segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Além da gramática

247 - O Supremo Tribunal Federal inicia às 11h desta sexta-feira (1º) a sessão virtual do Plenário para o período de 1º a 11 de novembro o julgamento sobre a proibição do uso de linguagem neutra, ou não-binária, nas escolas da cidade de Votorantim (SP).

Nesta forma de comunicação, não se usa artigos "a" ou "o" para diferenciar o sexo das pessoas. Essas vogais seriam substituídas por "u" ou "e". Veja o exemplo: as palavras "elu" e "todes" ficam no lugar dos pronomes pessoais "ele" ou "ela", e também substituiriam o pronome indefinido "todos".

A possível proibição da linguagem neutra foi questionada por representantes da Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas, Aliança Nacional LGBTI+ e da . Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgênero -

No Brasil, 3 milhões de pessoas (2% da população adulta, aproximadamente) se identificaram como transgênero ou não-binárias, de acordo com pesquisa feita pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp).

Os termos "transgênero" e "transexual" podem ser usados para identidades masculinas e femininas. A palavra "travesti" é utilizada apenas para pessoas trans com identidades femininas (nasceram homens, mas se identificam como mulheres). Ao usar artigos ou pronomes, o correto é "ela" ou "a travesti".

Transgênero é quem não se identifica com o gênero que foi atribuído no momento do nascimento. Pessoas não-binárias possuem uma identidade de gênero que não se enquadra no binarismo homem-mulher.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/supremo-retoma-julgamento-sobre-a-linguagem-neutra

Nota: aos conservadores, reacionários, direitistas e fundamentalistas cristãos eu recomendo a leitura do livro de Sexto Empírico, "Contra os Gramáticos". A definição do gênero de uma palavra é arbitrária e uma mera convenção.

Uma aliança inesperada

Tojita jogou a mochila no canto do quarto, afundando no colchão fino. O dia na escola havia sido uma montanha-russa de emoções. A ameaça da garota do terceiro ano, a inesperada proteção de seu antigo inimigo... Tudo era tão surreal. Mas a vida na rua, a constante vigilância, a solidão do exílio, eram ainda mais reais.

Ao ouvir a porta se abrir, sentou-se na cama, esticando o pescoço para ver quem era. Seu tutor, um homem de meia-idade com um olhar gentil por trás dos óculos, entrou carregando uma bandeja fumegante. O aroma de ramen caseiro se espalhou pelo cômodo, despertando em Tojita uma fome que nem sabia que tinha.

"Preparei seu prato favorito, Tojita," ele disse, colocando a bandeja sobre uma pequena mesa improvisada. "Sei que o dia foi longo."

A garota sorriu fraco, sentindo um nó na garganta. Aquele homem, um estranho no início, havia se tornado sua única família em Tóquio. Ele a protegia, a alimentava, a aconselhava. Era a única pessoa em quem ela podia confiar.

"Obrigado," murmurou ela, começando a comer.

"E tem mais notícias," ele continuou, sentando-se em uma cadeira ao lado da cama. "Teremos uma visita importante esta noite."

Tojita ergueu uma sobrancelha, curiosa. "Quem é?"

"Um velho conhecido seu," ele respondeu enigmaticamente. "Alguém que pode ser de grande ajuda em nossa luta contra a Crimson."

Um arrepio percorreu sua espinha. Ela sabia exatamente de quem ele estava falando. Seu coração acelerou e suas mãos começaram a suar. Seu antigo adversário, o garoto que a havia desafiado inúmeras vezes no seu passado como garota mágica. O garoto que ela havia aprendido a respeitar, mas também a odiar.

A campainha tocou, interrompendo seus pensamentos. Tojita congelou, sentindo o sangue pulsar em suas veias. Ele estava aqui.

Seu tutor se levantou e foi até a porta. Ouviu-se uma breve conversa e, em seguida, a porta se abriu. Tojita fechou os olhos com força, respirando fundo. Quando os abriu, ele estava lá, parado na porta, olhando para ela com uma expressão indecifrável.

Era estranho vê-lo fora dos conflitos, enquanto estava na Crimson. Seus cabelos estavam mais longos, suas roupas mais casuais. Mas seus olhos... Seus olhos eram os mesmos, intensos e penetrantes.

"Tojita," ele disse, seu tom de voz suave. "Prazer em te ver."

Tojita não conseguiu responder. Milhões de pensamentos se chocavam em sua mente. Raiva, ódio, medo, surpresa... E, por incrível que pareça, um pingo de... expectativa?

Aquele encontro prometia ser o início de uma nova etapa em sua vida. Uma etapa cheia de incertezas, mas também de esperança. Afinal, quem diria que seus maiores inimigos poderiam se tornar seus aliados?

A noite se estendia, e a conversa entre os três se prolongava. Tojita ouvia atentamente, tentando entender os planos para o futuro. A luta contra a Crimson era apenas o começo. Uma nova jornada estava prestes a começar, e ela estava pronta para enfrentá-la, seja qual fosse o desafio.

Criado com Gemini, do Google.

