sábado, 24 de agosto de 2024

Crime comum e eleitoral

Um áudio gravado durante uma reunião na sede da Assembleia de Deus em Cascavel, Paraná, revela o Pastor Clemerson Silva pressionando fiéis e pastores a apoiarem o candidato indicado pela igreja nas próximas eleições. Na gravação, o líder religioso condiciona a continuidade de benefícios e cargos ao apoio político, em uma postura contundente.

Durante a reunião, o líder religioso dirigiu-se diretamente aos obreiros, afirmando que aqueles que recebem benefícios da igreja, como moradia e salário, têm a obrigação de apoiar o projeto político da instituição. "Desleal não trabalha comigo", declarou o pastor, referindo-se à necessidade de alinhamento político dentro da congregação. Ele acrescentou: "Se você mora numa casa da igreja, recebe um salário da igreja, e não trabalha pelo projeto desta igreja, amanhã você entrega a chave no gabinete para mim".

O pastor foi enfático ao afirmar que não toleraria dissidências dentro da congregação: "Ou você está no barco ou está fora dele. É assim que vai ser", afirmou, destacando a exigência de unidade. Além disso, Clemerson alertou para possíveis gravações de suas declarações, ameaçando represálias: "Vou te pegar", advertiu.

O nome do candidato apoiado pela igreja também foi mencionado na gravação. O Pastor indicou que o atual vereador Misael Júnior, que já representa a igreja no município de Cascavel, será o escolhido para a reeleição. "Nós já temos um irmão que nos representa atualmente como vereador em Cascavel. O pré-candidato é o vereador Misael Júnior", declarou.

Até o momento, a direção da Assembleia de Deus em Cascavel não se manifestou oficialmente sobre o ocorrido.

Indignação nas redes

O pastor e psicólogo Hermes Fernandes expressou sua indignação nas redes sociais, publicando o áudio vazado do pastor com o seguinte comentário: “Os altares das igrejas estão sendo profanados! O pastor Clemerson Silva, presidente da Assembleia de Deus em Cascavel, está coagindo os obreiros e membros de sua congregação a votarem em seu candidato. Até quando as igrejas tolerarão esse abuso de poder? Até quando os votos dos fiéis serão negociados às escondidas? O ‘voto do cajado’ deveria ser criminalizado. Igreja não é curral eleitoral, e o púlpito não é palanque. Pastores que se prestam ao papel de cabos eleitorais devem ser convidados a deixar o ministério.”

Fonte: https://revistaforum.com.br/brasil/sul/2024/8/22/pastor-exige-apoio-ao-seu-candidato-promete-represalias-quem-discordar-164342.html

Nota: enquanto isso, PT acha que isso pode ser resolvido com uma cartilha.

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