Eu leio o Patheos, de preferência o canal do Paganismo, mas
leio também os outros canais. Um deles é bem curioso e engraçado, é o canal do
Cristianismo Progressivo, seja lá o que isto for. Uma das colunas deste canal tem
o titulo sugestivo de “Síndrome Pós Traumática de Igreja” mantida por Reba
Riley. Ela publicou um texto de coautoria de Susan Gray Blue intitulado como
“Guia de Campo para Perder a Religião”. Isto era para ser um exercício de
reflexão, mas a coautora e a responsável da coluna não foram bem sucedidas.
O exercício é interessante, curiosamente eu não achei nada
similar entre ateus, céticos e pagãos. Parece com um guia de viagem, com dicas
e passos a seguir, com 20 fases. Eu vou fazer este exercício, eu espero que meu
dileto e eventual leitor me acompanhe.
1 – Atravesse o denso matagal do fundamentalismo.
Religiões de livro tem um denso matagal, pois baseiam suas
crenças naquilo que está registrado em um texto sagrado. Na maioria das vezes
esta leitura é feita literalmente, ao pé da letra, não é uma questão de
interpretação, de metáfora, de alegoria, afinal estas crenças são baseadas no
sentido de que o texto sagrado é uma revelação divina, portanto, a mais
completa verdade, inquestionável e infalível. Por mais que tentem flexibilizar
alguns aspectos da doutrina, crentes destas religiões em algum momento terão
que lidar com o núcleo duro de suas crenças e nesse momento não há meio termo,
ou se submete, ou se liberta. O Paganismo Moderno tem livros sagrados, tem
textos filosóficos, mas os seus muitos caminhos podem ser definidos como
religiões de revelação pela experiência pessoal. Espera-se, ou pelo menos se
incentiva, que o buscador leia, questione, conteste. Em nenhuma outra religião
a liberdade e a autonomia do praticante são tão elogiadas e encorajadas. Todos
os pagãos modernos têm a autoridade e a autorização para compartilhar seus
pensamentos, opiniões, práticas, críticas, visões e teologias.
2 – Prepare um cantil de chocolate ou vinho.
Aqui eu devo supor que a autora se confundiu. A preparação
para uma viagem ou desbravamento do matagal fundamentalista vem antes da
tentativa de atravessá-lo. Mas é curioso que a autora recomenda que o buscador
esteja preparado para os desafios com um cantil cheio de chocolate ou vinho.
Para as religiões de livro, tudo que remete a algum tipo de prazer, é proibido,
é condenável, é impuro. No Paganismo Moderno, o corpo, o desejo, o prazer, são
ferramentas para comungar com o divino. De vez em quando temos grupos e
sacerdotes que pisam na bola, mas não podemos esquecer que muitos vieram desta
cultura judaico-cristã, ou tiveram traumas de infância, ou simplesmente são
humanos falíveis.
3 – Atravesse o rio da separação.
O dileto leitor deve lembrar quando eu disse que
eventualmente os crentes das religiões de livro haverão de encontrar um ponto
onde não há possibilidade de negociação. Atravessar o rio da separação é um
destes pontos. Para o crente da religião de livro, toda e qualquer outra forma
de espiritualidade, crença ou religião é um engodo, um erro, “obra do Diabo”.
Eu poderia falar de inúmeros casos na história e de noticias da atualidade que
demonstram bem este fato, mas vou poupar o dileto leitor. O Paganismo Moderno
está no manguezal do rio da separação. Este é um terreno difícil de lidar,
afinal, nada mais atraente do que a falsa noção de que o Paganismo Moderno é um
“vale tudo”. Nós constantemente falamos do quanto somos includentes,
tolerantes. Mas não dá para conciliar o conceito de “tradição” com o falso
conceito de que “toda religião/tradição evolui”. Não dá para conciliar o
conceito de iniciação, linhagem, treinamento formal com o conceito enganoso de
que cada um pode seguir seu próprio caminho. O pagão moderno sabe que o divino
está ao nosso redor, portanto, a revelação está ao nosso alcance. O que me
incomoda é a constante busca de pagãos modernos para ter seu caminho
reconhecido, validado, aceito, referendado.