Bendita sois vós

Era a hora nona quando um povo recalcado, oprimido e reprimido clamava pela execução de um inocente. O povo precisava expurgar seus medos e inseguranças na figura do inocente e os poderosos irão lhes fornecer.

Uma execução pública é um espetáculo que entorpece, entretêm e mantêm o povo subjugado. Os poderosos precisavam de um corpo e não faltam a estes colaboradores para apontarem o inocente que carrega sobre si os sinais e marcas que a sociedade projeta. Os colaboradores dos poderosos são os lideres de organizações religiosas e políticas, cujo poder e influencia dependem de manter o povo na ignorância, no ódio, no preconceito e na intolerância.

Não foi suficiente sacrificar o Ungido, pois o sistema está construído sobre a segregação, a miséria, a desigualdade. Aquele que chamaram de Cristo foi judeu, herege, bruxa, cigano, negro, imigrante, mulher, homossexual e agora é transgênero. Os capangas do poder apontam o alvo e os poderosos podem fornecer ao povo o espetáculo.

Eis o corpo! Seu nome é Viviany Beleboni, queria eu que fosse Babalon! Bendita sois vós! Pois de ti vem as palavras de inclusão! Que de seu belo corpo desnudo e castigado pelos açoites da rejeição nos livre a todos do fundamentalismo cristão. Suba no palco, suba no trio elétrico, faça de seu belo e desejado corpo o linimento para todos os que sofrem com a perseguição.

Eis a Paixão! Ela tomou sobre si as dores de muitas pessoas e sua cruz representa os muitos inocentes que foram assassinados simplesmente por serem diferentes. Deus Pai, Deusa Mãe, Nossa Senhora do Arouche, perdoai-nos, por que não sabemos o que fazemos!

Sim, Ungida, nós te bendizemos e veneramos, pois teu ato de coragem denunciou ao povo quem são os seus verdadeiros inimigos! Aceita nossa perece, pois que o sagrado e o divino são todos os gêneros. Sagrado é o masculino, sagrado é o feminino, sagrado é o heterossexual, sagrado é o homossexual, sagrado é o transgênero.

Vinde, então, Babalon. Livra-nos do medo de ser, de sentir, de amar. Livra-nos da vergonha de aceitar nosso prazer, de aceitar nossos desejos e de aceitar nosso corpo. AMÉM!

Nota: texto originalmente escrito e publicado em 2016, em um blog que foi extinto.

domingo, 3 de novembro de 2024

Arriscando na diversidade

Em uma das muitas salas de reunião da Disney Company, executivos da Marvel e da Pixar conversam em busca de um projeto em comum.

- Nós precisamos de ideias novas.

- Não está bom, com a franquia Vingadores e outros personagens Marvel?

- Bom, bom, está. Mas os fãs querem mais. Está ficando tudo muito previsível, repetitivo.

- Mas o nosso público é mais infantil.

- No entanto, a ideia de vocês, a franquia das princesas, foi um enorme sucesso. Queremos algo assim na Marvel.

- Bom, você exploraram bastante a mitologia nórdica, não foi?

- Sim, nós nos apropriamos dessa rica mitologia.

- Que tal usar algo da mitologia hindu?

- Ah, não! Vão falar que viramos Bolliwood!

- Pensaram na mitologia sumeriana e babilônica?

- Quem sabe ou tem algum livro sobre essas mitologias?

Não tinham nem sabiam. Fizeram dois times e começaram a percorrer pelos corredores e salas da Disney Company, procurando por alguém que soubesse ou tivesse um livro falando sobre essas mitologias do Oriente Médio.
Em uma sala onde se reuniam redatores e ilustradores, acharam um grupo que estava tentando adaptar os animes de garotas mágicas para o padrão Disney. uma dessas roteiristas era wiccana (ou dizia ser) e sabia tudo sobre a mitologia sumeriana e babilônica.
Com a oferta de uma generosa promoção e aumento substancioso no salário, a garota, estagiária, forneceu assessoria aos executivos da Marvel e Pixar por uma série de filmes e animações com os Deuses da suméria e babilônia.

- Vamos ver se eu entendi. Os Annunaki são deuses que vieram do espaço?

- Sim, de acordo com a mitologia sumeriana e babilônia, eles que geraram o ser humano através de manipulação genética.

- Nossa, isso vai causar rebuliço com judeus, cristãos e muçulmanos.

- Enki pode ser considerado o pai da civilização?

- Ele drenou as águas onde tornou possível a criação das primeiras cidades.

- Nossa, isso vai causar rebuliço com gregos, italianos e ingleses.

- Eu gostei dessa Deusa. Inanna.

- Eu gostei de Ishtar. São a mesma pessoa?

- Existem controvérsias. Podem ser aspectos de uma mesma Deusa ou podem ser Deusas distintas.

- Espera. Ishtar não foi usada em um anime, Fate Grand Order?

- Foi, mas não foi uma adaptação aceitável.

- Nós falamos tanto em multiverso. Seria possível contactar com essas Deusas?

- Quereis falar conosco, mortais?

