A Imprensa Abutre está de volta, com tudo. Foi necessário que um avião desaparecesse na Malasia para que aparecessem reportagens ridicularizando as crenças locais. Nenhum site de notícias falou o que é bomoh, nenhum falou da função do xamãn, nenhum falou das crenças da Malasia. Se tivesse sido uma missa de um padre/pastor pelas vítimas do avião e algum ateu fizesse um artigo ridicularizando a missa, não faltaria espaço na Mídia para cristãos expressarem o quanto se sentem ultrajados e ofendidos. Na sequência, surgem notícias sobre rituais na Indonésia, mostrando uma foto que pode impressionar um ocidental provinciano, citando em poucas palavras o nome da festividade e mais nada.
E dá-lhe procurar no oráculo virtual algum artigo que preste para falar um pouco da rica cultura da Malásia e da Indonésia, países aonde ainda se preserva religiões nativas e há convivência com o budismo, o islamismo e o cristianismo. Um exemplo a nós, ocidentais.
Infelizmente a maioria das informações estão em inglês.
Mas isto eu vou deixar para depois. O assunto agora é a reedição (remix) da "Marcha da Familia com Deus Pela Liberdade" e a pesquisa do IPEA mostrando que, na opinião dos brasileiros, a "culpa" da violência [física e sexual] contra a mulher é dela mesma, com um inúmero desfile de jargões machistas, preconceituosos, intolerantes e patriarcais. Como se isso não fosse o suficiente eis que, depois de 50 anos que o Brasil superou a ditadura militar, vivemos uma onda saudozista, revisão histórica e até negação de que houve extremos em ambos os lados.
Em pleno século XXI temos um recrudescimento das idéias, reaparece o puritanismo e o falso moralismo, a ditadura da mediocridade empobrecendo a mente dos brasileiros e a patrulha do politicamente correto acabando com qualquer possibilidade de diálogo ou debate. Sinal da decadência ideológica, temos liberais de direita e temos a esquerda caviar digladiando-se em blogs com retóricas obsoletas e estereótipos absurdos. As lutas e esforços de tantos que nos precederam para que nos tornássemos efetivamente humanos vai desaparecendo, por falta de planejamento, de ação, de interesse.
Nos idos de junho, quando eu havia preconizado, com exatidão, que as manifestações morreriam na praia, os fatos recentes ratificaram minha profecia. As manifestações pecaram ao se associar ao PSOL, que contratava gente desqualificada por R$ 150,00 para a tropa de Black Blocks, gente paga para destruir, quebrar, queimar, cometer vandalismo e violência. Foi preciso morrer um cinegrafista para que os podres das "manifestações pacíficas" viessem à tona. Nada mudou e quando muda é para pior, retrocedendo. O brasileiro continua esmolando e esperando por mudanças sem se dar conta que mudança só ocorrem quando se põe a mão na massa. Pensadores, filósofos, artistas e profetas indicam a direção, mas de idéias e ideais a humanidade está farta, quer soluções práticas e eficientes, não quer compromisso, responsabilidade ou consciência. E ficamos como estamos. Como disse uma vez Elis, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais.
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