de pornografia, adequados às necessidades dos estudantes e apropriados para sua idade.

Posteriormente, em dezembro, o Departamento de Educação da Flórida ampliou a aplicação da norma às bibliotecas disponíveis para os professores em salas de aula.

“O distrito escolar tentou então fazer com que essas bibliotecas de salas de aula atendessem à norma. Por isso, pediram aos professores que não permitissem que os alunos tivessem acesso a elas até que todos os livros fossem aprovados pelos especialistas”, explica à BBC News Mundo (o serviço em espanhol da BBC) Pat Barber, presidente da Associação Educativa de Manatee. A associação é o sindicato que representa os professores daquele condado e foi um dos mais afetados pela nova norma.

Na prática, a consequência para os estudantes é que eles, agora, não têm mais acesso a materiais de leitura que poderiam ser do seu interesse.

Especialistas em pedagogia denunciam que esta medida afeta não só a formação que os estudantes podem receber, mas também a criação de hábitos de leitura, cujos benefícios estendem-se por toda a vida.

“O motivo que leva os professores a formar bibliotecas consistentes em sala de aula é ter o máximo possível de livros que possam ser de interesse para todos os estudantes da sua classe, pois eles estão tentando desenvolver leitores para toda a vida e crianças que apreciem a leitura por prazer, além de obter informações”, afirma Barber.

“Mas a comodidade e a disponibilidade dentro da sala de aula já não estarão ali, até que os livros tenham sido examinados.”

E a revisão também prejudica a autoridade dos professores nas escolas.

“Nenhum professor tem pornografia na biblioteca da sua sala de aula”, ressalta Barber. “Por isso, fazer toda essa revisão e tirar as decisões das mãos dos professores, que foram rigorosamente treinados para determinar o que é apropriado para seus alunos, é algo muito perturbador.”

Apesar de tudo, esta provavelmente não é a maior preocupação dos educadores. Como um dos argumentos para a revisão dos textos é que eles podem conter pornografia, o eventual fornecimento aos estudantes de algum material que receba esta classificação pode resultar em perda da licença do magistério ou em pena de prisão.

“Oferecer pornografia a um menor de idade é considerado um delito grave de terceiro grau [punido com até cinco anos de prisão]. Por isso, existe a ameaça de violação da lei”, segundo Barber.

“Daí a grande preocupação de que um professor venha a ser acusado de infringir esta lei. Não que eles a infrinjam, mas simplesmente sejam acusados de violação”, afirma ela.

O treinamento que os especialistas encarregados de aprovar os livros nas escolas exige que os textos estejam livres de pornografia (definida como a representação de um comportamento erótico com o fim de causar excitação sexual).

E, no caso dos alunos do jardim da infância até o terceiro ano do ensino fundamental, também não podem ser abordados temas de orientação sexual ou identidade de gênero.

Além disso, também não é permitido material que apresente discriminação que faça com que “um indivíduo, em virtude da sua raça, cor, sexo ou nacionalidade seja [considerado] racista ou opressor, consciente ou inconscientemente”.

A norma que levou à retirada de livros nas escolas da Flórida está sendo aplicada de forma diferente em cada um dos 67 distritos escolares do Estado, o que dificulta seu acompanhamento.

Mas, segundo os números da ONG Projeto Liberdade de Leitura na Flórida (FFTRP, na sigla em inglês), que procura combater essa legislação, foram contestadas mais de 900 obras desde setembro de 2022 naquele Estado. Destas, mais de 400 foram retiradas temporariamente das bibliotecas e 65 acabaram sendo censuradas.

Números atualizados do início de fevereiro indicam que foram registrados no Estado cerca de 1.858 pedidos de retirada de livros, sendo que algumas obras foram objeto de mais de uma petição.

Entre os livros questionados, encontram-se várias biografias, como a do jogador de beisebol porto-riquenho Roberto Clemente, da cantora cubana Celia Cruz e de Sonia Sotomayor, a primeira cidadã hispânica a tornar-se juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos.

Outras biografias questionadas são as da ativista dos direitos civis Rosa Parks e do Dalai Lama.

“Muitos desses livros tratam da experiência de vida de pessoas negras e morenas. E muitos têm personagens LGBTQ ou histórias com temas LGBTQ, que tendem a ser a maioria dos livros que estão proibidos”, explica Raegan Miller, diretora de Desenvolvimento e Finanças do FFTRP.

“Alguns têm material mais desafiador, como, por exemplo, o romance O Olho Mais Azul [de Toni Morrison, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 1993], que apresenta uma cena muito violenta”, segundo Miller.

“Mas este livro, publicado em 1970, é oferecido em um curso de nível universitário e lido sob a orientação de um professor, que é como queremos que os estudantes possam ler esses livros: junto com um professor que os ajude a compreender que esta poderia ser a experiência vivida por outra pessoa ou a entender que existem pessoas assim no mundo”, explica ela.

Pouco antes que DeSantis sancionasse a lei HB 1467, a PEN América – a seção norte-americana da associação internacional de escritores PEN – denunciou o que considerava uma “campanha orquestrada” nos Estados Unidos para proibir livros que contenham conteúdo “questionável”, o que, segundo a associação, costuma se limitar frequentemente a conteúdo que reconheça as identidades LGBTQIA+ ou a existência do sexismo e do racismo.

“O objetivo da lei HB 1467 é facilitar essa campanha”, afirma a associação.

A BBC News Mundo entrou em contato com o Departamento de Educação da Flórida e com o escritório do senador republicano naquele Estado, Joe Gruters, que foi um dos incentivadores das novas normas, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

Mais recentemente, no dia 10 de fevereiro, a PEN América denunciou que 176 livros foram retirados das aulas das escolas no condado de Duval. Essas obras já estavam indisponíveis para os alunos há 10 meses, sem previsão de regresso.

Paradoxalmente, mesmo com a retirada em massa de livros das bibliotecas escolares na Flórida, existem pessoas descontentes que acreditam que é preciso ir mais longe e consideram que as medidas tomadas até agora são insuficientes.

Uma dessas organizações chama-se Patriotas da Comunidade de Manatee. Seu website a define como um grupo de americanos que “amam a liberdade, abraçam a autogovernança e trabalham para garantir justiça para todos”.

Em uma postagem publicada no seu portal com o título Consentimento dos pais e pornografia são inaceitáveis, a organização destaca que, depois das queixas de “pais e patriotas”, o distrito escolar do condado de Manatee deu início a um protocolo para revisar livros “graficamente eróticos”, mas avalia que, seis meses depois, muitos desses textos foram colocados de volta nas estantes com a “vaga e inexequível restrição” de exigir que os estudantes obtivessem o consentimento dos pais para poder ter acesso a eles.

