Comemorou-se recentemente na Alemanha o 25º aniversário da queda do Muro de Berlim. Um evento histórico que marcou a mudança de uma época, assim como a libertação de Nelson Mandela e a eleição de Barak Obama.
Inevitavelmente, em ano eleitoral, diversas empresas de comunicação de massas, dominadas por uma elite, divulgaram a data com alarde, como se isso provasse o quanto o socialismo ou os ideais de esquerda estão fadados ao fracasso. Mas há o que comemorar? Na Europa pós-muro, a situação é de crise, consequência direta do capitalismo neoliberal. Politicamente, a Europa vê a volta de velhos ideais que se achavam caducos ou superados, depois da 2ª Guerra Mundial.
O Muro de Berlim é explorado com claras intenções políticas, com textos tendenciosos e desonestos. O Muro de Berlim caiu, mas existem outros muros que dividem o mundo em dois. Existe um muro que separa a Cisjordânia de Israel, o muro que separa a Espanha do Marrocos, o muro que separa os EUA e o México, o muro que separa a Grécia da Turquia. Muros construídos pelo capitalismo, mas curiosamente os lacaios da elite não falam dessa vergonha.
No Brasil existem muros, embora não sejam físicos. O preconceito racial ainda é um estigma. Existe ainda uma forte misoginia velada na nossa sociedade. O fundamentalismo cristão levantou um muro na sociedade ao incentivar e justificar a homofobia. Sem falar no bairrismo que existe entre alguns estados e entre as regiões. Nesse ano eleitoral, colunistas das elites ergueram o muro que divide o Brasil entre PT e PSDB.
Então o Muro de Berlim caiu, mas para alguns os muros sociais devem permanecer, separando um grupo privilegiado do povão, que deve servir e trabalhar, sem queixas, sem direitos, sem participação, sem opinião. Por isso que tem gente que fala em auditoria dos votos, em impeachment da presidente recém-eleita, em intervenção militar, em secessão.
A existência destes muros são uma vergonha e denigrem nossa humanidade. Devemos lembrar do álbum The Wall, do Pink Floyd e devemos derrubar os muros. Com consciência e participação política de todos! Vamos tornar real o Plebiscito Constituinte!
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