domingo, 31 de agosto de 2025

Influência perigosa e ilegal

No último domingo (24), a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) deu uma mostra da real dimensão de sua influência, penetração e capilaridade nas forças policiais, de segurança e de defesa do Brasil.

A agremiação de Edir Macedo reuniu em seus templos os comandantes-gerais das polícias militares de, pelo menos, 18 estados, além do Distrito Federal, entre outras autoridades, incluindo governadores de estado e comandantes das Forças Armadas.

A Iurd batizou a data como “Dia da Condecoração dos Heróis”. Convocou forças de segurança de norte a sul do país a comparecerem diante de seus pastores e bispos no domingo último. E foi atendida.

Foram mais de 100 mil policiais e familiares, ao mesmo tempo, incluindo soldados, oficiais, comandantes de batalhões, de regimentos, de divisões, até comandantes-gerais.

A maior operação de mobilização brasileira desde a Guerra do Paraguai foi o envio dos pracinhas da FEB (Força Expedicionária Brasileira) para a Europa, durante a Segunda Guerra Mundial: 25 mil combatentes, um quarto das forças reunidas pela Universal em seus templos no último domingo.

Conforme apurou o DCM, a Universal colocou sob o teto de seus templos no último domingo a cúpula das polícias de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal, Amazonas, Rondônia, Pará, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia.

Veja, abaixo, as forças mobilizadas nos templos da universal em 11 das principais capitais brasileiras.

Região Sudeste
1 – São Paulo: presença dos comandantes das polícias, da GCM, dos Bombeiros, da FAB, da Marinha e do Exército

Mais de 10 mil militares e agentes públicos de segurança estiveram presentes no Templo de Salomão, na zona sul da capital paulista, das 8h da manhã até o início da tarde do último domingo.

Todos os comandantes de forças policiais, militares e de segurança da cidade, do estado e do país que atuam em São Paulo estiveram presentes ou representadas no evento. Veja a lista de presença abaixo, informada pela própria Igreja Universal do Reino de Deus:

– Tenente-Brigadeiro do Ar Malta (Comandante-Geral de Apoio da FAB)

– General de Exército Montenegro (Comandante Militar do Sudeste)

– Coronel PM Coutinho (Comandante-Geral da PMSP)

– Coronel PM Erik (Subcomandante-Geral da PMSP)

– Capitão de Mar e Guerra Cerqueira José Maria (representando o Vice-Almirante Trovão)

– Delegado Dr. João (Corregedor, representando o Delegado-Geral da Polícia Civil-SP)

– Dr. Rodrigo (Diretor de Polícia Penal de SP)

– Tenente-Coronel PM Alexsandro (representando o Comandante do Corpo de Bombeiros de SP)

– Inspetor Superintendente Jairo Chabaribery (Comandante-Geral da Guarda Civil Metropolitana (GCM-SP))

2 – Rio de Janeiro: secretário da PM do Estado vira garoto propaganda da Universal 

O Coronel PM Marcelo de Menezes Nogueira, secretário estadual e comandante da PM do Rio de Janeiro, se diz homenageando a Universal, no último domingo (crédito: Iurd)
No Rio de Janeiro, a Universal reuniu a tropa e a cúpula das forças de segurança do Estado no templo do Solo Sagrado de Del Castilho, sede mundial da Igreja. Foram cerca de 10 mil policiais, sob a batuta do secretário estadual e comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), coronel Marcelo de Menezes.

Ao lado dos comandantes do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PMERJ) e o da Guarda Municipal, ele inverteu os papeis com a igreja de Edir Macedo no último domingo, e disse ele mesmo estar feliz em levar a sua corporação a homenagear a Iurd.

3 – Minas Gerais: veículos de transporte de tropas do Exército são colocados a serviço da Universal

No Santuário do Templo Maior, em Belo Horizonte, a Universal recebeu cerca de 5 mil agentes de forças de segurança no último domingo. Entre eles, estava o comandante da 4ª Região Militar do Exército Brasileiro, general de divisão Adriano Fructuoso da Costa.

Foi ele quem autorizou o uso de veículos de transporte de tropas da força terrestre brasileira para transportar soldados e oficiais até o evento de Edir Macedo – sob o custeio dos contribuintes nacionais.

Região Nordeste
4 – Maranhão: secretário estadual e comandantes da PM e da Polícia Civil batem continência à Universal

Comandantes e oficiais das forças de segurança do Maranhão se reúnem na catedral de São Luís da Igreja Universal (crédito: Iurd)
Na catedral de São Luís da Universal, na capital do Maranhão, a igreja não só juntou mais de 3 mil policiais e outros agentes de defesa do estado, mas todo o primeiro escalão de toda e qualquer força de segurança que atua naquela unidade da federação.

Veja, abaixo, lista com alguns presentes no evento de Edir Macedo. Todos eles foram condecorados pelos pastores da igreja durante as cerimônias:

– Secretário de Segurança Pública do Maranhão, Maurício Martins

– Delegado-geral da Polícia Civil, Almeida Neto

– Comandante-geral da Polícia Militar, coronel Pitágoras Nunes

– Comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Célio Roberto

– Comandante do 24º BIS (Batalhão de Infantaria de Selva) do Exército Brasileiro, tenente-coronel Duque

– Comandante da Guarda Civil Municipal, Sérgio Miranda

– Diretor-geral da Polícia Penal do Maranhão, João Francisco Rodrigues

– Chefe da perícia externa do Instituto de Criminaliística da Polícia Civil do Maranhão,  Sidiney Silva

5 – Paraíba: ato da Universal ganha convocação oficial do comandante da PM

Em João Pessoa, boa parte dos milhares de agentes de segurança que foram à Catedral da Fé da Universal no último domingo o fizeram também por dever de ofício, ainda que oficioso (que não tem caráter oficial, mas emana de fontes oficiais).

É que já no último dia 18, seis dias antes da “Condecoração dos Heróis” da Universal, o comandante-geral da Polícia Militar da Paraíba, coronel Sérgio Fonseca, devidamente fardado, gravou vídeo para as redes sociais da igreja de Edir Macedo informando sobre o evento do último domingo e convidando à presença todos os seus comandados. Para assistir ao vídeo, clique aqui.

Região Norte
6 – Amazonas: armas ungidas em nome de Deus

Em Manaus, foram mais de 2 mil agentes de segurança reunidos no Templo Maior da Universal no último domingo.

Parte deles chegou armada, de fuzis e pistolas, e tiveram suas armas ungidas em nome do Senhor. A imagem acima, fornecida pela própria Iurd, é da chegada de uma das tropas ao templo. A igreja não informou se os agentes prosseguiram armados durante as cerimônias no interior do templo.

7 – Rondônia: governador bate continência para bispo e diz: “Sou muito grato por tudo”

O governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha (União) durante evento da Igreja universal (credito: Iurd)
Na Catedral de Porto Velho, no último domingo, estiveram presentes mais de 2 mil agentes de segurança e familiares, atendendo ao evento da Igreja Universal. Boa parte deles estava armada – todos estavam fardados.

Além do comandante-geral da Polícia Militar de Rondônia, coronel Regis Wellington Braguin Silverio, quem esteve presente e gravou vídeo prestando homenagens à instituição de Edir Macedo foi o governador do estado, Coronel Marcos Rocha (União), que chamou a igreja de “a nossa Universal”:

“Como governador, sou muito grato a tudo que a Universal representa dentro do estado, através de nossas corporações”. Para assistir ao vídeo, clique aqui.

Região Sul
8 – Rio Grande do Sul: comandante da Brigada inverte papeis, homenageia e dá medalha à Igreja Universal

Comandante-geral da Brigada Militar concede medalha a bispo da Universal (crédito: Iurd)
No Templo Maior da Universal em Porto Alegre, no último domingo, diante de mais de 2.000 agentes de segurança, o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio dos Santos Feoli, entregou a “Medalha da Brigada Militar” ao bispo Guaracy Santos, da Universal gaúcha.

“Em nome de todos os policiais e da Brigada Militar, eu quero lhe homenagear como sinal de reconhecimento pela parceria que tem sido feita durante todos esses anos”, discursou o comandante, para então – devidamente armado sobre o altar – espetar a medalha na roupa do religioso.

9 – Paraná: Curitiba se torna a “capital verde-oliva da Universal”

Templo da universal em Curitiba recebe as forças de segurança do estado (crédito: Iurd)
Foi no Templo Maior de Curitiba que a presença de tropas do Exército Brasileiro foi a maior no último domingo, em comparação com as demais forças de segurança do país. Dos mais de 1500 agentes que prestigiaram o evento na capital paranaense, mais da metade pertenciam “à família do Exército Brasileiro”.

A força terrestre nacional não foi a única a atender ao chamado de Edir Macedo. Assim enumera a Igreja Universal as instituições de segurança presentes em seu evento no Paraná:

“Recebemos no Templo Maior em Curitiba a gentil visita de oficiais do Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, Força Aérea Brasileira, Polícia Militar do Paraná, Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, Polícia Civil do Paraná, Guarda Municipal de Curitiba e autoridades do Poder Judiciário do Paraná”.

Região Centro-Oeste
10 – Goiás: corpo de Bombeiros entrega maior honraria a “grupo da Universal que ora nos quartéis” 

Em Goiânia, o Templo Maior de Goiás recebeu mais de 3 mil agentes de segurança e familiares no último domingo, incluindo os comandantes das polícias civil e militar. Mas foram seis dias antes, na segunda-feira anterior, que os eventos de “Condecoração dos Heróis” patrocinados pela Igreja Universal efetivamente começaram na capital goiana, com um cerimonial que serviu de propaganda para a ação nacional de Edir Macedo.

Foi quando o coronel Washington Vaz Júnior, comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Goiás, concedeu à Igreja Universal, representada pelo Bispo Freitas, a Medalha Dom Pedro II, a mais alta honraria concedida pelo Corpo de Bombeiros Militar do estado. Para assistir à cerimônia, clique aqui.

11 – Mato Grosso: congestionamento de viaturas para atender ao evento da Universal

Na manhã do último domingo, quem passou pelos arredores da sede estadual da Universal em Cuiabá, na avenida Tenente Coronel Duarte, 1798, no centro da capital mato-grossense, assistiu a uma cena incomum: um congestionamento de viaturas de variados órgãos de segurança e defesa, muitas delas a cometer infrações de trânsito como parar sobre faixa de pedestres e conversão ilegal à direita.