O grupo indica que a pessoa que recorrer ao consentimento dos pais cria um vácuo legal para que as escolas continuem mantendo material considerado inadequado nas estantes.

“Acreditamos que a lei é clara: o material que seja prejudicial aos menores não deve estar nas escolas, com ou sem o consentimento dos pais”, afirmam eles.

A organização incentiva seus membros a entrar em contato com as autoridades escolares para comunicar seu desagrado.

“Os pais, os contribuintes e os cidadãos preocupados não querem que isso ocorra em nossas escolas”, destaca o grupo.

“Devemos manter a pressão sobre a Junta [Escolar] e entrar em contato diretamente com os diretores para que eles saibam que queremos [esses livros] fora [da escola], independentemente do consentimento dos pais.”

Esta postura é especificamente questionada pelo FFTRP.

“O que estamos vendo é que, se um dos pais se opuser a alguma coisa, ela é retirada de todas as crianças”, afirma Raegan Miller.

“E, como todos temos origens muito diferentes, acreditamos que os verdadeiros direitos dos pais significam que tenho o poder de decisão. Posso tomar uma decisão com meu professor sobre o que é apropriado para o meu filho e outro pai não pode tomar essa decisão por mim”, acrescenta ele,

Mas este debate vai muito além das posições enfrentadas entre os pais que pensam de formas diferentes. Segundo Pat Barber, da Associação Educacional de Manatee, a nova lei da Flórida permitiu que membros da comunidade que sequer têm filhos possam decidir sobre o que se ensina nas escolas.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/czq080gx4e2o.amp

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

A lenda do rei Vilkinus

No capítulo anterior, aqui foi dito sobre Wachilt, Vilkinus e Wada. Que também foi chamado de Wade, Wate ou Waetla.

Citando:
Como um personagem comum, Waetla em suas diferentes formas tem várias árvores genealógicas diferentes; porém, os atributos permanecem praticamente idênticos: nasceu de um ser do mar e de um ser elevado da terra , teve dois ou três filhos.

Waetla sempre teve uma forte associação com o mar, o que se deve inteiramente ao seu parentesco. Isso é mais obviamente demonstrado em uma história relatada pelos Irmãos Grimm, onde ele vadeou o Grœnasund na Dinamarca, através de águas de nove metros de profundidade , enquanto carregava seu filho Wayland. Essa habilidade também é atribuída a Thunor e foi a causa de uma amizade que cresceu entre eles. Para os Angli, ele era o Guardião do Vau e agia como barqueiro e protetor.

Fonte (citado parcialmente): https://thecomradegeneral.wordpress.com/2020/11/24/hammer-time/

O mito de Wada pode ter dado origem à lenda do ferreiro Wayland.
Quanto ao rei Vilkinus, ele é citado no Thidrekssaga:

Em Vilkinaland (que é a Suécia e Gautland), um rei chamado Vilkinus governou um poderoso império que incluía Sjaland e Jutland (Dinamarca). Tal era seu poder que ele exigiu tributo de outro império governado pelo rei Hertnid e seu irmão Hirdir, que incluía a Rusilândia (o reino dos vikings suecos na Rússia), Grécia, Hungria e Áustria. Em vez de tributo, Vilkinus estava enfrentando uma guerra. Embora Vilkinus tenha derrotado Hertnid, ele permitiu que seu inimigo mantivesse seu reino, desde que recebesse tributo anual de Hertnid.

Um dia, Vilkinus dormiu com uma mulher, que na verdade era uma sereia. Esta sereia o seguiu até seu reino, onde deu à luz Vadi. A sereia partiu logo depois que seu filho nasceu. No entanto, Vadi não era um humano comum, porque crescia e crescia, pois era um gigante. Vadi era o pai de Velent (Wayland). Vilkinus teve outro filho chamado Nordian.

Fonte (citado parcialmente): https://www.timelessmyths.com/norse/thidrek/#Attila

Inevitável não perceber o paralelo com a dinastia Merovíngia e sua associação com Melusine, citada na liturgia wiccana.

Coincidência? Isso não existe.

Justiça de Pernambuco reconhece não binarie

A Justiça de Pernambuco reconheceu pela primeira vez o gênero “não binárie”, em linguagem neutra, e permitiu a inclusão dele numa certidão de nascimento no estado. Pessoas não-binárias são aquelas que não se identificam nem com o gênero masculino e nem com o feminino.

Na decisão, em uma ação movida pela Defensoria Pública do Estado, também foi permitida a alteração do nome registrado, além do marcador de gênero. O processo foi movido no início de 2022, mas a decisão só saiu no final de janeiro deste ano.

A pessoa beneficiada pela decisão é a modelo Tarlazza Messina, que mora em Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife. “A mudança de gênero era muito difícil, e na Defensoria ainda havia oito pessoas na minha frente”, relembra.

Messina terá que esperar o fim do prazo de todos os recursos para que a Justiça expeça um mandado de averbação dos seus documentos. “Fazemos parte de um grupo minoritário, e eu me sinto feliz em poder inspirar as pessoas para que elas tenham coragem de ser o que realmente são. Mesmo sem ter vivido a dor do outro, sempre tive empatia dentro de mim. Eu espero que as pessoas possam correr atrás dos seus objetivos sem sentir medo”, disse.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/em-decisao-inedita-justica-de-pernambuco-reconhece-genero-nao-binarie-a-modelo/

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

O enigma de Wachilt

Depois de cavar fundo na história para cada traço do progenitor da família, Wada, e sua ascendência, a última peça do quebra-cabeça foi traçar sua linha matrilinear.

Quem era essa sereia que gerou Wada? Como ela conheceu o rei Vilkinus? De onde ela veio? Qual era o nome dela? Eu vasculhei a internet e os livros em busca de qualquer vestígio de sua identidade.

A maioria das linhagens de dragão, como as famílias Lusignan e Bathory, tem suas raízes em Melusine, uma conhecida princesa do dragão (Starbucks, alguém?) - então eu sabia que poderia ser possível que nossa linhagem também fosse rastreada até dela. Afinal, eu não sabia de nenhuma outra sereia que tivesse filhos humanos. Depois de procurar alto e baixo por sua identidade, finalmente encontrei o nome dela - Wachilt.

Aparentemente ela era uma deusa do mar, ou ninfa do mar, de acordo com outras fontes, e ela conheceu o rei Vilkinus na floresta de um país báltico que ele estava visitando.

