sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O destino que aguarda a todos

Manter um blog não é uma tarefa simples, ao longo da existência deste jornal, eu achei muitas fontes que acabaram ou sumiram. Enquanto eu pesquisava no Oráculo Virtual (Google) pelo tema "pagan articles", deparei-me com o texto da Laura Perry a respeito dos Deuses que morrem e renascem. Para as religiões antigas e para o Paganismo Moderno, esses são mitos fundamentais e universais.

A pergunta é simples - esses Deuses realmente morrem e renascem? Para Laura, não, pois para ela, Deuses não são mortais, portanto, não morrem.

Existem centenas de páginas mantidas por cristãos e ateus que afirmam com convicção de que os Deuses morreram. Plutarco, em suas obras, anuncia, através de um marinheiro anônimo, que Pan estava morto. Além da alegação mais usual de que, um Deus ou Deusa morre se não tem quem os/as cultue. Eu citei um texto de Spencer Daniel como ponto de contestação e reflexão. Como exercício, eu também vou citar um texto de Howard Lovecraft - Aquilo que não está morto pode jazer eternamente e com eras estranhas, até a morte pode morrer.

Acompanhem-me para tentar entender os mitos que envolvem esses tropos divinos para, talvez, entender que toda forma de existência eventualmente encontra seu fim para poder renascer.

Primeiro passo - identificar quais Deuses podem ser apontados como exemplos desse mito fundamental. Osíris, Tammuz, Adonis e Attis.
Laura se restringe a falar apenas de Dionísio, um Deus "hour concour", cuja origem e ritos escandalizavam (e desagradavam) Gregos e Romanos. E quanto a Baldr, da mitologia nórdica?

Laura diz que Dionísio não se torna mortal, que John Barleycorn não se torna mortal, comparando-os com (espanto) Yeshua, que morreu por ter se tornado mortal. Estranho, pois até os cristãos não tem um consenso sobre Cristo ser Deus. Cujo mito, diga-se de passagem, é uma cópia dos mitos do Rei Sagrado Sacrificado, dos mitos dos Deuses de Vegetação e também dos Deuses que morrem e renascem.

Aparentemente confusa, Laura diz que esses Deuses não morrem, mas descem ao submundo.
Curiosa, mas não coincidentemente, ela diz:
Somos mortais, observando imortais fazerem algo que só podemos entender em parte; seres tridimensionais fazendo o seu melhor para interpretar as ações de Deus sabe quantos seres dimensionais.
Então a pergunta óbvia que ela deveria ter feito - com base em que ela pode afirmar que os Deuses não morrem? Para os padrões humanos, a existência dos Deuses está além de nossa compreensão, mas a nossa existência também está além da compreensão de muitos animais cuja vida é mais curta do que a nossa.

Em diversas culturas, os Deuses se tornam mortais, nascem, crescem e morrem como homens. Os Deuses somente podem entender nossa efêmera existência e o maior mistério - a morte - vivenciando isso em termos humanos.
O maior trunfo dos Deuses é exatamente sua proximidade e identificação conosco, ao contrário do Deus Cristão, transcendente, longínquo, não mundano, não carnal, mas que convenientemente nos julga de seu trono celeste por atos e obras que cometemos pela natureza com a qual Ele nos criou, demonstrando o quanto é cruel, vingativo e sádico.
Sim, nosso Deuses são capazes de demonstrar compaixão e piedade que o Deus Cristão é incapaz. Enquanto este ameaça com a punição eterna, nossos Deuses acenam com a possibilidade de redenção e renascimento. Porque eles passaram e experimentaram nossa curta e efêmera vida. Eles realmente morrem, anual e ciclicamente, para que nossa colheita e nosso gado sejam férteis e produtivos. Para que nós mesmos, sejamos férteis e produtivos. Para que nós mesmos possamos nascer, crescer e renascer.
Assim seja, assim é, assim será.

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