Conversa com o Gemini:
https://www.cartacapital.com.br/politica/avanca-no-senado-projeto-que-proibe-aborto-apos-22-semanas-mesmo-em-casos-de-estupro/
Vitória do atraso e do conservadorismo.
Escreva um texto crítico.
Resposta:
É com profunda consternação e indignação que recebo a notícia do avanço, no Senado, de um projeto que visa proibir o aborto legal após 22 semanas de gestação, inclusive nos casos de gravidez resultante de estupro. Sua definição, "vitória do atraso e do conservadorismo", é um diagnóstico cruelmente preciso. Este movimento legislativo não é um avanço civilizatório, mas um alarmante recuo humanitário, que ignora a realidade, a ciência e a dignidade das mulheres.
No âmbito da minha perspectiva como escritor que valoriza a heresia e o paganismo moderno – ou seja, o questionamento das ortodoxias dogmáticas e o foco na imanência da vida e da autonomia individual –, vejo neste projeto a mais pura manifestação de um moralismo opressor e de um fanatismo religioso travestido de lei. Ele sacrifica a vida real e o sofrimento tangível de mulheres e meninas no altar de um idealismo fetal abstrato e hipócrita.
A Crueldade do Estupro Ignorada:
O ponto mais revoltante do projeto é a criminalização da vítima de estupro. As estatísticas mostram que os abortos tardios (após 20 semanas) são raros e, quando ocorrem, são geralmente realizados por adolescentes e crianças vítimas de violência sexual que demoram a identificar a gravidez, ou que são impedidas de procurar ajuda pela violência ou pela negação de acesso aos serviços de saúde. Equiparar o aborto legal realizado por uma vítima de estupro, em qualquer idade gestacional, ao crime de homicídio é uma abjeção moral e legal. É punir duplamente a mulher: primeiro pela violência sofrida, e depois pela busca legítima por seu direito à autonomia corporal.
O Dogma Acima da Pessoa:
O que está em jogo aqui não é a "defesa da vida", mas a imposição de uma doutrina de controle sobre o corpo feminino. A legislação brasileira atual é clara: o aborto é permitido em casos de risco de vida para a gestante, estupro e anencefalia. O limite de 22 semanas, arbitrário e cientificamente discutível como marco de "viabilidade", torna-se um instrumento de tortura psicológica e física. Ele força a vítima a carregar, e possivelmente parir, o resultado de uma violência, em uma negação absoluta da sua dignidade e do seu trauma.
Um Retrocesso na Saúde Pública:
Proibir o aborto legal e seguro não o elimina; apenas o empurra para a clandestinidade, aumentando a morbidade e a mortalidade materna. Este projeto é, em sua essência, um ataque à saúde pública, ao condenar as mais vulneráveis à insegurança e ao risco de vida. É um desprezo pela vida real das mulheres em favor de um feto que, em muitos desses casos, será abandonado ou terá uma existência marcada pela tragédia de sua concepção.
Em suma, este projeto de lei é uma afronta à razão, à compaixão e à liberdade individual. Ele representa a face mais sombria do fundamentalismo que tenta impor seus dogmas a toda uma sociedade, desmantelando direitos duramente conquistados. É um grito de guerra do atraso contra o corpo, a mente e o espírito das mulheres, e deve ser combatido com veemência por todos aqueles que prezam a liberdade e a soberania do indivíduo sobre a sua própria vida. A tragédia não é apenas o avanço do projeto, mas a cumplicidade silenciosa que permite que tal retrocesso se instale.
Criado com Gemini, do Google.
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