De qualquer forma, o rei Vilkinus conheceu Wachilt, a deusa do mar um dia quando ele deixou seu navio e tripulação e caminhou para a floresta profunda. Seus olhos se depararam com Wachilt, que, de acordo com os textos, era uma beleza de cabelos negros. O rei Vilkinus tinha que tê-la. Ele passou os braços em volta dela e puxou-a para ele, e eles dormiram juntos. Depois, ele embarcou em seu navio e começou a navegar de volta para sua terra. Seu navio estava batendo nas ondas do oceano profundo, quando, de repente, Wachilt agarrou o leme e parou completamente o navio com seu poder. O rei Vilkinus viu que era a mesma beleza de cabelos escuros que ele havia encontrado na floresta, então ele gritou sobre os ventos e implorou a ela para deixar seu navio ir. Ele disse a ela que ela sempre seria bem-vinda em seu reino. Então ela o deixou ir. Seis meses depois, ela emergiu das ondas e chegou à costa de sua terra, onde disse ao rei Vilninus que estava grávida de seu filho. Ele a acolheu e a protegeu até o nascimento de seu filho.

Wachilt deu à luz um menino, e ela o chamou de “Wada” (“Wa” significa “água” em muitas das línguas ao redor do mundo, por isso é adequado para um filho da água e uma sereia). Depois de dar à luz Wada, ela disse ao rei Vilkinus que tinha que partir, mas pediu que ele cuidasse e criasse seu filho híbrido. Mais uma vez, ele concordou. Ela pulou no mar e desapareceu no abismo aquático que ela chamava de lar. Dia a dia, Wada crescia cada vez mais – até ultrapassar a altura de outros humanos. Ele ficou conhecido como “Wada the Giant”, por sua grande altura e força.

Também temos fontes que descrevem Weyland como tendo ascendência não humana. O pai de Weyland era o gigante do mar Wade (ou Vadi), e sua mãe era a ninfa do mar Wac-hilt. Para os anglos, Wade estava intimamente ligado aos fiordes, onde atuou como barqueiro e também em uma função que protegia os povos locais. A tradição folclórica dinamarquesa descreve Wade caminhando pelas águas com seu filho Weyland nas costas. Por toda a Inglaterra há uma variedade de crenças populares pertencentes a lugares físicos reais que se conectam com Weyland ou seu pai Wade. Histórias que descrevem formações geológicas como sendo os restos mortais de Wade, ou sendo causadas por Weyland jogando um aprendiz problemático e irritante para fora de sua ferraria.

Como mencionado anteriormente, enquanto a esposa de Weyland às vezes é descrita como uma valquíria, ela também é descrita como uma donzela cisne. Considerando a ascendência influenciada pela água de Weyland, também faz sentido que sua esposa possa ser uma donzela cisne. Embora possa parecer incongruente para alguns que um Deus com conexões tão fortes com o mar e as águas seja um ferreiro, não acho que seja muito difícil.

Wada é encontrado em vários contos germânicos, não como um humano, mas como um gigante do mar, cujo barco mágico foi usado por Heorrenda e Hild para fugir do pai de Hild para a corte de Heoden. Outro poema alemão medieval chamado 'Rabenschlacht' descreve como o neto de Wada, Widia, está fugindo de alguém chamado Dietrich depois de matar seu irmão mais novo. Quando ele chega à costa, Vrou Wachilt ("Sra. Wachilt", sua bisavó) se levanta do mar e carrega Wada e seu cavalo para sua casa no fundo do oceano. Mais tarde, Wada teve um filho e a saga também lembra como Wada vadeou o canal profundo de Groenasund, entre duas ilhas dinamarquesas, com seu filho Welandon em seu ombro. A saga também relata a morte de Wada em uma avalanche.

Fonte (citado parcialmente): https://thecomradegeneral.wordpress.com/2020/03/23/wa-kuliltu/

Invasão colorida no Congresso

Um grupo de ativistas a favor dos direitos da comunidade (trans) invadiu o Congresso da Cidade do México como parte da manifestação contra a iniciativa do panista América Rangel, informa o jornal Reforma.

Tudo começou em 9 de fevereiro de 2023, quando o deputado do PAN  apresentou uma proposta que proíbe “menores de se submeterem a tratamentos e cirurgias de mudança de gênero” e estabelece que “quem fizer esses procedimentos em menores será punido com prisão".

Segundo a mídia local, grupos trans realizaram uma manifestação pacífica fora do complexo parlamentar com a intenção de entrar no Congresso. No local, fizeram algumas pinturas nas escadas e colunas do prédio localizado no centro histórico da capital.

Alguns insatisfeitos jogaram objetos em direção à entrada do complexo e quebraram janelas da entrada principal. A polícia local chegou ao local, o que não permitiu que o grupo invadisse o Congresso em um primeiro momento.

Houve confronto entre manifestantes e policiais no local. Da mesma forma, os presentes denunciaram que os policiais uniformizados jogaram pó extintor de dentro do prédio para dispersar os manifestantes.

Os coletivos trans clamaram pelo fim do discurso de ódio sobre as infâncias trans, além de expor a necessidade de criar uma lei de identidade para esse segmento da população.

Entre suas demandas, também afirmaram que deveria ser revogado o artigo 159 do Código Penal da Cidade do México, que fala do tipo penal "perigo de contágio", que, a seu ver, criminaliza as pessoas vivendo com HIV.

Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/ativistas-em-defesa-dos-direitos-trans-invadem-congresso-da-cidade-do-mexico-video
Nota: se fosse no Brasil, ok s evanjegues entrariam em pânico e os reacionários iriam esquecer que pediram "direitos humanos" aos seus manos e pediriam pelo rigor da lei.

Um dildo antigo

Um objeto de madeira descoberto em um forte romano na Muralha de Adriano, no Reino Unido, pode ter sido um brinquedo sexual do século 2.

Especialistas afirmaram que o artefato, encontrado em uma vala no forte Vindolanda, pode ser o exemplo mais antigo de um falo de madeira já descoberto em qualquer parte do antigo Império Romano.

Eles informaram, no entanto, que não haviam descartado a possibilidade de ser um símbolo de boa sorte ou um utensílio para moer ingredientes.

Inicialmente, eles pensaram se tratar de um utensílio para tecelagem.

O objeto foi descoberto ao lado de dezenas de sapatos, acessórios e outras pequenas ferramentas — junto a retalhos de couro — no sítio arqueológico, perto de Hexham, em Northumberland.

Mas especialistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, e da University College Dublin, na Irlanda, dizem acreditar agora que o objeto, que mede cerca de 16 cm, pode ter tido um uso mais íntimo.

Ao analisar o artefato, eles perceberam que ambas as extremidades estavam visivelmente mais lisas, indicando uso repetido ao longo do tempo.

"Sabemos que os antigos romanos e gregos usavam instrumentos sexuais— este objeto de Vindolanda pode ser um exemplo disso", afirma Rob Collins, professor de arqueologia na Universidade de Newcastle.

