Começou neste sábado (17) a exposição ‘Máscaras – faces da alma boliviana’, que vai até 29 de agosto na Caixa Cultural São Paulo (Sé), com entrada franca. A mostra, itinerante e inédita, traz peças de significativo valor estético e de tradição milenar, pertencentes ao acervo do Museo Nacional de Etnografía y Folklore de La Paz (MUSEF), e que saem pela primeira vez do território boliviano.
A produtora executiva da exposição aqui no Brasil, Denise Carvalho, da AORI Produções Culturais, responsável por trazer a mostra para São Paulo, conta que teve contato com as máscaras quando esteve na Bolívia apresentando obras brasileiras: “nós visitamos o MUSEF e achamos lindo, eles tem máscaras com mais de 3.000 anos! Resolvemos trazê-las para o Brasil.”
No total, a AORI conseguiu trazer 47 peças para o Brasil. “São máscaras bem representativas da cultura indígena andina, algumas delas são utilizadas até hoje nas danças e rituais”, diz Denise, que comenta que, por lá, o processo de aculturamento dos índios foi bem menos intenso que aqui. A valorização da cultura nativa também é muito forte: a autorização para que os artefatos folclóricos saíssem da Bolívia, diz Denise, foi assinada pelo presidente Evo Morales em pessoa.
Denise conta que uma das máscaras, a ‘Dançante’, era usada por um casal de dançarinos até o momento de suas mortes: “eles se voluntariavam para serem sacrifícios humanos à deusa Pachamama, a terra mãe, eles dançavam por 3 ou 4 dias seguidos, sem parar, sem comer, até que morriam de cansaço.” Esse tipo de sacrifício foi proíbido na década de 50, mas a tradição da dança continou – de forma mais leve e sem perdas humanas, mas mantendo o uso do artefato típico.
Na exposição, as máscaras estão dispostas de acordo com a região de seu país à qual pertencem e há uma explicação sobre o significado de cada uma delas. Denise conta que a mostra tem “um forte audiovisual”: as peças, com um colorido marcante, estão em uma sala escura, com back lights e holofotes em baixo e em cima de cada máscara, “é muito cinematográfico, ficou bem diferente, é quase assustador”. Além das máscaras, há também vídeos das danças típicas em que elas são usadas dispostos pela sala.
Fonte: (Não) Apenas Divagações
Nota da casa: Eu fui visitar no dia 22 de Julho a Mostra de Máscaras Bolivianas, na Caixa Cultural. Uma visita que eu recomendo a todos. O hábito de usar máscaras em cerimônias religiosas contém um aspecto místico e religioso profundo. Mas o interessante é perceber que nós usamos máscaras em todo o nosso cotidiano.
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