O eventual e dileto leitor deve conhecer ditados. Dizem por aí: "Quando em Roma, faça como os Romanos".
Eu achei a seguinte explicação:
Quando visitamos outros países, notamos algumas (ou muitas) diferenças entre os nossos hábitos e os das pessoas locais.
E, um bom viajante deve conhecer os hábitos locais para não fazer feio, principalmente não cometer gafes à mesa.
(http://cleoworldwide.com/2016/10/27/quando-em-roma-faca-como-os-romanos/)
Até aí, bom senso é fundamental. Mas para Rick Snedeker, "o verdadeiro sentido da frase" tem a ver com s3xo.
Ele demonstra seu pensamento colonialista ao descrever seu aparente espanto diante de um documentário sobre as práticas sexuais de uma tribo amazônica. Então vieram os padres.
Oquei, como pagão moderno e conhecedor da história, o que eu mais tenho defendido aqui é o fim dessa opressão/repressão sexual imposta pela doutrina cristã. Mas para ser justo e sincero, nós herdamos a misoginia dos Gregos antigos e o machismo dos Romanos antigos.
Diga-se de passagem que os Gregos antigos tinham o hábito dos erastes e eromenos. O famigerado "beijo grego" que foi moda no século XIX veio da Grécia Antiga. A saber, homens barbados "ensinando" jovens púberes o que é "ser homem". Atualmente, isso é chamado de sodomia, pederastia e a outra palavra com "p" que se tornou a paranóia e histeria da sociedade atual, muito confundida com efebofilia.
O mais intrigante são os Romanos que, em sua lógica, faziam distinção entre ativo e passivo. A sociedade romana, estruturada na família encabeçada pelo pater famílias, era bastante comum ele (e seus filhos) terem relações sexuais com seus escravos, tanto mulheres quanto homens. Estranho, mas o pai (ou o filho) podia fazer sexo anal, sem ser considerado homossexual, desde que fosse ele quem penetrasse. Reflexo de uma sociedade machista, a posição social era reforçada, a supremacia do homem sobre a mulher (e o escravo) era confirmada pela penetração.
Rick Snedeker diz: "Como toda política é local, todos os costumes sexuais são culturais. (...) É uma tendência humana ver os costumes sexuais de nossa própria sociedade como os “certos”. Mas estamos claramente enganados. Na verdade, não existem direitos universais."
Sem dúvida, a humanidade não está pronta nem disposta a entender ou expressar todas as suas pulsões e libidos. Afinal, ainda estamos engatinhando, tentando nos libertar de dois mil anos de repressão/opressão sexual. Rick certamente ficaria chocado e escandalizado com as práticas sexuais dos nativos das Ilhas Trobriand. O antropólogo Bronisław Malinowski deixou um relato que comprova os estudos de Alfred Kinsey, mas esses estudos são desconhecidos do público e não interessa aos senhores da sociedade esclarecer. O pânico moral é uma poderosa arma e ferramenta de dominação política. Inconcebível como, em pleno século XXI, a comunidade LGBT precise lutar para ter seus direitos respeitados e reconhecidos.
Falta muito para a humanidade evoluir e esquecer (ou superar) a tipificação da sexualidade humana entre "normal" e "parafilia".
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