Falos eram comuns no Império Romano, pois acreditava-se que ofereciam proteção contra a má sorte.

Há muitos retratados em obras de arte, esculpidos em cerâmica ou representados em miniaturas — feitas de osso ou metal —, que eram frequentemente usadas ​​como pingentes de joias.

Os arqueólogos afirmaram que outra possibilidade é que o objeto tenha sido usado como um pilão para moer ingredientes para cosméticos ou remédios, e sua forma pode ter sido pensada para adicionar propriedades consideradas mágicas.

Ou pode ter sido encaixado em uma estátua e depois esfregado para dar sorte, conforme eles escreveram na revista científica Antiquity.

"O falo de madeira pode muito bem ser o único que sobreviveu daquela época, mas é improvável que tenha sido o único do tipo usado no sítio arqueológico, ao longo da fronteira, ou até mesmo na Grã-Bretanha romana", diz Barbara Birley, curadora do Vindolanda Trust, onde o objeto está agora em exposição.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c4nz4x2kk4ko.amp
Nota: como diria Paulo Silvino: - Ai, como era grande!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Os sete sábios apkallu

Muitas lendas antigas nos dizem que em eras passadas, um grupo de Sete Sábios de extraordinária sabedoria e poderes incalculáveis ​​visitou a Terra vindo das estrelas. Eles viajaram pelo mundo e transmitiram o conhecimento de todas as ciências e artes para as pessoas. Eles aconselharam os reis sobre seus deveres reais, instituíram os códigos de vida adequados e estabeleceram os modos corretos de ritual para sustentar a harmonia cósmica e garantir a felicidade e a prosperidade do povo. Dizia-se que era uma época em que nosso planeta estava intimamente integrado à nossa família cósmica maior; uma era muito diferente em comparação com o mundo profano em que vivemos hoje.

Os relatos mais extensos dos Sete Sábios foram preservados nas tradições mesopotâmica e indiana, embora encontremos vestígios de informações semelhantes em quase toda parte. Vamos começar explorando o relato mesopotâmico dos Sete Sábios, onde eles eram conhecidos coletivamente como  Apkallu.

Na religião da Mesopotâmia, os  Apkallu  eram Sete Sábios de extraordinária sabedoria que vieram como professores da humanidade nos tempos antediluvianos. O termo  Apkallu  (acadiano) ou  Abgal  (sumério) significa “sábio” ou “sábio”. Cada um dos Apkallu serviu como conselheiro de um dos sete reis antediluvianos. Eles vieram das águas do  apsu , que era o “mar de água doce” sob a terra. Na Mesopotâmia, apsu era o termo usado para água doce de  aquíferos subterrâneos .. Pensava-se que lagos, rios, nascentes, poços, etc. tiravam sua água do apsu. Os Apkallu foram enviados pelo deus Ea (Enki), o Rei dos apsu, o protetor da humanidade. Ea era o deus da sabedoria, civilização, água, fertilidade, artesanato e magia. Na cidade de Eridu, o templo de Ea chamava-se E-apsu,  ou seja, “Casa das Águas Profundas”, e localizava-se à beira de um pântano (um apsu).

Em muitos textos, os Apkallu foram descritos como “peixes puradu”.

A descrição dos  Apkallu como peixes-puradu  tem sido um mistério duradouro. Muitas esculturas em relevo assírias do Apkallu os mostram  como um homem vestindo um manto de pele de peixe . O primeiro dos Sete Sábios que apareceram na Babilônia nos tempos antediluvianos chamava  -se Uanna  (acadiano) ou  Oannes  (grego) e tinha o título de  Adapa,  que significa “sábio”. O astrólogo caldeu Berossus - um contemporâneo de Alexandre e um sacerdote no templo de Bel - escreveu sobre Oannes no  Babyloniaca (c.300 aC). Berossus disse que nos tempos antigos havia uma grande multidão de homens na Babilônia, e eles viviam sem leis.

Oannes não apenas possuía uma sabedoria sobrenatural, que transmitiu aos babilônios nos tempos antediluvianos, mas também era um homem-peixe e mergulhava no mar à noite. Ele e o outro Apkallu realmente vieram de um mundo subterrâneo localizado no meio dos aquíferos subterrâneos (apsu), que poderiam, talvez, ser acessados ​​por passagens submarinas?

Informações específicas sobre os nomes dos Apkallu e seus atributos foram descobertas em um encantamento ritual na  série de tabletes Bit meseri  . Esses encantamentos foram usados ​​durante a realização de rituais apotropaicos para combater os maus presságios. Para os rituais, os sumérios costumavam fazer sete estatuetas de argila do Apkallu, e depois que o ritual era concluído, as estatuetas eram enterradas sob o chão, para afastar o mal dos prédios e as doenças dos habitantes. Em um dos encantamentos Bit meseri, os Apkallu são referidos como os “peixes puradu puros” que “se originaram no rio” e são exaltados coletivamente por sua capacidade de “controlar os planos do céu e da terra”.

Os Apkallu foram  grandes construtores , como fica evidente no epíteto de  An-Enlilda , “o feiticeiro da cidade de Eridu”. Os Sete Sábios foram associados à fundação das sete cidades antigas da Suméria: Eridu, Ur, Nippur, Kullab, Kesh, Lagash e Shuruppak. De acordo com a  Epopéia de Gilgamesh , os Sete Sábios traçaram o plano de Uruk.

Após o Dilúvio, no entanto, homens mortais eruditos assumiram os deveres do Apkallu. Em alguns textos, os sábios pós-dilúvio são referidos como  Ummanu  (que significa “artesãos”) para distingui-los dos Apkallu. A  Epopéia de Erra  nos conta que, após o Dilúvio, o deus da tempestade Marduk baniu os Apkallu para o apsu. Posteriormente, ummanus terrenos receberam a tarefa de limpar o santuário de Marduk.

Fonte (citado parcialmente): https://thecomradegeneral.wordpress.com/2021/08/02/antediluvian-magicians-of-the-gods-the-7-apkallu-sages/
Traduzido com Google Tradutor.

Excertos de história III

Até o momento tem seis livros da série e foram lançados seis.

Eu adquiri do primeiro ao quarto e dei as resenhas do primeiro e segundo volume.

Recapitulando: o primeiro fala de Creso e Ciro, o segundo fala do Egito. O terceiro fala mais da Pérsia, da história de Cambises e Dario.

Dos três, eu notei como é arriscado não ouvir os oráculos e que o castigo dos Deuses (cita-se Ápis) acomete quem os afronta.

Segundo Heródoto, Cambises foi tomado pela loucura por ter zombado de Ápis.