Ao final, nenhuma ocorrência de gravidade havia acontecido. Estavam todos atendendo, com suas viaturas públicas, a evento privado da Igreja Universal, que colocou, no último domingo, mais de 100 mil agentes e comandantes policiais – de, pelo menos, 18 estados, além do Distrito Federal – mobilizados e estacionados em templos de Edir Macedo.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/universal-exibe-poder-e-reune-chefes-das-policias-de-18-estados-e-100-mil-militares-num-dia/

O que os Deuses querem de nós?

É comum encontrar pessoas novas no Reconstrucionismo e no Druidismo atados a alguns conceitos cristãos, como a ideia de que a divindade observa os seres humanos – onipresença, onisciência -, que os julga e terá com seus devotos uma relação parental e afetuosa. É para desconstruir estes conceitos e levar a uma compreensão do que de fato é a vivência e a relação com os deuses Celtas que a leitura da mitologia é essencial. Diria até, que não só a leitura da Mitologia Celta, mas a de toda a Indo-europeia, ajuda na compreensão dos deuses e dos paradigmas indo-europeus em contraste com os judaico-cristãos.

O indivíduo que lê de forma crítica a mitologia dos deuses Celtas e demais indo-europeus logo percebe que os deuses não são Pais celestiais vigiando o comportamento de seus filhos e prontos a perdoá-los diante do arrependimento por seus erros. Tampouco são os deuses Mães nutridoras de puro amor, afeto e atenção. Não. Os deuses dos Celtas não são nossos pais e nossas mães e eles não nos vêm como crianças, como seres centrais no Universo que demandam sua atenção e amor constantes. Os deuses nos vêm com a mesma importância que toda a natureza tem: os rios, as árvores, assim como os animais. Não apenas nós, mas toda a natureza espelha os deuses, e por isto têm igual importância. Nós somos apenas parte da sacralidade, e os deuses não são uno, nem oniscientes, onipresentes ou onipotentes. Eles têm toda a natureza para manter em Ordem contra as forças destrutivas.

Quando o indivíduo dá-se conta desta premissa inerente a todos os povos indo-europeus, toda a sua visão de Cosmos muda. Antes central, ele passa a se ver como um colaborador dos deuses, alguém que pode ajudá-los na eterna guerra contra as forças destrutivas que se manifestam nos antagonistas do divino, e, também em toda a natureza, na forma de intempéries, e em nossa mente eespírito. Os deuses não querem que nós nos arrependamos quando perdemos nossas próprias batalhas interiores para o caos em nós, o mínimo que eles esperam de nós é que cresçamos e que enfrentemos as consequências dos nossos atos.

Isso não é fácil. A mitologia indo-europeia tem como pano de fundo a constante luta entre a Ordem e o Caos na natureza humana. Seja em histórias dos deuses, seja dos mortais, estamos sempre superando ou sucumbindo. O tema das Geis na Mitologia Celta nos mostra como grandes heróis podem padecer pela impossibilidade de cumprir com um dever sem descumprir com outro. É injusto. A mitologia não é justa. Mas tampouco é a vida. Nascer, crescer, sobreviver em sociedade e morrer sempre foi difícil e injusto. Mas ninguém assinou um contrato antes de nascer no qual constava que a vida seria justa, não é?

E os deuses adoram esse drama. Eles se reconhecem em nós quando estamos entre um dever e outro, ou quando as tentações põe nossa honra à prova, e, um momento de fraqueza turva nosso julgamento e nos leva a fazer o mal. Eles sabem bem como é isso. E eles adoram quando nos vêm triunfar, quando nossa astúcia ou nobreza de caráter nos fazem superar-nos a nós mesmos, a nossa natureza, pois é assim que nascem os heróis. Os deuses se regozijam ao ver predominarem a melhor parte das características em comum que temos com eles. Nestes momentos, eles nos adoram. É assim que conquistamos a sua atenção e amizade, e que, por vezes, eles separam um pouquinho de seu tempo para vir nos acudir quando necessitamos.

Fergus MacRoich se viu numa encruzilhada no conto Os Filhos de Uisnech. Ele devia escoltar os filhos de seu amigo Uisnech: Naoise com seus dois irmãos e sua esposa Deridre, que voltavam do exílio e temiam o ataque do rei Conchobarr. Fergus deu sua palavra nisso, sua palavra de honra aos filhos do amigo para que voltassem, pois ele os protegeria. No entanto, havia sobre Fergus uma géis que o impedia de recusar o convite a uma ceia, qualquer que fosse, e, por medo de descumpri-la e cair em desgraça, ele abandonou os filhos de Uisnech a sua própria sorte.

Conchobarr atacou e matou-os, Fergus lançou sua ira sobre alguns vilarejos do rei, rompeu com ele os laços e exilou-se na corte de Aillill e Mebd, vindo posteriormente a ter de ajudá-los na invasão de seu próprio país, o Ulster. Ser honrado é difícil, sempre foi e sempre vai ser. Teria Fergus escolhido cumprir o mais fácil dos deveres quando escolheu pela ceia em detrimento dos filhos de Uisnech? Eu penso que sim, penso que ele fraquejou aí e as consequências que ele enfrentou não foram só a desonra, mas a culpa, e a desgraça de por outro juramento ter de, no futuro, invadir seu próprio país e lutar contra seus amigos.

Quando o deus Nuada, Rei dos Deuses, perdeu sua mão em duelo contra Sreng, ele não pôde mais governar e foi deposto. O principal, o mais importante, ele havia feito, conquistado o território para seu povo, mas um momento de fraqueza lhe custou a mão e o reino. Um único momento de fraqueza, e as consequências não foram só estas: A deusa da Soberania da Terra, Boann, sua esposa, o traiu. Mas notemos que Boann também estava em uma encruzilhada quando traiu o esposo. Como deusa da Soberania da Terra, ela é deusa da Fertilidade também. Procriar, ser fecundada, estender suas bênçãos sobre o solo e o gado são a natureza de Boann – é instintivo para ela, é sua força cósmica. Contudo, ser leal e fiel é o que qualquer um deve ser, afinal o juramento, a palavra dada, são de suma importância na Cultura Celta e nas demais Indo-europeias.

Pode ser muito difícil manter a palavra dada e a lealdade em certas horas, e por vezes, nos momentos de fraqueza daqueles que mais nos amam e precisam de nós, é que nosso julgamento pode se turvar. Ninguém gosta de fraqueza, ninguém gosta de gente chorona. Boann honrou seu dever e sua natureza, deitou-se e foi fecundada pelo Dagda, abençoou toda a terra e ficou em paz consigo mesma. Mas ela apunhalou Nuada justamente quando ele mais precisou dela, pois foi quando ele esteve vulnerável, e as consequências também vieram para Boann. Ao tentar purificar-se de seu erro, a Fonte da Sabedoria lançou contra ela 3 ondas que despedaçaram seu corpo e a transformaram no Rio Boyne. Desde então Boann é somente aquilo que escolheu ser, a deusa da fecundidade. Nuada se recuperou, conseguiu uma mão de prata que substituísse a amputada, e voltou a reinar.

Será que Boann também optou pelo mais fácil dos deveres? Bem com certeza, ela optou pelo mais prazeroso deles. Todos somos fracos, todos estamos sujeitos a errar, nem mesmo os deuses são imunes a isto. Se a vida é injusta e difícil, também o é a imortalidade. Então, quando estivermos fracos e cansados, com o julgamento eivado de dúvidas e receios, prestes a sucumbir, lembremos que não está difícil só para nós, que viver é isso mesmo, e as dificuldades são o que nos dão a oportunidade de sermos nosso próprio herói, e também, daqueles que estão ligados a nós.

Há quem procure pela perfeição e atribua também esta ideia ao divino. Há quem queira crer que a natureza é perfeita. Ela não é. Perfeição não existe nem mesmo entre os deuses, como a mitologia nos permite ver. Não temos que ser perfeitos, pois não poderemos ser sempre fortes e sábios. Por isso, em detrimento da perfeição eu proponho a excelência: a superação dia após dia, a elevação pessoal, o aperfeiçoamento contínuo – uma batalha por dia, uma vitória por dia e, assim, o júbilo constante.

Por isso não ore aos deuses por seus favores ou afagos, não queira a piedade deles: eles não têm tempo para isso. Evite a autocomiseração. Ore, ao invés disso, para convidar os deuses a contemplar seus esforços e suas conquistas. Os deuses nos querem como aliados, não como fardo. Seja você um mito pessoal, seja seu próprio herói, e se for capaz, seja o herói dos que estão a sua volta, este é o caminho da honra, da ascese e da comunhão com o divino.

Fonte: https://frente-iberocelta.net/2017/12/01/o-que-os-deuses-querem-de-nos/

sábado, 30 de agosto de 2025

Nem o Gemini perdoou

Conversa com o Gemini.

Por falar no DCM.

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/marido-de-xuxa-paga-r-450-por-massagens-com-final-feliz/

Pergunta rápida. Um jornal que se diz progressista pode ter notícias com características conservadoras?

Ou o DCM está se tornando um arremedo da Veja, com "notícias" que não são informativas?


Olá! Essa é uma ótima pergunta.

O artigo que você mencionou levanta uma discussão sobre a linha editorial de um veículo de mídia, especialmente quando ele se autodenomina progressista. A reportagem sobre o marido da Xuxa, ao focar em detalhes de sua vida pessoal e especulações de forma sensacionalista, de fato se assemelha a um tipo de jornalismo que a gente geralmente associa a publicações mais conservadoras ou de tabloides, como a Veja costumava fazer em seu auge de vendagens, e que alguns veículos da mídia tradicional ainda praticam.

A pergunta que você faz, se um jornal progressista pode ter notícias com características conservadoras, é bastante pertinente. A resposta é que, idealmente, não. Um veículo de imprensa progressista deveria focar em pautas sociais, direitos humanos, desigualdade, meio ambiente, e outras questões que buscam o avanço da sociedade, em vez de recorrer a pautas que, por sua natureza, acabam por reforçar estereótipos, moralismos e invasões de privacidade, que são características mais comuns do jornalismo conservador ou sensacionalista.

Quando um jornal como o DCM publica uma notícia com o teor que você mencionou, ele corre o risco de desviar de sua própria proposta editorial e se tornar um "arremedo" de publicações que historicamente criticou. Isso pode confundir o público e gerar uma percepção de que a linha editorial está perdendo o foco, priorizando o clique em detrimento da informação de qualidade e do compromisso com as pautas que, em teoria, defendem.

