“A luz da prostituta sagrada penetra no coração desta escuridão. . . . Ela é a sacerdotisa consagrada, no templo, espiritualmente receptiva ao poder feminino que a atravessa à partir do poder da Deusa e, ao mesmo tempo, consciente da beleza e paixão em seu corpo humano.”
~ Marion Woodman
Isto não pretende ser um debate sobre se a prostituição deve ou não ser legal ou julgar se é moralmente correto ou errado.
Em vez disso, este artigo centra-se em entender porque, em determinado tempo, a prostituição era considerada sagrada e explorar qual era o papel de uma prostituta sagrada.
Depois de ler o trabalho do Dr. Stubbs “Women of the Light: The New Sacred Prostitute” (Em uma tradução livre: “Mulheres da Luz: A Nova Prostituta Sagrada”), entre muitos outros livros e assistindo a um filme chamado “The sessions”, fiquei intrigada em saber por que a prostituição já foi considerada sagrada.
A prostituição foi muitas vezes descrita como “a profissão mais antiga do mundo”, que se passa ao longo da história em todas as sociedades. Mas as primeiras formas de prostituição foram referidas como “prostituição sagrada”.
Por que era sagrada?
Durante o período da Mesopotâmia, Suméria, Grécia e Egito, não haviam bordéis.
Em vez disso, haviam templos ocupados por prostitutas sagradas, também conhecidas como sacerdotisas. Para entender o caráter sagrado do ato sexual, isso deve ser visto no contexto de uma sociedade que vivia em estreita harmonia com a natureza.
A prática da relação sexual sagrada dentro dos templos de Innana e Ishtar foram rituais importantes e comuns na Mesopotâmia e eram considerados importantes para fortalecer a terra com energia fértil divina.
Nancy Qualls-Corbet explica que “o desejo e a resposta sexual experimentados como um poder regenerativo, foram reconhecidos como um presente ou uma benção do divino. Tanto a natureza sexual de um homem e de uma mulher, juntamente com a sua atitude religiosa, eram inseparáveis “.
Nesta perspectiva, não é difícil entender por que a prática da prostituição sagrada se tornou um ato religioso de adoração, onde a sexualidade e a espiritualidade são uma e a mesma coisa.
Os templos da deusa forneceram a prostituta sagrada muito mais do que é conhecido neste milênio.
A Índia historicamente abraçou uma rica tradição de religião e sexualidade divina. O hinduísmo abraçou uma atitude naturalista e erótica em relação ao comportamento de seus deuses e deusas.
As prostitutas sagradas eram conhecidas como deva, serviço de imortais em templos hindus.
Quem foi a Prostituta Sagrada?
Ela era a curandeira sexual original.
Ela era uma Sacerdotisa resplandecente, que incorporava poder, sabedoria, pureza e vontade de amar com todo o seu corpo e alma. Essas mulheres encarnavam o amor, preservavam sua sexualidade e possuíam a máxima autoridade espiritual.
Elas capacitavam os homens a se reconectarem a si mesmos e às forças espirituais através do prazer e da oração.
Prostitutas sagradas
A prostituta sagrada não era envergonhada, vista como uma vítima, ou “forçada a prostituição”. Ela deliberadamente ocupava um lugar de serviço altamente empoderado.
Uma prática comum que ocorria naquela época era chamada de “tirar a guerra de um homem”. Ao retornar da guerra, os homens eram convidados a passar pelas portas do Templo.
A Sacerdotisa então o banhava, aliviava e transformava suas feridas físicas, emocionais e espirituais.
Ela então expandiria seu campo magnético para absorver toda a energia ferida, extraindo literalmente todos os efeitos da guerra de seu corpo, mente e alma.
Através do poder de sua energia e da pureza de sua feminilidade, ela gentilmente e docemente o traria de volta à integridade do Amor Incondicional.
Nos tempos antigos, a prostituta sagrada ou a sacerdotisa do templo estava associada às religiões da Grande Deusa-Mãe.
Ela se tornava uma representação da deusa em forma física e entrava em rituais sexuais sagrados com os homens que vinham para adorá-la.
A Sacerdotisa do templo tomava o título de “Hieródula do Céu”, que significava a serva da Divindade e era uma grande honra fazer amor dentro dos recintos dessas mulheres.
O fim da prostituição sagrada
Este tópico é por demais extenso para ser abordado neste artigo, pois há muitas teorias que sugerem muitas razões para a mudança de valores resultante de uma grande combinação de causas.
Mas houve então um tempo em que a deusa já não era mais adorada e os aspectos físicos e espirituais do feminino passaram a ser declarados “do mal”.
A prostituta sagrada nunca foi sobre mulheres vendendo seus corpos para agradar e servir os homens em detrimento.
É antes a idéia e a revelação de olhar além desses tipos de comportamentos autodestrutivos.
A prostituta é antes uma metáfora do tipo de cura que acontece quando nos entregamos ao amor e à possibilidade de permitir que a alegria ocorra em nossos corpos e em nossas vidas.
Nós nos elevamos acima dos limites antigos e de lá crescemos. Primeiro, devemos aprender a amar e agradar a nós mesmos, então podemos aprender a amar e agradar aos outros. Essa é a verdadeira sacralidade.
Referências:
Hutton, R. The Triumph of the Moon (Marvelly, P. Women of Wisdom)
Nancy Qualls-Corbet, N. The Sacred Prostitute
Deena Metzger – Tree and the Woman Who Slept With Men to Take the War Out of Them
Marvelly, P. Women of Wisdom
Link da página original: Who’s The Sacred Prostitute & Why Was She Honored?
Escrito por Christina Antonyan em 21 de Julho de 2016, no Blog Conscious Loving.
Publicado em: https://mensagensepensamentosblog.wordpress.com/2018/03/08/quem-e-a-prostituta-sagrada-e-por-que-ela-era-honrada/
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