Um facho dourado surge do teto e de dentro dele sai duas figuras esplendorosas. Eram as Deusas Inanna e Ishtar.

- Oh, meu... Quando eu li sobre a mitologia nórdica, eu fiquei muito interessado por Freya. Mas essas Deusas...

- Sim, eu sei. São extremamente sensuais. Talvez demais para o público da Pixar.

- Talvez demais para o Multiverso Marvel. Até Thanos seria facilmente vencido por essas Deusas.

- Nós podemos restringir um pouco nossa excessiva sensualidade. Mas para vossos projetos, nós temos uma sugestão.

- Qual seria, Deusas?

- Tcharã! Venha, amiga!

Um facho vermelho veio do chão e de dentro dele surge uma mulher incrivelmente linda, alta, longos cabelos escuros e olhos cor de púrpura.

- Saudações, mortais. Eu sou a Primeira Mulher. Aquela que se rebelou contra os Elohim e a submissão humana. Aquela que muitos consideram, ou um demônio ou uma Deusa.

- Eu... não acredito... seria possível... Lilith?

- Sim, mortal. Eu vejo que eu não fui esquecida.

Os executivos ficaram com brilho nos olhos. Era perfeito. Drama, tragédia, traição, conspiração. Lilith tinha uma beleza fenomenal, um corpo magnífico e sabia se vestir com classe e elegância.
Um instante enquanto eu tento parar de babar.

Os executivos colocaram uma pequena e breve referência ao massacre do povo palestino. Uma referência crítica ao poderio e interferência militar dos EUA. Uma referência crítica apontando a responsabilidade da crise climática ao sistema capitalista.

Evidente que eu paguei pelo ingresso e fiquei na primeira fila. Com óculos 3D.

- Escriba... eu sei que me amas. Eu te disse diversas vezes que eu sei que existe, eu sei que escreveu sobre mim e eu tenho enorme carinho por você.

- Oh, amada musa... tem coisas que eu não posso escrever. Mas eu posso falar em teu ouvido...

(rindo)- Eu sei bem o que quer. Que se dane a audiência. Venha e vamos realizar o nosso ritual de sempre.

Prezado/a leitor/a, dá licença que eu tenho que me ausentar. Eu tenho um ventre a preencher com meu creme de nozes.

Sem financiamento

A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), principal agência de fomento à ciência no estado, tornou-se alvo de uma representação junto ao Ministério Público, feita pela Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), após se recusar a financiar estudos contemplados com bolsas de mestrado e doutorado. Grande parte das pesquisas barradas aborda temas como gênero, sexualidade e política.

O documento, assinado pelo presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, denuncia que a decisão da Fapesc se baseou em “critérios opacos, genéricos e dissociados da natureza universal dos Editais.” A denúncia se concentra em três editais da Fapesc, todos estipulando que os Programas de Pós-Graduação teriam autonomia na seleção e concessão das bolsas. No entanto, a Fapesc ignorou essa regra, rejeitando o financiamento de bolsistas indicados com a justificativa de que faltaria “correlação direta entre os temas e o desenvolvimento regional do Estado.”

Estudos relacionados ao ativismo político e de gênero, como uma pesquisa sobre as mulheres que protestaram contra Jair Bolsonaro em 2018 e outra sobre o turismo LGBT em Florianópolis, foram barrados. Até uma proposta sobre pedagogia teatral com crianças foi considerada “inadequada” pela Fapesc. Segundo a SBPC, pelo menos 16 propostas que envolvem gênero, direitos humanos, saúde pública e movimentos sociais foram rejeitadas.

A SBPC já havia alertado para o que chamou de “critérios não acadêmicos adotados pela Fapesc” e reforçou que decisões de fomento científico deveriam basear-se em razões cientificamente sólidas. Embora a Fapesc financie editais temáticos, em setembro o único estudo sobre gênero e misoginia foi indeferido, enquanto temas de política e educação foram aprovados, revelando um viés nos critérios.

O Instituto de Estudos de Gênero da Universidade Federal de Santa Catarina, uma das maiores referências na área no Brasil, publicou uma nota de repúdio, denunciando a censura aos temas de gênero e sexualidade como violação à liberdade acadêmica. O instituto ressaltou que a própria Fapesc afirma promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que incluem direitos humanos e igualdade de gênero.

O Portal da Transparência de Santa Catarina revela que a Fapesc tem um orçamento de mais de R$ 176 milhões, com R$ 67,4 milhões liquidados. Para bolsas, ainda restam mais de R$ 40 milhões disponíveis. Mesmo assim, esses recursos estão sendo negados a pesquisas de alto impacto social, evidenciando uma postura seletiva e restritiva por parte da Fapesc.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/santa-catarina-barra-financiamento-de-pesquisas-sobre-genero-sexualidade-e-politica/

Nota: isso é obscurantismo. Por ter sido em Santa Catarina, reduto de bolsonarismo e (neo) nazismo parece ser auto explicativo.