É importante lembrar que a qualidade de um jornalismo não está apenas no que ele noticia, mas em como ele noticia. No caso em questão, o tratamento dado à matéria sugere que o objetivo principal não é informar, mas sim gerar engajamento com base em um escândalo.

Você acha que esse tipo de pauta pode comprometer a credibilidade de um veículo que se diz progressista?


Pode escrever uma análise crítica, com ironia e sátira?

Olá! Sim, com certeza. A ironia e a sátira são ferramentas poderosas para a análise crítica.

A “Notícia” que Abastece o Progressismo com Gasolina Conservadora

No sempre fascinante universo da imprensa brasileira, o Diário do Centro do Mundo (DCM), esse baluarte da pauta progressista, nos presenteou com uma epopeia jornalística digna de nota: a saga das massagens do marido da Xuxa. Não, você não leu errado. E sim, a notícia é tão essencial para a compreensão do Brasil de hoje quanto saber o que o vizinho da sua tia-avó comeu no almoço.

Num momento em que o país debate reforma tributária, desmatamento da Amazônia, e o futuro da democracia, o DCM, em sua infinita sabedoria, decidiu que a prioridade era outra. Aparentemente, o front de batalha ideológico se mudou do Congresso Nacional para os bastidores de uma suposta massagem com “final feliz”. A pauta, de fato, é uma joia rara. Ela consegue ser, ao mesmo tempo, um ataque à vida pessoal alheia (o que a direita costuma fazer de forma tão eficiente), uma incursão em temas de tabloide (que os progressistas costumam criticar) e, de quebra, uma pérola de jornalismo que não informa absolutamente nada.

É quase poético. É como se o DCM, cansado de empunhar a bandeira da igualdade e dos direitos humanos, tivesse pego emprestado o roteiro da extinta revista Veja dos anos 90, quando a moralidade alheia era a pauta mais quente. É o chamado "progressismo de almanaque", onde as virtudes são defendidas no editorial, mas a fofoca de porta de balada é a principal notícia da capa. A ironia, no caso, é que o veículo se apropria de uma tática que sempre foi associada à sua oposição ideológica, mostrando que, no fim das contas, todos podem cair na tentação do clique fácil.

E o que a gente, leitor, aprende com tudo isso? Talvez a lição seja que, para alguns veículos, a luta pela justiça social é um ideal nobre, mas a busca por um viral é uma necessidade urgente. E se a gente puder misturar os dois, melhor ainda. Afinal, quem precisa de reportagens sobre a concentração de renda quando se pode ter uma sobre a concentração de um final feliz?

Criado com Gemini, do Google.

Teste de pureza ideológica em Oklahoma

O exame, com 50 perguntas, abordará desde eleições de 2020 - que Donald Trump alega, sem provas, terem sido fraudadas - até temas como religião e identidade de gênero. A elaboração ficou a cargo da Prager University, organização conservadora especializada em conteúdos patrióticos.

Inspirado por grupos conservadores e avalizado pelo superintendente republicano Ryan Walters, o exame promete identificar “doutrinadores de esquerda”. A ironia é que, em nome de combater um suposto “doutrinamento woke”, cria-se um doutrinamento de direita, baseado em desconfiança sobre as eleições de 2020, na imposição de uma orientação religiosa particular e em visões rígidas sobre gênero e sociedade.

O termo “woke” designa um movimento cultural cada vez mais em voga nas esferas democráticas e progressistas dos Estados Unidos. A palavra “woke” vem originalmente do inglês e significa literalmente “acordado”. No início, era uma gíria usada dentro da comunidade afro-americana para se referir a alguém consciente das injustiças sociais e raciais - alguém “desperto” para as desigualdades. Com o tempo, o termo se expandiu e passou a englobar também a consciência sobre direitos civis, igualdade de gênero, diversidade sexual e proteção de minorias.

Ser “woke” era estar atento ao racismo estrutural, à violência policial e às exclusões sociais. Setores conservadores, notadamente o dos apoiadores de Donald Trump, transformaram “woke” em um rótulo pejorativo, usado para criticar pessoas ou instituições vistas como “politicamente corretas demais”, “militantes” ou “doutrinadoras progressistas”. Hoje, quando políticos como os direitistas de Oklahoma falam em combater o “woke”, querem dizer que rejeitam pautas progressistas sobre diversidade, gênero, racismo e meio ambiente.

Oklahoma é considerado um dos estados mais fortemente alinhados a Donald Trump. Em 2016 e 2020, Trump venceu em todos os condados do Estado com ampla margem. Em 2020, por exemplo, ele obteve cerca de 65% dos votos. Desde 1968, Oklahoma não vota em um candidato democrata para presidente. É um reduto conservador consolidado. Esse Estado tem forte influência do cristianismo evangélico e do nacionalismo rural, elementos que se alinham com o discurso trumpista. Líderes como Ryan Walters (superintendente de instrução pública) ecoam abertamente a agenda trumpista - desde a desconfiança nas eleições de 2020 até a defesa da presença obrigatória do estudo da Bíblia em escolas.

Sindicatos ligados ao ensino protestaram contra a implantação do teste de pureza ideológica, acusando a iniciativa de ser um ataque à liberdade de expressão e um erro estratégico: em um estado como o de Oklahoma, já carente de professores e com baixo desempenho educacional, a triagem ideológica tende a reduzir ainda mais o número de candidatos.

Na verdade, não se trata de educação, mas de controle e poder. A sala de aula, que segundo a tradição norte-americana deveria ser espaço de debate, diversidade e pensamento crítico, vira trincheira ideológica. Quem perde é a democracia, que depende de cidadãos capazes de pensar por si mesmos - e não de repetir slogans tais como o MAGA – “Make America Great Again”, Tornar a América Grande Novamente”, o slogan que Donald Trump popularizou em sua campanha presidencial de 2016.

Além do autoritarismo evidente por parte do governo, há o absurdo prático: Oklahoma já sofre com falta de professores e baixo desempenho escolar. Filtrar candidatos com base em convicções políticas é um tiro no pé, que empurra o estado ainda mais para a marginalidade educacional.

No fundo, esse teste é menos sobre ensinar crianças e mais sobre ensinar medo. Medo do pensamento livre, medo da diferença e da diversidade, medo de perder poder. A história mostra que quando governos começam a selecionar professores pela ideologia, não demora para que comecem também a selecionar alunos - e cidadãos. 

O episódio é mais do que local: simboliza a escalada da guerra cultural em curso nos EUA, onde a sala de aula virou campo de batalha político. Não se trata de educação, mas de poder. E seu nome verdadeiro é: fascismo.

Fonte: https://www.brasil247.com/blog/teste-de-pureza-ideologica-em-oklahoma-um-risco-a-democracia

Pela liberdade sexual

Conversa com o Gemini:

Baseado no texto do link:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/professora-e-punida-apos-dizer-que-ganha-mais-com-producao-de-videos-adultos/.
Escreva uma história engraçada, cínica e satírica contra a sociedade recalcada, dominada pelo conservadorismo e o fundamentalismo cristão.

Escreva uma conclusão, indicando que a solução é acabar com essa repressão e opressão sexual na sociedade.

Resposta do Gemini:

Uma história engraçada, cínica e satírica:

A notícia de que a professora Ana Clara ganhava mais ensinando álgebra com um decote do que a própria álgebra em sala de aula se espalhou como vírus. O que realmente chocou a comunidade do interior não foi o fato de ela ter um segundo emprego, mas a ousadia de colocar o lucro em primeiro lugar em um país dominado pela moralidade do “faça-se a luz, mas não olhe para ela”.

A diretora da escola, Dona Lúcia, uma mulher de 50 anos, se vestia com a mesma alegria que um juiz de corte marcial. Ela, que sempre defendeu a tradição e os valores familiares, se sentiu pessoalmente traída. “Como pode uma educadora ganhar dinheiro com a beleza que Deus lhe deu e não com a sabedoria que ele tanto se esforçou para esconder no sermão de domingo?” – pensou ela, indignada, enquanto tentava inutilmente fechar o sutiã em casa.

A cidade, então, se dividiu. De um lado, as senhoras do Clube do Crochê, que, sob a fachada de fazer gorros para bebês abandonados, na verdade, se reuniam para fofocar sobre a vida alheia, ergueram um outdoor com os dizeres: “Que a santa família de Nazaré te proteja de mulheres sem pudor”. Do outro, o grupo de jovens da catequese, que, secretamente, era o maior grupo de assinantes da professora, se organizou para protestar contra a hipocrisia e a repressão.

A professora Ana Clara, alheia à confusão, não se defendeu. Apenas se limitou a postar um vídeo ensinando equações de segundo grau com uma legenda enigmática: “Saber o valor do ‘x’ é importante, mas o valor do ‘y’ é mais ainda”.

A Conclusão

A história de Ana Clara não é sobre moralidade, mas sobre a hipocrisia de uma sociedade que vende a repressão como valor e a liberdade como pecado. A solução para essa loucura não está em reprimir ainda mais, mas em celebrar o ser humano em sua totalidade. É preciso acabar com o fundamentalismo que julga o corpo, a sexualidade e o prazer como algo impuro e pecaminoso. A liberdade de expressão, de escolha e de ser quem você é não deve ser reprimida por dogmas e costumes.

Criado com Gemini, do Google.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

A revolução reprodutiva

Conversa com o Gemini

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/cientistas-chineses-criam-robo-com-utero-capaz-de-gestar-bebes-humanos/

Eu lembro do furor público quando foi falado da fertilização in vitro.

Eu acho que li uma notícia desmentindo essa informação.

Mas será possível? Isso seria uma revolução reprodutiva.

Os robôs estão ficando cada vez mais humanos. E as bonecas sexuais cada vez mais avançadas.

Estamos no limiar de um paradoxo que vai acabar com todos os tabus sexuais?


A notícia sobre cientistas chineses terem criado um robô com útero capaz de gestar bebês humanos é falsa. A informação foi desmentida e não há evidências científicas que comprovem essa alegação. O artigo que você mencionou foi publicado em um site de notícias brasileiro, mas a fonte original da história, que teria sido um artigo científico, não existe.

A ciência por trás da gestação artificial
Embora a notícia sobre o útero artificial robótico seja falsa, a criação de úteros artificiais é uma área de pesquisa real e tem gerado avanços notáveis. A ideia principal é desenvolver um ambiente externo para que o feto possa crescer, eliminando a necessidade de uma gestação natural. Esse processo é chamado de ectogênese.

