sexta-feira, 15 de julho de 2022

Dois mil anos de confusão

A despeito de ter tido doze pessoas nomeadas como apóstolos, apenas quatro são os supostos autores dos Evangelhos, ainda que seja um registro de segunda mão.
A despeito de ter tido um único fundador, em seus anos primordiais o Cristianismo era diversificado e conflitante, tanto nas doutrinas, quanto nas práticas.
Essa disparidade de doutrina e prática está, inclusive, registrada nos Atos dos Apóstolos e nas cartas atribuídas a Saulo de Tarso.
A chamada "ortodoxia" foi imposta na base do uso de força, aqueles que se opunham ou discordavam dessa "ortodoxia" recebiam o anátema, eram excomungados, quando não "sofriam um pequeno acidente" quando estavam à caminho dos concílios convocados.

(Embaraçosos detalhes do mito de Cristo)

Cena: dez pessoas estão reunidas em uma sala. Todas são suspeitas de homicídio e têm indícios contra elas. Entra o detetive e pergunta quem matou. Cada uma das dez pessoas aponta a culpa para as outras.
Cena: as mesmas dez pessoas estão reunidas em uma sala. Entra uma mulher estonteante, dizendo que uma delas ganhou um milhão e pergunta de quem é o prêmio. Cada uma aponta para si mesma.

Em seus dois mil anos de existência - e aqui existe uma polêmica - o Cristianismo acumula um histórico de confusão. Eu vou poupar, por enquanto, o vergonhoso registro da Quarta Cruzada e da Noite de São Bartolomeu.
O fato mais embaraçoso é que o Cristianismo foi, originalmente, uma seita, uma heresia, surgido no conturbado cenário de Judá, na época de Herodes Antipas, região dividida em diversos grupos religiosos. Fariseus, Saduceus, Zelotes, Essênios e Messianistas. Sem contar com as inúmeras religiões de mistério e ordens místicas.

Em seus primórdios, se chamavam de Povo do Caminho, recebeu e adotou o nome de Cristãos somente no século I DC. E, conforme mostra a história, eram incrivelmente diversos, com doutrinas diferentes e conflitantes. Se juntar os representantes das vertentes do Cristianismo, se for perguntado quem é o herege, cada qual irá apontar para as outras e, se for perguntado quem é verdadeiro cristão, cada qual irá apontar para si mesma.

Se nem os cristãos conseguem concordar, como esperam nos convencer? Chega a ser hilário, a referência que usam é o texto sagrado, ora, se eles usam a mesma referência para se refutarem mutuamente, isso anula a confiabilidade do texto sagrado. Nenhuma apologia se sustenta, tão pouco os discursos que fazem contra as religiões não-cristãs e contra a comunidade LGBT.

A história registrou esse histórico que eu irei expor.

Essa confusão só terá fim quando a humanidade descartar o Cristianismo, redescobrir suas raízes e origens, redescobrir a religião antiga e reconstruir os cultos aos Deuses Antigos.
Assim seja, assim é, assim será.

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