Tem uma nota de rodapé que fala da ação das Erínias (ou Fúrias) e as nomeiam: Alecto, Tisífone e Megera.

A guisa de curiosidade, eu não descobri por qual método ou sorte escolheram as Musas a quem os livros foram dedicados.

Neste volume, eu dou destaque à narrativa que descreve as cinco portas da Babilônia, cada qual associada à uma divindade.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

A concordância entre cons e radfems

Olhando comentários anteriores deixados nesta casa, eu encontrei este:

Beto, gostaria de convidá-lo para visitar meu blog, lá postei diversos trabalhos sérios sobre a violência da pornografia e prostituição que nós mulheres somos submetidas e sempre silenciadas quando reclamamos. Inclusive postei o blog de uma ex-prostituta. Não há nada de belo nem libertário nestas práticas, e muito menos nada de moralismo por parte de quem é contra; está tudo explicado.

Muito apropriado recuperar o comentário, pois eu escrevi um texto exatamente fazendo uma análise histórica da prostituição e da pornografia.
Eu vou citar trechos dessa análise:

Pode-se perceber que passou a ser uma questão política [e religiosa] reprimir e controlar o corpo, o desejo, o prazer e o sexo, potências da natureza que eram celebradas nos antigos rituais à Grande Deusa e ao Deus Touro. Tanto o Judaísmo, quanto o Cristianismo e o Islamismo possuem políticas [e imposições religiosas] que foram, sistematicamente, perseguindo e destruindo os templos das sacerdotisas, proibindo os rituais e denegrindo o sagrado feminino.

Assim, na sociedade patriarcal, ao invés de figurarem Deusas ou representações do sexo como ferramenta sagrada, temos símbolos que elogiam a agressividade, a violência e o ódio. Tal como diz John Lennon: “Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia”. Imperadores, Reis e Presidentes são reflexos dessa hierarquização de ordem divina, afinal, “assim na terra como no céu”. Gasta-se mais com armas [e guerras] do que com educação e distribuição de alimento para todos.
Mas é um erro achar que prostitutas [hetairas, hieródulas], cortesãs e concubinas tenham sido sempre figuras que vivem no substrato social.

Pode-se entender, então, que a mudança, tanto na sociedade, quanto na política e na cultura, sobre a prostituição e a pornografia tem suas raízes na teologia típica do monoteísmo tendo, no Ocidente, a hegemonia do Cristianismo. A modificação da economia de modo feudal para a de modo capitalista incrementou e consolidou a concepção de que a prostituição (isto é, o controle do corpo, do desejo, do prazer e do sexo) era uma questão de ordem pública, passível de ação policial e jurídica. A ação da polícia, da lei e da justiça atinge mais as profissionais do sexo do que seus clientes e rufiões.

Então cabe a pergunta óbvia: a quem interessa a proibição da pornografia e da prostituição? Não há mais os estúdios, não há mais “relações de exploração” na Indústria Pornográfica, pessoas anônimas querem e participam de livre vontade em produções pornográficas anônimas. A resposta mais imediata é o agenciamento de grupos ligados ao Cristianismo; grupos conservadores identificados com conceitos como Pátria, Igreja e Família. A repressão contra a prostituição e a pornografia continua a atingir somente os profissionais do sexo.

Cabe-se a pergunta: se a Indústria da Prostituição e da Pornografia deve ser proibida por causa da exploração extrema, porque não se proíbe da mesma forma a Indústria Têxtil e de Moda, pelas condições de trabalho análogas à escravidão?

Alega-se que a exposição à pornografia provoca uma reconfiguração neurológica similar e compatível com o vício e alega-se que essa exposição é a causa da violência sexual.
Recentemente levantou-se a polêmica se videogames eram os responsáveis pela violência, principalmente depois dos tiroteios que ocorreram (e ocorrem) nos Estados Unidos. Depois de extensivas pesquisas, chegou-se ao consenso de que não há evidências científicas que provem essa ligação.

Cabe-se a nota de que, dentro do Feminismo, existe a corrente “pró-sexo”, que tenta ressignificar e desconstruir a forma como a prostituição e a pornografia são exploradas pelo sistema. Ao advogar a mulher como principal protagonista e soberana de seu corpo, de seu desejo, de seu prazer e do seu sexo, iniciativas como a “Marcha das Vadias” se apodera do que antes é “propriedade privada” da sociedade machista e patriarcal, para se tornar uma ferramenta de expressão sexual das minorias. Pode-se então concluir que a proibição (repressão) em qualquer forma somente consolida a supremacia masculina.

Nota: destaque por conta da casa.

Iyalorixá será coordenadora de liberdade religiosa

A iyalorixá Gilda d’Oxum será a Coordenadora-Geral de Liberdade Religiosa do governo Lula. A pasta faz parte do ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, comandado por Silvio Almeida. Gilda faz parte da casa de axé Centro Cultural Ilê Odé Axé Omo Oxum, da Nação Keto, em São Paulo.

“A escolha de uma iyá para essa coordenação é muito importante para o momento em que estamos vivendo. Há muitas intolerâncias em todos os sentidos e temos que mudar esse cenário com muita veemência”, afirmou a nova coordenadora.

Dentro do ministério dos Direitos Humanos, a coordenação de Liberdade Religiosa integra a Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, que tem entre suas prioridades a promoção da cultura de paz e o respeito às diferenças.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/governo-lula-iyalorixa-sera-coordenadora-de-liberdade-religiosa/

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Sessão nostalgia da injustiça

Criaram um termo nas redes sociais conhecido como TBT ou Throwback Thursday. Consiste em postagens de fotos comparando dois momentos da vida do usuário, uma atual, outra vinda da infância.

Um Vale a Pena Ver de Novo em meme. Mas nem sempre essa lembrança vem a calhar.

Por exemplo, a notícia da absolvição de Silvio Berlusconi.

Citando:

Berlusconi é absolvido em caso sobre suborno de testemunhas - Político italiano havia sido acusado de pagar participantes de suas festas privadas para mentirem sobre envolvimento em prostituição de menores. Tribunal diz que acusação não ficou comprovada.Um tribunal italiano absolveu nesta quarta-feira (15/02) o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi no caso em que ele foi acusado de subornar testemunhas, principalmente mulheres, para mentir sobre seu suposto envolvimento em prostituição de menores.

O magnata de 86 anos era acusado de subornar 28 participantes de suas polêmicas festas privadas, apelidadas de bunga bunga, para dar um falso testemunho num julgamento anterior, no qual ele foi acusado de pagar para ter relações sexuais com uma dançarina então de 17 anos – num escândalo que ficou conhecido como Rubygate.

