terça-feira, 10 de maio de 2022

Gênero e transgênero

Antigamente era comum se dizer que a classe operária não tinha sexo. Foi uma grande luta provar que tinha sim. Lembro-me do livro da feminista Elizabete Lobo afirmando que ela tinha dois sexos. Era o reconhecimento da discriminação sexual e econômica da mulher nas empresas. A isso somou-se o livro clássico de Simone de Beauvoir "O Segundo Sexo", proclamando que não se nasce mulher, torna-se mulher: ou seja, o gênero era uma construção histórico-cultural, não natural. Freud também deve ter dado sua contribuição com seus ensaios sobre a sexualidade infantil e suas três etapas (oral, anal e genital) e a tese da sexualidade polimorfa.

De toda maneira, até chegar ao feminismo da diferença e a popularização do "gênero", como categoria de análise social, foi uma longa evolução. É o ensaio pioneiro de Joan Scott.

O que eu gostaria de dizer é que a tendência mais contemporânea é o questionamento da divisão de gênero e orientação sexual como essência ou substância, e a abordagem pós-estruturalista da "desconstrução " dessas polaridades, inspirada em J. DERRIDA.

No campo feminista aparece com destaque o nome da feminista americana Nancy Fraser e a sua tipologia dos movimentos sociais e a crítica das ações afirmativas e de gênero e a proposta mais ousada da "desconstrução " das conhecidas polaridades (branco ou preto; homem ou mulher. Hétero ou homossexual) e sua substituição por identidades móveis e múltiplas com uma política socialista de mudanças estruturais na base econômica.

Fonte: https://www.brasil247.com/blog/o-genero-e-o-transgenero-como-categoria-de-analise-teorica?amp

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