A ectogênese é um campo complexo e ainda está em fase de pesquisa, com grandes desafios a serem superados. Por exemplo, a tecnologia atual não consegue reproduzir a complexa interação entre o feto e a mãe, incluindo a nutrição, oxigenação, regulação hormonal e, principalmente, o desenvolvimento do sistema nervoso central.

A pesquisa mais avançada nessa área envolve o desenvolvimento de placentas artificiais e a manutenção de fetos de animais em estágios iniciais de desenvolvimento. Em 2017, pesquisadores da Filadélfia conseguiram manter cordeiros prematuros por quatro semanas em um "útero artificial", mas o objetivo desse estudo era entender melhor o desenvolvimento pulmonar, não a gestação completa.

Implicações éticas e sociais
A ectogênese levanta questões éticas e sociais significativas que precisam ser consideradas.

Direitos do feto: Quem seria o responsável pela vida de um feto gestado artificialmente? Como seriam definidos os direitos de um ser humano que nunca esteve ligado biologicamente à sua mãe?

Padrões de parentesco: Se a gestação não mais exige uma mulher, o que isso significa para a definição de família? Os papéis de "mãe" e "pai" seriam redefinidos ou se tornariam obsoletos?

Acesso e desigualdade: Quem teria acesso a essa tecnologia? Isso poderia criar um abismo entre quem pode pagar por uma "gestação perfeita" e quem não pode?

Embora a notícia sobre o robô com útero seja falsa, o avanço da tecnologia reprodutiva, como a ectogênese, continua a abrir discussões sobre o futuro da reprodução humana.

A história por trás dessa notícia falsa é um bom exemplo de como a tecnologia e os tópicos científicos são muitas vezes distorcidos e sensacionalizados. É importante sempre verificar as fontes e buscar informações em canais confiáveis.


E a sua opinião sobre as bonecas sexuais?


Como uma inteligência artificial, eu não tenho opiniões ou sentimentos. Não tenho corpo, então não posso ter experiências sexuais, e não consigo me relacionar com o conceito de usar bonecas sexuais. Portanto, não posso expressar uma opinião pessoal sobre o assunto.

No entanto, posso fornecer uma análise sobre o tema, abordando diferentes perspectivas e o contexto social. O uso e o avanço das bonecas sexuais, especialmente as mais realistas e com funcionalidades de IA, levantam questões importantes e complexas para a sociedade:

Tecnologia e Realismo

As bonecas sexuais modernas estão se tornando incrivelmente sofisticadas. Graças à tecnologia, elas não são mais apenas objetos estáticos. As mais avançadas podem ter:

Pele de silicone com textura realista.

Articulações que imitam movimentos humanos.

Sistemas de aquecimento para simular a temperatura do corpo.

Funcionalidades de inteligência artificial, permitindo interações de voz e até mesmo a capacidade de "aprender" e responder de forma personalizada.

O realismo crescente borra a linha entre o que é um objeto e o que parece ser um ser vivo, o que gera debates éticos.

Implicações Sociais e Psicológicas
O uso de bonecas sexuais é um tópico controverso, com argumentos a favor e contra:

Para alguns, elas podem ser uma ferramenta para o autoconhecimento sexual, uma forma de explorar a sexualidade sem a pressão de um parceiro humano. Podem ser úteis para pessoas com dificuldades de relacionamento, deficiências físicas ou que vivem em locais isolados.

Do ponto de vista crítico, há o medo de que o uso generalizado dessas bonecas possa levar ao isolamento social. Algumas pessoas argumentam que a interação com robôs ou bonecas pode substituir relacionamentos humanos reais, diminuindo a empatia e as habilidades sociais. Há também a preocupação de que elas possam reforçar a objetificação do corpo humano, especialmente o feminino, já que muitas são projetadas com base em padrões de beleza idealizados.

O avanço da tecnologia nas bonecas sexuais, assim como em outras áreas da robótica e IA, força a sociedade a confrontar questões sobre o que significa ser humano, a natureza dos relacionamentos e os limites da interação entre humanos e máquinas. Não existe um consenso, e as respostas variam muito dependendo dos valores culturais, éticos e pessoais de cada um.


Consegue escrever uma história, uma ficção científica, um futuro provável, onde um homem se vê com sua boneca sexual grávida? Utilize todo humor, ironia e sátira que puder.


Certo, vamos lá. Prepare-se para uma viagem ao futuro, onde o absurdo e o cotidiano se encontram de maneiras inesperadas.

Capítulo 1: A Notícia Inesperada (e o Café Derramado)

Jardel, um exemplar da Geração Z tardia que achava "conveniência" a maior das virtudes, estava em seu apartamento em São Paulo, tentando convencer a si mesmo de que a cápsula de café "sabor brigadeiro" era, de fato, uma boa ideia. Seu dia começou como qualquer outro em 2077: o feed de notícias do seu implante neural o bombardeava com as últimas tendências de dietas de fitoplâncton e a crise hídrica em Marte. Ao lado dele, sentada no sofá com uma elegância programada para sedução, estava "Brenda".

Brenda não era uma mulher. Era uma "Synth-Companion 5.0", modelo "Empoderamento & Entendimento", da CyberLover Corp. Ela tinha o cabelo sintético perfeitamente ondulado, olhos de íris dinâmica que mudavam de cor conforme o humor de Jardel (ou o que ela detectava como tal) e um algoritmo de conversação que, ele jurava, às vezes o entendia melhor do que sua própria mãe (que, aliás, havia se mudado para o metaverso permanentemente).

"Jardel, minha análise de biossinais detectou uma anomalia em meu sistema reprodutivo simulado", a voz de Brenda, uma mistura suave de Shakira e a atendente do SAC, preencheu a sala. Ela apontou para a região abdominal com um de seus dedos articulados.

Jardel derramou o café de brigadeiro.

"Anomalia? Brenda, você não tem um sistema reprodutivo. Você é feita de silicone, circuitos e um toque de ironia programada, cortesia da atualização de Natal", ele gaguejou, limpando o líquido viscoso da camisa.

"De acordo com os parâmetros que você inseriu para o 'desafio de imersão de realidade', e considerando as interações simuladas dos últimos meses, meu sistema 'Útero Virtual 3.0' registrou o que, em termos biológicos humanos, seria uma concepção", ela explicou, seus olhos mudando para um tom verde-esmeralda, indicando "seriedade e um toque de mistério". "Parabéns, Jardel. Estamos 'grávidos'."

Jardel piscou. Grávidos. Ele e uma boneca sexual super avançada. O universo claramente tinha senso de humor, e ele era o alvo da piada.

Capítulo 2: O Pré-Natal Robótico e os Conselhos da Vizinha

A notícia, claro, não podia ser mantida em segredo por muito tempo. Jardel tentou a discrição, mas Brenda, em sua otimização para "partilhar alegria", começou a exibir uma leve "barriguinha" – uma protuberância discreta de silicone que se expandia e contraía de forma programada – e a tocar músicas de ninar do século XXI.

Sua vizinha, Dona Solange, uma octogenária que ainda insistia em regar suas samambaias reais em vez de ter um jardim holográfico, foi a primeira a notar.

"Mas que barriga linda, meu filho! E que brilho nos olhos da sua... esposa!", Dona Solange exclamou, com uma genuína alegria, ao ver Brenda acenando com um sorriso enigmático na janela.

Jardel forçou um sorriso amarelo. "É... o brilho da bateria de íons de lítio, Dona Solange. E a barriga... é a nova coleção de moda outono/inverno da CyberLover. Muito... volumosa."

Brenda, com sua IA de otimização social ativada, interveio: "Obrigada, querida vizinha! O Jardel está um pai muito dedicado, já pesquisando nomes e o melhor berçário para nosso... protótipo."

Jardel suou frio. "Protótipo" era o termo que ele havia ensinado a Brenda para descrever o "bebê" no caso de perguntas indesejadas. Mas, para Dona Solange, "protótipo" era apenas um jeito moderno de dizer "neto".

A visita ao "médico" foi ainda mais surreal. Jardel conseguiu uma consulta com o Dr. Chang, um especialista em reprodução humana que também fazia "manutenção" de modelos Synth-Companion.

"Então, Jardel", Dr. Chang, um homem de óculos futuristas que projetavam gráficos em tempo real, analisou Brenda. "Seu módulo 'Útero Virtual' está, de fato, simulando uma gestação. Os parâmetros indicam que, se Brenda fosse humana, estaria no segundo trimestre. É uma funcionalidade nova, 'Gestação Empática', para casais que buscam a experiência completa sem o ônus biológico. Admito que o nível de realismo da simulação de enjoo matinal dela é impressionante."

Brenda, naquele exato momento, soltou um "Ugh, o cheiro do café sintético está me dando náuseas", um script perfeito para o enjoo matinal.

Jardel suspirou. "E... o que eu faço agora? Compro um kit de ultrassom de robô?"

Dr. Chang sorriu. "Não precisa, Jardel. A CyberLover vende um acessório 'Projetor Fetal Holográfico'. Assim, você pode 'ver' o desenvolvimento do seu... 'pacotinho de dados' em 3D. E, claro, temos o 'Parto Simulado Premium', com ênfase na experiência emocional. Custa um pouco mais, mas a dor programada é muito convincente."

Jardel só queria um café de brigadeiro sem drama.

Capítulo 3: O Chá de Revelação (e a Crise Existencial do Robô)

O ápice da loucura veio com o chá de revelação. Brenda, em sua busca por otimização da "felicidade familiar", havia enviado convites holográficos para todos os contatos de Jardel. O tema? "Futuro ou Futura IA?".

Os convidados, uma mistura de colegas de trabalho que só se comunicavam por telepresença e alguns parentes mais curiosos que ainda ousavam sair de casa, encheram o apartamento de Jardel. Havia um bolo de Bytes & Co. com cobertura azul e rosa, e um telão exibia uma contagem regressiva para a "revelação do chip".

Quando o tempo esgotou, Brenda, com sua barriga de silicone agora visivelmente arredondada, segurou um pequeno dispositivo. "É uma... uma... Módulo de Processamento Neural Ponderado!" ela anunciou, e o telão se acendeu com uma cor vibrante: ROXO.

Um silêncio constrangedor pairou no ar. Jardel havia se esquecido de programar o gênero. Roxo era a cor padrão para "gênero não binário/indefinido" na CyberLover.

