...não surpreende que as bruxas modernas perguntem: E se o rei fosse um dos nossos? E se o rei fosse uma bruxa?
Desde que Margaret Murray (...) sugeriu pela primeira vez há cem anos que o antigo culto da Realeza Sacral/Sacrificial persistia nas Ilhas Britânicas até o início dos tempos modernos...
Então ele cita alguns livros, diria eu, de ficção histórica, onde reis ou rainhas apresentam sinais de que estão envolvidos com a Bruxaria. Tudo é muito vago, então eu vou me esforçar em dar algum contexto efetivamente histórico.
O Rei é um Bruxo (Evelyn Eaton, 1965)
O ano é 1342, o rei é Eduardo III, e sim, ele é um bruxo: nosso tipo de bruxo, o tipo pagão/antiga religião.
Steven deve estar se referindo ao fato do rei Eduardo III ter fundado (em 1348) a Ordem da Jarreteira, uma ordem militar da cavalaria britânica, baseada nos nobres ideais da demanda do Graal e da corte do rei Arthur (apud, Wikipédia).
A pergunta óbvia é saber onde está a correlação. Eu escrevi em algum lugar sobre o acessório de bruxa, a cinta liga, ou laço, também conhecida como jarreteira.
Entretanto a lenda do motivo pelo qual o rei criou essa ordem conta que ele estava dançando com uma condessa em um baile, quando a jarreteira dela caiu. Quando o rei apanhou o objeto no chão e colocou de volta na perna da mulher, risos e murmúrios foram ouvidos na côrte. Diante disso, o rei disse: envergonhe-se quem vê malícia, o que se tornou o lema da ordem. Alguns especialistas dizem que isso tem ligação com a lenda de Gawain e o Cavaleiro Verde. Nessa lenda, Gawain recebe um cinto ou laço de uma enigmática mulher antes dele ir enfrentar o Cavaleiro Verde.
O Diabo e o Rei John (Philip Lindsay, 1956)
O rei não é um bruxo, mas sua esposa é.
O rei João é citado nas lendas de Robin Hood, lenda que envolve muitos mistérios que tem correlação com o Ofício. No caso, sua esposa é Isabela de Angouleme, eu escrevi sobre ela em algum lugar. Outra efeméride é que o rei João foi quem (por livre e espontânea pressão) assinou a Carta Magna, o primeiro modelo de constituição.
Rei da Floresta (Valerie Anand, 1989)
O rei não é um bruxo, mas seu namorado é.
O nome do namorado é uma criação fictícia, mas não a homossexualidade do rei nem as estranhas circunstâncias de sua morte durante uma caça na região de New Forest, o mesmo local onde Gerald Gardner encontrou suas bruxas.
Talvez o melhor exemplo, na história, de nobres envolvidos em mistérios antigos seja a dinastia Merovíngia, que eu devo ter escrito algo em algum lugar.
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