Um dos principais mitos dos antigos egípcios fala da luta entre Osiris e Set.
Osíris era um deus da mitologia egípcia, associado à vegetação e a vida no Além.
Osíris, é sem dúvida o deus mais conhecido do Antigo Egito, devido ao grande número de templos que lhe foram dedicados por todo o país; porém, os seus começos foram os de qualquer divindade local, e é também um deus que julgava a alma dos egípcios se eles iam para o paraíso. Para os seus primeiros adoradores, Osíris era apenas a encarnação das forças da terra e das plantas. À medida que o seu culto se foi difundindo por todo o espaço do Egito, Osíris enriqueceu-se com os atributos das divindades que suplantava, até que, por fim substituiu a religião solar.[wikipedia]
Seth é o deus egípcio da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes. Seth era encarnação do espírito do mal e irmão de Osíris, o deus que trouxe a civilização para o Egito. Seth era também o deus da tempestade no Alto Egito. Era marido e irmão de Néftis. É descrito que Seth teria rasgado o ventre de sua mãe Nut com as próprias garras para nascer. Ele originalmente auxiliava Rá em sua eterna luta contra a serpente Apep na barca lunar, e nesse sentido Seth era originalmente visto como um deus bom.[wikipedia]
Na antiga cultura egípcia Set passou por períodos de imensa popularidade alternados por períodos de total rejeição. Set, nos períodos pré-dinásticos e arcaicos, era uma divindade essencialmente positiva, visto como uma extensão da existência. Ele era dessa forma deus da expansão dos limites/fronteiras e das mudanças radicais do ser - particularmente nascimento, circuncisão, iniciação, morte na batalha e renascimento através da cerimônia Abertura da Boca.
Popular entre os orientais - seu primeiro local de culto sendo o Pelusium no delta oriental do Nilo - o culto de Set rapidamente se espalhou para áreas vizinhas, onde ele foi identificado com deuses locais de Iniciação. Dois exemplos de tais locais de culto são Kharga no sul e o povoamento líbio de Ombos, onde Set foi identificado com o deus local Ash na II dinastia.
A adoração original de Set como uma divindade circumpolar/estrelar sofreu um declínio com o surgimento da adoração solar na IV dinastia.[Xeper][link morto]
Osiris, como toda divindadeda vegetação, tem que morrer para então renascer e trazer consigo a primavera, a fertilidade dos campos e dos rebanhos dependem disso. Coube a Set essa tarefa, a Isis de recolher seus pedaços [o caminho iniático imita essa busca] e a Horus vingar seu pai. Set, como toda divindade conturbada, foi relegado ao papel do traiçoeiro, do invejoso, do maligno. Esta história, nós, pagãos, bruxos e wiccanos conhecemos bem. Deuses antigos sendo demonificados e seus cultos sendo proibidos.
A luta entre Osiris e Set parece-se com a luta do Rei Carvalho e do Rei Azevinho. Ambos lutam não por inveja, mas pela Deusa. Set não invejava Osiris nem queria seu poder. Ele queria Isis, apesar de Neftis, porque ela era a primogênita de Nut, a Grande Deusa e, portanto, a primeira na linha sucessória. Ser o Consorte da Deusa foi quem tornou Osiris abençoado com terras férteis e Set tendo que viver no deserto.
Set apenas lutou pelo seu direito legal e real de ser o consorte de Isis. Afinal, Set lutou ao lado de Ra contra Apep. Apep era um Deus ou uma Deusa Serpente que, como todas as divindades ctônicas, estão ligados ao submundo, ao estado primordial e ao Caos. Nessa luta, Set precedeu a outros Deuses ordenadores, como Marduk e Zeus, mas sua sorte foi diferente. Ele não conquistou os favores de Isis, ou levou mais do que um ferimento dessa batalha. Ele não venceu a sua própria escuridão.
Nós travamos a mesma luta que teve entre Osiris e Set. Alguns se enganam, achando que podem subliminar seu lado escuro, vivendo dentro de preceitos religiosos que nos instam a ter certos comportamento e rejeitam outros, mas isso frequentemente resulta em neurose, fanatismo e fundamentalismo. Santidade nunca combinou com sanidade. Outros se iludem, achando que podem alcançar a iluminação dando vazão ao seu lado escuro, mas isso frequentemente resulta em psicopatia, megalomania e auto-destruição. Perversidade nunca combinou com veracidade.
O Caminho do Sábio, enveredando pelos Bosques Sagrados, vive entre a luz e a sombra. Não desperdiça sua vida em uma santidade inócua e hipócrita. Não empobrece sua vida com uma indulgência pueril e estúpida. Nós não rejeitamos nem elogiamos a sombra. Nós a reconhecemos como parte de nós mesmos, de nossa natureza, nos abraçamos e nos reunimos em nosso verdadeiro Ser.
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