No fundo do vale

Jack e Jill
Eles desceram para o vale
Era uma tarde de outono
O sol estava coberto por nuvens
Naquela época do ano
Os moradores locais disseram
Que este era o Vale das Sombras

No fundo do vale há um rio
Os moradores locais disseram
Que este era o Rio Estige

Veja, Jill
Jack disse
As pessoas temem o vale
Eles o chamam de Vale das Sombras
E eles chamam o rio de Estige

Isso não é novidade
Jill disse
As pessoas temem o que não conhecem
Mas olhe ao seu redor
Quantos animais vivem aqui
Quão coloridas são as flores

Sim, o Vale das Sombras
Para aqueles que sabem ver e entender
É onde fica o Paraíso

Esta é a poesia
Que o Bardo Sapo cantou

Cante, Bardo Sapo
Cante sobre a beleza de Jill
Disse Jack

Isso não é justo
Aqui eu canto
Mas é você quem colhe a flor
Disse o Sapo Bardo

Cante então, Bardo Sapo
Se me agrada
No meu jardim você pode entrar
Disse Jill

O sapo Bard cantou
Jack não gostou
Dessa vez outro ficou
Entre as coxas de Jill

Os peixes nadam rio acima
Algo mais vai rio acima
No meio do creme de nozes
Algo como um girino
Procura algo para fertilizar

Sapo Bardo não tenha medo
Disse Jill
Eu comi muitas mandrágoras
Estou cheia de contraceptivos
Então use também
Minha porta de trás

Se estivéssemos em Maio
Debaixo do poste de Beltane
A história seria diferente

sábado, 2 de novembro de 2024

It’s complicated

Em muitos textos aqui, eu rasgo o verbo, elogiando a sacralidade do hiero gamos e minha estranheza diante do puritanismo entre meu povo. Eu entendo a necessidade de levantar a bandeira da inclusão. Mas não entendo a rejeição e negação (omissão? ocultação?) da deliciosa sexualidade da Deusa.

Então, quando Steven Posch escreveu um texto falando de mitos tão… cheios de tabus… eu imagino o melindre entre os pagãos dos últimos dias, como diz Steven Posch.

Citando, traduzido com Google Tradutor: 

Há muito tempo, no alvorecer dos dias, a Grande Mãe, em sua fecundidade, deu à luz o Primeiro Homem e a Primeira Mulher. Desde quando os gêmeos são considerados pelo nosso povo, os Dobunni, um sinal de generosidade e boa sorte; e estes foram o primeiro homem e a primeira mulher em todo o mundo.
Por sua vez, a Primeira Mulher também deu à luz, como sua mãe, e em sua fecundidade ela também deu à luz gêmeos, um menino e uma menina.
Novamente em sua fecundidade ela deu à luz gêmeos, e estes também eram um menino e uma menina.
Repetidamente, em sua fecundidade, ela deu à luz sete pares de gêmeos no total, cada par era um menino e uma menina.
Quando chegou a hora de seus filhos se casarem, o Primeiro Homem e a Primeira Mulher separaram os pares de gêmeos, para evitar o incesto. O menino do primeiro par eles casaram com a menina do sétimo par, e assim por diante.
Mas o quarto casal se apaixonou e se casou incestuosamente.
E é daí que vêm os Catuvellauni.

Retomando. Perturbador? Não, se considerarmos a mitopoética de Cristo. Mas eu deixo isso para outra postagem.

E em outro texto, uma entrega maravilhosa.

Citando, traduzido com Google Tradutor:

Repetidamente, os mortos da Idade da Pedra Média eram sepultados com um par de chifres emoldurando o corpo ou a cabeça, salpicados com ocre vermelho.

O porquê aqui é bastante claro: proteção, renascimento, nova vida.

Mas também vemos aqui um quem?

É preciso ter em mente que na arte da Idade da Pedra Antiga europeia, da Espanha à Sibéria, duas figuras humanas — em uma Era de Arte Animal — ainda assim surgem repetidamente, com frequência suficiente para nos fazer pensar que talvez estejamos vendo alguma mitologia ancestral primitiva: a Mulher Gorda e o Cara com Chifres.

Retomando.
Sim, leitor. Isso é algo que os diânicos vão tentar esconder e negar. Ao lado das figuras das chamadas Vênus do Neolítico, invariavelmente tinha um bisão representado. Ao lado da Deusa Primordial, um Deus Touro.

Quem tiver entendimento, entenda.

A parábola do lobo

Ouvi falar de um pastor que ama tanto suas ovelhas que as busca nos montes e vales. Um pastor que dá a vida por elas. Que história mais estranha!

Eu, como lobo, posso garantir que o amor de um pastor por suas ovelhas é bem diferente do amor que eles pregam. O pastor ama suas ovelhas como um fazendeiro ama suas vacas: para tirar proveito delas. Ele as tosquia para ter lã, as engorda para ter carne, e as vende no mercado para ter lucro.

E as ovelhas? Elas são apenas animais, criados para servir. Não têm voz, não têm escolha. Seguem cegamente o pastor, acreditando em suas promessas de um pasto verde e águas tranquilas.