Fonte: https://www.google.com/amp/s/noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2023/02/15/berlusconi-e-absolvido-em-caso-sobre-suborno-de-testemunhas.amp.htm

Eu perdi uma excelente oportunidade para expôr a hipocrisia da sociedade, pois é de conhecimento público a existência de prostituição de menores, com a anuência de parentes e autoridades. Eu recordo de uma notícia em que um fazendeiro foi absolvido pelo tribunal mediante o indício de que a vítima (menor de idade) tinha a prostituição por ocupação. Dizer isso é arriscado, diante da Cruzada do Mundo Contemporâneo e da insistência (obscurantismo) de se definir a criança e o adolescente como um ser assexuado, inocente e ingênuo.

Berlusconi voltou à cena política da Itália pelas mãos da primeira ministra, Giorgia Meloni, que eu chamo de Cabeça de Melão e que chegou onde chegou trazendo de volta o Fascismo. Algo que só o Caturo, aquele português pagão esquisito, comemorou.
Resumo: a lei e a justiça funcionam de formas diferentes, conforme o prestígio de quem está sob análise.

O processo

Não, eu não estou falando do livro do Kafka.

Notícia veiculada em diversas páginas cristãs (junto com delírio, teorias de conspiração e fundamentalismo).

"Mãe cristã processa escola que obrigou filho de 4 anos a participar de evento LGBTQ+".

Ou essa, de uma página cristã fundamentalista, conservadora e reacionária, que fala em "liberdade religiosa" como se isso fosse uma justificativa e permissão para cometer o crime de homofobia.

ONU poderá restringir liberdade religiosa para defender agenda LGBT.

Alguém pode avisar ao dono da página que a declaração universal dos direitos humanos é para todos e que não pode ser usada para suprimir o direito dos outros nem acobertar crime de calúnia, injúria, difamação ou homofobia?

Na corte municipal de Squaredom, eu entro com uma pasta recheada de papéis. Eu consigo sentir o olhar judicioso das pessoas em minha direção. Eu não posso criticá-los, eu mesmo dei razões de sobra.

Eu ignoro a massa ignorante e falo com o funcionário do protocolo:

- Eu quero dar entrada nesta ação.

- Pois não. Qual a petição?

- Eu quero processar a igreja por obrigar meu filho a participar do grupo de estudo da Bíblia.

O funcionário torce o rosto, revelando que eu estou peticionando uma causa perdida.
Talvez eu tivesse o mesmo destino do personagem K (do livro citado) se eu entrasse com uma petição contra a igreja por interferirem no meu direito de liberdade de expressão e de religião ou no direito de liberdade de expressão e de sexualidade da comunidade LGBT.

Pode não dar em coisa alguma. Pode incomodar os fanáticos fundamentalistas. Pode fazer com que os cristãos progressistas saiam da inércia e comecem a fazer algo. Pode fazer com que o público comece a se posicionar contra esse absurdo.

Eu suspiro, porque nada disso vai me dar uma família, uma comunidade ou uma alta sacerdotisa. Eu fiquei tanto tempo acostumado a ser ignorado ou desprezado que reajo com desconfiança quando recebo alguma atenção ou carinho.
Eu estendi minha mão aos meus irmãos e fiquei no vácuo.
Eu estendi minha mão aos meus familiares e continuei sendo ignorado.
Eu estendi minha mão a uma pessoa que eu aceitei como minha amiga e sacerdotisa e não fui perdoado.
Eu ainda luto para tentar juntar meus pedaços depois de uma péssima experiência. Eu ainda luto para ter perdão, reconhecimento, respeito e até amor. Eu terei que continuar essa caminhada por mim mesmo, fazendo o que deve ser feito, porque isso é o certo.
A boa notícia é que, pela estatística, isso acaba em trinta anos. Quando acabar, eu estarei no meio do santo dos santos que fica entre as coxas da Deusa? 

sábado, 18 de fevereiro de 2023

A negação da política

Em entrevista à CNN nesta tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse:

Nunca se negou tanto a política como se negou nestes últimos 15 anos. E quando você nega a política o resultado é esse: Bolsonaro, Hitler, Mussolini. Quando você nega a política, o resultado é o surgimento do autoritarismo. Foi assim que o Hitler cresceu, que o fascismo surgiu no mundo e foi assim que o Bolsonaro chegou ao poder.

Como se sabe, o presidente não é o primeiro nem o segundo a comparar seu antecessor com os líderes de extrema-direita europeus da primeira metade do século 20. No caso desta tarde, a comparação se deu para destacar uma consequência, já muitas vezes observadas na História, da negação da política: o surgimento de um regime opressor, personalista e autoritário.

De fato, a negação expressa e o combate que chegava às vias físicas da política e da democracia alemã eram marcas orgulhosamente ostentadas pelo Partido Nacional Socialista e seus líderes, sobretudo Adolph Hitler.

Com o final da Primeira Guerra, o imperador alemão (kaiser) deixou o poder, foi instaurada uma república democrática parlamentarista (conhecida como República de Weimar). O Parlamento (Reichstag) abrigava um leque de partidos, dos comunistas aos nacionalistas e os nacional socialistas.

Adolph Hitler, em seus discursos políticos, abertamente dizia que pretendia extinguir a República de Weimar e fechar o Parlamento assim que chegasse ao poder, com o manifesto intuito de, assim, não abandonar mais o posto.

E foi isso mesmo que ele fez, em 1933, ano que chegou ao poder, ano em que fechou o Parlamento e ano em que colocou na ilegalidade o Partido Comunista Alemão e o Partido Social Democrata, bem como prendeu e matou a maioria de seus líderes, inclusive deputados e prefeitos eleitos.

Alguma semelhança com o manifesto esforço parlamentar de Bolsonaro e de seus filhos para tornar ilegal o Partido Comunista no Brasil? Essa é uma das principais bandeiras do olavismo. Alguma semelhança com o esforço bolsonarista para tornar o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, hoje o maior produtor de arroz orgânico do país) uma entidade terrorista? Alguma semelhança com Bolsonaro, quando expressava seu desejo de mandar a petezada para Ponta da Praia?

Alguma semelhança com o fato de ele tentar, via interpretação impossível do Artigo 142 da Constituição, construir um ambiente que pudesse dar margem a uma tentativa de perpetuação no poder, abandono das eleições, decretação de estado de sítio, extermínio da democracia?

O 8 de janeiro não foi o “Capitólio Brasileiro”, foi sim o “Incêndio do Reichstag Brasileiro”.