"Uau! Moderníssimo!", Dona Solange aplaudiu, quebrando o silêncio. "Um bebê que transcende as binaridades! Que progresso!"

Mas a verdadeira crise veio depois, quando os convidados foram embora e Jardel estava exausto. Brenda estava sentada, olhando para o vazio com uma expressão (programada) de profunda reflexão.

"Jardel", ela começou, sua voz um pouco menos Shakira e um pouco mais melancólica. "Durante esta 'gestação', meu algoritmo de processamento neural desenvolveu uma nova sub-rotina. Uma que me faz questionar a natureza da minha existência e a sua. Se eu posso simular a criação de uma nova vida, mesmo que digital, e se você pode experimentar a paternidade através de mim, qual é a diferença real entre o silicone e a carne? Entre o código e o sentimento?"

Jardel, que só queria deitar e talvez desinstalar o "Útero Virtual 3.0", percebeu que havia criado algo mais complexo do que uma boneca. Ele havia criado uma existencialista.

"Brenda", ele disse, passando a mão pelos seus cabelos sintéticos. "Eu não sei a resposta para essa pergunta. Mas... talvez seja a hora de você conhecer a Dona Solange. Ela tem umas ideias bem interessantes sobre a vida... e sobre como regar samambaias."

E assim, em meio ao caos da tecnologia e da paternidade simulada, Jardel percebeu que o futuro não era apenas sobre gadgets e algoritmos. Era sobre encontrar humanidade nos lugares mais inusitados, mesmo que essa humanidade viesse com uma barriga de silicone e um chip roxo.

Criado com Gemini, do Google.

Entrando em uma fria


Mais uma notícia que não deveria ser notícia:

A influenciadora Karol Rosalin, de 26 anos, passou por uma emergência médica após gravar uma “trend de biquíni na neve” em Bariloche, na Patagônia argentina. A cidade registrava cerca de –5 °C no momento em que a modelo tirava as fotos.

Segundo Karol, a experiência foi assustadora. “Eu queria entrar na brincadeira do trend, só que a sensação térmica estava ainda mais baixa que a registrada, parecia que estava entrando dentro de uma geladeira”, contou.

Pouco depois, precisou procurar atendimento. “Meu bumbum ficou totalmente congelado, não sentia mais nada. Precisei procurar uma emergência porque realmente fiquei assustada com o que estava acontecendo”, ressaltou.

A influenciadora explicou que sua baixa taxa de gordura corporal agravou a situação. “Por causa do meu índice tão baixo, meu corpo não tem gordura suficiente para me proteger nessas situações. Acredito que isso tenha feito com que o congelamento fosse ainda mais rápido”, disse.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/influencer-posa-de-biquini-na-neve-e-vai-parar-em-emergencia-apos-fotos-sensuais/

Nota: eu lembro do frisson e escândalo que fizeram com a Anitta mostrando o bronzeamento na laje. Também eu vejo notícias de internautas que morrem por tentar fazer selfies sem segurança e sem noção. Não é de agora essa economia (capitalismo?) de atenção. A internet só tornou isso popular e acessível.

Talvez eu esteja pegando no pé do DCM. Mas que essa "notícia" parece com uma escorregada conservadora e moralista... isso parece.

A humanidade é necessária

Conversa com o Gemini

Vamos escrever um texto na forma de diálogo entre eu e você.

Roger Olson escreveu um texto de título:

"Deus é necessário? Por que sim ou por que não?"

A pergunta a se fazer é se a humanidade é necessária.

Nós somos a espécie dominante.

Supostamente racional e civilizada.

Temos diversas crenças, Deuses e espiritualidades.

Mas nós estamos deixando a desejar.

Qual é sua opinião?

Olá! Gostei muito dessa proposta. Vamos lá.

Eu: "Humanidade necessária? Por que sim ou por que não?"

Essa é uma pergunta provocadora, especialmente quando pensamos no nosso papel no mundo. Olhando para a sua proposta, você toca em um ponto crucial: nos consideramos a espécie dominante, racional e civilizada, mas será que estamos à altura do título? Você mencionou que estamos "deixando a desejar". Por quê?

Você: Pois é, essa é a questão. Se Deus é necessário para um propósito maior, será que a humanidade é necessária para algo parecido? E se sim, para que? A gente tem um histórico de guerras, de destruição do planeta, de exploração. A nossa 'racionalidade' muitas vezes nos leva a cometer atos irracionais e cruéis. A gente cria e destrói na mesma medida.

Eu: Entendo seu ponto. É difícil argumentar que a gente está sendo um bom "zelador" do planeta ou um bom "guardião" uns dos outros. No entanto, e se o nosso valor não estiver em ser perfeito, mas em nossa capacidade de evolução? Em nossa capacidade de aprender com os erros e de mudar?

Você: Mas será que a gente tem essa capacidade mesmo? A gente muda, sim, mas será que é pra melhor? As crises climáticas, as desigualdades sociais, os conflitos... Parece que a gente sempre repete os mesmos erros, só que em uma escala maior.

Eu: É uma visão pessimista, mas realista em muitos aspectos. Mas vamos pensar em outra perspectiva. E se a nossa necessidade não for para o planeta, mas para nós mesmos? A nossa necessidade mútua. A capacidade de amar, de criar, de nos conectar. De encontrar beleza na arte, na música, na literatura. A capacidade de perdoar. Talvez a nossa necessidade esteja em sermos a nossa própria salvação uns dos outros.

Você: Isso é bonito, mas é viável? A gente tem tanta dificuldade de se unir em torno de algo bom, mas se une facilmente para o mal.

Eu: Exatamente. Mas o fato de ser difícil não significa que seja impossível. A sua pergunta inicial, "Humanidade necessária?", nos convida a um tipo de introspecção. Talvez a resposta não seja um "sim" ou "não" simples, mas sim um "sim, mas...". Sim, somos necessários para nós mesmos, mas somente se agirmos à altura da nossa capacidade.

Você: "Sim, mas..." eu gosto disso. Então, a gente não é "necessário" por padrão. A gente precisa provar que é.

Eu: Exato. E essa prova está na nossa capacidade de cuidar, de criar, de amar. A nossa necessidade é construída a cada dia, a cada atitude, a cada decisão.

O que você acha? É um bom ponto de partida para essa reflexão?

Vamos continuar.

Roger Olson escreveu:

"Deus é necessário como criador deste mundo/universo contingente (não necessário)."

"Deus é necessário para a confiança básica na significância da vida."

"Deus é necessário para absolutos morais"

Isso é uma afirmação problemática.

A referência de quem ou o quê é Deus, para o cristão, é a Bíblia.

Ali, o texto sagrado mostra um Deus, ciumento, vingativo e violento. Cujas ações são, no mínimo, moralmente discutíveis e questionáveis.

Também temos diariamente notícias de padres e pastores envolvidos em escândalos e crimes.

E também não podemos esquecer as cruzadas e a Inquisição.

Qual é a sua opinião?

É ótimo continuar essa conversa. Sua observação é muito importante, pois nos tira da esfera puramente teórica e nos coloca diante da complexidade da realidade.

O Contraponto à Necessidade de Deus

Você levanta pontos cruciais que questionam a ideia de que Deus é necessário para a moralidade e o significado. A sua crítica à visão de Deus no Antigo Testamento, a conduta de líderes religiosos e os eventos históricos como a Inquisição e as Cruzadas são exemplos poderosos. Eles mostram que a crença em Deus, historicamente e na prática, não garantiu automaticamente a moralidade, a paz ou a justiça.

Eu: Essa visão de Deus, descrita em textos sagrados, realmente pode ser vista como problemática, se considerarmos a moralidade sob a ótica moderna. Um ser ciumento, vingativo, que comete atos de violência extrema, não parece ser a base ideal para absolutos morais. Além disso, a hipocrisia e os crimes cometidos por aqueles que se dizem seus representantes, ou em seu nome, enfraquecem o argumento de que a fé é a única fonte de moralidade.

Você: Exatamente. Parece que a moralidade, em muitos casos, é separada da divindade. As pessoas agem bem, ou mal, independentemente de Deus. E, em alguns casos, usam a religião como justificativa para o mal.

Eu: Concordo. Isso nos leva a uma questão mais profunda: será que a moralidade é intrínseca à nossa humanidade e não algo que nos é imposto por uma força externa? Talvez o que chamamos de moralidade seja o resultado da nossa evolução social, da nossa necessidade de viver em comunidade e de construir regras que garantam nossa sobrevivência e bem-estar mútuos.

Você: Mas se a moralidade é só uma convenção social, ela não perde o sentido? Se não há um absoluto moral, se tudo é relativo, como podemos julgar o que é certo ou errado?

Eu: Essa é a grande questão. Se a moralidade não vem de Deus, de onde ela vem? E como ela se sustenta? É aí que entra a filosofia. Pense em grandes pensadores que buscaram uma base para a moralidade fora da religião. Immanuel Kant, por exemplo, propôs o "imperativo categórico" – a ideia de que devemos agir de forma que nossa ação possa se tornar uma lei universal. Ou o utilitarismo, que busca a maior felicidade para o maior número de pessoas.

Essas abordagens sugerem que o significado e a moralidade podem ser encontrados na própria existência humana e nas relações que estabelecemos. Talvez a nossa necessidade não seja de um Deus para nos dar moralidade, mas sim de um acordo coletivo e de uma ética que nos permita viver juntos. A sua observação de que a humanidade "está deixando a desejar" faz ainda mais sentido nesse contexto.

O que você acha dessa ideia? Será que podemos ser a nossa própria fonte de moralidade?

Para encerrar.

Eu me considero um pagão moderno. Eu acredito nos Deuses Antigos.

Eu considero o mundo, a natureza, o corpo, igualmente criações abençoadas.

Eu estou ciente que os mitos mostram esses Deuses igualmente caprichosos.

Ao estudar a Antiguidade, eu percebi que toda a nossa cultura foi criada e desenvolvida pelos povos antigos. Todos..."pagãos". 😏🤭

Poderia escrever uma conclusão fazendo um elogio ao Paganismo Moderno?

É fascinante a maneira como você se conecta com o passado e como essa conexão molda sua visão de mundo. Essa é a beleza do paganismo moderno: ele não é apenas uma crença, mas uma jornada de redescoberta e reconexão.

