Por ter crescido na Lituânia, Marija Gimbutas familiarizou-se com as tradições da Deusa Latima, a fiandeira, ou a tecelã da vida. Ela se lembra que as mulheres costumavam fazer-lhe oferendas de toalhas e artigos tecidos. À noite, a Deusa sempre fiscalizava seus seguidores espiando-os pela janela.
Embora a Lituânia tenha sido cristianizada durante o século XIV, ela permaneceu predominantemente pagã por muitos séculos ainda, devido à falta de habilidade dos missionários com a língua. A Deusa permaneceu como parte da cultura da Europa oriental em algumas áreas até o século XIX ou mesmo XX. Fascinada pela cultura com a qual cresceu, Gimbutas concentrou seus primeiros estudos em lingüística, etnologia e folclore.
Em 1942, Gimbutas completou seu mestrado pela Universidade de Vilnius, na Lituânia ocupada pela Alemanha; quatro anos mais tarde, ela doutorou-se pela Universidade de Tubigen, na Alemanha. Ambas as graduações foram em arqueologia. Sua dissertação centrava-se nas religiões antigas e pagãs, no simbolismo, nos ritos fúnebres e nas crenças da vida após a morte.
Nascida numa época em que a Lituânia era tão pagã quanto católica, Gimbutas possuía um ponto de vista único sobre a Europa e sua história. Durante anos, ela trabalhou em escavações no sudoeste da Europa e no Mediterrâneo, e começou a desenvolver a teoria sobre a existência de uma cultura que um dia, em uma época remota, prevaleceu na região.
Sua visão dos povos da pré-história européia é também um conto sobre o choque entre culturas e, especificamente, sobre a que um dia foi proeminente: a cultura da Deusa-Mãe. A pesquisa de Gimbutas fornece evidências de que antes dos indo-europeus dominarem a região, uma cultura completamente diferente existiu ali, uma cultura à qual ela se refere como cultura da Grande Deusa ou da Deusa-Mãe. Era uma cultura igualitária, embora centrada no materno como fundamentação para sua cosmologia.
Gimbutas se refere a essa cultura como matricista ou matrifocal, e não como matriarcal. Tratava-se de uma sociedade equilibrada. As mulheres não eram tão poderosas a ponto de usurpar o papel do homem. Os homens tinham seu próprio poder e posição, e executavam seus próprios deveres para benefício da família e do clã. Segundo Gimbutas, era uma sociedade comunal e comunista no melhor sentido da palavra. As Deusas eram verdadeiramente criadoras, e, de fato, criavam por si mesmas, quer fossem utensílios domésticos, quer fosse uma criança.
Diversos tipos de estatuetas de Deusas apareceram na Idade do gelo, mas elas não formam um panteão. Em essência, elas representam diferentes funções da mesma Deusa. A divindade era a própria natureza: a natureza que dá a vida, tira a vida, regenera-a. Essas eram as três importantes funções da Deusa, e elas compunham o ciclo vital natural.
As estatuetas posteriores à Idade do Gelo, com seios acentuados, eram esculpidas tipicamente com uma cabeça de pássaro. As estatuetas da Idade do Gelo também tinham seios grandes e cabeças de pássaro. A partir disso, ficou claro para Gimbutas que elas eram do mesmo tipo e que sua cultura continuou até os tempos históricos.
A religião sempre desempenhou um importante papel em qualquer cultura, tanto modernas quanto antigas. A cultura da Deusa não era diferente. Sua cosmologia era baseada no pássaro d’água e no ovo cósmico. No início, o mundo começou quando o pássaro d’água trouxe o ovo. O ovo rompeu e uma parte se tornou terra e a outra parte, céu.
Para a cultura da Deusa-Mãe, o templo era o centro da vida religiosa. Belos artefatos eram produzidos para seus altares e para a Deusa. As evidências sugerem que esse povo era grato pelo sustento que a terra proporcionava, e dava graças à Deusa. A alta sacerdotisa e a rainha eram a mesma pessoa nessa hierarquia de sacerdotisas. As mulheres eram mais prestigiadas pela vida nova que nascia delas e, em resultado, tinham mais influência na vida religiosa. Elas comandavam o templo e executavam rituais nos nascimentos, mortes e na mudança das estações.
As descobertas da Dra. Gimbutas, baseadas nos vestígios físicos e no que se pode deduzir da mitologia, sugerem que a vida política era regulada por um sistema avuncular. Os governantes da comunidade eram a rainha, que também era a alta sacerdotisa, e seu irmão ou tio. O homem dividia com ela a autoridade. A existência desse sistema era expressa na mitologia clássica, na qual casais de irmãos, Deusas e Deuses, são encontrados com freqüência.
Seria presunção sugerir que essa era apenas uma cultura de mulheres e que não existiam Deuses homens. Em sua arte, o masculino é menos representado, mas os Deuses homens, de fato, existiram. Em todas as mitologias a mãe terra existe com seu companheiro masculino ao lado.
“O Egito Antes dos Faraós”, de Edward Malkowski, pg. 231 a 235, Editora Cultrix.
