"25 de Outubro de 1940 - surge a Mulher-Maravilha, a mais famosa super-heroína da banda desenhada, que cedo se consolidou como símbolo feminista. No Portugal dos anos oitenta, ficou conhecida, pela televisão, como Super-Mulher.
Outubro de 2016 - estava prestes a ser nomeada como embaixatriz honorária da ONU para o Empoderamento das Mulheres e das Raparigas. Dezembro de 2016 - a nomeação de Outubro foi cancelada..."
Então ele quer falar sobre a Mulher Maravilha ou sobre as Amazonas, de onde William Moulton Marston supostamente criou sua personagem, na década de 40, século XX.
Não por acaso, a Mulher Maravilha foi criada na mesma época do Super Homem, embora divirjam quanto às fontes utilizadas. Até hoje, para quem é aficcionado por HQ e conhece a história das HQ fica entalado na garganta o fato que Super Homem foi criado com base no Ubber Man, de Nietsche, filosofia que foi deturpada pelo Nazismo. Sigamos com a Mulher Maravilha e as Amazonas.
A criação da Mulher Maravilha está repleta de polêmicas. Apesar de ser considerada uma personagem feminista, causa estranheza a inevitável associação da concepção da personagem com bondage e sado-masoquismo. Se Caturo fosse mais cuidadoso com aquilo que publica (ou tivesse mais estudo) teria achado esquisito a forma como Diana protegeu o americano Steve Trevor que, se considerarmos o roteiro, era invasor e homem. E se o soldado acidentado fosse alemão? Ou japonês? Ou russo? Considerações e dilemas necessários de se perguntar, quando nós temos que analisar e comentar um produto de comunicação de massa, que reflete uma época e uma sociedade.
Falando nisso, os mitos antigos são, por assim dizer, o produto de consumo de massa da Era Antiga. Então, qual é o original, o mito das Amazonas?
"As amazonas eram as integrantes de uma antiga nação de mulheres guerreiras da mitologia grega. As amazonas foram associadas com diversos povos históricos, ao longo da Antiguidade tardia. A partir do período moderno, seu nome passou a ser associado com as mulheres guerreiras da atualidade. O termo Amazonas é frequentemente utilizado para se referir a mulheres que montam a cavalo, participando em provas de equitação em destreza ou salto." - Wikipédia.
Os relatos que nos foi legado pelos Gregos Antigos situam as Amazonas em regiões geográficas distintas, sem qualquer alegação de etnia, ao contrário do que quer Caturo. As regiões nas quais as Amazonas são situadas são exatamente [não é mera coincidência] as mesmas de Tróia [outro mito antigo], a província de Anatólia. A região geográfica mais provável é agora parte da Turquia, onde viveram diversos povos antigos, de diversas etnias. Diga-se de passagem que o parâmetro daquilo que Caturo [e os racistas] definem como etnia branca, os Arianos, eram bem morenos.
A guisa de comparação, a concepção de Diana é um tipo étnico mediterrâneo, um subgrupo da etnia caucasiana, caracterizado pelos cabelos castanhos escuros, pele "cor de oliva" [moreno, talvez escuro demais para os parâmetros do Caturo e dos racistas], cabelos lisos/ondulados [cabelo cacheado, talvez crespo demais, quase pixaim, para Caturo e os racistas]. Algo bem distinto da figura que ficou conhecida pela Indústria Cultural, sobretudo pela série [americana] Mulher Maravilha, protagonizada por Lynda Carter, entre 1975 e 1979, um tipo muito mais americanizado.
Caturo deveria estar mais preocupado com o aculturamento, afinal, a Indústria Cultural dos americanos cultiva falsas ideias sobre os mitos antigos, sobre os povos antigos e sobre a religião antiga. Como, por exemplo, a intragável e negada presença do Fascismo nas terras americanas. Sabe-se que, antes de entrar na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos chegou a ter um Partido Nazista ativo e operante. O Neonazismo é bem conhecido na terra do Tio Sam. Não é mera coincidência a existência da Klu Klux Klan, do Fundamentalismo Cristão, da Supremacia Branca, da Alt-Right e congêneres nos Estados Unidos.
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