4 – Abandone toda certeza.
Indubitavelmente o crente da religião de livro irá fracassar
nessa fase. As religiões de livro estão baseadas na certeza de que o texto
sagrado é uma revelação de Deus. O descrente tem farto material para balançar
estas falsas certezas, muito embora ele mesmo tenha a mesma necessidade da
certeza que o crente da religião de livro tem. Pagãos se divertem abalando as
falsas certezas dos descrentes. Aqui nós temos um terreno delicado e sensível.
A Ciência tem a teoria quântica que se aproxima vertiginosamente do esoterismo,
mas o descrente é incapaz de fazer essa leitura. No entanto, a margem de
interpretação da teoria quântica não nos permite fazer qualquer leitura a nosso
favor, nós nem podemos cometer tal desonestidade, afinal, nós não estamos atrás
da certeza, mas da experiência.
5 – Remova todo preconceito.
Aqui eu alterei o original para fazer mais sentido. O crente
das religiões de livro adora julgar os outros. Por isso que eu acho difícil,
senão impossível, o crente das religiões de livro atravessar o rio da
separação. Para eles, qualquer um que não se encaixe nos ditames e doutrinas da
crença é um pecador, um perdido, uma pessoa que precisa ser salva e redimida
pela revelação dada pelo texto sagrado. Eu perdi a conta de quantas vezes eu
leio textos de crentes e de seus sacerdotes julgando e condenando outro ser
humano por suas opções, preferências, escolhas. Aqui o Paganismo Moderno tem um
pé na lama. Entre nós não faltam casos polêmicos e controversos. Ao menos nós
somos sinceros e honestos ao ponto de não tentarmos esconder, justificar ou
concordar. Ao invés de evitar em falar no assunto, nós discutimos, discordamos,
contestamos as ações e discursos até de sacerdotes.
6 – Leia vorazmente por cinco anos.
Nessa fase, eu comecei a rir. Eu consigo contar nos dedos os
crentes de religião de livro que realmente tenham lido e estudado muito.
Aqueles que leem e estudam muito acabam se afastando de sua igreja, quando não
se tornam ateus ou adotam outra religião. No Paganismo Moderno, “ler muito” é
praticamente um princípio, ou pelo menos devia ser. Eu também cansei de me
deparar com gente que se diz pagã, mas cuja única fonte de estudo seja o
Wikipédia ou algum livro de alguma celebridade pagã. Minha péssima reputação na
Comunidade Pagã é um corolário desse fato.
7 – Pare de confundir medo camuflado com amor, preconceito
com sabedoria, literalismo com verdade.
A autora começou a cair escada abaixo. O preconceito é uma
forma de medo e crentes de religião de livro vão tentar cobrir seus
preconceitos sob a capa do amor, da compaixão e da piedade. Mas no fundo essa
fachada, que pretende ser tolerante e inclusa, é uma estratégia para o veneno
fundamentalista. A pessoa, fragilizada, se sente acolhida, protegida, aceita.
Momento propício para a doutrinação, a lavagem cerebral, o literalismo, pois o
desesperado quer a certeza e os proselitistas lhe fornecerão. A falsa certeza
providencia um falso consolo, mas também uma verdadeira fonte de histerias e
paranoias. No Paganismo Moderno, há inclusão, ainda que aos trancos e
barrancos. Falamos em amor, mas ainda certos assuntos são evitados em público.
Falamos em sabedoria, mas nos limitamos a repetir os discursos de alguma
celebridade pagã. Falamos que não temos um livro sagrado, mas vivemos citando
trechos e frases como se fossem revelação divina. Esta é uma lama que ainda
temos que lidar.