Mas e os humanos? Dizem que são feitos à imagem e semelhança de um deus, mas agem como ovelhas. Seguem cegamente seus líderes religiosos, acreditando em promessas de um paraíso depois da morte. Enquanto isso, no mundo real, sofrem com a desigualdade, a injustiça e a exploração.

Eu, lobo, sempre fui o vilão da história. Mas, observando aqueles chamados de 'pastores', começo a me questionar se sou tão diferente assim. Vejo-os cuidando de suas 'ovelhas', prometendo pastos verdes e águas tranquilas. Mas, ao olhar mais de perto, percebo que esses pastos são cercados por muros altos e que a água é racionada.

As ovelhas são dóceis, aceitam qualquer coisa que lhes digam. Acreditam cegamente em um pastor que promete proteção, mas que, no fundo, as mantém em um aprisionamento confortável. Elas são tosquiadas ano após ano, sua lã vendida para enriquecer aqueles que as exploram.

E eu? Sou apenas um lobo, seguindo meus instintos. Caço para sobreviver, e as ovelhas são parte do meu ecossistema. Mas, ao menos, sou honesto sobre minhas intenções. Não prometo um paraíso que nunca chega.

Criado com Gemini, do Google.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

A teologia fast food


Em tempos em que a fé se mistura com o fast food, e a busca pela salvação se confunde com a busca pelo próximo Whopper, nada mais natural do que um pedido tão... peculiar. Afinal, quem nunca sentiu uma fome espiritual e carnal ao mesmo tempo?
(Sugestão do Gemini)

A cena, patética, ocorreu em alguma praça de alimentação, em algum shopping.
O templo do consumismo teria se transformado em mais um caça níquel da Universal?
Ou é apenas mais uma versão da carência cristã, dessa necessidade irritante de fazer proselitismo?

Pensando bem, o lugar não podia ser mais apropriado.
Afinal, fast food tem muito a ver com a "salvação" oferecida por Cristo.

Reflita comigo. O Burger King é apenas uma das muitas redes de fast food.
Um local para quem quer comer e não tem tempo para esperar o prato ficar pronto. Daí o nome "fast food".
Tem a concorrência. Mc Donald's e Bob's, para falar nos mais conhecidos por aqui.
Quem lembra do Jack in the Box? Quem comeu no Arby's?

Seria então uma jogada de marketing?
Tipo, compre seu whopper e receba seu Jesus de plástico?
Afinal, falamos de coisas industrializadas e artificiais.
Quem conseguiu assistir ao vídeo de como o McDonald's prepara os hambúrgueres sem se sentir enojado, parabéns.

Então temos muitas opções. Tudo vem em um combo.
Excessivamente salgado e gorduroso. Nem vou falar dos produtos químicos, conservantes e quetais.
Um maluco fez um documentário mostrando o que acontecia se comesse apenas McDonald's por um mês.
Quem quiser, veja, "Big Size Me".

Essa talvez seja a única exceção, quando se fala de Cristo e seus viciados (Jesus Freaks).
O Cristianismo omite e rejeita a concorrência. Tenta erradicar e apagar.
Mas nós estamos aqui. Apesar de tudo. Apesar da Inquisição. Apesar do genocídio e do aculturamento.

Mas é igualmente algo que se sustenta porque é "vendido" com um combo.
Igualmente artificial, imposto massivamente e nada saudável.
Com possíveis efeitos colaterais.

Drive through da salvação?
Mediante o pagamento de uma módica quantia?
Deixa eu fazer um drive over Cristo.

Quem quiser me agradar, pague um almoço de comida japonesa, chinesa, coreana ou mexicana.
Para a coitada que fez a cena, eu recomendo consultar, urgente, um psiquiatra.

Mimizentos

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados vai discutir, a partir desta terça (29), um projeto de lei que torna crime a falsa acusação de nazismo. As principais autoras da medida são as deputadas federais bolsonaristas Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP).

“Chamar alguém de nazista é hostil, grave e causa dor profunda e sofrimento à vítima, pode gerar prisão ou, em regra, pena alternativa, bem como o dever de indenizar, uma vez que extrapola, em muito, uma discordância ou livre debate de ideias, o que, por si só, abala a honra subjetiva de qualquer indivíduo”, diz o projeto.

O colegiado é presidido pela também bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC) e a relatora da ação é Júlia Zanatta (PL-SC), que já emitiu um parecer favorável dizendo que “acusar falsamente, de forma leviana, um indivíduo de compactuar com os ideais nazistas é conduta que constitui grave depreciação à sua moral, a justificar uma resposta penal proporcional à sua gravidade”.

O texto das bolsonaristas ainda afirma que “muitas vezes palavras lançadas agridem mais que armas, causando feridas que não cicatrizam jamais”. O projeto de lei prevê reclusão de dois a cinco anos de prisão e multa a quem acusar falsamente alguém de ser nazista.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/extrema-direita-quer-tornar-crime-chamar-nazistas-de-nazistas-causa-dor/

Nota: coitadinhos. Tio Adolfinho não curtiu. 🤭😏

Ópera e arte


Fiéis católicos de Toulouse (França) estão revoltados com os ensaios de uma ópera urbana, cuja estreia está marcada para o fim do mês na cidade, por acreditar que o espetáculo tem "conotação satânica".