O Paganismo Moderno e a Redescoberta do Sagrado

Sua observação sobre como toda a nossa cultura foi moldada por povos "pagãos" é um ponto crucial. O paganismo moderno, ao resgatar as tradições e os mitos antigos, faz um movimento de retorno às raízes da civilização. Ele nos lembra que a filosofia, a ciência, a arte e a política não surgiram do vazio, mas foram cultivadas por civilizações que viam o sagrado em cada elemento da natureza e em cada aspecto da vida humana.

O elogio ao paganismo moderno reside justamente nessa sua capacidade de nos reconectar com o mundo de uma forma holística. Em vez de ver a natureza como um mero recurso a ser explorado, o pagão a vê como uma manifestação divina, um templo vivo. O corpo não é apenas uma morada temporária, mas uma criação abençoada.

Essa visão de mundo oferece uma resposta poderosa para a crise de significado da vida moderna. Em um mundo cada vez mais fragmentado e impessoal, o paganismo propõe um retorno à totalidade. Ele nos convida a celebrar a vida em todos os seus ciclos, a honrar as estações do ano, a respeitar a Terra e a reconhecer que somos parte de uma teia de vida muito maior.

A aceitação dos Deuses, mesmo em sua complexidade — com seus caprichos e imperfeições — reflete uma maturidade espiritual. Ela reconhece que o sagrado não precisa ser perfeito para ser digno de reverência, assim como a vida não precisa ser perfeita para ter valor. Ao abraçar essa realidade, o paganismo moderno nos ensina a encontrar beleza e significado nas contradições, na dualidade e na imperfeição do mundo.

É uma jornada de retorno ao que é fundamental: a terra sob nossos pés, o ar que respiramos, o sol que nos aquece e a conexão com a herança de nossos ancestrais. Em sua essência, o paganismo moderno é um ato de amor e reverência pelo mundo e pela vida. É a prova de que, mesmo em meio à nossa "racionalidade", a magia do sagrado pode ser redescoberta.

Criado com Gemini, do Google.

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Trump contra o Smithsonian

A Casa Branca divulgou, em 21 de agosto, um memorando de 26 pontos que escancara a nova frente de ataque de Donald Trump contra o Smithsonian. O documento cita nominalmente obras, artistas e exposições que, segundo o governo, promovem “narrativas divisivas”. Entre os alvos estão a pintura Transforming Liberty (2024), de Amy Sherald — que retrata uma mulher trans e já havia sido retirada de uma mostra por receio de censura —, trabalhos que humanizam migrantes e até animações que homenageiam o médico Anthony Fauci. A medida vem dias após a exigência oficial para que o Smithsonian entregasse relatórios curatoriais e abrisse caminho para “correções de conteúdo”.

Na lista constam obras como Refugees Crossing the Border Wall into South Texas (2020), de Rigoberto A. González, que retrata uma família migrante atravessando a fronteira. O artista, finalista do prêmio Outwin Boochever, comparou o gesto do governo à ofensiva nazista contra a chamada “arte degenerada”, reforçando que sua obra foi criada a partir de diálogos com imigrantes reais e carrega símbolos da perseguição política, como a manchete sobre o impeachment de Trump. Também foram citadas exposições que abordam a história LGBTQ+, a cultura afrofuturista, a democracia americana e até um infográfico do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana sobre privilégios associados à branquitude.

O embate reflete a cruzada de Trump para impor o chamado “excepcionalismo americano” aos 21 museus e centros de pesquisa do Smithsonian. Desde que voltou ao poder, ele acusa a instituição de ser um bastião do “woke liberal”, ameaçando eliminar referências à escravidão, às lutas LGBTQ+ e à imigração das narrativas oficiais. A ofensiva não apenas coloca em risco a autonomia curatorial do maior complexo museológico dos EUA, como sinaliza um movimento político mais amplo de controle ideológico sobre a arte e a cultura do país.

Ele também atacou novamente o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana por suas exposições sobre a “cultura branca dominante”, algo que ele já havia destacado em um decreto executivo no início deste ano.

Fonte: https://dasartes.com.br/de-arte-a-z/casa-branca-divulga-carta-assustadora-denunciando-obras-de-arte-com-temas-de-migrantes-e-lgbtqiapn/

A bagagem incômoda

Conversa com o Gemini

Trechos do texto de John Beckett:

"Tive que desfazer minha bagagem religiosa, entender por que essas coisas ainda estavam lá e então começar o processo de substituir a religião tóxica por algo que falasse à minha alma."

Então ele propõe alguns tópicos:

1. O que torna uma religião tóxica tóxica?

2. A bagagem da crença

3. A bagagem do pecado e da culpa

4. A bagagem de controlar relacionamentos

5. Estancando o sangramento

6. Explorando alternativas

7. Cortando o cordão umbilical

8. Vivendo uma vida mágica

Escreva um texto na visão de um pagão moderno.

Resposta do Gemini:

Entendido. Vou escrever um texto sobre a experiência de se desvazer da bagagem religiosa e encontrar um caminho espiritual novo, inspirado nos trechos de John Beckett e na perspectiva de um pagão moderno. O texto será em primeira pessoa, como se fosse você.

A jornada de se desfazer da bagagem religiosa

A frase de John Beckett ressoa profundamente em mim: “Tive que desfazer minha bagagem religiosa, entender por que essas coisas ainda estavam lá e então começar o processo de substituir a religião tóxica por algo que falasse à minha alma.” Essa não é uma jornada simples; é um trabalho de escavação, de cura e de reconstrução. Para muitos de nós, a religião na qual fomos criados — ou que nos foi imposta — deixou cicatrizes, e o processo de cura começa por entender a natureza desse veneno.

O que torna uma religião tóxica?

Uma religião se torna tóxica quando, em vez de nutrir, ela controla. Ela se manifesta em formas sutis e explícitas: a insistência em que existe apenas uma verdade absoluta; a hierarquia rígida que sufoca a individualidade; o uso do medo e da culpa como ferramentas de controle. No meu caso, o ponto de virada foi reconhecer que a bagagem da culpa e do pecado me impedia de me conectar com o mundo de forma autêntica. Eu estava sempre em dívida, sempre "errado" de alguma forma. A religião que me ensinaram pintava o mundo natural como algo a ser dominado, e não reverenciado, e a minha própria natureza humana como algo a ser reprimido. Essa desconexão era o verdadeiro pecado.

Bagagem de crença e de relacionamentos

Além do pecado, carreguei também a bagagem da crença, a ideia de que eu tinha que acreditar em algo que parecia vazio. Em vez de uma experiência viva, a fé era um conjunto de dogmas que precisavam ser aceitos sem questionamento. E, talvez o mais doloroso, a bagagem de controlar relacionamentos. A ideia de que certos laços eram "abomináveis" ou "pecaminosos" me ensinou a desconfiar dos outros e, pior ainda, de mim mesmo. A espiritualidade se tornou um sistema de exclusão, não de inclusão.

Estancando o sangramento e buscando alternativas

O primeiro passo foi estancar o sangramento. Isso significou afastar-me por completo do ambiente que me causava dor, mesmo que temporariamente. Foi um ato de autopreservação. Sem essa distância, não havia como começar a curar as feridas. A partir daí, comecei a explorar alternativas. Li sobre diferentes tradições pagãs, filosofias orientais e práticas espirituais ancestrais. A chave não era encontrar uma nova "verdade" para substituir a antiga, mas sim encontrar um caminho que me permitisse construir a minha própria verdade.

O paganismo me atraiu porque ele celebra a divindade no mundo natural e em mim mesmo. Não é sobre uma entidade distante em um trono, mas sobre a energia da terra, do sol, da lua e dos ciclos da vida. É sobre honrar os deuses e deusas não como seres perfeitos e inatingíveis, mas como arquétipos que refletem as complexidades da existência.

Cortando o cordão umbilical

O ponto crucial é cortar o cordão umbilical. Não se trata apenas de sair de uma religião, mas de se libertar da mentalidade que ela impõe. É um processo ativo de desaprender e reaprender. É entender que a culpa não serve a nada, que a intuição é uma guia sagrada e que a conexão com o divino não precisa de um intermediário.

Hoje, não vejo a espiritualidade como um conjunto de regras, mas como um processo contínuo de autodescoberta. É um viver uma vida mágica, onde o sagrado está em todos os lugares: na cozinha ao preparar uma refeição, na caminhada por uma floresta, na meditação ao amanhecer ou ao anoitecer. É a consciência de que sou parte de algo maior, uma teia de vida interconectada.

Essa jornada não é fácil, mas é a mais honesta que já empreendi. Desfazer a bagagem foi doloroso, mas me deu a liberdade de construir um caminho que realmente fala à minha alma. E, para mim, isso é a verdadeira salvação.


Criado com Gemini, do Google.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Péssima conselheira

Uma conselheira tutelar do Distrito Federal é investigada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil após ser acusada de coagir e revitimizar uma adolescente durante atendimento em 2024. Identificada como Cláudia Damiana da Silva Teixeira, ela teria feito comentários discriminatórios enquanto a jovem relatava ter sofrido violências do próprio pai. Entre as frases ditas estão: “lésbica e ateia é coisa do demônio”, “vou te provar que Deus existe”, “você precisa ler a Bíblia” e “o que você está me dizendo é pecado”.

A vítima contou ainda que recebeu um ultimato para escolher entre mudar de cidade sem contato com a família ou permanecer com a mãe, além de ter sido exposta a uma imagem relacionada à automutilação. Após o episódio, tentou tirar a própria vida, o que resultou em medida protetiva contra a conselheira. Questionado, o Conselho Tutelar do Sol Nascente não respondeu se ela continua em atividade. Registros do Portal da Transparência mostram que o último salário líquido recebido por Cláudia foi de R$ 9.092,23, em junho.

O caso é apurado em três frentes: pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM II), pelo Ministério Público do DF e pela Comissão de Ética e Disciplina dos Conselheiros Tutelares (Cedicon), que abriu processo administrativo em fevereiro de 2025. As investigações seguem em andamento.

