Este ano, a festa tem o seu ápice no dia 18, mas os preparativos já começam cinco dia antes, no dia 14", explica Fernanda Payo, diretora da academia Shiva Nataraj Danças e Práticas.
O calendário hindu varia conforme as regiões, pode ter início na lua nova ou cheia, mas de forma geral é baseado no movimento lunar e compreende doze meses de 29 dias e meio.
Os doze meses completam um total de 354 dias, ou seja, 11 dias de menos do calendário solar.
O ano novo dos indianos é conhecido como a Festa das Luzes (Diwali), marcada pelo retorno da deusa Lakshmi (ou Laxmi), símbolo de prosperidade.
A celebração é repleta de história e vários significados, um deles indica o retorno de Rama e Sita, reencarnações de Vishnu, deus sustentador do universo, e de Lakshmi, que foi resgatada das mãos do demônio Ramavana.
Esses deuses só conseguiram enxergar o caminho de volta porque o povo deixou a floresta toda iluminada.
Por este motivo, as casas recebem durante os cinco dias de comemorações muitas luzes e incensos. São limpas e decoradas com lamparinas de óleo. À noite familiares e amigos trocam presentes ao redor de muita música e pratos típicos, além de estourar fogos de artifício com a intenção de destruir as forças do mal.
"Aqui no Brasil, as comemorações são mais tímidas, geralmente em um dia só. Mas a festa sempre começa com um puja (oferendas) à Ganesha, e no desenrolar da noite há muita dança, música e teatro, além de entoação de mantras, sempre com lamparinas acesas. Há ainda a encenação das partes do Ramayana, semelhante à Paixão de Cristo", explica.
A diretora que estuda a cultura indiana montou um espetáculo baseado na festa com cinco atos, que simbolizaram os dias de preparação. As coreografias apresentadas neste sábado, dia 10, encenaram a preparação do Diwali.
"Lá na Índia, no primeiro dia são feitas orações à deusa Lakshimi para pedir prosperidade no ano que se inicia. Já na manhã do segundo dia, chamado de Chhoti Diwali ou pequeno Diwali, as mulheres se ocupam em fazer bonitos e coloridos Rangolis na entrada das casas. São mandalas coloridas feitas de areia tingida", explica a diretora.
O terceiro dia é considerado o mais auspicioso e dedicado ao apaziguamento de Lakshmi, por isso a casa fica extremamente arrumada e iluminada, pois a deusa gosta de limpeza. Há também a explosão de fogos de artifício nas ruas.
"O dia seguinte ao Amavasya é conhecido como Gudi Padwa, um símbolo de amor e devoção entre a mulher e o marido. Neste dia, recém-casados e filhas com seus maridos estão convidados para refeições especiais. As esposas aplicam tilakan vermelho em seus maridos como símbolo de amor eterno e fazem orações pedindo saúde e longa vida aos seus companheiros".
Segundo Fernanda é lembrado nesta data o episódio em que Krishna elevou o Monte Govardhan com o dedo mindinho, abrigando toda a humanidade de um dilúvio, dessa forma grandes montanhas de alimentos são oferecidas aos necessitados como forma de agradecimento.
"O último dia lembra o episódio em que Yamaraj foi para a casa da sua irmã, que colocou em sua testa uma marca auspiciosa para o seu bem-estar. Assim, neste dia, as irmãs fazem puja para seus irmãos desejando segurança e bem-estar. E os irmãos dão presentes em troca, para como um símbolo do amor", finaliza.
Fonte: Vila Mulher.[link morto]
Um comentário:
Por falar em festas na índia, veja a denuncia feita em Rosa Leonor, da viuvas muçulmanas perseguidas e açoitadas em praça pública acusadas de bruxaria, há poucos dias... tbm tem no youtube...
http://www.youtube.com/watch?v=7X_bJYqHJfU
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