Frequentadores de igrejas de Toulouse estão classificando a ópera como uma "celebração do lado sombrio", de acordo com a agência France Presse.

Tudo por casa dos gigantes mecânicos feitos de madeira e aço, fabricados pela empresa La Machine.

"É sobre transformar a cidade num teatro, e sair para encontrar os moradores com máquinas extraordinárias e monstruosas que têm quase 12 metros de altura e que acessam as janelas e sacadas do quarto andar de uma casa. E então é um encontro entre essas máquinas, mas um encontro entre essas máquinas no espaço público, e um diálogo com a cidade que se torna um imenso teatro. Então esse é o show que vai acontecer, que se chama 'La Porte des ténèbres' (O Portal das Trevas)", defendeu-se François Delarozière, diretor artístico de La Machine.

Parte das preocupações dos fiéis vem de um dos gigantes, que é uma recriação de Lilith, conhecida como a "mulher do Diabo". Ela é operada por uma artista.

"Se eu levanto meu cotovelo, ela levanta o cotovelo, se eu dobro meu cotovelo, ela dobra o cotovelo. Então, para mim, é mais como se eu fosse o braço esquerdo dela, eu trago o braço esquerdo dela à vida, quero dizer, eu estou dentro de Lilith sendo o braço esquerdo dela, interagindo com tudo ao redor dela, também em comunicação direta com o braço direito, para que possamos fazer movimentos juntos, por exemplo, quando nós lançamos feitiços", explicou Aline Brugere.

Fonte: https://extra.globo.com/blogs/page-not-found/post/2024/10/fieis-catolicos-se-revoltam-com-conotacao-satanica-de-opera-com-gigantes-mecanicos.ghtml

Nota: como era de se esperar, o medo e protesto de mentalidade medieval. Eu espero que essa ópera e arte venha para São Paulo. O robô "Lilith ", principalmente. Tem um aspecto aracnídeo, mas eu fiquei apaixonado 🥰.

A viagem da minha vida

Roberto, um escritor brasileiro de 59 anos, sempre fascinado pelas lendas e mitos que permeavam a humanidade, jamais imaginou que sua própria vida se entrelaçaria tão profundamente com uma das figuras mais enigmáticas da mitologia: Lilith. Uma noite, durante um profundo estado meditativo, Roberto sentiu uma força irresistível puxando-o para além dos limites de sua consciência.

Ao abrir os olhos, estava em um lugar de luz intensa e beleza indescritível, um reino espiritual que transcendia qualquer compreensão terrena. Seres luminosos, com rostos serenos e olhos que pareciam penetrar sua alma, o receberam com cordialidade.

“Qual é o seu nome, irmão?”, indagou um deles, sua voz ecoando como um sino suave. Roberto, sem hesitar, respondeu: “Roberto”.

Um sorriso gentil, porém enigmático, surgiu nos lábios do ser luminoso. “Roberto não é o seu nome verdadeiro, filho. Seu nome verdadeiro é... Azrael.”

Um choque percorreu o corpo de Roberto. Azrael, o anjo da morte em algumas tradições, era agora seu nome? A confusão se dissipou quando os seres luminosos iniciaram uma profunda análise de sua essência.

“Azrael, você carrega consigo a benção dos Deuses Antigos, a Chama da Criação. Essa chama arde em seu interior, concedendo-lhe o poder de moldar a realidade com a força do pensamento e a habilidade de curar as feridas da alma.”

A revelação o deixou perplexo. A Chama da Criação, um poder divino que ele jamais imaginara possuir. Mas havia mais.

“E vemos em você um amor profundo e uma devoção intensa por Lilith, a Deusa da Liberdade. Sua alma vibra em sintonia com a dela, e é por isso que o guiamos até seu reino.”

Com essas palavras, Roberto foi envolto por uma luz cegante e, quando ela se dissipou, estava diante de um portal que se abria para um reino de beleza sombria e sensualidade exuberante.

Ao atravessar o portal, Roberto se viu em um jardim exuberante, adornado por flores negras e árvores que tocavam o céu com seus galhos retorcidos. No centro do jardim, em um trono de ébano, estava Lilith, a Deusa da Liberdade. Seus olhos, como duas esmeraldas escuras, penetraram em sua alma.

“Azrael, filho da Chama da Criação”, sua voz era como a melodia de um sino antigo, “você, que carrega em si a essência da rebeldia e da busca pela verdade, está em casa. Aqui, você encontrará a liberdade que sua alma anseia.”

Roberto, prostrado diante de Lilith, sentiu uma profunda conexão com a Deusa. A Chama da Criação dentro dele ecoava em sintonia com a energia que emanava dela. Neste encontro, Roberto descobriu não apenas seu verdadeiro nome e seu propósito, mas também a profundidade da conexão que o unia a uma das figuras mais controversas e fascinantes da mitologia.

