quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Analogias religiosas

Que o descrente é péssimo em analogias para criticar as religiões isso eu escrevi aqui neste blog.

O Azarão publicou uma analogia religiosa típica do descrente.
Ali diz que religião é como um pênis.
"É bom ter um. É bom ter orgulho dele. Mas, por favor, não o use como um chicote em público nem comece a acená-lo para os ao seu redor. E, por favor, não tente enfiá-lo goela abaixo de meus filhos".

No perfil do Azarão no Google plus eu provoquei:
- Por que não vagina?
Ele respondeu [sem entender a provocação]:
Porque vagina eu adoraria que tentassem me enfiar goela abaixo!

Eu usei o oráculo do Google para ver se tinha alguma analogia com religião e vagina.
Eu encontrei vários comentários interessantes.

Se religião é como pênis, religiões maiores são melhores?
Vamos parafrasear: religião é como vagina, quente e convidativa, mas uma vez dentro e contribuindo, as obrigações te tiram o tempo, o dinheiro e a liberdade [alguns colocaram razão].
Podemos brincar mais. Religião é como pênis/vagina. Todos nascemos com um/a. Então o descrente é aquele/a que quer extirpar seu órgão sexual. Então o descrente quer ser assexuado. Ou trocar de sexo. Ou ser transgênero. Ou quer ter a liberdade de se relacionar sexualmente com pessoas de seu próprio sexo. Ou tem vergonha de seu sexo. Ou é tímido/a em se relacionar intimamente com outras pessoas. Ou [como bom crente das religiões abraãmicas] acha que sexo é coisa de gente suja, vulgar e pecaminosa. Freud explica.
Se religião é como pênis/vagina, uma suruba é a missa? Pular a cerca é congregar em outra religião? Adultério é dizer ser de uma religião mas praticar escondido outra? Proselitismo é quando exageramos o tamanho/importância da religião? Cerimônias públicas são um atentado ao pudor?
Como ficaria a questão de desejar outro/a homem/mulher, sendo casado/a? Como ficaria a modificação do corpo [estética/plástica] para termos um corpo melhor?
Se a religião é como pênis, então apenas adultos sabem o que é, como funcionam e podem utilizar. Descrentes são como crianças que não amadureceram. Se a religião é como pênis, transar com uma vagina seria sincretismo. Usar a "porta dos fundos" seria superstição.
A coisa ficaria ainda mais interessante se incluíssemos outras partes do corpo [igualmente úteis no sexo] como boca, seios, ânus, mãos. Então teologia seria uma sexologia. Um bordel seria uma igreja. Uma prostituta seria uma sacerdotisa [e antigamente muitas eram]. Pílulas anticoncepcionais seriam a hóstia e a camisinha seria a "roupa de domingo".
Isso dá um sentido todo diferente ao termo "ir ao confessionário". Mas seria redundante ao termo "missionário" e "ajoelhar".

Considerando que o Paganismo Moderno, a Bruxaria e Wica Tradicionais são religiões que são sensuais e sexuais, faz muito sentido falar em pênis e vagina. Nós temos um Senhor e uma Senhora. Nós temos o Grande Ritual. Nós dizemos que "todos os atos de amor" são rituais de nossos Deuses. Então, dentro de uma cerimônia, celebrantes irão expor seus órgãos sexuais e usar, tudo em louvor e honra aos nossos Deuses.

Sem religião, sem pênis/vagina, não há amor e sexo. Sem religião, sem pênis/vagina, não existe humanidade. Então nós precisamos ter uma religião. Para esta religião, não falta até um livro sagrado: Tantra. Somente duas pessoas são necessárias e uma cama. E no êxtase, nos permitimos ser arrebatados para o Paraíso, com os Deuses.
Nisso eu concordo com Azarão. Religião é como sexo. Devia e deve ser sempre privado, íntimo, particular. E cada um cuidando de sua própria vida erótico-afetiva.

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