O que Bolsonaro tentou foi o que Hitler conseguiu: hackear a eleição e a democracia por dentro, fazendo uso de suas ferramentas para se voltar contra ela. Ou não foi o que tentou fazer, com violência política e manipulando impostos, preços dos combustíveis, benefícios e auxílios emergenciais, policiais rodoviários federais no dia da eleição, redes sociais com despejo maciço de mentiras?

Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do Terceiro Reich de 1933 a 1945, assim falou em entrevista concedida em 1935, conforme transcreve o historiador inglês Richard J. Evans, na página 540 de seu livro “A Chegada do Terceiro Reich”:

A estupidez da Democracia. Uma das melhores piadas da democracia será sempre ter propiciado a seus inimigos mortais os meios pelos quais foi destruída. Os líderes perseguidos do NSDAP (Partido Nazista) se tornaram deputados, e com isso adquiriram imunidade parlamentar, subsídios e passagens grátis para viajar. 

Ficaram assim protegidos da interferência da polícia, podiam permitir-se dizer mais que o cidadão comum, e além disso também tinham os custos de suas atividades pagos pelo inimigo.

Pode-se fazer um capital soberbo a partir da estupidez democrática. Os membros do NSDAP perceberam isso depressa e obtiveram enorme prazer.

Sou só eu que enxergo semelhança?

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/goebbels-prova-que-comparacao-de-bolsonaro-com-hitler-se-sustenta-na-historia/

Nota: desde que eu terminei o segundo ano escolar, era dito que essa postura apolítica do cidadão comum era resultado de um estratégia da elite. Hitler, Mussolini e Bolsonaro não eram o problema, mas o sintoma de uma mentalidade (zeitgeist), apenas cristalizaram isso, foram fantoches úteis dos verdadeiros mentores do horror do Nazismo e do Fascismo. 

Dupla violência

Uma criança de 12 anos, grávida pela segunda vez em um ano após vários estupros, está sendo mantida em um abrigo em Teresina há quatro meses. Ela deixou claro que queria o aborto legal ao ser levada ao hospital, com cerca de 12 semanas de gestação, mas foi liberada sem fazer o procedimento. Hoje, a menina está com o filho de 1 ano no colo e com cerca de 28 semanas de gravidez – segundo uma conselheira tutelar, ela teria tentado suicídio.

Em 6 de outubro do ano passado, a juíza Elfrida Costa Belleza, de Teresina, nomeou uma defensora pública para representar os interesses do feto, a pedido da defensoria. No dia seguinte, Maria Luiza de Moura Mello e Freitas, juíza responsável pelo caso, proibiu a publicação de notícias sobre o processo no estado, também a pedido da defensoria. Freitas atua como juíza auxiliar no Tribunal Regional Eleitoral e, por conta das eleições, Belleza assumiu as determinações a partir daquela semana.

A nomeação de um curador para o “nascituro” está prevista no Estatuto do Nascituro, projeto de lei proposto por deputados conservadores que quase entrou na pauta de votação na Câmara no final do ano passado. Discutido há mais de 15 anos, o estatuto tornaria o aborto ilegal até em casos de estupro de crianças. Além de não estar em vigor, o estatuto não tem base legal diante da Constituição e do Código de Processo Civil, que asseguram que apenas as pessoas nascidas com vida podem ter direitos e deveres plenos na sociedade.

“A defensoria não está atuando na proteção da criança, cumprindo o Estatuto da Criança e do Adolescente, e está criando essa anomalia”, criticou a advogada Beatriz Galli, do Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres e do Ipas, duas das 10 organizações que denunciaram o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, a CIDH. “A gente não tem previsto que o direito à vida começa desde a concepção e que o nascituro teria os mesmos direitos de uma criança nascida. É bastante preocupante esse precedente”.

Ainda que não seja requisito legal para a realização do procedimento, já que o aborto em casos de estupro e risco à vida da mãe já é permitido pela lei brasileira, um alvará autorizando o procedimento foi expedido em 28 de outubro pela juíza Elfrida Costa Belleza, da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina. A decisão, porém, foi suspensa pelo desembargador José James Gomes Pereira, em 12 de dezembro, a pedido da mãe da menina e da defensora do feto. “O direito está previsto no Código Penal desde 1940, então não tem como ser revogado com uma sentença judicial”, explicou Galli.

Mesmo ciente de que a gravidez da menina é decorrente de estupro e oferece risco à sua vida, o desembargador argumentou contra o aborto ao revogar a autorização para o procedimento. “Uma intervenção médica destinada à retirada do feto do útero materno pode representar riscos ainda maiores tanto à vida da paciente quanto à da criança em gestação (que, a meu ver, já atingiu formação suficiente para eventual sobrevida após o nascimento)”, escreveu Pereira. “Uma intervenção médica, a esta altura, corresponderia a um verdadeiro parto, não havendo como se autorizar a realização do aborto”.

Rosemary Farias, advogada, integrante da Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio do Piauí e do Coletivo Advocacia Popular Piauiense, questiona o fato de a defensoria ter atuado em duas frentes antagônicas: “A tese vencedora foi a da defensora que atuou pelos interesses do nascituro, tanto que foi revogada a decisão. Por que a defensoria não atuou de forma a garantir o interesse dessa criança, conforme o ordenamento jurídico nos permite?”.

Em sua decisão, o desembargador Pereira citou um relatório psicológico que apontou que a menina consentiu em manter a gravidez para entregar o recém-nascido para adoção. “A vítima mostrou-se equilibrada emocionalmente apresentando uma linguagem clara, objetiva e colaborativa. Durante o atendimento a adolescente relatou o desejo de continuidade da gravidez e de entregar a criança para adoção, trazendo a fala: ‘Não quero abortar’ e que a ideia de abortar a criança traz muito sofrimento”.

Três pessoas ligadas ao caso, no entanto, contestam o argumento e afirmam que a menina está abalada psicologicamente. Em 14 de setembro, após a constatação de que ela sofria estupros recorrentes, a criança foi acolhida no abrigo, onde passou a ser medicada, segundo a conselheira tutelar Renata Bezerra. “Percebi que a menina estava sendo dopada e questionei por que ela estava tomando medicação. As funcionárias responderam que ela havia tentado se matar. Eu perguntei à menina, e ela disse que não sabia por que estava tomando a medicação”, me contou a conselheira.

A advogada Jéssica Lima Rocha, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Piauí, também disse ter encontrado uma situação de estresse ao ir até o abrigo conversar com a menina. “Essa criança estava abraçada com uma boneca, se balançando de cabeça para baixo. Pouco ou nada ouvia do que eu falei ou do que eu tentei falar”.

