Eu tenho lido o blog Tealogia Radical da Deusa, de Athana por anos e eu gosto da página em geral. Esta manhã enquanto eu visitava os tópicos mensais dos Caracóis da Medusa, eu percebi a indicação de um dos textos recentes de Athana. Eu o li encantado, aceitando toda bondade da Deusa até este trecho:
"É o corpo da fêmea e apenas o corpo da fêmea, com seus sagrados poderes magníficos, misteriosos, mágicos, que fabrica a vida."
Talvez eu tenha perdido algo e eu não quero desrespeitar, mas eu tenho duas crianças e ambas tem pais.
Sem o princípio masculino da vulnerabilidade não haveria vida. Sem seu fluido agindo como catalizador para a fertilização da semente, jamais teria uma vida criada para ser depois formada ou manufaturada no corpo da mulher.
Existem poucas criaturas neste mundo que podem se reproduzir assexuadamente. Humanos não são evidentemente um deles. A vida então aparentemente requer parceria ao menos no momento da concepção. Eu iria além ao dizer que parceria pode ser benéfica, tanto para a criação quanto aos parceiros indefinidamente, se for adequada e conscientemente nutrido.
Se formos seguir a Natureza como lei divina, nós devemos reconhecer que o divino existe no masculino – que a contribuição deles para a vida deve ser valorizada e incluída. Ao não fazê-lo, em minha opinião, irá criar e poderá perpetuar um mundo aonde a paternidade é opcional e ser um homem cuidador será visto como fraqueza.
Que alguém afirme que não há um Pai Divino, que nossa mãe não precisa de um companheiro, que ele não exista com ela, não é apenas blasfêmia, em minha opinião, mas também absolutamente falso. Ao escolher e selecionar quais atributos nós queremos reconhecer em nosso sistema divino da Natureza não nos torna melhores do que os cristãos hipócritas que recusam a perceber a misoginia na Bíblia porque eles ainda querem chamá-la de a palavra de um Deus benevolente.
O fato é que o homem precisa se ver tão divino quanto a mulher, mas não como o Deus Celestial, que lança trovões, guerreiro, que tem sido contado pelos últimos mil anos. O homem precisa ver que ele pertence à Natureza, não está separado dela, jamais senhorio dela. Ele é o selvagem primitivo, a força de vida indomável e inocente. Nós todos somos. Reconhecer isto, ao invés de dizer que sua masculinidade não pode ser divina, pode ser a forma de reintroduzir nossa divindade masculina primordial de volta à consciência humana.
O Deus existe junta e conjuntamente com a Deusa, sendo irrelevante se nós tenhamos nos esquecido completamente quem ele é. Ele não é o Deus Celeste corrupto, vingativo, ciumento e bélico. Ele é o princípio inocente da masculinidade, o garoto, o Buda, o Amante, o primievo Deus Selvagem, cujo nome foi perdido no tempo.
Não é porque nós temos nos dado péssimos padrastos pelas eras tenebrosas da civilização humana que significa que o divino masculino verdadeiro e belo tenha cessado de existir. Nós apenas precisamos relembrá-lo. E eu creio, neste momento, que apenas nossa Mãe Divina, que é a Grande Deusa, pode revelar a verdadeira natureza de nosso Divino Pai.
Fonte: All Things Are Goddess
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