8 – A verdade deve ser revelada lentamente, senão ficaremos
cegos.
Eu leio uma contradição aqui. Afinal, se o crente de
religiões de livro está querendo abandonar toda a certeza, não cabe falar em
“revelar a verdade”, visto que são múltiplas. A autora não diz como ou de que jeito
se pode levantar os véus e eu não acredito que um crente de religião de livro
esteja pronto, preparado ou desejoso em encarar a Luz. No Paganismo Moderno
isso equivaleria ao “eureca”, mas como a revelação vem pela experiência
pessoal, a epifania somente pode ser entendida e compartilhada quando outro
interessado trilhar a mesma trilha, praticar a mesma prática, em suma, receber
o treinamento e a iniciação formal. Então muita calma com o andor ao ler
afirmações vindas de celebridades pagãs. O geral não é específico e o
específico não é geral, cada um no seu quadrado.
9 – Cuidado com a lógica circular e a validação externa.
No tempo em que o Orkut era uma febre e a rede social era
uma novidade eu frequentei uma comunidade chamada Evangelize-me Se For Capaz. O
que mais se encontrava ali era crente de religião de livro tentado evangelizar,
oferecer a graça da salvação, dar a redenção aos perdidos. O que era uma tarefa
ingrata e infrutífera, pois o livro sagrado é fonte de controvérsias e
contradições. Impossibilitados de construir um bom caso, recorriam amiúde à
lógica circular e eventualmente a alguma validação externa. Como lhes faltava a
envergadura e o conhecimento, chegava a ser covardia a forma como eram
massacrados. Curiosamente, quando interpelados, os descrentes me decepcionaram
diversas vezes por recorrer às mesmas estratégias dos crentes, para defender
suas convicções. No Paganismo Moderno, eu me sinto uma rara exceção dentro de
um cenário desprovido sequer do conhecimento mais básico.
10 – Faça uma fogueira com suas crenças.
Geralmente os crentes de religião de livro gostam muito
desta fase, mas as fogueiras foram alimentadas com as crenças, livros e pessoas
de outras religiões. Esta proposta é bem chocante, se levarmos em conta que
religiões de livro são baseadas na certeza e em um texto sagrado. Nisto
consiste meu estranhamento com fenômenos recentes observados no Cristianismo,
vertentes mais inclusivas, menos literalistas e mais progressistas apareceram
nos últimos anos e aqui cabe a pergunta: até quanto se pode dobrar uma religião
de livro até que se chegue ao seu núcleo duro ou ao ponto da religião se tornar
uma paródia de si mesma? Nós gostamos de fogueiras e não faltam celebridades
que se queimam. Este é um desafio no Paganismo Moderno também, afinal, vivemos
tropeçando em nossos conceitos quando nos deparamos com ações e palavras que
não coadunam com a mensagem que passamos ao público geral.
11- Faça uma autoanálise.
Eu não acredito que um crente da religião de livro consiga
passar por esta fase. Sua crença é baseada na certeza de que o texto sagrado é
uma revelação divina, inquestionável. A ideia de procurar internamente, por sua
alma, sua verdade, é uma mensagem que combina mais com o esoterismo. O
autoconhecimento é uma ferramenta básica aos pagãos modernos, mas não é a
única, afinal, sem a prática, sem a busca do divino na natureza, corremos o
risco de embarcar em delírios místicos.
12 – Faça um esforço em ser ateu [opcional].
Aqui muito descrente deve estar dando risada. Ser ateu não
requer muito esforço. Em muitos casos, é o resultado mais imediato depois de se
ler e estudar muito. No entanto, o descrente não superou a necessidade de
certeza, apenas trocou os textos sagrados das religiões pelos textos sagrados
da ciência. Para o Paganismo Moderno, é preciso um grande esforço em ser
monoteísta, o que infelizmente acontece, com as religiões da Deusa e o Dianismo.