A partir daquele momento, a vida de Roberto nunca mais seria a mesma. Ele era Azrael, o portador da Chama da Criação, um escolhido da Deusa Lilith. E sua jornada espiritual, repleta de mistérios e revelações, estava apenas começando.

Criado com Gemini, do Google.

A filosofia surrupiada

Um texto no Patheos, na seção Muslim, na coluna Islam Ahmadiyya.

Citando:

“Em uma época em que a crença em Deus parece estar diminuindo, com mais pessoas se voltando para o ateísmo ou agnosticismo, a história de Hadrat Mirza Bashiruddin Mahmud Ahmad (ra) oferece um exemplo convincente de investigação espiritual. Com apenas 11 anos de idade, ele embarcou em uma jornada profunda para responder às perguntas fundamentais: Deus existe? Muhammad (sa) é um verdadeiro profeta? O Messias Prometido (as) é genuíno?”

Refutando:

Quando um escritor que professa uma crença monoteísta fala de Deus, tal como o ateu (que ironia!), este de refere ao divino tal como está configurado nas religiões abraâmicas. Então eu sempre coloco a pergunta - qual Deus? Eu tenho muitos.
Outra coisa em comum que as religiões abraâmicas têm é a figura do profeta e do messias. Então eu sempre coloco a pergunta - por que esse Deus, sendo tão poderoso, precisaria de profetas ou messias?

Continuando:

“A busca por Deus não se limita à tradição islâmica. Sócrates, que é considerado um profeta enviado ao mundo ocidental com base na teologia muçulmana Ahmadiyya, deixou um tesouro de provas da existência de Deus. Um dos alunos de Sócrates, Aristóteles, descreveu as famosas “quatro causas”, que fornecem uma estrutura para entender a existência e o propósito.

1. Causa material: Os componentes físicos que compõem o corpo humano.

2. Causa formal: A forma ou estrutura do corpo humano.

3. Causa Eficiente: O processo de evolução que levou à nossa forma atual.

4. Causa Final: O propósito ou função da existência humana.”

Refutando:

Pouco sabemos sobre Sócrates. Aquilo que sabemos nos foi dito por Platão, um de seus discípulos. Aristóteles foi discípulo de Platão. A filosofia de Aristóteles sobre Deus faz parte da escola do neoplatonismo, de onde a teologia cristã se escora. Os cristãos, judeus e muçulmanos tem enorme facilidade de esquecer (omitir, esconder?) que o Deus que cultuam é completamente diferente do Deus neoplatônico.

Continuando:

“O Messias Prometido (as) enfatizou que cada palavra do Alcorão aponta para a existência de Deus. Ele aplicou as quatro causas de Aristóteles para explicar o propósito do Alcorão:

1. Causa material: O Alcorão é feito do conhecimento de Deus.

2. Causa formal: Esse conhecimento está na forma de um livro.

3. Causa Eficiente: Ao contrário de escrituras anteriores falhas, o Alcorão não contém dúvidas ou contradições.

4. Causa Final: Serve de orientação para os justos.”

Refutação:

Por que esse Deus, sendo tão poderoso, precisaria que alguém escrevesse suas palavras? O Corão, como os demais textos sagrados, tem o inconveniente de ser uma obra humana. Repleto de erros, contradições e absurdos. Se o Corão é uma revelação dada por Deus, por que existe a divisão entre sunitas e xiitas? Se o Corão é “justo”, por que, como os demais textos sagrados, condena os “infiéis” ao tormento eterno?

Conclusão:

Eu escrevi sobre a última realidade em algum lugar aqui. Eu não tenho certeza se foi na coluna Catholic ou Evangelical que um cristão usou o mesmo conceito de Aristóteles sobre Deus. Só tem um problema. O Deus de Aristóteles não é o Deus Cristão, ou o Deus Judeu, ou o Deus muçulmano. E isso deve incomodar, pois toda a teologia das religiões abraâmicas deve muito ao neoplatonismo.

A Summa Teológica foi devidamente refutada.
Especialistas provaram que a Bíblia (e a Torah) é repleta de interpolações, adulterações, traduções mal feitas e inúmeras contradições.
O Corão não é diferente.

Não foi dessa vez. Melhor sorte na próxima.

A inveja de Pomona


Eu li, curioso, a reportagem no Wild Hunt falando de Pomona.

Citando:

A temporada de maçãs está chegando ao fim aqui no Hemisfério Norte e, com novembro se aproximando rapidamente, é hora de voltar sua atenção para Pomona, a dona romana dos pomares.

Uma das deusas romanas mais antigas sem uma contraparte grega, chamada numens , ou espíritos, Pomona foi mais tarde considerada uma ninfa ou uma hamadríade – termos gregos que se referiam a deusas menores de árvores e lugares naturais. Incontáveis em número, muito poucas ninfas são mencionadas pelo nome e ainda menos eram adoradas por direito próprio. Pomona, no entanto, era uma espécie de exceção, porque, ao contrário de suas irmãs, ela não era apenas uma deusa de árvores ou lugares selvagens, mas especificamente de seu cultivo doméstico. Pomona era uma deusa de fazendeiros e agricultura, assumindo um papel importante em uma sociedade agrária dependente de seu trabalho e de sua benevolência para sua sobrevivência.