Segundo o presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, André Santos, a menina teve uma crise de ansiedade ao saber que os pais não aprovaram o aborto e precisou de medicação. “Ela trata o bebê [filho de 1 ano] como boneca, isso choca a gente. São tantos direitos violados, é um crime institucional. O Judiciário não fala, a Secretaria de Saúde não fala, ninguém fala sobre a situação, porque querem esconder a omissão do estado. Quem está sendo prejudicada é a criança, que tem prioridade absoluta”, afirmou.

Os relatos sobre o estado da menina são contemplados na denúncia feita à CIDH. Nela, afirma-se que há “evidências de automutilação e outros sintomas de efeitos na saúde mental da menina, sem clareza quanto ao atendimento médico recebido”. Segundo a conselheira tutelar Renata Bezerra, a criança precisou ser medicada para ansiedade por algumas semanas, mas já parou de tomar os remédios.

Procurada, a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí informou que não se manifesta sobre o teor das decisões dos juízes ou desembargadores, ressaltando que, segundo a Lei Orgânica da Magistratura Nacional, os profissionais devem se manifestar apenas nos autos processuais.

Fonte (citado parcialmente): https://theintercept.com/2023/01/30/aborto-juiza-piaui-antecipa-estatuto-nascituro-crianca-estuprada/

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Teologia, Religião e Dungeons & Dragons

De acordo com o Wikipédia:

Dungeons & Dragons (Português: Masmorras e Dragões) (comumente abreviado como D&D ou DnD), é um jogo de interpretação de papéis de alta fantasia criado por Gary Gygax e Dave Arneson e publicado pela primeira vez em 1974 nos Estados Unidos pela TSR, Inc., empresa fundada por Gygax e Don Kay em 1973.

Eu vivi a época, mas não fui capturado. Dungeons & Dragons é o avô dos jogos eletrônicos de RPG. Como eu perdi a chamada de resumos: Anime, Religião e Teologia, eu vou fazer uma ponte entre ambos os temas, pois o universo dos desenhos (incluindo animes) é mais interessante e menos pretensioso.

A referência imediata é a série Caverna do Dragão (Brasil, 1985 - 2014) que fez a alegria do público infanto-juvenil e deu o tom para outras versões/adaptações, onde predomina a falta de rigor mitológico. Os personagens míticos eram lançados na narrativa despersonalizados do folclore, da cultura e de suas identidades, são estereotipados, caricaturais e tendo que sofrivelmente  dar sequência ao roteiro.

No anime, eu posso indicar o engraçado Dungeon ni Deai o Motomeru no wa Machigatteiru Darou ka? (Traduzido: É Errado Pegar Uma Garota Em Uma Masmorra? BR)
Ali vemos a saga de Bell Cranell que parece ser (spoiler!) filho de Zeus, tentando ganhar a vida como explorador de masmorras, sob a proteção e tutela de Héstia, estilizada pelos criadores do anime como uma Loli peituda (horror! blasfêmia! sacrilégio! só que não!). A parte que deve chamar a atenção do pagão moderno é a relação de Bell e Héstia como "família", o papel do "familiar" é crucial na Bruxaria.

Então Héstia e sua família (constituída apenas por Bell) têm que competir com outras famílias, capitaneadas por outros Deuses e Deusas. Tem comédia e muito "fan service".

Mais pesado (erótico) é o anime Harem in the Labyrinth of Another World, ou (se tiver coragem) Interspecies Reviewers. A mesma salada bagunçada de personagens míticos desprovidos de sua identidade, mitologia ou cultura.

No cinema, eu posso indicar as adaptações da série Percy Jackson, para quem gosta de filme de roteiro fraco e ralo, sirva-se. A série (em livro) é voltada ao público infanto-juvenil (como o Caverna do Dragão), mas muito piorada na versão cinema por ser pretensiosa.

Como eu sou antiquado, eu prefiro (o filme) Fúria de Titãs e Jasão e os Argonautas.

O bolsonarismo paulista

O governador bolsonarista do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou com vetos um projeto de lei de deputados também apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que proibia a exigência do cartão de vacinação contra a covid-19 para acesso à locais públicos e privados no estado.

No documento sancionado por Tarcísio, consta a previsão de que não haverá mais a obrigatoriedade da apresentação do cartão de vacinação, exceto à profissionais da saúde, que por conta da área de ofício, podem ter contato com pessoas mais propensas a desenvolver formas graves da doença, como idosos e imunossuprimidos.

Antes da ação de Tarcísio, eventos como shows e até provas de vestibulares como a Fuvest exigiam a comprovação de vacinação.

A sanção também culminou no veto do artigo que previa proibir a exigência do documento para a realização de atendimento médico ou ambulatorial, inclusive para cirurgias eletivas, nos serviços de saúde públicos ou privados. O governador também vetou outros artigos, como o que proibia a exigência do documento para servidores públicos e para ingresso em escolas públicas ou privadas.

A justificativa apresentada pelo governo foi a de que o estado de SP alcançou os mais altos índices de cobertura vacinal do país, com mais de 90% da população imunizada, e que reforçará o trabalho de conscientização com a realização de campanhas de vacinação para todas as idades.

“A Secretaria de Saúde e o Governo de SP são favoráveis à vacina e entendemos que ela é o melhor instrumento que une custo e efetividade para a prevenção de doenças. O que está em discussão é apresentação do comprovante em determinadas situações”, disse em nota divulgada, Eleuses Paiva, secretário estadual de Saúde.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/bolsonarista-tarcisio-proibe-exigencia-de-comprovante-de-vacina-contra-covid-19-em-sp/

Sonaira Fernandes (Republicanos), secretária estadual de Políticas para Mulheres em São Paulo, falou em acabar com o uso de máscaras utilizando a “verdadeira ciência”. Bolsonarista, ela diz que a medida não tem eficácia comprovada.

Em uma publicação nas redes sociais, a secretária citou o envio de um ofício do Conselho Federal de Medicina (CFM) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No documento, o presidente do CFM elenca dados que, segundo ele, contrariam a necessidade do uso da proteção em aviões e aeroportos.

Isso é o que Sonaira chama de “verdadeira ciência”. De acordo com o ofício do CFM, “máscaras de pano ou tecido são inúteis para formar barreira contra vírus” e “além de não ter evidência de proteção, existe evidência de agravos à saúde dos tripulantes, passageiros e ao meio ambiente”.

“A prevenção à transmissão da c*vid 19 é uma preocupação de todos nós, mas a verdadeira ciência indica que impor à população o uso de m@scaras (que não têm eficácia comprovada) é um erro” (sic), afirmou Sonaira. No passado, ela já tentou derrubar o passaporte da vacina na capital paulista e dificultar a imunização de crianças e adolescentes contra o vírus.

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/secretaria-do-governo-tarcisio-se-manifesta-contra-uso-de-mascaras-e-cita-verdadeira-ciencia/