Por Geraldo Magela Machado.
Segundo o mito, o deus Sol, que era um deus pacífico, teria nascido de um ovo ou de um lótus. Esse deus foi o pai e mestre de todo o universo. Despertando no oriente e, conduzido pela sua barca de ouro de 770 côvados, medida egípcia equivalente a 400 metros de cumprimento, distribuía luz e calor pelo mundo.
Na forma humana durante o dia e com cabeça de carneiro com chifres recurvados à noite, o deus Sol, na cidade de Heliópolis, protege os egípcios, concedendo-lhes inúmeros benefícios, enquanto estes vão constituindo povos por toda a região do Egito: os núbios ao sul, os asiáticos ao norte, os líbios ao oeste e a leste, os beduínos (árabes do deserto).
Os demais elementos da natureza também tinham seus nomes ligados ao deus Sol: o ar era Chu, a Terra era Tefnut, Geb, e o céu era Nut, todos seus filhos. Foi o deus Sol (Rá), quem determinou que, caso um humano ofenda os deuses, este deverá oferecer um sacrifício animal, pois não eram aceitos sacrifícios de seres humanos.
Mesmo um deus está sujeito às consequências do tempo, e assim, o deus Rá começa a se degenerar, seus cabelos adquirem a cor do lápis-lazúli (pedra preciosa de cor azulada), seus membros enrijecem, seus ossos viram prata, seu corpo transforma-se em ouro e ele precisa de um bastão para caminhar.
Khepri era um dos vários deuses egípcios associados a animais. Seu nome significa escaravelho, e seu culto é citado nos textos encontrados nas pirâmides. O escaravelho tem por hábito botar seus ovos em esterco animal, assim como em corpos de outros escaravelhos mortos. Essa prática foi observada pelos egípcios e, daí, surgiu a noção de ressurreição e renascimento, associadas ao escaravelho.
Outra prática comum dos escaravelhos e que também foi observada pelos egípcios, é a de rolar bolas de esterco pela terra. Isso fez com que fosse associado ao deus Rá, que rola o Sol através do céu. Essa crença fazia com que os egípcios acreditassem que Khepri renovava o sol todas as noites para, no dia seguinte, apresentá-lo ao mundo, renovado.
Essa ideia de renovação associado ao escaravelho, foi levada tão a sério pelos egípcios que, aquele que trouxesse consigo uma imagem de um escaravelho, tinha garantido a persistência no ser e, se levasse essa imagem para a sepultura, teria certificado o direito ao renascimento para a vida.
Tido como amuleto preferido, os escaravelhos destinados aos mortos eram confeccionados com muito realismo, em pedra dura e colocados no lugar do coração, no peito das múmias, às vezes, incrustados numa moldura retangular. Estes amuletos já foram encontrados até no peito de certos animais tidos como sagrados pelo povo egípcio.
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