Rodrigo Cavalcanti Rodriguez é um dos seguidores da 'magia' enigmática, tida como religião neopagã.
Reportagem: Amanda Rocha
O imaginário coletivo está impregnado de preconceito e medo quando o assunto é bruxaria. Modernamente, ela é conhecida como Wicca. Esqueça as histórias de bruxa má, que tocam o terror.
Pelo contrário, esta "magia" enigmática tida também como religião neopagã, filosófica e esotérica prega um retorno às raízes, ou melhor, à natureza. De ordem medieval, foi nas aldeias que começou a ser praticada, sempre em comunhão com os elementos: água, terra, ar, fogo e espírito.
Aliás, o pentagrama, um dos símbolos da Wicca, carrega este significado elementar. Mas foi precisamente na Inglaterra no século 20, por meio de Gerald Gardner que a bruxaria ganhou adeptos e se popularizou nos anos 60 entre os hippies como uma crença alternativa e libertária: estava na moda.
Como nunca foi uma “religião das massas”, mas sim de indivíduos, a Wicca é ramificada e tem diferentes cultos e adorações politeístas(vários deuses e deusas) e panteístas (culto a natureza).
Você já imaginou uma família de bruxos? E elas existem. Uma delas está bem aqui, em Jaú. Lendas, mitos e heranças desta magia sempre fizeram parte da vida de Rodrigo Cavalcanti Rodriguez, 23, historiador da arte e desenhista projetista. Ele veio, digamos, de uma linhagem de bruxos. "Sou bruxo natural, convivo com paganismo desde pequeno, é uma tradição na família", diz.
Sempre curioso e atento as histórias de sua bisavó Eleanora, primas e tios, não poderia ficar indiferente: aos 13 anos iniciou os estudos com afinco. Para isso são necessários 366 dias de autodedicação aos estudos da Wicca, pois só assim o futuro bruxo conhece e busca o conhecimento que procura. “Não é religião, é filosofia e você pode seguir o caminho que quiser”, enfatiza. Uma das relíquias da família é o diploma em bruxaria de sua bisavó, datado de 1919, cuidadosamente zelado e herdado por ele.
Questionado sobre encontros e cultos, Rodrigo disse que é difícil encontrar “covens”(grupo de bruxos) ou pagãos pela cidade, pois, na maioria das vezes, a prática é individual. “Presamos a liberdade; não sigo a um deus ou hierarquia, nos reunimos (a família) quando queremos, não é obrigação”, diz, emendando também que não é necessário abrir um círculo mágico para tais encontros.
Para ele, o que vale é a observação íntima com a natureza, estar em harmonia com essas forças e ser uno com o planeta, porque a Terra é uma “coisa viva e pensante”. “A magia verdadeira não é branca nem negra, pois a natureza é ambas, cinza e dualista”, conclui.
Fonte: Rede Bom Dia [link morto]
Nota da casa:
Apenas alguns dados relevantes no tocante à religião Wicca:
1) Ela contém elementos de bruxaria, mas não pode ser definida como a "religião das bruxas".
2) Suas raízes são crenças e práticas ligados ao folclore e magia popular da Idade Média, mas seu desenvolvimento foi lançado ao mundo por George Gardner em 1954.
3) Não existe praticante de Wicca auto-iniciado e os estudos se iniciam quando o neófito tem (no mínimo) 21 anos.
4) Para ser da religião Wicca é necessário ter uma tradição, um coven, um alto/a sacerdote/tisa, adorar a um Deus e uma Deusa, reunir-se nos oito sabás e nos treze esbás.
O que o entrevistado pratica é mais uma forma de "bruxaria moderna" genérica, popularizada e comercializada.
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