13 – Permita-se surpreender com outras fontes.
Aqui o descrente deve estar gargalhando, afinal é nítido e
notório a forma como os crentes de religião de livro distorcem e deturpam a Ciência
[Design Inteligente] para embasar suas crenças. O Paganismo Moderno comete uma
falha semelhante ao recorrer às explicações da teoria quântica, um recurso
temível, por mais que esse ramo da Ciência se aproxime do esoterismo.
Entretanto, como nós não temos um livro sagrado e não temos uma autoridade
central, nós temos as mais diversas opções para explorar e descobrir o divino.
14 – Passe pela noite da alma.
Levando em conta os tópicos anteriores, eu acho que um
crente de religião de livro não consegue passar por isso; mas quando passa,
acaba ou se tornando ainda mais fundamentalista, ou acontece uma cisão. Ao
contrário do que descrentes afirmam, a Ciência não fornece certezas ou
respostas definitivas: tomar as teorias científicas como se fossem a verdade
absoluta não deixa de ser uma forma de fundamentalismo. Em algum momento, todo
ser humano passa por esta experiência. O homem recria a realidade ao
reinterpretar conforme um determinado padrão de pensamento ou filtro de
perspectiva, mas eventualmente acaba se deparando com algo que não se encaixa
em seus moldes. Quando nossas ilusões e falsas certezas se desfazem,
mergulhamos [melhor dizer emergimos?] em uma realidade maior e mais ampla do
que podemos compreender. Nisto consiste o caminho iniciático, a epifania e a
iluminação. Como chegar a isto existe diversos métodos, que são os múltiplos
caminhos do Paganismo Moderno.
15 – Evite recaídas.
Esta é uma pedra de tropeço em qualquer espiritualidade,
crença ou religião. Quando adotamos ou nascemos em uma determinada religião,
tendemos a nos acomodar. Mesmo diante de desafios, obstáculos, contradições,
controvérsias, escândalos, nosso comodismo e conformismo tenderão a procurar
uma explicação, uma justificativa, não prosseguimos com nosso crescimento e
conhecimento [espiritual, material, mental] e o resultado dessa evasão é que
acabamos por regredir, recusando repensar nossas falsas certezas. Infelizmente
não é difícil vermos pagãos modernos voltarem ao próprio vômito.
16 – Esqueça o perfeccionismo.
Este complexo tende a acompanhar a necessidade de certeza e
de que o texto sagrado é a mais absoluta verdade. Pois é exatamente aqui que
desmorona toda tentativa dos crentes de religião de livro em distorcer a Ciência
[Design Inteligente]. Partindo do pressuposto que exista “perfeição” na
natureza, o crente da religião de livro afirma que isto somente é possível por
que há um Criador. Nada mais falso, enganoso e longe do que acontece na
natureza. Ou seja, desafiar a noção de que a natureza é “perfeita” por que é
criação de um Deus é parte do núcleo duro. Toda a questão do pecado, da culpa e
da necessidade de redenção, de salvação, é a busca dessa “perfeição” diante dos
olhos deste suposto Criador. No Paganismo Moderno, vemos a natureza como
gerada, não criada. Os fenômenos da natureza são consequência das ações de
energias, de forças, que são conscientes [por isso chamamos de Deuses] e que
têm suas próprias vontades. O único lugar do perfeccionismo no Paganismo
Moderno é na ortopraxia adotada pela Wicca Tradicional.
17 – Recobre sua autoestima.
Este é um passo importante para todo ser humano. Crentes de
religião de livro, nascidos ou convertidos, acabam desenvolvendo pouca
autoestima e isso tem muito a ver com a mania do julgamentalismo [preconceito,
dogmatismo, literalismo] que permeia essas religiões. Toda e qualquer jornada
espiritual ou religiosa não pode ser iniciada sem alguma autoestima.
