Jonas Trinkunas, líder do movimento pagão lituano Romuva, que restaura e pratica a religião nacional lituana, politeísta, dá a conhecer que nesta data, 17 de Julho, em que se comemora uma das maiores batalhas da Idade Média, a Batalha de Zalgiris, ou Batalha de Grunewald (1410), na qual as forças polaco-lituanas venceram a Ordem dos Cavaleiros Teutónicos, neste dia em que a Lituânia recorda e celebra essa efeméride, um grupo de pagãos lituanos aproveitou para exigir direitos diante da histórica Catedral de Vilnius. Sabe-se que, historicamente, os líderes da Lituânia dos tempos pagãos reuniam-se e faziam juramentos diante do fogo sagrado no mais importante altar de Perkunas, Deus do Raio e da Guerra, Ferreiro do Céu (possivelmente adorado na Celtibéria, quem sabe...). Sucede que as ruínas desse altar estão localizadas onde se ergue hoje a Catedral de Vilnius, na principal praça desta capital (por sinal, o verdadeiro centro geográfico da Europa). E desde há anos que a comunidade pagã lituana pede à Igreja Católica o direito de visitar o referido altar e de aí proceder a rituais pagãos. Estes pedidos nunca foram aceites.
Este ano, alguns representantes da comunidade pagã lituana decidiram protestar diante da igreja, manifestando publicamente a sua desaprovação contra uma força de ocupação que os proíbe de honrar livremente os altares dos seus ancestrais. Aliás, o lema do protesto foi precisamente «Cristandade na Lituânia - força de ocupação». Organizado muito rapidamente, de surpresa - um «flash mob», ou «multidão relâmpago» - consistiu numa reunião de pagãos à entrada da catedral, muitos deles com t-shirts brancas a exibir o lema acima referido. Combinara-se previamente que quando o sino da Igreja deu as seis da tarde, os participantes do protesto ali permanecessem durante seis minutos e depois dispersassem.
No momento do protesto, um dos participantes empunhava um cartaz a proclamar o repúdio ao Cristianismo na Lituânia. Os pagãos, mais de quarenta, rapidamente bloquearam a entrada para a catedral. Alguns dos indivíduos que tomaram parte na acção eram membros do grupo religioso pagão Romuva (espécie de «igreja» pagã nacional iituana), outros eram músicos do género Folk ou tradicional, outros ainda eram integrantes do grupo pagão juvenil Devyniaragis.
Aos habitantes locais e aos turistas que se aproximaram, foram distribuídos panfletos explicativos sobre o evento. Em vez dos programados seis minutos, o grupo acabou por aí permanecer quase um quarto de hora. A dada altura um padre saiu da catedral para pedir aos líderes do evento que dispersassem. Devido ao facto de mais de dez pessoas se terem reunido em espaço público sem permissão, o encontro-relâmpago tornou-se ilegal. De qualquer modo, uma vez que a manobra resultara, os participantes decidiram ir-se embora.
A Igreja não permite pois aos indígenas leais aos Deuses dos seus próprios ancestrais que honrem algo que lhes foi pura e simplesmente usurpado pela própria Igreja. Ao tomar essa atitude, a Igreja actualiza a sua intolerância milenar, o que não surpreende de todo.
Urge apenas que os pagãos lituanos comecem a preparar a sua «Ayodhya». Os pagãos lituanos e todos os outros pagãos europeus, para que possam recuperar os seus próprios locais sagrados, roubados por religiões universalistas totalitárias semitas há séculos e séculos.
Fonte: Gladius
Nota da casa: Complemento à notícia aqui divulgada.
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