Se distingue claramente no ritual romano duas classes de Deuses:
INGIGETES: Trinta desses Deuses eram venerados em festivais especiais. Se trata de Deuses nacionais protetores do Estado. Os primeiros sacerdotes adquiriram esse nome, assim como as festividades fixas do calendário indicavam seus nomes e natureza.
NOVENSIDES OU NOVENSILES: O culto dessas divindades se introduziu no período histórico.
As primeiras divindades romanas incluíam numerosos Deuses, onde cada um protegia um tipo de atividade humana. Se invocava essa série de Deuses quando se tratava de relacionar uma atividade muito específica. No caso da colheita, um velho ritual acompanhava o ato de semear ou arar a terra. Em cada fase da operação (semear-colher) se invocada uma divindade diferente, cujo nome derivava regularmente do verbo correspondente ao ato que se realizava. Nesse caso se tratava de Deuses secundários ou subalternos a quem se invocava junto com as divindades maiores ou superiores.
O primitivo povo romano, como muitos outros, um povo de agricultores durante sua etapa lendária, também eram grandes guerreiros. Aqui há uma estreita relação entre os Deuses e as necessidades práticas da vida cotidiana.
Para os romanos, o mais sagrado era a casa e o fogo do lar. Cada casa tinha seus Deuses. Se realizava o culto aos Deuses protetores do campo e do lar, conhecidos como Lares; aos espíritos dos parentes mortos, denominados de Manes; aos Diparentes (alma dos antepassados); aos Penates (Deuses da família, protetores das provisões) e aos protetores da faculdade procriadora do homem, chamados de Gênios.
A expansão romana teve como conseqüência a aceitação dos Deuses nativos de seus vizinhos. Ao que parece, os romanos não tiveram nenhum problema para conduzir os Deuses recém assimilados para seus próprios templos. Mesmo quando a população e as cidades cresceram, aos estrangeiros ou conquistados, sempre foi permitido o culto de seus próprios Deuses.
Os romanos aceitaram com boas graças a incorporação de novos Deuses procedentes de outras culturas e assim se refletia no calendário religioso romano. E assim foi feito, quando os povos conquistados também assimilaram os Deuses romanos. Houve, portanto, uma mescla entre conquistadores e conquistados.
Nos encontramos no princípio da decadência da religião romana a partir de uma translação das qualidades antropomórficas dos Deuses gregos à religião romana e, sobretudo, à influência e predomínio da filosofia grega entre os romanos cultos. Essa circunstância teve uma drástica conseqüência: o desinteresse pelos velhos ritos e tradições. De alguma forma, a decadência de uma religião vem a fortalecer outras. Sendo assim, no século I AC os ofícios sacerdotais antigos praticamente desapareceram. Desinteressando-se cada vez mais pelo antigo, os patrícios (topo da pirâmide social, descendentes dos primeiros romanos) deixaram de crer nos ritos. Só houve uma continuidade por interesse político, entretanto a maioria da população se inclinou por abraçar ritos procedentes do estrangeiro. Só a elite sacerdotal continuou controlando os cargos do pontífice e de "augur", cargos sem dúvida, tipicamente político e muito cobiçados.
Texto pesquisado e desenvolvido por Rosane Volpato
Nota da casa: A decadência de Roma se deu mais por círcunstâncias e características do Império Romano do que pela entrada de outros cultos e povos.
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