Quando falamos em conhecimento, nós podemos definir que o
conhecimento tem diversos graus.
Platão ensina que o conhecimento humano progride rumo à
Verdade numa escala ascendente, composta de quatro graus: representações
vulgares [conhecimento do dia-a-dia ; percepções dos sentidos [conhecimento
sensível]; razão [conhecimento racional-científico] e intelecto [conhecimento suprarracional,
contemplativo].
Aristóteles dizia que existem cinco níveis ou graus de
conhecimento e o primeiro deles é a sensação. Da sensação, surge a memória,
tornando melhores do que os outros, os seres que podem se lembrar, pois, por
engendrarem memória, podem aprender. E nos seres capazes de se lembrar das
sensações é possível desenvolver a experiência. Até esse nível, muitos animais,
como a abelha, o cão, etc., conseguem participar. No entanto, o homem é capaz
de ir além da experiência e viver, também, arte e ciência.
Três filósofos antigos do Neoplatonismo diziam que são quatro
os graus do conhecimento: sensibilidade, razão, intelecto e êxtase.
Estes são Plotino, Jâmblico e Porfírio.
Plotino foi um filósofo neoplatônico, autor de “Enéadas” e
mestre de Porfírio.
Grego nascido no Egito em Licópolis, ["Lyco" do
grego significa "lobo", a mesma raiz que deu
origem ao Liceu de Aristóteles ("o local do lobo")] no Egito, o que
levou a especulações de que ele pode ter sido um egípcio de Roma descendente de
gregos ou egípcios helenizados.
Jâmblico foi um filósofo neoplatônico assírio que determinou
a direção da filosofia neoplatônica tardia e talvez do próprio paganismo ocidental.
É mais conhecido por seu compêndio sobre filosofia pitagórica.
Nascido em meados do século III, Jâmblico estudou a magia
dos caldeus e a filosofia de Pitágoras, Platão, Aristóteles e Plotino. Ao tomar
contato com o neoplatonismo, foi para Roma a fim de estudar com Porfírio.
Porfírio de Tiro foi um filósofo neoplatônico conhecido por
sua biografia de Plotino e seu papel na edição da obra “Enéadas”. Porfírio
ajudou a popularizar e difundir o neoplatonismo em todo o Império Romano; seu comentário
sobre a obra “Categorias” de Aristóteles, o “Isagoge”, foi traduzido para o
latim por Boécio e exerceu grande influência na lógica e na discussão sobre o
problema dos universais.
Porfírio descreve como as qualidades atribuídas às coisas
podem ser classificadas, quebrando o conceito filosófico da substância como um
genus/espécie do relacionamento. Com isso, Porfírio pôde incorporar a lógica
aristotélica ao neoplatonismo, especialmente a doutrina das categorias do ser
interpretada nos termos das entidades. Para
Porfírio, os conceitos se subordinam, partindo dos mais gerais até chegar aos
menos extensos. A “árvore de Porfírio” deu início ao nominalismo, que animou a
filosofia medieval por dez séculos e é uma espécie de antecessora das modernas
classificações taxonômicas. [Wikipédia]
Se a escala é ascendente, se um tipo de conhecimento é
superior a outro, esta é uma questão discutível e é para isso que serve a
filosofia. O que interessa aqui é que quando falamos em conhecimento, este é o humano
e uma mesma pessoa carrega em si todos estes conhecimentos, que se misturam e
interagem, ora em harmonia, ora em conflito, mas não cabe falarmos em antagonismo
ou incompatibilidade entre os graus de conhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário