Conforme documento enviado ao Portal M!, o terreiro afirma que a área foi doada ao Ilê Àsé Ojú Oòrùn pela Prefeitura de Caetité, em 1991, com a justificativa de ser um "território pertencente ao cômputo geral de terras devolutas do município e com a promessa de futura regularização". No entanto, anos depois, a comunidade foi informada que o espaço estava dentro de uma área pertencente a herdeiros de uma família conhecida da localidade.
O sacerdote do local, Thonny Hawany, relatou que o ataque foi promovido por pessoas que se autodeclaram donas do terreno. "São membros de uma família que de modo autoalegado dizem ser donos das terras no entorno do terreiro, incluindo as terras que foram doadas para o terreiro há 33 anos", afirmou.
Ainda de acordo com ele, aconteceu uma reunião na última sexta-feira (15), com três membros do Conselho da Igualdade Racial do município de Caetité. Durante a conversa, uma das servidoras teria afirmado que um órgão municipal havia autorizado a abertura de um loteamento nas imeadiações da área do terreiro.
"Eu não me lembro qual, se a Infraestrutura ou se o Meio Ambiente, deu uma autorização para esses particulares abrirem um loteamento aqui nas mediações do terreiro. Mas ninguém na prefeitura, segundo essa pessoa, sabia que se tratava de uma falsa reintegração de parte das terras do terreiro", contou Thonny.
Segundo comunicado divulgado nas redes sociais, o terreiro diz que o espaço atingido pelo trator era a morada do Èsù Igbó, que teria tido seu assentamento arrastado pelo equipamento. O mesmo espaço também recebe a pequena casa do Bàbá Egum Ikulainá.
"Ainda impactados, pedimos socorro à sociedade e, em especial, às entidades constituídas (públicas e privadas) para que nos ajudem a combater esse mal que assola o nosso solo sagrado. Apesar de conhecer os nossos direitos, fomos surpreendidos com uma falsa promessa de uma suposta regularização fundiária das terras", diz trecho da carta.
Procurados, a Prefeitura de Caitité, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e os supostos donos da área não responderam aos questionamentos do M!.
Fonte: https://www.bnews.com.br/amp/noticias/cidades/terreiro-de-candomble-denuncia-destruicao-de-area-sagrada-e-simbolos-religiosos-na-bahia.html
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