terça-feira, 4 de novembro de 2014

Ometeotl

Jaques Lafaye nos conta em “Quetzalcoatl e Guadalupe” a curiosa história da formação da identidade do México. O México, como muitos dos países latino-americanos, foi colonizado por espanhóis. O esforço dos colonizadores em “encaixar” sua visão e crença católica e cristã neste Novo Mundo produziu uma piedosa fraude que tornou Quetzalcoatl no apóstolo São Tomé e tornou a Deusa Tonantzin na Nossa Senhora de Guadalupe.

Essa distorção da realidade e da religião não são privilégios dos cristãos. Vemos isso no Paganismo Moderno, especialmente nas vertentes da neowicca, do Dianismo e outras “religiões da Deusa”. Promove-se praticamente um indisfarçável monoteísmo centrado na Deusa, como se isso fosse compensar ou trazer justiça para a humanidade que sofreu com o monoteísmo abraâmico e o patriarcado. Omite-se e distorce-se a figura e o papel do Deus no Paganismo Moderno, por razões e agendas pessoais.

Pesquisando no oráculo virtual [Google] algumas palavras coletadas do livro eu encontrei na mitologia asteca algo que se assemelha ao Monismo, o aspecto divino chamado Ometeotl. Para este pagão que vos escreve, a Mônada é a União [Hiero Gamos] resultante do Deus com a Deusa.

Vamos conhecer um pouco mais da mitologia asteca.

Ometecuhtli (O Senhor Deus) e Omecihuatl, A Senhora Deusa, formavam a dualidade criadora na religião mexica.

Ometecuhtli representa a essência masculina da criação. É esposo de Omecihuatl e pai de Tezcatlipoca vermelho (Xipe Tótec), Tezcatlipoca preto (Tezcatlipoca), Tezcatlipoca branco (Quetzalcoatl), e Tezcatlipoca azul (Huitzilopochtli). Também é chamado de Tonacatecuhtli [tonaka'tekutli], "Senhor da nossa carne".

Este é um Deus antigo, que não tinha templos e era quase desconhecido pelo povo, mas muito nomeado nos poemas das classes altas.

Omecihuatl (Senhora da Dualidade), Deusa que representa a essência feminina da criação na religião mexica. Esposa de Ometecuhtli. Também é conhecido como tonacacihuatl, Senhora da nossa carne.

Ometeotl é também chamado "in Tonan, in Tota, Huehueteotl", "a nossa Mãe, o nosso Pai". Como dualidade e unidade masculino-feminina, reside em Omeyocann, "o Sítio da Dualidade", que, pela sua vez, ocupa o mais alto lugar dos céus. São pais do Universo e tudo quanto há nele. Como "Senhor e Senhora da Nossa Carne e Sustento", subministra a energia cósmica universal da qual todas as coisas derivam, bem como a continuidade da sua existência e sustento. Prove e mantém o ritmo oscilante do universo e confere a cada coisa a sua natureza particular. É em virtude destes atributos que são chamados de "O Um Mediante O Qual Todos Vivemos" e quem "é o verdadeiro ser de todas as coisas, preservando-as e nutrindo-as". Por ser metafísicamente imanente, Ometeotl é chamado Tloque Nahuaque, amo do vizinho e o afastado ou o que está perto de todas as coisas e de quem todas as coisas estão perto. Sendo epistemologicamente transcendente, é chamado de Yohualli-ehecátl, Um que é Invisível (como a noite) e Intangível (como o vento). Recebe também os nomes de Moyocoyatzin, "o inventor de si mesmo" e Ipalnemohua, "o dador de vida".

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ometeotl

Realmente, nós temos muito que aprender com os povos antigos.

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