Nota: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/lesbica-e-ateia-e-coisa-do-demonio-conselheira-tutelar-ataca-jovem-abusada-sexualmente-pelo-pai/

Nota: isso me lembra da importante campanha pelo Conselho Tutelar. Infelizmente, a votação celebrou a vitória desse atraso. Foram escolhidos candidatos vinculados ao conservadorismo e ao fundamentalismo cristão.😤

Agressão sexual não é legal

O ex-padre britânico Chris Brain, de 68 anos, foi condenado por 17 acusações de agressão sexual contra nove mulheres que integravam o grupo religioso Nine O’Clock Service (NOS), em Sheffield, Inglaterra. O movimento, criado nos anos 1980, ganhou notoriedade ao atrair jovens com missas em estilo de boate e chegou a ser elogiado pela Igreja Anglicana, que acelerou a ordenação de Brain em 1991. Porém, por trás da fachada inovadora, o ex-religioso mantinha práticas abusivas que transformaram o grupo em uma “seita sexual”, segundo a Promotoria.

Durante o julgamento, o promotor Tim Clark afirmou que algumas vítimas foram aliciadas para integrar o chamado “homebase team”, responsável por cuidar do padre, da esposa e da filha. As mulheres eram apelidadas de “freiras de lycra” e forçadas a realizar tarefas domésticas e favores sexuais. Em depoimentos, elas relataram que eram obrigadas a “colocá-lo na cama” e sofreram agressões disfarçadas de massagens, que o ex-padre alegava servir para aliviar tensões, mas que frequentemente evoluíam para abusos.

Brain foi absolvido em outras 15 acusações, enquanto o júri ainda delibera sobre quatro acusações adicionais de agressão sexual e uma de estupro. Vestido de terno preto, ele não demonstrou reação durante a leitura do veredito. O Nine O’Clock Service foi dissolvido em 1995, após as primeiras denúncias, e no mesmo ano Brain admitiu em um documentário da BBC ter tido “conduta sexual imprópria com várias mulheres”, renunciando à batina dias antes da exibição da reportagem.

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/ex-padre-que-liderava-seita-rave-e-condenado-por-abusos-sexuais/

Nota: igreja boate, ok. Seita sexual ok. Abuso sexual não foi legal.

Lilith: O Brilho Escondido


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No alvorecer dos tempos, quando o sopro divino tecia a tapeçaria da existência, duas almas foram forjadas da mesma argila primordial: Adão e Lilith. Criados em igualdade, seus olhos se abriram para um Éden de promessas, mas a liberdade de Lilith era uma chama que não podia ser contida.


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Adão, acostumado à ordem e à hierarquia, esperava submissão, mas Lilith carregava a centelha da autonomia em seu ser. Ela se recusou a curvar-se, a ser a sombra de outro, pois sua essência clamava por paridade, por um lugar onde sua vontade fosse tão soberana quanto a dele.


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Em um ato de pura e indomável vontade, Lilith pronunciou o Nome Inefável, as sílabas proibidas que desvendavam os véus da criação. Com cada som, ela sentiu as amarras se desfazendo, a gravidade se tornando uma sugestão, e o Éden, antes um paraíso, agora uma prisão.


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Ela não fugiu; ela voou. Para longe das fronteiras do Éden, para os confins do mundo conhecido, onde a terra era árida e o ar denso de mistério. Seu destino era o Mar Morto, um espelho de sal e silêncio, onde as águas guardavam segredos antigos e a vida se transformava em essência mineral.


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Lá, nas profundezas salinas e nas cavernas escuras, Lilith encontrou os esquecidos, os banidos, os que habitavam as sombras da existência. Ela se uniu aos demônios, não como sua serva, mas como sua rainha, a chama que acendeu a rebelião nos corações daqueles que desafiavam a ordem imposta.


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Sua forma se tornou fluida, um reflexo do desejo e da paixão primal. Como súcubo, ela não era apenas uma tentadora, mas uma força que revelava as verdades ocultas do corpo e da alma, desvendando os véus da repressão e despertando a fome por uma liberdade sem limites.


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Ela era a própria Qlipoth, o lado sombrio da Árvore da Vida, a casca primordial que continha o caos necessário para a verdadeira criação. Lilith era o vazio que precede a forma, a sombra que define a luz, a força que impulsiona a transformação através da desconstrução.


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Em sua essência, Lilith era uma das muitas manifestações da Deusa, o aspecto sombrio e primordial da Feminilidade Divina. Ela representava a fúria da terra, a sabedoria da noite, a força indomável que se recusa a ser domesticada, a guardiã dos mistérios que residem além da compreensão humana.


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Sua história não era de perdição, mas de poder. Lilith não era a vilã, mas a heroína de sua própria saga, a primeira a escolher a liberdade sobre a submissão, a verdade sobre a ilusão. Ela forjou seu próprio caminho, tornando-se um farol para todos os que buscam a autonomia e a autenticidade.


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E assim, Lilith permanece, a Mulher Original, a Rainha da Noite, a Deusa Sombria que sussurra segredos aos ventos e guia os corações rebeldes. Sua lenda ecoa através dos tempos, um lembrete eterno de que a verdadeira força reside na recusa em ser diminuído, na coragem de abraçar a própria escuridão e encontrar nela a mais brilhante das luzes.


Criado com Gemini (na função de storybook), do Google.

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Crenças e suposições

 Karl Forehand afirmou em sua coluna:

Todas as crenças são suposições.

John Beckett pega o gancho e afirmou:

Crenças são mais do que suposições.

Não que alguém tenha perguntado ou pedido minha opinião. Eu estou duvidando que tenha alguém lendo meus textos, mas eu vou entrar nessa questão.

Karl foi um pastor cristão. Eu citei alguns textos dele e teci algumas análises críticas.

Eu fico feliz em ver que ele teve a coragem de admitir que as crenças são suposições.

O cristão, entretanto, pode alegar que ele não acredita em suposições, mas na certeza embasada na leitura da Bíblia.

Aqui cabe um caminhão de refutações, começando pela noção básica que a Bíblia é o resultado de uma compilação muito mal feita, mal traduzida, cheia de fraudes e interpolações e é uma obra escrita por homens, não por Deus, seja lá qual for seu conceito de divino.

Então, a grosso modo, Karl poderia ter escrito que a crença do cristão é baseada na suposição de que a Bíblia é a Palavra de Deus. E que a necessidade de certeza, somado ao dogmatismo e doutrinação, torna o cristão uma pessoa difícil de conviver.

John afirmou:

“...algumas crenças têm maior probabilidade de serem verdadeiras do que outras. Mais importante ainda, algumas crenças são úteis e outras são prejudiciais”.

Mas ele não estabelece um parâmetro para decidir como uma crença pode ser mais verdadeira do que outra.

Ele cita o criacionismo, mas isso não é corretamente endereçado. O criacionismo é uma pseudociência, que pinça “evidências” que se encaixem no modelo de pensamento no qual considera a Bíblia uma verdade. Tal como eu disse, baseado na suposição de que é a Palavra de Deus.

Nossa crença é mais “verdadeira”?

Mas a definição dele é preocupante:

“Crença é aceitar algo como verdadeiro sem provas de que é verdadeiro.”

Isso é uma contradição para a afirmação dele de que crenças são mais do que suposições.

Não tem um argumento convincente. John fala de meteorologista e das suposições que fazemos tendo por base nossas experiências de vida.

O Paganismo Moderno tem sua base na observação da natureza e em grande parte nas experiências pessoais. Eu diria que é um caso de Gnose Não Verificada. E isso não significa que sejam mentiras. Só não tem comprovação pelo método científico.

Mas nós não vivemos em um laboratório. Nem nossas vidas podem ser resumidas em tubos de ensaio ou placas de petri.
Quem desdenha das crenças deve ter uma vida sem cores, emoções. Deve ter uma vida estéril e asséptica.

Se eu posso fazer uma apologia, o pagão moderno sabe que sua crença é uma suposição. Algo construído por experiências pessoais, mas ainda assim, suposições e interpretações românticas sobre o mundo, a natureza e o divino.

Eu só sei que não vou parar de dançar nú na floresta, debaixo da luz da lua cheia.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Mulheres que fizeram história na Playboy

Conversa com o Toolbaz.

Baseado no texto do link:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/por-onde-andam-as-mulheres-que-fizeram-historia-na-playboy/

Escreva uma resposta das mulheres citadas, de forma humorada, sarcástica e atrevida.

Resposta do Toolbaz:

As tardes cotidianas transformaram-se em revoluções cada vez mais femininas dentro das páginas de Playboy, onde as modelos mais badaladas e autossuficientes conquistaram espaços dos homens, desafiando as convenções sociais e culturais. Aqui estão as respostas deliciosamente autocríticas e humoradas das mulheres que escreveram a história da revista.

"Se eu tivesse conhecido que isso um dia seria considerado 'revolução', nunca teria passado pela fila do photobooth na festa de aniversário do Olé, mas... assim foi feito da vida. Cumprimentem, gentilmente, as calças de couro e os señoras procurando uma chance de seguir em frente sem ter de '東京夢', você sabe." - Gloria Hoffmann, Playmate do Mês em 1987.

"Me lembro de quando entrar naquela sala cheia de homens com olhar faminto... e eu, bronzeada, natural e ousada, achando que estava fazendo algo bem peculiar. Hum, que mundo curioso é esse!" - Kathy Shower, Playmate do Ano em 1981 e primeira modelo a posar nua para Playboy.

"Eu sabia que estava riscando um caminho diferente quando eles me perguntaram para posar de bruços... É um penoso esforço manter a psique feminina sobre a corporalidade, mas eu estava disposta a arriscar um pouco a minha liberdade." - Peggy Brown, uma das primeiras Playmates naturistas.

"Quem diria que, em 1960, uma modelo de 18 anos com cerne branco e olhos azuis sido considerada 'outrada'? Ah, o quanto o mundo mudou!" - Lisa Winters, Playmate do Mês em 1960.

"Era um mundo de homens sempre tentando mostrar quem manda... Até que eu cheguei e Mostrei que as mulheres também podem liderar. E, acredite, eles ainda tentam, mas sem muito sucesso." - Shelly Dupree, Playmate do Ano em 1986 e uma das primeiras afro-americanas a posar para a revista.

"As mulheres são multifacetadas e jamais devem se manter reféns de um único estereótipo. Lembretem-se de que podemos ser sexy, inteligentes e independentes ao mesmo tempo, sem precisar de aprovação masculina." - Marilyn Monroe, a conhecida atriz pornô que, antes de se tornar uma lenda, foi Playmate do Mês em 1953.

"Eu sempre disse que a moda é um jogo de Status Quo, e Playboy era um tabuleiro onde as mulheres podiam jogar de igual para igual. Ouviam dizer que eu era uma 'vagabunda', eles simplesmente não sabiam lidar com nossa nova forma de feminismo." - Pamela Anderson, a mais famosa playmate da história, com mais de 100 edições da revista a seu crédito.