Infelizmente os pagãos modernos ainda clamam por reconhecimento, aceitação e validação
de suas práticas e crenças. Infelizmente pagãos modernos ainda criam cultos à
personalidade em torno das celebridades pagãs.
18 – Entre em metamorfose.
Geralmente a metamorfose é a passagem de um estado baixo
para um estado elevado. A analogia da lagarta e da borboleta é uma falsa
analogia. A analogia é falsa, pois a borboleta e a lagarta é o mesmo bicho, a
metamorfose faz parte de sua espécie, não há qualquer alteração, acréscimo ou
perda em seus gens. Nem sempre estados posteriores são melhores que estados
anteriores, senão o civilizado seria necessariamente melhor do que o selvagem,
o “cristão” seria necessariamente melhor do que o “pagão”. Quando falamos no
caminho iniciático, na epifania, na iluminação, a metamorfose é uma analogia
cabível, pois não houve alteração em nossa essência, natureza, nós apenas
recuperamos nossas verdadeiras identidades.
19 – Conecte-se com sua alma.
Esta certamente é uma fase onde os crentes da religião de
livro vão falhar. A busca deles não é pelo contato com sua alma, mas com o
Profeta, o Ungido, o Messias, o Deus. As religiões de livro são bastante
incisivas em colocar a alma individual humana como indigna, imperfeita,
pecaminosa. Apenas negando sua identidade, sua individualidade, sua
personalidade, é que o homem pode superar suas falhas, seu defeito carnal, para
então viver na plenitude da existência divina, muito embora não haja mais um
indivíduo para apreciar esse Paraíso. No Paganismo Moderno essa conexão com a
alma é um dos passos básicos. Outro passo é ter uma conexão com a natureza. Ler
e estudar ajudam e auxiliam na compreensão de como percebermos e interpretarmos
essa conexão de nossa alma com a natureza. Pela prática e experiência pessoal,
percebemos o divino, temos a iluminação e vislumbramos a epifania. Nada mais é
necessário.
20 – Festeje sua vitória.
Sinceramente eu ainda não sei como um crente de religião de
livro tem algo a comemorar. Os poucos que empreenderam essa jornada acabaram
repudiando a crença que tinham. Este felizmente não é o caso para os pagãos
modernos. O máximo que acontece é o de percebermos que covens, grupos, fóruns,
tradições, linhagens, são apenas outras formas de caixinhas. Perceber que o
divino está muito além e aquém de quaisquer sistemas ou fórmulas é
reconfortante e libertador. Esta é uma boa parte. Mesmo que não consigamos
atingir nossos objetivos. Mesmo quando nos sentirmos traídos, enganados,
abandonados. Percorremos o caminho, lutamos nossa luta, servimos aos Deuses. Podemos
comemorar nossas vitórias e derrotas, pois ambas fazem parte do aprendizado.
Havemos de encontrar o Deus e a Deusa, no fim do caminho. Havemos de
reencontrar nossos ancestrais no Grande Banquete. O acesso ao mundo espiritual,
ao mundo divino não é monopólio e privilégio dos sacerdotes, sejam estes quais
forem. O caminho não é monopólio e privilegio de nenhuma forma de
espiritualidade, crença ou religião. Sejam quais forem as fórmulas, sistemas,
doutrinas, segredos, ainda assim cada um, através de sua prática e experiência
pessoal, chegará ao mesmo destino.
No que cabe a este escritor, eu incluiria mais uma fase ou
passo. Que eu noto estar em falta em muitas das espiritualidades, crenças e
religiões. Não é sentado em um banco de igreja que vai te tornar um cristão. Não
é recitando o Corão na mesquita que vai te tornar um muçulmano. Não é
celebrando o Rosh Hashana que vai te tornar um judeu. Não é citando as sutras
de Sidarta que vai te tornar um budista. Não é colecionando ordenações,
iniciações, tradições e linhagens que vai te tornar um sacerdote pagão. Passo 21:
Pratique o que prega.
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