A lenda diz que Pomona, que cuidava de todas as árvores frutíferas, não apenas das maçãs que levam seu nome, evitava o casamento apesar de sua beleza. (Embora o motivo pelo qual isso seja sempre um "apesar", por que a beleza deveria ser igual a um desejo de casamento, é outra questão.) Muitos deuses a desejaram como esposa, mas ela se fechou em seu pomar, enxertando, podando e impondo uma ordem frutífera ao caos da natureza.

Eventualmente, o metamorfo Vertumnus, deus da mudança sazonal, do crescimento das plantas e dos jardins, convenceu-a a se casar com ele aparecendo nu na frente dela, vendendo-lhe o conceito de casamento apenas pela luxúria. Ajudou que ele fosse o espécime mais perfeito de beleza masculina que alguém poderia imaginar. Ajudou que ela estivesse sozinha todo esse tempo, com energias reprimidas que precisavam de um lugar para ir. Esse lugar acabou sendo suas videiras e árvores, seu casamento apaixonado e ativo fornecendo frutas abundantes para seus seguidores mortais comerem.

Claro, sendo este um mito romano, as reais intenções de Vertumnus em tirar suas roupas após mais uma rejeição foram violentas em vez de persuasivas. A resposta inesperadamente positiva de Pomona conduziu a narrativa em direção ao seu final mais feliz, se cair na cama sem saber com seu suposto estuprador pode ser chamado de feliz.

Fonte, citado parcialmente: https://wildhunt.org/2024/10/the-festival-of-pomona.html

Claro, para nós, os pagãos dos últimos dias (como diz Steven Posch), essa violência e abuso sexual causam escândalo e incompreensão. A atração, normal e natural, de machos por fêmeas, torna-se um problema só entre humanos.

Eu estava filosofando, em meu trabalho na Cafeteria Pantheon, quando notei que a própria Pomona chegou, aparentemente desanimada e contrariada. Então eu ofereci a ela um chá de camomila e gengibre.

- Você é o espectro que tem uma encarnação no mundo humano como escritor?

- Infelizmente.

- Escreva então. Eu estou descontente.

- Mas por que, divina Pomona?

- Eu sou a Deusa dos frutos. Seja sincero. Não acha que Deméter e Ceres tinham que ser mais generosas quando me deram isso?

Pomona abre a blusa, mostrando seus belos e redondos seios do tamanho de uma maçã. Inevitavelmente, eu fico excitado.

- Minha formosa Deusa, eu não vejo nada de errado em seus seios.

Ela nota o volume entre minhas pernas. Finge não ter notado. Mas fica ruborizada.

-Bah! Seus elogios são inúteis. Eu queria ter mais volume.

- Talvez Hator possa nos ajudar.

(Animada) - Jura? Eu posso ter peitos como os dela?

- Bom, podemos tentar.

Eu estava me aproximando de Hator, ensaiando uma saudação, quando ela se virou e adiantou as formalidades.

- Oh, olá, espectro. Veio me visitar para tomar mais do meu leite? Ou veio para me dar mais de seu creme de nozes?

Ela fala o dialeto local fluentemente. Evidente. Os Deuses entendem e falam todas as línguas.

- Celestial Hator, deve conhecer, esta é Pomona.

- Sim, eu conheço. O que posso fazer por você, irmã?

- Hator... eu quero ter peitos como os seus.

Hator riu muito. Usou antiga magia e concedeu duas belas melancias iguais às que ela tinha para Pomona.

-Oh, obrigada, irmã!

Pomona saiu cantarolando, feliz, exibindo seus novos volumes em plena rua.

- Obrigado, Hator.

- Onde pensa que vai, espectro? Esse favor não vai ser de graça.

Eu voltei muito mais tarde para o serviço. O dono não fez questão. Hator ligou dizendo que eu estava prestando serviço para ela. Alguns litros de meu creme de nozes foram espirrados, em muitos dos buracos disponíveis.

Minhas pernas estavam bambas, eu estava retomando o fôlego quando, eis que retorna Pomona.

- Espectro? Eu estou arrependida. Eu quero meus peitos de maçã de volta.

- O que aconteceu, formosa Deusa?

- Dor nas costas. Dificuldade em respirar. Dificuldade em andar. Esses peitos esbarram em tudo. Deuses e Deusas ficam excitados ao verem esses peitos enormes.

Realmente. Só Hator tem o corpo e a preparação necessária para portar tais melancias. Eu dei uma desculpa bem esfarrapada ao dono da cafeteria e fui, de novo, com Pomona, até Hator.

- Olá, irmã. Olá espectro. Voltaram antes do que eu previa.

Pomona teve seus seios do tamanho de maçã de volta. E eu tive que ceder mais do meu creme de nozes. Não que eu esteja reclamando. 😏🤭