sábado, 9 de novembro de 2024

O que a Globo não mostra

A TV Globo tinha uma relação complexa e tensa com a ditadura militar, que durou entre 1964 e 1985 no Brasil, segundo o jornalista Ernesto Rodrigues, que produz o livro “A Globo”. A obra tem cerca de 400 depoimentos dos arquivos da emissora e outras 60 entrevistas com figuras importantes na história do canal.

Segundo o primeiro volume da obra, “Hegemonia: 1965-1984”, o fundador da emissora, Roberto Marinho, tinha uma relação de “subserviência imposta” com o regime. Rodrigues cita, por exemplo, o programa apresentado pelo coronel Edgardo Erickson, que diariamente lia textos de apoio entusiasmado à ditadura ao vivo na emissora.

O militar andava armado nos estúdios e ocupava o “cargo-fantasia de diretor do Departamento de Relações Públicas”, segundo o livro, produzindo o conteúdo sem o crivo de ninguém da Globo e intimidando funcionárias do canal. Ele e o coronel Paiva Chaves, oficial do Exército que se tornou um executivo importante da Globo, “foram contratados com a função de fazer a ponte entre a emissora e o regime”.

Os coronéis ainda fiscalizavam o que jornalistas escreviam, segundo ex-funcionários. O diretor de jornalismo Armando Nogueira chegou a pedir a Marinho para afastar Erickson, mas o dono da emissora temia perder a concessão da emissora.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/livro-expoe-a-relacao-da-globo-com-a-ditadura-militar/

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