Nota da casa: Eu peço encarecidamente aos pagãos, bruxos e wiccanos que leiam o tópico "A origem do mito moderno da Deusa-Mãe" antes de embarcar nessa idéia dourada de uma "antiga religião da Deusa".
Embora a Lituânia tenha sido cristianizada durante o século XIV, ela permaneceu predominantemente pagã por muitos séculos ainda, devido à falta de habilidade dos missionários com a língua. A Deusa permaneceu como parte da cultura da Europa oriental em algumas áreas até o século XIX ou mesmo XX. Fascinada pela cultura com a qual cresceu, Gimbutas concentrou seus primeiros estudos em lingüística, etnologia e folclore.
Em 1942, Gimbutas completou seu mestrado pela Universidade de Vilnius, na Lituânia ocupada pela Alemanha; quatro anos mais tarde, ela doutorou-se pela Universidade de Tubigen, na Alemanha. Ambas as graduações foram em arqueologia. Sua dissertação centrava-se nas religiões antigas e pagãs, no simbolismo, nos ritos fúnebres e nas crenças da vida após a morte.
Nascida numa época em que a Lituânia era tão pagã quanto católica, Gimbutas possuía um ponto de vista único sobre a Europa e sua história. Durante anos, ela trabalhou em escavações no sudoeste da Europa e no Mediterrâneo, e começou a desenvolver a teoria sobre a existência de uma cultura que um dia, em uma época remota, prevaleceu na região.
Sua visão dos povos da pré-história européia é também um conto sobre o choque entre culturas e, especificamente, sobre a que um dia foi proeminente: a cultura da Deusa-Mãe. A pesquisa de Gimbutas fornece evidências de que antes dos indo-europeus dominarem a região, uma cultura completamente diferente existiu ali, uma cultura à qual ela se refere como cultura da Grande Deusa ou da Deusa-Mãe. Era uma cultura igualitária, embora centrada no materno como fundamentação para sua cosmologia.
Gimbutas se refere a essa cultura como matricista ou matrifocal, e não como matriarcal. Tratava-se de uma sociedade equilibrada. As mulheres não eram tão poderosas a ponto de usurpar o papel do homem. Os homens tinham seu próprio poder e posição, e executavam seus próprios deveres para benefício da família e do clã. Segundo Gimbutas, era uma sociedade comunal e comunista no melhor sentido da palavra. As Deusas eram verdadeiramente criadoras, e, de fato, criavam por si mesmas, quer fossem utensílios domésticos, quer fosse uma criança.
Diversos tipos de estatuetas de Deusas apareceram na Idade do gelo, mas elas não formam um panteão. Em essência, elas representam diferentes funções da mesma Deusa. A divindade era a própria natureza: a natureza que dá a vida, tira a vida, regenera-a. Essas eram as três importantes funções da Deusa, e elas compunham o ciclo vital natural.
As estatuetas posteriores à Idade do Gelo, com seios acentuados, eram esculpidas tipicamente com uma cabeça de pássaro. As estatuetas da Idade do Gelo também tinham seios grandes e cabeças de pássaro. A partir disso, ficou claro para Gimbutas que elas eram do mesmo tipo e que sua cultura continuou até os tempos históricos.
A religião sempre desempenhou um importante papel em qualquer cultura, tanto modernas quanto antigas. A cultura da Deusa não era diferente. Sua cosmologia era baseada no pássaro d’água e no ovo cósmico. No início, o mundo começou quando o pássaro d’água trouxe o ovo. O ovo rompeu e uma parte se tornou terra e a outra parte, céu.
Para a cultura da Deusa-Mãe, o templo era o centro da vida religiosa. Belos artefatos eram produzidos para seus altares e para a Deusa. As evidências sugerem que esse povo era grato pelo sustento que a terra proporcionava, e dava graças à Deusa. A alta sacerdotisa e a rainha eram a mesma pessoa nessa hierarquia de sacerdotisas. As mulheres eram mais prestigiadas pela vida nova que nascia delas e, em resultado, tinham mais influência na vida religiosa. Elas comandavam o templo e executavam rituais nos nascimentos, mortes e na mudança das estações.
As descobertas da Dra. Gimbutas, baseadas nos vestígios físicos e no que se pode deduzir da mitologia, sugerem que a vida política era regulada por um sistema avuncular. Os governantes da comunidade eram a rainha, que também era a alta sacerdotisa, e seu irmão ou tio. O homem dividia com ela a autoridade. A existência desse sistema era expressa na mitologia clássica, na qual casais de irmãos, Deusas e Deuses, são encontrados com freqüência.
Seria presunção sugerir que essa era apenas uma cultura de mulheres e que não existiam Deuses homens. Em sua arte, o masculino é menos representado, mas os Deuses homens, de fato, existiram. Em todas as mitologias a mãe terra existe com seu companheiro masculino ao lado.
“O Egito Antes dos Faraós”, de Edward Malkowski, pg. 231 a 235, Editora Cultrix.
Nota da casa: Eu peço encarecidamente aos pagãos, bruxos e wiccanos que leiam o tópico "A origem do mito moderno da Deusa-Mãe" antes de embarcar nessa idéia dourada de uma "antiga religião da Deusa".
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