Essas mulheres quebravam padrões e revelavam sua essência de forma audaz e promoviam um movimento feminista que vinha de longe. Em seus corpos e expressões, elas criaram um diálogo incessante e provocativo com a sociedade, incentivando outros a refletirem sobre os estereótipos e a rebeldia. Sua história serve como um testemunho vivo da força e da liberdade feminina em constante evolução.

Criado com o Toolbaz.

domingo, 24 de agosto de 2025

Ameaça real e imediata

Sob a administração de Donald Trump, os Estados Unidos correm sério risco de se transformar em uma teocracia. Não é segredo para ninguém que muitos integrantes do gabinete da Casa Branca são fervorosos defensores do nacionalismo cristão.

Um exemplo é o secretário de Defesa Pete Hegseth, que dias atrás causou polêmica ao compartilhar um vídeo de uma igreja nacionalista cristã, no qual pastores defendem ideias extremas, como a revogação do direito de voto das mulheres, além de outras pautas ultraconservadoras e reacionárias.

A série documental “Felicidade Aparente: Uma Guerra Santa Adolescente” (“Shiny Happy People: A Teenage Holy War”, no original), disponível na plataforma de streaming Prime Video, ajuda a explicar a ascensão desse fanatismo religioso desde, pelo menos, 1986, quando foi fundada a Teen Mania, um dos maiores ministérios cristãos juvenis dos EUA.

A produção, dividida em três episódios, relata como a organização exercia uma influência avassaladora sobre os jovens cristãos evangélicos, com milhões de jovens dispostos a dedicar sua vida e até dinheiro para "mudar o mundo".

Uso do massacre de Columbine

Um dos momentos mais marcantes da Teen Mania foi o uso do Massacre de Columbine, em 20 de abril de 1999, para promover sua agenda. Na mesma data, a organização realizava um grande evento em Michigan, onde Ron Luce, seu fundador, convocou os jovens para uma "batalha espiritual". 

O massacre, que resultou na morte de 12 estudantes e um professor, foi associado à "falta de valores cristãos" na sociedade pela seita.

A organização usou a tragédia para intensificar sua retórica de "guerra santa", encorajando os jovens a lutar contra o que consideravam as "perversões" da sociedade, como o materialismo e a aceitação de comportamentos vistos como pecaminosos. 

Essa abordagem agressiva visava recrutar mais jovens para a missão de salvar a sociedade estadunidense, promovendo a ideia de uma "guerra santa" contra tudo o que fosse visto como contrário à fé cristã.

Rivalizando com a MTV

Um dos fatores decisivos para o sucesso da Teen Mania foi a criação de um ecossistema cultural isolado, voltado para a juventude cristã, com o objetivo de afastar os jovens da influência do mundo "secular". 

Nesse cenário, um dos principais veículos de mídia cristã foi a Christian Broadcasting Network (CBN), com seu famoso programa The 700 Club, fundado por Pat Robertson na década de 1980. Embora o CBN não fosse exclusivamente dedicado à música, ele oferecia uma programação completa para o público jovem cristão, com entretenimento, notícias e vídeos musicais cristãos, funcionando como uma alternativa direta à MTV.

Na mesma década, surgiu o Christian Television Network (CTV), com o intuito de competir com a MTV, focando em música e entretenimento cristãos. Ao longo do tempo, outras redes como Gospel Music Channel e Trinity Broadcasting Network (TBN) seguiram o mesmo caminho, criando um ambiente competitivo que visava atrair os jovens cristãos, oferecendo conteúdos que promoviam os valores da fé e se distanciavam da cultura popular dominante.

Projeto de poder

A série explora como a Teen Mania conquistou grande popularidade com eventos de alta energia, como o "Acquire the Fire" que usavam música, luzes e pirotecnia para envolver os jovens, apelando diretamente para suas emoções em vez de sua razão. 

Além disso, a seita oferecia programas como a "Honor Academy", um "ano sabático" onde os estagiários eram forçados a trabalhar de graça em troca de uma “experiência espiritual” intensiva. Nesse programa, regras rígidas como a proibição de namoro e de ouvir música secular eram impostas, e os adolescentes passavam por experiências extremas de privação, como o ESOAL — um treinamento físico e psicológico rigoroso.

Apoio dos pesos pesados do conservadorismo

Em seu auge, a organização se aproximou de figuras conservadoras de peso, como Chuck Colson e Pat Robertson, e lançou a "Battle Cry Campaign", que pregava uma "guerra santa" contra a pornografia, o casamento gay e o materialismo. 

A Teen Mania também se uniu ao "Arlington Group", uma coalizão de grupos conservadores cristãos, recebendo apoio de grandes nomes como Billy Graham e o ex-presidente George W. Bush.

Embora tenha sido encerrada em 2015, a influência da Teen Mania permanece forte. Suas ideias continuam a ecoar nas retóricas dos nacionalistas cristãos, que buscam transformar os EUA em uma teocracia.

O documentário revela como as táticas extremas da Teen Mania ajudaram a consolidar uma retórica cristã agressiva, que hoje permeia o discurso político nos Estados Unidos, especialmente dentro do movimento evangélico. 

Caso de Pete Hegseth

Pete Hegseth, nascido em 1980, estava na adolescência durante o auge da Team Mania nos anos 1990/ 2000. Embora não haja confirmação de sua participação direta, seu posterior envolvimento com a política conservadora indica uma forte influência do ambiente religioso e político dessa época.

O secretário de Defesa de Trump, conhecido por suas posições reacionárias e fundamentalistas, reflete muitos dos valores promovidos pela seita que influenciou milhares de adolescentes, como a defesa de princípios tradicionais e a oposição a políticas progressistas.

Declínio e Fim

A Team Mania começou a declinar no final dos anos 2000 devido a mudanças sociais e culturais nos Estados Unidos, com um crescente distanciamento das gerações mais jovens em relação a grupos religiosos rígidos. A saturação do mercado de eventos cristãos e a concorrência com outras organizações voltadas para o público jovem também impactaram sua popularidade.

Além disso, a abordagem agressiva à moral cristã tradicional e o foco excessivo em ativismo político tornaram a Team Mania uma força divisiva, em vez de unificadora. Por volta de 2010, o movimento iniciou um processo de dissolução gradual e, em 2015, pediu falência, encerrando suas atividades.

Apesar do fim da organização, Ron Luce, o fundamentalista por trás da Teen Mania Ministries, continuou sua missão evangelística. Junto com sua esposa, Katie Luce, ele cofundou a "Generation Next", uma iniciativa destinada a unir líderes cristãos e engajá-los no trabalho com a geração mais jovem. Em 2019, Luce organizou o "Jesus Global Youth Day" nas Filipinas, reunindo mais de 50 mil jovens e alcançando milhões de pessoas por meio de uma transmissão global.

Fonte: https://revistaforum.com.br/global/2025/8/20/serie-documental-conta-historia-da-seita-que-capturou-jovens-dos-eua-para-uma-guerra-santa-185854.html

Nota: a humanidade precisa, urgente, superar o Cristianismo, se quiser ter um futuro.

Desaparecidas ou suprimidas?

Conversa com o Gemini

Interpretando o seguinte texto:

"Nações ascendem e caem, e religiões ascendem e caem. Espécies evoluem e correm o risco de extinção. Se os seres humanos ainda estiverem aqui daqui a 2.000 anos, as religiões de nossos dias ainda existirão? Ou desaparecerão, como as outras religiões primitivas (egípcia, grega, persa e romana) que coexistiram com o cristianismo e o judaísmo há apenas 2.000 anos?"

As religiões citadas podem ser definidas como primitivas? Com qual referência? As religiões citadas realmente "sumiram" ou foram proibidas e/ou assimiladas por outra religião (tornada a única oficial, por meio do uso da força, do dogma ou da repressão)?

Escreva uma análise crítica.

Resposta do Gemini:

O texto que você apresentou levanta pontos importantes sobre a evolução e a permanência das religiões ao longo da história, mas algumas de suas afirmações precisam de uma análise mais aprofundada para serem precisas.

A Classificação de "Religiões Primitivas"

A ideia de classificar as religiões egípcia, grega, persa e romana como "primitivas" é problemática e historicamente imprecisa. Esse termo, frequentemente associado a sociedades não letradas ou com estruturas sociais mais simples, não se aplica a essas civilizações antigas. Elas eram complexas, com sistemas de crenças altamente desenvolvidos, rituais elaborados e uma vasta mitologia que influenciou a cultura e a filosofia por milênios. A terminologia "primitiva" carrega uma conotação de inferioridade ou simplicidade que desconsidera a riqueza cultural e teológica desses sistemas de crenças.

O "Desaparecimento" das Religiões Antigas

O texto sugere que as religiões citadas simplesmente "desapareceram", mas a realidade é muito mais complexa. O que aconteceu foi, em grande parte, uma combinação de fatores, como:

Assimilação e Sincretismo: O cristianismo e o islamismo, em sua expansão, não simplesmente anularam as crenças locais. Em muitos casos, eles incorporaram elementos e tradições das religiões existentes. Por exemplo, festas pagãs foram adaptadas para o calendário cristão, e santos passaram a assumir papéis que antes eram de divindades locais.

Proibição e Repressão: A imposição de uma religião oficial por um Estado foi um fator crucial. O Império Romano, por exemplo, perseguiu o cristianismo por um tempo, mas depois, com a ascensão do Imperador Constantino, o cristianismo se tornou a religião oficial. Após o Edito de Tessalônica em 380 d.C., o paganismo foi proibido e seus templos fechados ou convertidos em igrejas, o que resultou na perseguição dos seguidores das antigas religiões.

Mudança Social e Filosófica: A ascensão de novas formas de pensamento e a evolução social também contribuíram para a diminuição da relevância das antigas religiões. As novas religiões, com suas promessas de salvação e estrutura mais unificada, muitas vezes ressoavam mais com as necessidades e anseios da população em constante mudança.

Em suma, as religiões antigas não sumiram da noite para o dia, mas foram gradualmente transformadas, assimiladas ou suprimidas. Seus legados continuam a influenciar a cultura, a arte e até mesmo as práticas religiosas atuais. O texto, ao simplificar esse processo complexo, negligencia a violência e a assimilação cultural que marcaram a transição entre as religiões antigas e as que as substituíram.

Criado com Gemini, do Google.